Elena

6/01/2013 08:04:00 PM |

Até que ponto um filme alternativo consegue beirar o limite de não incomodar o público que vai assistir ele comercialmente? Essa é a premissa que "Elena", documentário de ingresso de Petra Costa em longas-metragens, vem enfrentando por ser algo completamente diferente do que o público está acostumado a ver nos cinemas, pois não é nem um documentário tradicional, muito menos um drama ficcional. O longa beira mais uma homenagem de uma irmã para outra, mas contado de forma introspectiva e auxiliado por uma montagem precisa que acaba nos envolvendo com o brilhantismo sensato de uma história real e ao mesmo tempo imaginário por elucidar a imaginação que cada irmão cria do outro. Com isso o filme acaba mesmo que muito diferenciado agradando tanto visualmente quanto pela história que é contada, embora ele não tenha tino comercial nenhum, o que acabou me surpreendendo por passar numa sala comercial com um público até que considerável e não como aconteceria tradicionalmente num festival depois de meses da estreia.

O longa nos mostra que ao viajar para Nova York, Elena segue o sonho de se tornar atriz de cinema e deixa no Brasil uma infância vivida na clandestinidade, devido à ditadura militar implantada no país, e também a irmã mais nova, Petra, de apenas sete anos. Duas décadas depois, Petra, já atriz, embarca para Nova York atrás da irmã. Em sua busca Petra apenas tem algumas pistas, como cartas, diários e filmes caseiros. Ela acaba percorrendo os passos da irmã até encontrá-la em um lugar inesperado.

O interessante do filme é a forma da busca interior da própria diretora que consegue se entregar completamente dentro de um longa que busca fazer uma homenagem póstuma para sua irmã, e com isso acaba mesmo que num filme extremamente narrado, o que particularmente não me agrada nem um pouco, agradando com uma história de vida difícil, mas que de forma bem contada acaba sendo bonita e pra isso a diretora trabalhou muito bem tanto com imagens de arquivos familiares e quando não projeta imagens criadas com uma câmera empunhada de maneira precisa para elucidar um visual perfeitamente belo.

O longa pode cansar um pouco os mais desavisados que chegarem prontos para ver um filme comercial, mas se aproveitado de uma maneira interior e tentar se projetar no lugar da diretora até que se consegue aproveitar muito mais do filme e o que acabamos tendo é uma experiência bem bacana com tudo que é mostrado na tela do cinema.

No geral eu o recomendo pra todos e todas que pretendem seguir a carreira artística, para ser usado como referência na busca interior para se conhecer melhor e se autoprojetar no personagem que irá fazer. Além desses, recomendo também para quem já está cheio de filmes tradicionais, pois este é completamente diferente principalmente se levarmos em conta os documentários pessoais que muitos artistas vêm fazendo na constante modinha que anda por aí. Enfim, se você gosta de filmes alternativos a chance de gostar desse é bem alta, mas se não gosta até pode começar a gostar vendo um que não chega a ser tão rebelde como costumam ser os filmes alternativos. Fico por aqui praticamente fechando essa semana cinematográfica, terei uma pré-estreia no meio da semana e claro chegando aqui já compartilho com vocês, além de um Cinecult que irei ver na quinta-feira, então abraços e até terça pessoal.


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A Fuga do Planeta Terra em 3D

6/01/2013 01:04:00 AM |

Tem dias que eu fico pensando o motivo de as pequenas distribuidoras não fazerem tanto sucesso, afinal acabam pegando até bons filmes para distribuir, mas sempre costumam ter poucos espectadores e a conclusão que chego é que elas têm o mesmo problema que bons filmes brasileiros: a falta de uma divulgação massiva. Pois fui hoje conferir "A Fuga do Planeta Terra" sem nem ter visto um trailer se quer, apenas vi na programação e fui porque vejo tudo, senão seria mais um desenho bem bacana que acabaria passando e iria ficar sabendo dele daqui alguns anos quando passasse na TV. E embora seja razoavelmente infantil, o longa trás situações bem divertidas, com personagens carismáticos e bem modelados, de forma a ser bem empregado o 3D durante toda a exibição. Poderia ser um pouco menos exagerado na questão infantil, mas cumpre bem o papel de colocar um filme tanto para os pequeninos quanto para os pais que forem levar as crianças ao cinema, e é outro que me deixou curioso para ver a versão legendada, visto o alto time de estrelas americanas que fazem parte do elenco.

A animação nos mostra que Scorch Supernova é um herói interplanetário bastante conhecido, já que seus feitos costumam ser televisionados para todo o planeta Babum. Isto faz com que ele se torne uma lenda para as crianças, graças também à ajuda de Gary, o diretor da Missão BASA Control e seu irmão. Namorando a bela repórter Gabby Tagarela e tendo o sobrinho Kip como fã número um, Scorch tem sua vida alterada ao ser enviado em uma missão no planeta proibido, também conhecido como Terra. O problema é que nenhum astronauta retornou de lá e, por causa disto, Gary não quer que o irmão embarque nesta aventura. Scorch nem se importa com os alertas e viaja assim mesmo, não sem antes desfazer a parceria com Gary. Porém, quando Scorch é capturado pelos terráqueos em meio a uma transmissão ao vivo pela TV, Gary não vê outra alternativa a não ser também viajar à Terra para salvá-lo.

