Em um cenário de sobrevivência e desesperança nas ruas de Atenas, o longa acompanha Chatila e Reda, dois primos palestinos refugiados em Atenas, sonham com uma vida melhor. Determinados a reunir dinheiro suficiente para adquirir passaportes falsos e se mudarem para a Alemanha, eles recorrem a todos os meios possíveis. Contudo, essa busca os força a ultrapassar seus próprios limites, deixando para trás uma parte de si mesmos.
O longa que é uma produção de diversos países foi dirigido por Mahdi Fleifel que soube ousar com um estilo seco, porém envolvente dentro da situação toda que coloca na tela, pois muitos filmes que tem colocado refugiados em foco têm trabalhado somente como coitadinhos, pobrezinhos e tudo mais, enquanto aqui, mesmo os jovens sendo pobres, entram facilmente para o mundo marginal, e ao criarem seus planos de ganhos para obter o que desejavam acabam indo até as últimas consequências, que deu um tom direto, e mostrou que ele não tem inseguranças com a câmera, pois mesmo sendo seu segundo trabalho com longas, trabalhou o estilo dinâmico de curtas com precisão, e o principal: sem precisar ficar enrolando com a ideia na tela.
Quanto das atuações, posso afirmar que os jovens Mahmoud Bakri com seu Chatila e Aram Sabbah com seu Reda foram bem precisos e cheios de personalidade para que seus trejeitos fossem muito bem colocados na tela pelo diretor, de modo que Aram teve atos mais fortes com as drogas e com o serviço extra que faz, botando uma entonação expressiva de alguém que usufrui das emoções no nível máximo, e assim consegue chamar muita atenção, enquanto Mahmoud já deu uma densidade mais séria para seu papel, fazendo dinâmicas mais explosivas e assim sendo o centro das ideias. Quanto aos demais personagens, cada um teve a dinâmica colocada na tela mais para dar conexão aos protagonistas, ao ponto que não chegam a ter destaques, apenas sendo influenciados ou influenciando os rapazes nos devidos momentos.
Visualmente é uma trama bem simples, mostrando uma casa/alojamento aonde vários refugiados sobrevivem, com suas comidas, quartos e uma grande área de convivência aberta aonde jogam e conversam, uma praça aonde fazem seus golpes e furtos, o apartamento da mulher grega bem bagunçado sendo usado tanto na cena com a jovem se relacionando com o rapaz, quanto nos atos finais de crime, a casa do falsificador já mais rica, e uma pequena mata aonde o jovem se relaciona em troca de dinheiro, ou seja, tudo bem básico com muitas conversas no celular com pessoas em outros países, mas sem grandes chamarizes.
Enfim, é um filme intenso e bem chamativo do tema, que não trabalhou nenhuma situação baseada na realidade, mas que flui bem na tela e consegue envolver do começo ao fim com bons personagens e situações, e como a Imovision manda para poucos cinemas, muitos acabam nem vendo essas boas obras, valendo a assinatura do pacote. E é isso meus amigos, fico por aqui hoje, mas volto amanhã com mais dicas, então abraços e até logo mais.
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