O Refúgio (Homestead)

6/01/2025 02:03:00 AM |

É bem engraçado que antes de pesquisar qualquer coisa sobre o longa "O Refúgio" acabei assistindo ele inteiro e fazendo a pré-crítica no Facebook julgando que ele tinha toda a cara de ser uma série que resolveram lançar nos cinemas antes para testar a popularidade e ver até onde poderiam chegar, e aí eis que abro as informações do diretor, e bingo, está lá já dois episódios lançados que são mostrados trechos bem rapidamente no final do longa. Ou seja, se eu esperava ver a continuação do longa na telona, posso esquecer, afinal já entregaram tudo na série. Porém, acredito que a essência toda foi bem colocada aqui, embora com o estilo novelesco (ou de série como muitos preferem falar atualmente), e que confesso que se não tivesse tanto anseio religioso em cima para um fechamento até milagroso demais, o resultado da proposta poderia fluir e entregar algo até bem marcante. Sendo assim, vemos que o pessoal religioso anda querendo brincar com todos os estilos possíveis dentro do mundo do cinema, e só está faltando virem com um terror religioso, mas aí seria forçar demais a barra.

O longa nos mostra que uma bomba nuclear é detonada em Los Angeles, e o país mergulha em um caos sem precedentes. O ex-integrante das Forças Especiais, Jeff Eriksson e sua família escapam para The Homestead, uma excêntrica fortaleza de sobrevivencialistas aninhada nas montanhas. À medida que ameaças violentas e condições apocalípticas se aproximam de suas fronteiras, os moradores de The Homestead se perguntam: por quanto tempo um grupo de pessoas conseguirá resistir aos perigos da natureza humana e ao derramamento de sangue à sua porta?

Diria que o diretor Ben Smallbone trabalhou bem o conceito que lhe foi dado na tela, porém acabou exagerando demais na quantidade de personagens importantes e nas dimensões que desejava alcançar com sua trama, pois dava para ser tranquilamente um filme apocalíptico bem encaixado aonde os preparados para o fim (ou sobrevivencialistas como preferem ser chamados) montam seu exército particular, cultivam sua comida e animais enquanto do lado de fora todos morrem e os conflitos que isso geraria, mas ao envolver religião e lições de vida dentro da proposta o resultado acabou ficando um pouco frouxo na amplitude completa. Ou seja, o que vemos dava para ser um filme só, bem fechadinho e direto de impacto, mas ao querer colocar tantas coisas na tela, o resultado só poderia ser visto como uma série maior, e claro com um desenvolvimento maior de personagens, o que quem for conferir a série pode até voltar aqui e dizer se ficou bacana, pois eu não irei.

Quanto das atuações, um fator que me incomoda demais nesse estilo é que temos de um lado os bons samaritanos que pregam a paz e tudo mais, e do outro temos os brucutus que precisam ter o espírito mudado, e isso se não é bem passado para os atores acaba virando uma bagunça na tela. E Bailey Chase fez com que seu Jeff Eriksson ficasse bem no estilão de segurança, aonde só se preocupa em ganhar a guerra e não ver as consequências dos dois lados, mas começa a mudar meio que do nada nos atos finais, e isso não flui como algo normal em uma trama, ao ponto que o ator forçou um pouco seu jeitão na tela. Neal McDonough trabalhou seu Ian quase coo um caipira rico aonde nem vemos o dinheiro surgir e comanda tudo ali ao redor, mas que ao mesmo tempo o povo da prefeitura nem sabe quem ele é, ou seja, faltou desenvolver um pouco mais o antes dali para ter mais vivência no personagem e agradar mais. As mulheres da trama ficaram todas em segundo plano, com trejeitos de dona de casa, mas algumas com porte para ir mais além, apenas dando um leve destaque para a garota que Olivia Sanabia faz bem doce e que valeria ter trabalhado um pouco mais na tela. Ou seja, vou falar só desses, mas tivemos muitos personagens na tela, com atores bons e outros apenas enfeitando o ambiente, mas que sem o devido desenvolvimento apenas foram jogados.

No conceito visual diria que exageraram na explosão que apenas um barquinho fez em um país continental como os EUA, de modo que talvez desse para trabalhar algo mais chamativo na destruição em si, mas isso é um detalhe técnico, depois vamos para os carros gigantes fugindo para o casarão que tem mais cara de um grande palácio do que uma fortaleza realmente preparada para o fim, mas tudo foi muito bonito cenicamente, tendo um pomar de diversos tipos de frutas, muita floresta e tudo mais para acontecer nas montanhas, mostrando que a equipe de arte conseguiu um arsenal gigantesco de armas de todos os estilos, e até tentou ser chamativo dentro do possível com as cenas mais intensas.

Enfim, diria que dava para ter ido bem mais além dentro da proposta como um ou dois filmes, desde que tudo fosse mais desenvolvido e sem tantos personagens-chave, mas como a ideia era algo maior como uma série, faltou talvez explodir mais tudo na tela para convencer o público a querer ver esse algo a mais, então também não rolou. Sendo assim fica a dica apenas para o pessoal mais desse meio que quer se preparar para um fim, e nem tanto para o pessoal religioso, pois não ficou tão propício a funcionar dessa forma, pois mesmo não sendo algo ruim de ver, também passa longe de ser algo bacana na tela. E é isso meus amigos, fico por aqui hoje, mas volto amanhã com mais dicas, então abraços e até logo mais.


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