A história em si é bem simples e conta com todos os possíveis clichés de histórias alienígenas, mas é feito de uma forma tão bem explicadinha para as crianças que acaba ficando até bem bonitinha, além claro de algumas piadas e colocações mais adultas colocadas para que os pais que forem levar os filhos não fiquem apenas vendo um desenho no estilo que elas colocam para repetir mil vezes em casa, dentre essas piadas destaque claro para as invenções feitas pelos ETs. O diretor estreia na direção de longas de animação com esse filme, mas possui uma vasta carreira trabalhando na arte de outras boas animações e esse primor artístico é notório com a quantidade de cores que usa, colocando personagens bem característicos de forma que você sabe exatamente qual é qual, além de associar bem trejeitos e modos de cada um dos bonecos, facilitando demais para qualquer criança de bem pouca idade. E olhando as carinhas da garotada que estava na sessão era facilmente visto o brilho que o longa trouxe pra elas.

O engraçado dos personagens é que como o longa foi feito totalmente voltado para os pequenos, as morais da família, amizade e colaboratividade estão presentes em quase todos os momentos, além de colocar em suma a grande briga entre inteligência e força. Então o que se vê é sempre os protagonistas variando entre todas essas casas na tentativa de passar lições para a garotada. Além disso, todos sempre são, mesmo que alguns mais feios e monstruosos, alegres e divertidos, de tal forma que até mesmo os vilões acabam fazendo besteiras para que ríamos mais deles do que ficássemos bravos com suas maldades. Todos também são bem carismáticos, mas não me afeiçoei mais com nenhum deles, talvez por serem bem homogêneos na concepção e divisão de tela entre todos.

O conceito visual criado para o filme é muito bacana e envolve de tudo um pouco desde arquivos de imagens em preto e branco, passando pela modelagem 3D tradicional e até mesmo o uso de uma animação 2D simples num vídeo sensacional que ensina os alienígenas como devem conviver com os humanos, não tem como não rir dele. E esse grande gama de técnicas de animação é interessante para mostrar que os idealizadores mesmo não sendo de grandes estúdios sabem trabalhar bem com o pouco que possuem de forma a dar um resultado excelente gastando pouco. O realce da iluminação sobre os personagens faz com que as cores tenham bem mais vida, deixando o longa mesmo nos momentos mais "tensos", se é que podemos dizer isso das cenas de tirania dos vilões, sempre alegres e coloridos. Os efeitos 3D estão bem presentes tanto na profundidade de campo que amplia bastante os cenários onde os personagens aparecem, além de vários objetos jogados para fora da tela. Não é a melhor animação 3D que já vi, mas pelo menos faz valer o ingresso mais caro que muitos pagarão.

Enfim, é um filme feito para crianças que muitos até poderão achar bem ruim, mas que convence principalmente no quesito visual. Poderia ter sido mais bem trabalhado no roteiro para que os personagens tivessem alguma cadência maior no quesito de porque fazer algumas coisas, mas no geral agrada e deve ser desses que alguma emissora paga vá passar mais vezes até do que as abertas. Fica como recomendação para levar a garotada já que até o meio de Junho não teremos muitas opções para elas. Fico por aqui, mas ainda alguns filmes para falar nessa semana, então abraços e até bem breve pessoal.


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Além da Escuridão: Star Trek em 3D

5/31/2013 01:53:00 AM |

Bom, não sou nem fã da série original, muito menos um aficionado por filmes de ficção científica, portanto fui ao cinema hoje conferir a pré de "Além da Escuridão: Star Trek" sem nenhum precedente. E o resultado de ir sem expectativas é bom, pois o filme é muito forte em todos os sentidos, a começar pelo feitio de efeitos digitais e sonoros, que se você não gostar de filmes bem barulhentos fique na sua casa, mas que são de um primor ímpar de fazer você pensar o quão caro foi fazer a revolução na forma do cinema. Comparado ao primeiro filme, claro focando apenas nessa nova roupagem, esse longa tem um pouco menos de história e muito mais ação, já começando num ritmo frenético, onde aparentemente o diretor já mostra que o visual vai ser algo relevante para observarmos, mas se colocado junto com as aparições e reviravoltas que temos no longa inteiro, o resultado somado é bem satisfatório e pela cara dos fãs que estiveram na sessão, onde só se ouvia que voltariam pra rever, agradou bastante a todos.

A sinopse nos mostra que em sua nova missão, a tripulação da nave Enterprise é enviada para um planeta primitivo, que está prestes a ser destruído devido à erupção de um vulcão. Spock é enviado para dentro do vulcão, onde deve deixar um dispositivo que irá congelar a lava incandescente. Entretanto, problemas inesperados fazem com que ele fique preso dentro do vulcão, sem ter como sair. Para salvá-lo, James T. Kirk ordena que a Enterprise saia de seu esconderijo no fundo do mar, o que faz com que a nave seja vista pelos seres primatas que habitam o planeta. Esta é uma grave violação das regras da Frota Estelar, o que faz com que Kirk perca o comando da nave para o capitão Pike. A situação muda por completo quando John Harrison, um renegado da Frota Estelar, coordena um ataque a uma biblioteca pública, que oculta uma importante base da organização. Não demora muito para que Kirk seja reconduzido ao posto de capitão da Enterprise e enviado para capturar Harrison em um planetóide dentro do império klingon, que está à beira de uma guerra com a Federação.

