Extermínio: A Evolução (28 Years Later)

6/19/2025 02:41:00 AM |

Quem me segue nas redes sociais viu que peguei para rever (ou ver no caso do segundo filme) os longas "Extermínio" e "Extermínio 2" nas últimas semanas, porém foi um tempo digamos apenas desperdiçado (embora sejam ótimos filmes), já que poderia ter visto algo novo, mas tudo bem, afinal como não gosto de ler nada antes de conferir um filme, imaginava que o novo "Extermínio: A Evolução" fosse usar algo deles, que fosse pelo menos do primeiro que é do mesmo diretor e do mesmo roteirista, mas não usaram absolutamente nada, de modo que quem for conferir basta saber que um vírus dizimou a população da Grã-Bretanha, e alguns poucos sobreviventes 28 anos depois da epidemia se encontram isolados em ilhas e/ou comunidades com suas próprias regras, afinal no continente os zumbis que não morreram de fome seguem comendo o que tiver na sua frente com um instinto assassino, e ponto final. A partir daí temos um longa que saiu do terror e caiu mais para o suspense, com um jovem que após um conflito resolve sair em busca de um médico para curar sua mãe doente, e vemos sua jornada com tudo que ocorre. O mais engraçado é que a trama teve tudo para me deixar irritado: coisas sem explicação (como os zumbis viraram clãs?), ritmo meio que devagar para quem viu os outros longas frenéticos, e principalmente sem um fechamento efetivo (sim, o longa tem um começo/meio/fim, mas fecha com algo novo no meio de uma nova jornada do garoto), mas acabei envolvido com o estilo que me foi entregue, ao ponto que gostei bastante do que vi, e assim espero que a continuação venha logo, afinal quero saber o que vai rolar!

A sinopse nos conta que já se passaram quase três décadas desde que o vírus da raiva escapou de um laboratório de armas biológicas e, neste momento, mesmo permanecendo em uma quarentena implacável, alguns encontraram maneiras de existir em meio aos infectados. Um desses grupos de sobreviventes vive em uma pequena ilha conectada ao continente por uma única passagem fortemente defendida. Quando um dos grupos deixa a ilha em uma missão no coração escuro do continente, ele descobre segredos, maravilhas e horrores que provocaram mutações não apenas nos infectados, mas também em outros sobreviventes.

Claro que estava com uma expectativa bem alta para o filme, afinal voltando o diretor Danny Boyle e o roteirista Alex Garland, que fizeram o original lá em 2002 quando praticamente ninguém falava em epidemia, pandemia, quarentena e tudo mais que aprendemos a colocar nos nossos vocabulários e nem eles eram tão famosos, porém acredito que justamente por sabermos bem mais sobre o assunto que ele quis ir por um outro vértice, que é o famoso fato da jornada do herói, de tentar levar alguém que irá experimentar o caos, tendo nascido já fora do mundo normal, e ao buscar a cura de uma doença que sua mãe tem que ninguém sabe (ou quer) lhe explicar o que é, acabou dando um tom bem mais "inteligente" para a proposta. Claro que dava para ter trabalhado um pouco mais algumas dinâmicas e enxugado outras, mas o diretor com seu estilo mais fechado soube trabalhar bem o roteiro e brincar com as facetas que tinha para usar, agora é ver como a continuação se sairá com Nia DaCosta, afinal o diretor deixou a parte dois do roteiro de Garland para que a jovem diretora dê o tom, e detalhe que já está em pós-produção, ou seja, já foi filmado e estreia no ano que vem!

Quanto das atuações, posso falar que o jovem Alfie Williams estreou um papel de protagonismo com todas as letras possíveis, pois o filme é de seu Spike do começo ao fim, fazendo trejeitos bem marcantes e chamativos, conseguindo amarrar seus elos sem forçar, e principalmente dominando a presença cênica, algo que muitos atores experientes não conseguem fazer durante uma trama inteira, ou seja, dá para apostar nele quando ficar mais velho, claro se não desandar. Jodie Comer trabalhou sua Isla com muita personalidade, e seus atos confusos são tão impecáveis que bate até um certo desespero, e quando lúcida seu semblante muda por completo, ou seja, se jogou bem e soube segurar as dinâmicas na tela junto do garoto. Aaron Taylor-Johnson é daqueles atores que pedem o filme para si, e seu Jamie é explosivo e chamativo até demais nos primeiros momentos da trama, de forma que quase rouba a cena para si, mas ao menos fez bem a passagem e trabalhou com algo centrado no que fez, o que não acabou estragando o longa. Agora quem também valeria terem explorado mais é Ralph Fiennes com seu Dr. Kelson, pois o ator domina o que tiver que fazer, da cor que o colocarem ou com um quilo de maquiagem, e aqui ele soube ser sutil e impactante com a densidade que o papel e o momento pedia, mas que não vai muito além por ser importante apenas ali. Tivemos alguns outros personagens, mas a trama de nenhum se desenvolveu, então nem vou destacar mais ninguém, afinal quem não morreu rápido, apareceu pouco, e assim não vale as teclas do teclado.

Diferente dos outros dois filmes da série que são extremamente escuros (assisti eles em 4K e olha que a TV penou para detalhar alguns atos), aqui tivemos no contexto visual muito verde, cenas com sol e boas dinâmicas dentro dos tons mais amplos, ao ponto que tudo cenograficamente funciona e é possível ver em detalhes, desde a vila na ilha com suas casinhas tradicionais, uma festa ampla de recepção para a volta da primeira caça do garoto, uma casa abandonada praticamente caindo aos pedaços na floresta aonde o jovem e o pai se escondem, depois uma igreja bem destruída aonde o rapaz e a mãe dormem, um trem abandonado, um posto de combustíveis com uma cena bem explosiva, e claro toda a floresta, os zumbis bem magros nus correndo iguais uns malucos com tudo balançando, outros zumbis gigantescos e gordos, e claro muito sangue para tentar impactar.

Sonoramente a música do trailer, e que é usada no filme, para quem não conhece é um poema chamado "Boots" de Rudyard Kipling, que descreve a marcha da infantaria britânica pelos assentamentos da África, aonde muitos morreram marchando sem parar com uma tortura psicológica monstruosa que até hoje é usada em muitos treinamentos militares, e além dela o longa conta com várias outras canções e trilhas que deram a devida dinâmica na tela.

Enfim, posso dizer que gostei bastante do que vi, mas que talvez com poucos ajustes mais explicativos, e quem sabe cortar alguns elos desnecessários o resultado surpreenderia e impactaria bem mais, mas ainda assim é um ótimo filme para ser conferido agora, ou no ano que vem para já ir ver a continuação direta. E é isso meus amigos, fico por aqui hoje, mas volto amanhã com mais dicas, então abraços e até logo mais.


0 comentários:

Postar um comentário

Obrigado por comentar em meu site... desde já agradeço por ler minhas críticas...