Elio em 3D (Elio)

6/19/2025 11:45:00 PM |

É até estranho se pensar em ver um filme sobre solidão ou se sentir sozinho com um Universo gigantesco que temos, ainda mais no formato de animação com um garotinho que acabou de perder os pais e vai viver com a tia, uma major da aeronáutica, mas vindo da Disney/Pixar era algo que certamente poderíamos imaginar ao menos uma trama grandiosa, cheia de nuances e tudo mais que fizesse o público desabar com a história, afinal que pessoa nunca quis viajar para o mundo dos alienígenas, falar com seres de outros planetas (é claro os pacíficos!), e até ser confundido como o líder da Terra? Porém, mesmo bem bonitinho, o longa acabou ficando morno demais, sendo daqueles que você assiste e parece não ter um sentimento para definir, ou seja, ficou parecendo que a Pixar segurou demais a equipe de direção e ao final não entregou algo que emocionasse como deveria. Claro que passa bem longe de ser algo ruim, pois é bonito, tem entrega e tudo mais, os personagens são interessantes, mas com toda sinceridade daqui alguns dias nem lembrarei de ter visto ele.

O longa nos conta que Elio é um menino de 11 anos extremamente sonhador, artístico e criativo. Sua dificuldade em se encaixar o torna um garoto solitário, mas muito imaginativo. Sua fascinação pelo espaço e sua obsessão por aliens e vida fora da Terra acabam o levando por engano para Comuniverso, um reino onde opera uma organização interplanetária que abriga representantes de múltiplas e diferentes galáxias. A aventura dos sonhos de Elio começa e rapidamente ele é confundido pelas criaturas como o embaixador e líder da Terra. A partir daí, o menino precisa superar confusões e crises intergalácticas, formar laços com vidas alienígenas e descobrir quem ele realmente é e qual é o seu verdadeiro destino.

Sei que animação é algo complexo de se filmar e geralmente são feitos por duplas de diretores e roteiristas, mas aqui com três diretores de ideologias bem diferentes, um fez "Viva", o outro "Red" e um terceiro estreante na função, acabaram entregando algo exageradamente amplo de ideias e ideais, ao ponto que o resultado até é bonito de ver, mas que o público acaba saindo da sessão sem um sentimento pela trama. Ou seja, diria que faltou um consenso maior para a equipe de direção escolher o rumo mais acertado da trama, para que ao final aquele gostinho de emoção tradicional dos filmes da Pixar funcionasse, mas ainda assim volto a frisar que ficou bonito e tecnicamente impecável, porém acostumamos com um padrão alto demais da companhia, e o básico é algo inaceitável por lá.

Quanto dos personagens, nesse sentido podemos dizer que o garotinho Elio é muito simpático, tem uma pegada meio que fechada demais, porém consegue sobrepor isso com seu carisma e dinâmicas, ao ponto que até chegamos a nos afeiçoar a ele, e isso é o mais importante em uma produção que leva seu nome, ou seja, souberam brincar bem com toda a atitude sonhadora do jovem e sua entrega na tela. Agora quem não desejar ser amigo de Glordon já perdeu o amor a vida, pois o alienígena é muito carismático, tem dinâmicas divertidas e se entrega completamente para uma amizade com o protagonista, de modo que não é apenas aquele bicho bonitinho jogado na tela para fazer gracejos, mas tendo aquele algo a mais funciona bastante. Ainda tivemos outros bons personagens como os vários aliens do Comuniverso, e a tia do garoto, mas todos ficando mais em segundo plano.

Agora visualmente o longa é um luxo, belíssimo, com um céu cheio de profundidade, um realismo monstruoso em cima dos diversos objetos e detritos que estão ao redor da Terra, mostrando o motivo de muitas viagens não acontecerem, fora toda a tecnologia alienígena com bebidas, tradutores diretos, entre muitos outros aparatos, muitas cores diferentes na tela, além de todo o lado violento de um ser com sua armadura, que por dentro é fofinho e bonitinho, ou seja, a equipe soube valorizar até o rádio amador e tudo mais com os objetos cênicos. E quanto do 3D, temos muita imersão, dando uma profundidade cênica belíssima, que quem gosta de coisas saindo da tela irá reclamar um pouco, mas do contrário o envolvimento flui demais.

Enfim, é um longa bem feito, com uma proposta muito interessante, que talvez tenha faltado atitude para ousar mais na tela, e não ser apenas algo bonitinho de se ver, e depois esquecer, então fica a dica para quem for conferir com a criançada não ir esperando tanta coisa, pois não vai acontecer. E é isso meus amigos, fico por aqui hoje, mas volto em breve com mais dicas, então abraços e até logo mais.

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