Bom, praticamente a sinopse sozinha já disse o filme inteiro, claro que ainda existem algumas boas reviravoltas durante todo o filme, que a cada dia que passa mostra um potencial maior de J.J. Abrams de tal forma que o diretor soube gastar bem o orçamento principalmente nas cenas de ação. Claro que muitos irão reclamar disso, mas é de sua linha fazer filmes mais ágeis onde a história até muitas vezes acaba despercebida. Não estou dizendo que o longa não possua história para ser contada, muito pelo contrário, até temos boas revelações, pelo menos pra mim que não conheço praticamente nada da série, mas convenhamos que dessa vez ele pôs muito mais tiroteio e coisas explodindo que tudo. O interessante de colocar todos esses elementos de ação é que os 132 minutos acabam parecendo bem menos, com o filme acabando em instantes. Outro ponto claro no filme é a desenvoltura que J.J. optou por colocar além de ação, algumas pitadas de romance e também bons elementos cômicos, não pesando tanto a mão apenas no quesito ficção científica. Agora é aguardar o que o diretor irá aprontar no novo Star Wars, já que também irá fazer parte agora da outra franquia.

Esse longa possui uma quantidade exagerada de personagens e se ficasse falando da atuação individual de todos, o texto não acabaria nunca e ficaria monótono demais, portanto vou falar dos três principais e do restante apenas digo que fizeram bem seus papéis, desempenhando o máximo para que o filme ficasse interessante e até cômico em algumas cenas. Chris Pine não consegue me convencer de que pode ser um capitão de uma super nave, seu perfil estaria mais para qualquer outro papel, menos pra esse, e mesmo em seus atos mais heroicos ainda continua sendo apenas simplório, não consigo imaginar alguém que ficasse melhor no papel, mas prefiro dizer apenas que sua atuação foi dentro dos conformes sem exaltar praticamente nada. Zachary Quinto em compensação é praticamente o Spock nítido, fazendo todas as formas, trejeitos e tudo mais que possamos imaginar para o personagem, nesse longa ainda fez mais alguns pontos ao explicar seus sentimentos de uma forma brilhante e comovente, além claro de tomar uma ótima piadinha com seu visual. Benedict Cumberbatch foi a melhor escolha que poderiam ter feito para o personagem do vilão, pois ao mesmo tempo que com pena dele em algumas cenas, sua tirania e crueldade nas cenas que se passam depois faz com que o espectador crie muita raiva dele, e isso é ser vilão na minha opinião.

O quesito visual do filme está mais do que perfeito, mostrando um trabalho digno de uma equipe de arte competente que com toda certeza fez tudo e mais um pouco do que o diretor pediu. Como disse, o longa já começou mostrando cores e texturas impressionantes de tal forma que víamos cada elemento bem pensado para a trama. Logo mais tudo é bem colocado de forma a dar ganho de tela, e isso só foi possível com o uso de excelentes câmeras que o diretor optou em usar ao invés de usar diretamente as câmeras 3D, porém isso pecou no efeito 3D que acabou sendo convertido e muito pouco usado, claro que nas cenas onde vemos algum elemento na tecnologia 3D, fizeram o máximo para que agradasse, mas acabou ficando com menos profundidade de campo do que poderia ter. A Enterprise sendo mostrada em diversos momentos com todos os seus detalhes, foi um deslumbre na tela. A fotografia também soube trabalhar de forma bem interessante com tudo que possuía, utilizando uma iluminação de diversas paletas para que ao serem combinadas com os efeitos especiais não tirassem seu mérito. Os efeitos usados, e não são poucos, também são todos cabíveis para o gênero, claro que já houve muita discussão sobre o barulho no espaço, mas isso temos de relevar.

Outro ponto que vale muito a pena se prestar atenção é na trilha sonora usada, onde Michael Giacchino utilizou muitos remixes, trabalhando de forma a ajudar mais ainda o ritmo da trama, e com isso conseguiu efeitos bem interessantes, dando uma sonoridade diferente do usual que veríamos num filme do gênero. A parte de sonoplastia ficou muito forte, e dependendo do cinema que você for ver, a chance de sair com dor de cabeça pelo tanto de estouros é alta, mas isso é o preço que pagamos para ver um bom filme de ação.

Enfim, é um bom filme, que deve agradar bastante os fãs do gênero, claro que sempre existirão os que vão reclamar de algo, mas se você gosta de algo bem produzido com efeitos de primeira linha com toda certeza irá gostar do que verá aqui. Como falei no início, se você não é fã de filmes barulhentos fique em casa, pois não economizaram em nada nas explosões. Bem é isso pessoal, gostei do que vi, mas também não posso falar que foi o melhor filme que já vi, apenas algo extremamente bem produzido que agrada. Ele estreia apenas no dia 14 de junho, mas algumas cidades estão tendo sessões de pré-estreia pagas, então quem quiser conferir ele antes só dar uma conferida no site da Paramount. Fico por aqui, mas ainda temos mais alguns filmes para conferir nessa semana, então abraços e até bem breve pessoal.


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Se Beber, Não Case - Parte 3

5/30/2013 06:13:00 PM |

É engraçado que quando fui assistir a segunda parte, cheguei com tantas expectativas que embora o filme não fosse tão ruim, saí da sala muito nervoso com o que tinha visto e com o excesso de exageros para fazer o espectador rir. Bem, como a reclamação não foi só minha, o diretor Todd Phillips veio com uma roupagem completamente para o novo "Se Beber, Não Case - Parte 3", de forma que embora tenha algumas cenas no miolo um pouco cansativas, na sua maior parte o longa é completamente divertido sem precisar forçar para que o público dê risadas e fecha com chave de ouro em uma cena pós-crédito que pode ser considerada a melhor cena do filme, então se você é daqueles apressadinhos que nem começou a subir os créditos já sai da sala, espere um pouquinho.

