Ainda Não é Amanhã

6/01/2025 04:45:00 PM |

Costumo dizer que longas que envolvem gravidez inesperada são os mais tensos para se falar, e claro para a direção dele saber como trabalhar para funcionar na tela sem ficar artificial ou exagerado, e felizmente o filme "Ainda Não é Amanhã", que estreia na próxima quinta 05/06 nos cinemas, trouxe uma abordagem simples, direta, rápida e bem funcional do ato em si da mulher escolher o que quer para si, para seu corpo e para sua própria vida, de modo que o que vemos na tela é bem feito, mostra o processo e as consequências, e mesmo sem fazer apologia para nenhum dos lados consegue fazer sentido, o que é muito válido principalmente como cinema. Ou seja, sei que muitos vão atacar a produção, outros nem irão ver, mas a ideia ao meu ver tem de ser sempre da pessoa em si, pois o mundo só tá o caos pelas pessoas com decisões erradas, e os filmes tem de abordar sim cada tema e cada um tirar o que acha preciso ou interessante do que ve na tela, então não a toa o longa tem ganho várias premiações pela intenção e pela dinâmica muito bem representada.

A sinopse nos conta que Janaína é uma jovem de dezoito anos que mora com a mãe e a avó em um conjunto habitacional na periferia do Recife. Ela é a primeira pessoa da família a entrar na universidade, mas uma gravidez indesejada ameaça os planos que ela havia traçado.

Diria que a diretora e roteirista Milena Times soube ter uma estreia em longas sendo singela com o tema, pois dava para fazer dois tipos bem diferenciados de trabalho com a situação, e por vezes poderia ter virado até um capítulo de novela, mas felizmente o resultado flui como cinema, traz a proposta na tela, mostra a escolha da garota frente a tudo o que está acontecendo com ela, e também mostra o impacto do remédio, mas também a ajuda das amigas e claro a sinceridade final da mãe, ou seja, vemos a proposta bem direcionada e bem dirigida, que funciona e sem enfeitar o doce, entrega bem um começo, meio e fim.

Quanto das atuações, a jovem Mayara Santos trabalhou bem toda a síntese que sua personagem Janaína precisava mostrar, desde os estudos difíceis na faculdade, a diversão no baile e no amor, a cobrança da família, e claro a dor da descoberta inesperada e dos remédios na escolha feita, mas mais do que isso, trabalhou olhares e emoções com boa sinceridade e estilo, o que acabou agradando e funcionando bastante. Vale destacar também em cena Bárbara Vitória com sua Kelly bem amiga da protagonista e sabendo encontrar conselhos, colo e boa sintonia, aonde o resultado funciona na tela. O longa contou com muitos atores e atrizes estreantes em longas, mas todos bem centrados e chamativos aonde precisavam, valendo também citar com boas dinâmicas, principalmente no fechamento Clau Barros como a mãe da protagonista e Cláudia Conceição como a avó, mas dentro de uma boa síntese não precisaram se mostrar muito para o resultado focar bem mais na jovem garota.

Visualmente a trama também foi bem simples, sem grandes anseios visuais, mas totalmente representativa, como o condomínio periférico aonde os personagens moram, o baile cheio de jovens na noite, toda a condução para ir estudar longe, o ambiente da faculdade aonde a jovem com seu financiamento busca opções de bolsas para ir mais além, o apartamento da amiga, e claro a forma ilegal de se conseguir o remédio, além dos modos de chás e tudo mais, sendo tudo sem grandes formatações, mas simbólico na medida.

Enfim, é um filme que não vai além da proposta, o que não é ruim, pois funciona de forma inteligente e sutil, e assim vale a recomendação de conferida na data de estreia. E é isso meus amigos, fico por aqui agradecendo o pessoal da Sinny Assessoria e da Embaúba Filmes pela cabine, e volto mais tarde com outras dicas, então abraços e até logo mais.


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