O filme acompanha a história de Luna, uma jovem que busca por sua mãe, que desapareceu no último dia de Carnaval em Guarapari, cidade litorânea do Espírito Santo. Ao mergulhar mais fundo na investigação, Luna descobre um antigo prédio aparentemente vazio, mas que na realidade é habitado por almas atormentadas. A atmosfera de suspense e pavor aumenta à medida que Guarapari, famosa por suas belas praias, deixa de ser um destino turístico movimentado, tornando-se um cenário assombrado pela busca implacável de Luna.
Claro que quem não conhece o estilo do diretor Rodrigo Aragão talvez não se conecte por completo à proposta da trama, mas quem já viajou para cidades turísticas fora de temporada sabe que ruas e prédios viram quase ambientes fantasmas, então a base foi colocar essa onda junto de uma dona de um prédio antigo que não quer ficar mais sozinha após os velhinhos que moravam ali deixarem o plano terreno, ou seja, é um filme bem básico que dá para pegar bem a ideia logo de cara, e que usando das sempre boas maquiagens e efeitos práticos (sem ou com bem pouca computação), ele conseguiu simbolizar toda a densidade dramática e causar com a entrega na tela. Ou seja, é daqueles filmes que você não vai precisar pensar muito, e que a violência visual funciona, que quem curte o estilo do diretor talvez até ache um pouco calmo demais, mas que certamente muitos que forem conhecer, acabarão procurando por mais dele.
Quanto das atuações, diria que Lorena Corrêa ficou um pouco surtada demais com sua Luna, ao ponto que até temos pessoas que se desesperam após algumas situações, mas chega a ser exagerado demais alguns atos seus, não que isso tenha atrapalhado o andamento do longa, mas ficou mais difícil de se conectar com suas atitudes. Gilda Nomacce faz tantos filmes de terror que já deve ver algumas coisas estranhas pela sua casa, e aqui sua Dora é a base tradicional de alguém com problemas e que está disposta a tudo para manter seu prédio com o maior número de pessoas o ano inteiro, e não apenas no verão, fazendo trejeitos fechados, mas totalmente apropriados para os momentos da trama. Assim como o papel da garota, a mãe vivida por Rejane Arruda é meio explosiva demais em cena, fazendo com que sua Marina até tivesse um tom fora do eixo em alguns atos, mas no decorrer do final da trama o resultado acaba sendo convincente. Já o rapaz Caio Macedo tentou puxar um lado meio cômico e se perdeu, depois trabalhou o lado mais sofrido e ficou estranho, até que o lado mais desesperado funcionou, mas não teve muito tempo para trabalhar isso, então não deu para ele. Quanto ao casal de velhinhos diria que dava para ter brincado mais com eles, pois os atores Walter Filho e Thelma Lopes tinham tudo para chamar muita atenção e desenvoltura na tela, ainda mais do que fizeram com seu pouco tempo de cena.
Visualmente o longa trabalha basicamente o prédio bem feio pelo exterior, sendo algo até estranho de ter moradores na época do Carnaval ou do verão capixaba, quartos simples e básicos, mas depois quando a situação bota para quebrar, aí já temos muito sangue, cruzes, iluminações, facas, algemas e tudo mais com muita maquiagem plástica característica do diretor para dar as devidas nuances na tela. O único aquém que pontuaria foram as cenas dos velhinhos vivos ainda, que a fotografia ficou rosada demais, e com um cenário falso de nuvens, que dava para ter melhorado para não ficar tão artificial.
Enfim, é um filme simples e bem feito, que fez parte de um projeto que o diretor esteve presente, então não é uma obra tradicional sua, que mostra que o cinema nacional também sabe brincar com o terror, mas não vá conferir esperando algo gigantesco, afinal não é o estilo nem do diretor, nem desse projeto, então fica a dica para a conferida nas cidades que entrar em cartaz a partir da próxima quinta. E é isso meus amigos, fico por aqui agradecendo o pessoal da Sinny Assessoria e da Retrato Filmes pela cabine, e volto amanhã com mais dicas, então abraços e até lá.
0 comentários:
Postar um comentário
Obrigado por comentar em meu site... desde já agradeço por ler minhas críticas...