Nessa nova parte, a sinopse nos mostra que Alan (Zach Galifianakis) está deprimido devido à morte de seu pai. Preocupado com o cunhado, Doug (Justin Bartha) sugere que ele vá até um lugar chamado New Horizons, que pode torná-lo um novo homem. Alan apenas aceita a sugestão após Phil (Bradley Cooper) e Stu (Ed Helms) concordarem em levá-lo, juntamente com Doug. É o início de uma nova viagem do quarteto, que acaba sendo interrompida bruscamente pelos capangas de Marshall (John Goodman). O malfeitor está atrás de Chow (Ken Jeong), que lhe aplicou um golpe milionário, e acredita que os amigos ainda possuam contato com ele. Após sequestrar Doug, Marshall dá a Alan, Stu e Phil um prazo para que encontrem Chow e devolvam as barras de ouro por ele roubadas, caso contrário todos morrerão. O que o trio não esperava era que, para reencontrar Chow, teria que ir até Tijuana, no México, e também em Las Vegas.

O bacana da versão é que mantiveram a boa produção dos demais e arrancaram praticamente tudo de apelativo que tinha, construindo um longa bem dosado tanto em critérios de diversão como em boas situações que os personagens se metem. O longa começa com praticamente tudo que já vimos de divertido no último trailer exibido nos cinemas, e com isso já comecei a ficar preocupado se seria apenas aquilo que iriam colocar para nos fazer rir, mas acaba que mesmo desacelerando nas piadas e situações cômicas, a segunda parte acaba tendo uma boa dose de ação onde os personagens acabam fazendo coisas bacanas. Logo que entra em sua parte final, muito dos rumos já são esperados e tudo caminha de forma interessante, porém o que ninguém esperava mesmo era a cena pós-crédito que até já estava acreditando ter sido deixada para um quarto filme, mas aí é que o diretor mostra que é bom de concisão e dá um ótimo encerramento para esse não necessitando de um próximo, mas que deve acontecer. Outro ponto bom da trama é que os personagens mais engraçados da franquia Alan e Chow, acabam dominando mais a trama e isso deixou o longa mais divertido sem que precisasse dos outros personagens que na minha opinião são bem fracos.

As atuações estão bem interessantes e mostram que os personagens estão mais maduros nesse novo filme, conseguindo divertir sem apelar e claro que o principal é Zach Galifianakis que vem com a corda toda e tem cenas de todas as formas possíveis sempre voltadas para a diversão e ele agrada sem precisar ser bobo demais. Sua ligação com Melissa McCarthy foi a melhor escolha possível, e olha que como todos sabem eu não sou nem um pouco fã da atriz, aqui embora apareça somente em três cenas, ela tem um bom domínio de cena e diálogos bem concisos que agradam bastante, claro que seu final não foi nem um inesperado, mas agradou bastante. Ken Jeong dessa vez tem um longa praticamente inteiro seu, visto que é quase tão principal quanto os demais e sabe que sem precisar ficar fazendo as besteiras que fez nos anteriores, ele foi bem mais divertido e agradável! Claro que tem algumas cenas desnecessárias, mas isso todo longa possui. Ed Helms consegue fazer um personagem mais preocupado do que divertido, e toda essa sua paranoia acaba em alguns momentos até irritando, porém seu final foi tão divertido, embora apelativo, que vou dizer que saí satisfeito com sua atuação. Bradley Cooper é um ator que não consegue me convencer com sua atuação, e embora esteja bem mais humano e ligado com Alan no filme acaba sempre com um olhar neutro para a câmera, parecendo sempre que está fazendo de forma forçada o longa. Justin Bartha já tenho a certeza de ser o menor cachê dos filmes, pois sempre some logo nas primeiras cenas, aparecendo alguma vez no miolo e voltando sempre ao final, tendo meia dúzia apenas de frases pra dizer e mais nada, ou seja, faz o mesmo papel que nos outros filmes da série: nulo. As participações especiais do filme também agradam, mesmo que aparecendo pouco, mas a inserção de John Goodman saiu melhor do que a encomenda, pois o ator consegue ser exatamente o que o personagem pedia.

O visual do longa passa por três fases bem distintas e todas muito bem produzidas para agradar a todos. O deserto onde são atacados pela gangue é simples, mas bem colocado, principalmente se unirmos o fato que ocorre logo depois levando os personagens para o México, que inclusive já estava achando que iam tacar o terror na cidade lá, mas foram mais sutis apenas com uma casa, que também está muito bem colocada com elementos cênicos totalmente explicativos para cada cena. Vegas é tradicional, então nem tem o que ser mudada, porém a escolha de uma loja de penhores para a personagem de Melissa ficou muito bacana e a legenda que aparece nessa cena é quase um afronte ao cérebro do espectador. A fotografia trabalhou de forma bem correta, porém na cena dentro da suíte do cassino, exageraram no efeito pisca-pisca das luzes, cansando demais a vista.

Enfim, é bem melhor que o segundo filme, mas ainda não tão original quanto o primeiro, também não vá ao cinema esperando mijar de tanto rir, mas vale pelo menos o ingresso. Agrada bastante por não ficar apelativo e divertir na medida com boas cenas de ação com os personagens. Poderia ser melhorado, principalmente no miolo que devido a um grande começo acaba ficando um pouco apagado. Recomendo para aqueles que gostam da franquia e até mesmo para aqueles que procurarem uma boa diversão nesse fim de semana, claro que quem não assistiu nenhum dos anteriores talvez fique boiando em algumas cenas, mas acabará pegando a essência. Fico por aqui agora, mas mais tarde ainda irei conferir uma pré-estreia bacana para poder compartilhar com vocês o que achei. Então abraços e até mais tarde.


