O mais bacana do estilo do diretor e roteirista Tyler Perry é que ele é daqueles que sabe conduzir bem uma trama sem fazer com que tudo exploda fácil, e aqui como disse no começo, eu mesmo já tinha matado a charada, mas ele me fez esquecer dela completamente durante tudo o que vai acontecendo, com as insanidades e tudo mais, que quando volta na pegada já achei brilhante, ou seja, soube amarrar tudo com um laço, entregando tantas dinâmicas que a base principal vira irrelevante num primeiro momento, e depois funciona demais. Claro que esse é seu jeito de trabalhar, e a proposta aqui foi muito ousada, afinal poderia dar milhões de erros, poderia ficar completamente inverossímil, mas agrada com toda a pegada possível, e assim facilmente virou um sucesso na plataforma, aonde muitos se emocionam ao se conectar com a jornada da protagonista, outros se irritam com tudo o que vai acontecendo, mas uma coisa acaba sendo inegável, o diretor não deixa que você saia da sessão sem um sentimento, e digo mais, mesmo quem tem mania de ver filme picotado na plataforma não conseguirá desgrudar o olho da tela, e isso é fazer cinema da forma mais acertada possível.
Quanto das atuações, diria que Taraji P. Henson assinou mais o filme que o diretor, pois facilmente o longa não era um filme de ator, como costumamos chamar longas aonde nem lembramos do diretor, e sim das dinâmicas e entregas na tela, e o filme tinha a pegada fácil para algo mais propriamente dito de desenvolvimentos de direção, mas a Janiyah dela tem vida própria, ao ponto que você vê facilmente na tela seus improvisos, seu desespero e todos os trejeitos perfeitamente escolhidos para fazer com que o público fixe o olhar na tela, se conecte com ela, e ao final tenha vontade de abraçar e levar ela para fora do banco assim como a gerente fez, ou seja, foi mais do que perfeita. Outra que foi tão precisa, embora um pouco "forçada" demais, foi Teyana Taylor com sua Detetive Raymond, de modo que trabalhou bem a intensidade da personagem, e claro do roteiro que lhe foi dado, sabendo se impor bastante, porém como disse, exagerou um pouco nos trejeitos, de modo que parecia mais uma modelo do que uma policial, e isso pesou um pouco na entrega, e se fosse na vida real, qualquer um dos demais policiais não apostaria uma vírgula nela. Ainda vale claro dar um belo destaque para Sherri Shepherd como a gerente do banco que mesmo apavorada com tudo o que estava acontecendo, ainda teve humanidade e transpareceu todas suas emoções e desenvolturas na tela, ao ponto que chama a atenção para si sem roubar a da protagonista, ou seja, foi bem no que fez.
Visualmente a trama teve uma pegada bem marcante, com cenas de crimes fortes desde a batida do carro pelo policial e sua intensidade no meio da chuva, o despejo com todas as coisas jogadas para fora, a cena no corredor da escola, o mercado abarrotado de clientes (não sei se algum tipo de promoção), o assalto no mercado, e claro todo o restante da trama dentro de um banco simples, tradicional, com suas mesas de atendimento, caixas e tudo mais que vemos em muitos filmes e na vida real também, com diversos carros de polícia, FBI e tudo mais do lado de fora, além da arma e da bomba de brinquedo, ou seja, tudo bem funcional para marcar e agradar, além da multidão que aparece com suas faixas de protesto para a dinâmica do longa, e depois toda a revelação marcante mostrando tudo tintim por tintim.
Enfim, é daqueles filmes que certamente ficam marcados por acertar tão bem o público, que não fica jogado em momento algum, e principalmente que consegue envolver dentro de uma história cheia de facetas que poderiam dar muito errado, mas que felizmente não deu, e sendo assim vale muito a pena recomendar. E é isso meus amigos, fico por aqui hoje, mas volto amanhã com mais textos, então abraços e até logo mais.
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