O longa nos conta que Kat é uma professora de humor de improvisação que começa a questionar se perdeu sua chance ao sucesso. Quando um policial disfarçado oferece a ela um papel decisivo, ela recruta dois de seus alunos para se infiltrarem nas gangues de Londres disfarçados de criminosos perigosos.
Diria que o diretor Tom Kingsley soube trabalhar de uma forma tão bem feita a arte do improviso com seus personagens, que se não fossem atores tão conhecidos apostaria que eles realmente improvisaram em cena, pois vemos as dinâmicas soltas e as situações tão fora do eixo que por milésimos não quebraram o ritmo e jogaram as coisas para o alto em diversos momentos, e isso mostra a segurança que ele teve com o roteiro que tinha em mãos. Claro que o filme tem atos escrachados e até exagerados, mas como a dinâmica pedia um pouco disso, o resultado final acaba fluindo fácil e parece até um algo a mais. Ou seja, é daqueles filmes que facilmente você não dá nada, mas que sabiamente brincam com você, e ao final acabamos querendo até mais um pouco, e isso acontecer com comédias é dificílimo, então foi um trabalho brilhante da direção.
Quanto das atuações, o elenco é bem estrelado e mostrou que Bryce Dallas Howard conseguiu mudar sua personalidade mais fechada na maioria dos filmes que faz para uma Kat solta e desenvolta, sabendo exatamente aonde se pontuar para jogar suas dinâmicas e agradar como uma professora de improviso, mas sem dúvida seu grande ato foi no momento da reunião dos amigos e família, pois ali se jogou por completo. Outro que entrou demais no personagem foi Orlando Bloom com seu Marlon, pois mostrou tantas facetas em cena que chega a ser brilhante, trabalhando a atuação dentro da atuação e dando todas as nuances e dinâmicas da criação de um personagem, sendo perfeito para o papel. É engraçado que diferente das muitas séries que o levou a muitas premiações, no cinema Nick Mohammed é praticamente um desconhecido que sempre fez papeis bem secundários, e aqui seu Hugh tem atos tão cheios de entrega, que seu lado pequenino e mais fechado caiu perfeitamente para o papel, brincando com isso e até se soltando para algumas boas jogadas. Tivemos ainda bons momentos de Sean Bean como o policial que recruta os atores, Paddy Considine como um traficante que está querendo parar com essa vida, mas ainda tem de trabalhar, Sonoya Mizuno fazendo bons momentos com sua Shosh, mas sem dúvida que se entregou bem entre os secundários mesmo com poucas cenas foi Ian McShane com seu Metcalfe imponente e cheio de traquejos, além dos dois policiais bobos que Ben Ashenden e Alexander Owen fizeram.
Visualmente a trama teve uma entrega bem bacana, mostrando desde o emprego entediante do rapaz, o ator que só conseguia papeis para propagandas ruins, e a jovem atriz que virou professora para conseguir sobreviver, mostrando o pequeno bar-teatro que trabalha, depois vamos para o bar do traficante cheio de bebidas e pessoas de estilos duvidosos, uma emboscada num outro ponto, e claro a mansão do chefão, tendo os devidos ambientes bem cheios de elementos cênicos, as sacadas de quebras de garrafa como arma e tudo bem trabalhado na tela, mas a perseguição de um carro de polícia a bicicletas sendo pedaladas quase em ritmo lento foi exagerar demais na esquete, mostrando que a equipe de arte quis dar seu show também.
Enfim, é um filme inusitado, cheio de nuances e divertido, que certamente fará muitos rirem em vários momentos e não precisou ficar forçando tanto para ser engraçado na tela, tendo boas dinâmicas e claro sacadas improvisadas, afinal o nome já diz tudo. Então fica a dica para a conferida, e eu fico por aqui hoje, então abraços e até logo mais.
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