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Faroeste Caboclo

5/30/2013 01:55:00 AM |

Já irei começar meu texto com uma ressalva, afinal o que o público de minha sessão fez foi sacanagem e me deixou mais emocionado do que normalmente ficaria com um filme. "Faroeste Caboclo" é um excelente filme, tem seus defeitos sim, mas nunca imaginei que veria essa cena: SALA LOTADA pra filme nacional + ninguém sai da sala ao começar os créditos com a canção título do filme tocada na íntegra, ou seja, quase 10 minutos + todos cantam ela em coro uníssono + ao final todos se auto aplaudem. Pronto, já valeu qualquer erro que existisse no filme, transformando algo simples em sensacional. O longa teve diversos problemas desde a pré-produção em 2005, demorando praticamente 6 anos para começar as filmagens mesmo e somente agora sendo lançado para o público, mas como disse nas redes sociais, agora finalmente Renato Russo pode descansar no seu túmulo tranquilamente, depois do trágico retrato que fizeram dele algumas semanas atrás em outro filme em cartaz ainda.

A sinopse nos mostra que João deixa Santo Cristo em busca de uma vida melhor em Brasília. Ele quer deixar o passado repleto de tragédias para trás. Lá, conta com o apoio do primo e traficante Pablo, com quem passa a trabalhar. Já conhecido como João de Santo Cristo, o jovem se envolve com o tráfico de drogas, ao mesmo tempo em que mantém um emprego como carpinteiro. Em meio a tudo isso, conhece a bela e inquieta Maria Lúcia, filha de um senador, por quem se apaixona loucamente. Os dois começam uma relação marcada pela paixão e pelo romance, mas logo se verá em meio a uma guerra com o playboy e traficante Jeremias, que coloca tudo a perder.

Como todo mundo já escutou pelo menos uma vez na vida a música, já sabe praticamente tudo que vai acontecer e da forma que vai acontecer, correto? Não! O diretor René Sampaio em seu primeiro longa simplesmente usa a canção apenas como base, colocando elementos bem interessantes para a trama que caminha sozinha completamente independente da música, o que talvez alguns fãs mais exagerados do cantor reclame por não seguirem-na fielmente. E com isso o roteiro escrito por 6 mãos (Marcos Bernstein, Victor Atherino e José de Carvalho), os dois primeiros se redimindo depois de maltratar Renato Russo em "Somos Tão Jovens", consegue tomar uma forma bem interessante retratando bem a juventude daquela época, além claro de colocar excelentes elementos de faroestes que estamos tão acostumados a ver nos longas americanos. O diretor não só estreia com chave de ouro, como se credencia para muitos outros projetos, pois se todos algum dia imaginaram a música como um filme pela sua duração e história, ele peitou uma editora que alegava ter os direitos da canção e fez algo ímpar para mostrar que o cinema nacional tem salvação sem ser com comédias bestas, colocando num único longa ação, comédia, drama e romance.

As atuações estão interessantes, mas alguns personagens poderiam ter sido pouca coisa melhor. Por exemplo, Isis Valverde até está bacana, mas como seu personagem devia pedir ser daquelas jovens que são meio perdidas de cabeça, ela viajou um pouco na expressão ficando muitas vezes atônita e nem parecendo ser a grande atriz que conhecemos hoje, tudo bem que por ser seu primeiro trabalho no cinema, irá aprender mais, assim como aprendeu nas novelas, mas esperava um pouco mais dela no filme. Em compensação Fabricio Boliveira, que já antecipo, pois ouvi muitas pessoas na sessão falando que era o Zé Pequeno do "Cidade de Deus", não ele fez "Tropa de Elite" entre outros filmes, mas não era ele o Zé Pequeno, aqui está ótimo sendo como vi em alguns lugares o "negão mais foda do Brasil", pois o rapaz peita todo mundo muito bem, faz ótimas expressões, e praticamente pôs o personagem com seu nome, e calma pois mesmo a cena logo no início que muitos irão julgar inútil e boba sua atitude será justificada logo mais na frente com um flashback. Felipe Abib é outro que poderia ter sido bem melhor, até faz boas expressões na cena final, mas não convence bem como um vilão de forma que consideraria até mais como vilão do filme Antonio Calloni do que ele. Já que comecei a falar de Calloni, vamos lá que personagem que ele faz, primeiro que os maquiadores devem ter gastado uns 100 litros de gel no cabelo do cara, mas nem com a cabeça pesada de tanto gel suas atitudes mudaram, sendo de um nível acima da média mesmo que aparecendo em poucas cenas. O gringo César Troncoso consegue ser o ponto cômico da trama, aliando bons diálogos com uma interpretação bem favorável, não o conhecia, mas fiquei curioso pela sua filmografia. O pobre finado Marcos Paulo aparece bem pouco, mas logo em sua primeira cena, o roteiro já dá aquela pontada social, mas como é um personagem que não tem tanta participação na história, apenas serve para dar essa e mais umas duas pontadas críticas na sociedade, caiu como luvas de pelica as pontadas. Os demais personagens praticamente nem possuem falas, então também não atrapalham o andar do longa.

