No longa acompanhamos a recriação ficcional de um caso criminoso verdadeiro que ficou conhecido como ‘A Viúva Negra de Patraix’. Em Agosto de 2017, num estacionamento na cidade espanhola, o corpo de um homem foi encontrado esfaqueado sete vezes. O cenário e os múltiplos ferimentos indicavam um crime passional e não um simples roubo com homicídio. A equipe do Departamento de Homicídios da cidade, com uma detetive veterana no comando, porém, rapidamente iniciam uma investigação contra o relógio que os conduz na mira de uma suspeita inesperada: a esposa do falecido, Maje. A jovem viúva, que todos diziam ser amável, doce e serena, levava uma vida dupla. Casada a menos de um ano com a vítima, Maje foi a responsável pelo trágico crime que marcou a comunidade local.
Diria que o diretor Carlos Sedes trabalhou de forma bem coerente, mas não quis ser tão direto na desenvoltura da trama, pois dava para transformar o roteiro em algo simples e bem feito, ao invés de querer trabalhar toda a personalidade de cada um dos protagonistas, mas como seu estilo é de muitas séries, optou em querer quebrar em capítulos a dinâmica do longa, e com isso vemos praticamente personagens desaparecendo enquanto outros entregam seus atos. Ou seja, faltou um foco maior na dinâmica policial, ficando o longa um pouco novelesco demais, o que não é ruim dentro da proposta toda, mas dava para ser daqueles que chocariam mais com toda a realidade e o estilo da protagonista policial e da jovem criminosa.
Quanto das atuações foi bem bacana ver uma inspetora fora dos padrões, de modo que Carmen Machi deu um tom bem marcante para sua Eva, sendo ousada e direta em cena, mas também não sendo tão aproveitada dentro do âmbito policial que precisaria, ou seja, a atriz poderia ter sido mais intuitiva e cheia de traquejos para que o papel fosse além, sem precisar mostrar coisas da vida dela, mas isso é um erro de roteiro e não da atriz. Diria que Ivana Baquero trouxe para sua Maje o lado intenso e marcante de muitas mulheres com ares de muitos homens, jogando com a ingenuidade de alguns e com o lado sedutor para cima de outros, ao ponto que a atriz soube segurar seus atos como uma verdadeira atriz, ou seja, segurou as nuances sem precisar explosões emocionais e agradou com o que fez. Tristán Ulloa trabalhou um Salva meio forçado, sendo daqueles homens de mais idade que caem no golpe das bonitinhas de plantão, e sem jogar muito do emocional, ele até fez alguns atos interessantes, mas não foi muito além na tela.
Visualmente a trama teve uma pegada interessante, mostrando um pouco da delegacia, um pouco da casa religiosa da família dos protagonistas, o estacionamento aonde aconteceu o crime, o hospital aonde trabalhava a garota e o envolvido, um pouco da família do envolvido e claro o luxo das saídas dela em boates e restaurantes, mostrando uma certa precisão cênica bem dividida para criar todos os ambientes da história, mas até agora ainda estou me perguntando qual a necessidade de mostrar a filha da inspetora de polícia, que nada agregou na trama, ou seja, apenas serviu para que ela não estivesse quando o colega sofreu o atentado, que também não importa tanto para a trama, ou seja, gastaram com locações sem necessidade.
Enfim, é um filme correto dentro do que se propõe, mas que se alonga sem necessidade e mostra coisas a mais que não fizeram tanta parte do crime e da investigação em si, e assim sendo não impactou como poderia. Vale como um passatempo razoável que até agrada, mas nada demais dentro do estilo suspense policial. E é isso meus amigos, fico por aqui hoje, mas volto amanhã com mais dicas, então abraços e até logo mais.
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