Outro ponto que foi feito na medida é a direção de arte, pois conseguiram fazer um retrato de Brasília com a destreza perfeita da época que se passa o filme, desde um ônibus bem bacana, passando pela cenografia citada pela canção com luzes natalinas, as ruas praticamente desertas a noite devido a ditadura, figurinos e veículos na medida para representar as classes distintas de pessoas, ou seja, tudo perfeito não pecando em detalhe algum, e claro não poderia deixar de falar das escolhas de armas que estão mais do que perfeitas. A fotografia inicial estava linda demais, porém em muitas cenas poderiam ter iluminado melhor, ficando escuro demais em algumas cenas, afinal esqueceram que nosso protagonista é bem escuro, ou seja, nas cenas noturnas não vemos praticamente nada, ficando na imaginação do espectador, não sei se essa era a intenção dos diretores (de fotografia e geral), mas é o único ponto que se eu fosse tirar nota seria nele.

As trilhas escolhidas são muito bem encaixadas, retratando o que se ouvia na época juntamente com composições próprias da melhor qualidade, que em muitos momentos ouvimos toda a referência musical aos Western Spaghetti de Tarantino e Morricone, ou seja, não tinha como ser melhor escolhido como base.

Enfim, era um longa que eu não esperava praticamente nada, afinal nem sou tão fã de Renato Russo assim, mas que tinha uma certa curiosidade para ver como ficaria uma música de quase 10 minutos representada em um filme. Para muitos esse longa era o grande nome do cinema nacional pro ano e com certeza depois do que vi, pode praticamente confirmar isso, afinal saiu muito melhor do que apenas uma canção representada na tela, que muitos poderiam até achar que sairia algo próximo de um videoclipe, mas como disse o diretor fez algo totalmente independente da música em seu primeiro longa e já estarei com toda certeza esperando seu próximo trabalho. Recomendo muito ele para quem é fã e até mesmo pros que odeiam a música. Claro que ele possui defeitos, alguns eu até citei no texto, mas como falei no primeiro parágrafo a emoção que o público conseguiu passar ao final foi maior do que qualquer erro que pudesse ter no filme, então como já disse algumas vezes que gosto de saber a sensação que o público sentiu, nem precisei perguntar nada para escolhe a nota que daria. Fico por aqui nessa madrugada, mas nesse feriado ainda irei ver uma estreia e uma pré-estreia para poder contar para vocês o que achei. Então abraços e até mais tarde.


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Bonitinha, mas Ordinária

5/27/2013 10:13:00 PM |

O que vou falar aqui até pode soar irônico, visto que esse filme é a terceira adaptação para o cinema do texto original de Nelson Rodrigues. Já aviso de antemão que não vi os outros dois para poder comparar, mas o que consigo enxergar plenamente é que é "Bonitinha, mas Ordinária", cairia muito melhor numa peça ou até mesmo numa mini-série do que num filme, pois é um texto onde o ator precisa ser explorado para convencer, e no cinema são raros os atores que conseguem explodir de forma tão precisa, onde acabamos falando que o longa nem é mais do diretor, e sim do ator que tem a presença tão marcante que rouba o filme pra ele, o que em hipótese alguma acontece nessa versão, que o diretor até tentou fazer planos mais fechados para convencer, porém acabamos ficando tão envoltos com o texto que o ator acaba sendo esquecido em segundo plano, e com isso o longa acaba bem fraco.

O filme nos mostra que Edgard trabalha como subalterno na empresa do milionário Werneck e é apaixonado por Ritinha, uma mulher simples que trabalha como professora para sustentar a mãe e suas três irmãs. Um dia Peixoto, genro e funcionário de Werneck, lhe faz uma proposta para que se case com Maria Cecília, filha do patrão. O motivo é que Maria Cecília foi currada e agora precisa de um noivo, mesmo que seja comprado. Edgard hesita, mas aceita a proposta. A partir de então ele entra em uma grande dúvida: deve depositar o cheque e se casar com Maria Cecília ou ficar com Ritinha, seu grande amor?

A história em si é bacana e mesmo não sendo dos meus textos favoritos do Nelson Rodrigues, a forma adaptada dele por Moacyr Góes, que assina a direção também, ficou bem interessante, porém como disse o texto é daqueles que o ator precisa ser maior que o próprio roteiro, e como a direção de Góes pecou muito nesse quesito por não dominar os atores no seu máximo, principalmente o papel de João Miguel, que é um mega ator, mas acabou forçado. Acredito que se essa mesma adaptação, tirando certos exageros visuais, fosse colocado em uma peça, inclusive com os mesmos atores, teríamos uma verdadeira obra prima, que seria recorde de bilheterias, mas do jeito que está no cinema, nem mesmo num dia de ingresso mais barato o que se viu foi uma sala com 8 pessoas que pareciam mais estar interessadas em olhar celulares com luzinhas acendendo a todo momento do que ver o filme realmente.

Quanto das atuações, eu diria que foram corretas, sem que pudessem sobressair em momento algum, mas na medida que se pode avaliar, poderia ter saído melhor todos com um pouco mais de dedicação. João Miguel, como disse tem tudo para ser um grande ator dramático brasileiro, mas anda derrapando demais em nas suas escolhas de papéis, fazendo pra cada filme excelente, dois péssimos, e desse jeito não vai chegar ao topo nunca, aqui o filme poderia ser dele, mas foi apenas um ator comum. Leandra Leal é a que se sai melhor da trama toda, fazendo um papel meigo que exigiu bem da atriz e ela soube aproveitar todas as nuances que poderia ter sem pesar na expressão nem nos trejeitos, é apenas uma pena que seu papel seja "secundário", senão poderia ter dado uma boa guinada no filme. Leon Goes faz algumas boas cenas, mas no geral é outro personagem que poderia ter dado melhores insinuações para a câmera, acabando como mediano pra baixo. Gracindo Junior é um ator que costumo gostar das atuações que faz, sempre saindo bem fiel ao personagem que faz, porém aqui ele não representa bem nem o empresário xarope das primeiras cenas, muito menos um pai que quisesse alguém para sua filha, ficou praticamente em cima do muro. Letícia Colin tem 23 anos, mas representou quase uma garota de 12-14 anos da atualidade, só não digo que isso foi bom, porque incomoda alguns momentos, mas soube finalizar bem sua cena final, então ficou de mediana pra cima.

Se eu falar que o visual do filme é qualquer coisa eu estaria mentindo, pois o diretor nesse quesito se eu sou da equipe técnica depois de ver o resultado final iria querer matar ele, pois 98% do filme é feito em closes, ou no máximo planos médios, e com isso não temos noção nenhuma do espaço por onde o longa se passa, ou seja, se teve alguma coisa no cenário que quisessem nos mostrar, tirando o cheque, não foi mostrado e com isso, não irei avaliar nada nesse quesito. Quanto da fotografia, é outro ponto que poderia muito ser melhorado, tudo bem que a impressão de lugar sujo que o diretor gostaria de transmitir foi passado, mas poderia ter sido muito melhor iluminado as cenas, tanto que além de estarmos sempre com closes, na maioria das vezes ainda está tão escuro, que temos praticamente forçar a vista para imaginar o que o ator possa estar representando. Ou seja, no quesito técnico o diretor decretou sua morte.

Enfim, um filme que poderia ser anos-luz melhor, pois contém uma história de peso onde o ator poderia sair aplaudido de cena, mas que foi mal dirigida de tal forma que podemos dizer que quem foi assistir praticamente perdeu tempo na sala do cinema. É triste dizer isso, pois o diretor disse em uma entrevista que esse é o filme dele que mais pode representar sua direção, então irei preferir não ter ouvido isso, já que prefiro outras obras suas e até mesmo "Xuxa Abracadabra" foi melhor dirigido por ele. Fico por aqui hoje, mas na quarta já temos um dos filmes nacionais mais esperados de todos os tempos, então veremos se vai atender mesmo às expectativas. Abraços e até mais pessoal.


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Velozes e Furiosos 6

5/25/2013 01:11:00 AM |

Vão dizer que eu enlouqueci, que não sirvo pra ser crítico e tudo mais, mas uma coisa é inegável na minha opinião, que é o que sempre friso que estará presente aqui no blog, se um filme mesmo que possua péssimos diálogos, mas que cumpra com sua obrigação quanto ao que seu público quer ver, eu com toda certeza irei falar que ele é bom e bem feito. E contando dessa forma, posso dizer que "Velozes e Furiosos 6", no quesito de conseguir a melhor ligação possível com todos os demais longas da série, inclusive com os que não foram dirigidos pelo mesmo diretor, diverte, entretém e consegue terminar muito melhor do que esperava, resultando num dos melhores da franquia.

A sinopse nos mostra que desde que o golpe de Dom e Brian no Rio de Janeiro deixou o grupo com US$100 milhões, os heróis se espalharam pelo globo. Mas a incapacidade de voltar para casa e viver em um lar tornou suas vidas incompletas. Enquanto isso, Hobbs esteve perseguindo uma organização de mercenários sobre rodas, um grupo de homens cruéis divididos em 12 países, cujo mentor tem ajuda da destemida Letty, a antiga namorada de Dom, que ele acreditava estar morta. A única maneira de parar este grupo de criminosos é superá-los nas ruas, por isso Hobbs pede a Dom para reunir um grupo de elite em Londres. A recompensa? Perdão a todos eles, para poderem voltar para as suas casas e tornarem suas famílias completas novamente.

Agora você deve estar querendo perguntar, mas se o filme faz tantas ligações como você disse com os anteriores, é possível assistir ele sem ter visto os demais? Respondo que sim, pois o diretor consegue fazer uma história teoricamente inédita, mas sair vibrando com cada cena e principalmente na pós-primeiro crédito, com toda certeza só quem viu todos os outros cinco filmes entenderá e ficará mais empolgado com cada ação já esperando inclusive um sétimo filme. Muitos críticos por aí saíram dizendo que é um dos piores filmes da franquia, e acredito seriamente que ou eles não viram nenhum dos anteriores ou simplesmente não assistiram ao mesmo filme que eu, pois até concordo de o longa ter diálogos ridículos, muitas vezes de até uma palavra, mas já ficou explícito isso em qualquer campeonato de som ou até mesmo dessas pessoas que lutam em brigas, que salvo raras exceções, esse é o estilo de conversa deles. Portanto você indo numa corrida, ou numa competição de som, ou até mesmo num lugar onde a maioria seja ex-criminosos não verá uma pessoa falando uma frase de mais que 5 a 6 palavras, nem que contenha a norma culta falando sobre bolsa de valores ou qualidades intelectuais das mulheres. Ou seja, o filme é a mais pura realidade do que acontece, e aprovo que a cada novo roteiro, Chris Morgan e GaryScott Thompson conseguem chegar mais próximo da realidade que esses personagens falam. Ok, temos diversas cenas que você pode rir, de tão absurdas que são, mas convenhamos que quem vai ver a franquia ou até mesmo um filme de ação estilo "Rambo" e afins das antigas, sabe que vai ver cenas de pessoas voando e caindo sem sofrer nem meio arranhão, e com isso acredito que o diretor Justin Lin foi perfeito nas suas escolhas e feitios de cada cena, estando cada uma melhor que a outra no quesito ação, além claro da boa abertura que fez colocando todos longas anteriores, mostrando suas melhores cenas para que o espectador ligue um pouco de cada um deles. Agora é esperar pra ver o que o genial criador de outra franquia vai fazer no sétimo capítulo desses carros tunados, já que não é bem sua praia, mas vem aí James Wan ("Jogos Mortais").

As atuações estão bem tradicionais, mas como aqui temos a volta de vários personagens de todos os filmes da franquia, acabou sendo uma reunião bem interessante de nomes e boas cenas com participação agradável para todos. Vin Diesel é daqueles atores que não tem meio termo pra gostar dele, ou você adora o que ele faz ou odeia, aqui ele está bacana, com uma boa interação com todos os demais atores da trama, mas não dá o seu melhor, embora participe de todas as cenas com muita garra. Paul Walker teve uma mudança de comportamento completamente notável que conseguiram colocar em sua personalidade, o motivo é mostrado logo na primeira cena, e isso ficou bem bacana, claro que nem por isso estragou todo seu senso de humor e boas sacadas que dá para a trama, principalmente quando é ligado com outro personagem evaporado dos demais longas. Dwayne "The Rock" Johnson está cada dia mais forte, sério tá pior que o Schwazza na época que tomava cada vez mais bomba, mas isso não impede suas boas cenas de luta e que luta tem na cena final, quanto à texto, suas falas são padrões sem nada demais, mas quem quer ver "The Rock" falando, queremos mais é pancadaria e suas cenas com Kim Kold é de derrubar o cinema. Luke Evans como vilão convence pouco, mas até que possui boas falas durante suas cenas mais fortes, poderia fazer um pouco mais de maldades para que ficássemos com mais raiva dele. Michelle Rodriguez faz o de sempre e aqui com sua amnésia permanente consegue ficar mais estranha, serve bem de elo fazendo boas cenas, mas poderia ter dado mais para o filme. Os personagens secundários divertem bem e também fazem cenas bem interessantes, mas ficar citando cada um aqui seria um texto imenso, valendo destacar mesmo apenas as boas comicidades entre Ludacris e Tyrese Gibson que fazem rir a todo momento que estão enquadrados.

O visual está bem trabalhado passando por diversos países da Europa e claro com muitos carros tunados cada vez mais velozes e furiosos, que fazem a festa de quem quer ver muita ação com eles voando baixo por todas as ruas estreitas por onde passam. Além, claro de armas cada vez mais possantes, agora inclusive com um tanque pra passar por cima de tudo que pra variar deve ter triplicado o orçamento fácil com o tanto de carro que foi destruído. A fotografia teve muito trabalho, afinal como estamos falando de um longa de ação, a cada momento temos mais velocidade e coisas voando, e com isso tivemos até momentos extremamente fakes de saltos, onde a iluminação poderia até tentar maquiar maiores erros, mas preferiram deixar passar para não aumentar mais ainda o orçamento.

Enfim, poderia falar horas aqui, mas daria spoilers demais que estragariam as boas surpresas que o longa proporciona, inclusive com reviravoltas bem interessantes. Como disse se você tiver com um tempo veja todos os filmes anteriores da franquia, pois mesmo com uma abertura interessante que mostra bastante dos filmes anteriores, não dá as nuances que farão esse sexto episódio ser tão bem encaixado como foi pra mim e outros que gostaram tanto, mas se não tiver com tempo e quiser ver apenas boas cenas de ação num filme totalmente diversão e pipoca, pode ir agora mesmo pro cinema que é certeza de sair satisfeito com o que verá, a não ser que você já vá blindado como muitos estão fazendo por aí, indo prontos para detestar tudo. Fico por aqui, essa semana ainda temos mais uma estreia no interior, mas como é uma semana bem curta na quarta já temos novidade por aqui, então abraços e até breve.


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O Massacre da Serra Elétrica 3D: A Lenda Continua

5/20/2013 11:18:00 PM |

Quando vi o cartaz de "O Massacre da Serra Életrica 3D: A Lenda Continua", já imaginei que viria mais uma continuação ruim para os filmes dos anos 2000, mas daí li não lembro aonde que era continuação "direta" do clássico de 1974 e já comecei a me interessar bastante pela trama, acompanhando imagens e tudo mais. Pois bem, hoje fui conferir e ao ver as cenas iniciais recuperadas do original já me empolguei bastante com o que estava vendo já imaginando que fosse sair vibrando do cinema com tudo. Pois bem, não me decepcionei, afinal o longa é bem feito, bem montado, tem atuações convincentes, mas como disse no Twitter, se alguém recebeu salário para ser continuísta no filme, por favor, passe no RH para devolver tudo que recebeu, pois na cena final é uma sucessão sem limites de erros de continuidade que impressiona demais e chega a irritar. Não irei citar elas para não encher o texto de spoilers, mas quem for assistir e depois quiser rir nos comentários discutindo, estamos aqui pra isso.

O longa nos situa em 1974, uma pequena cidade no interior do Texas. Uma garota escapou de um massacre que matou cinco pessoas e é criada sem saber a verdade sobre seu passado. Já adulta, Heather Mills  é surpreendida ao ser informada que é a beneficiária da herança de uma avó que nem sabia existir. Ao lado dos amigos Nikki, Ryan e Kenny, Heather viaja ao Texas para conhecer a mansão que herdou. Entretanto, ela tem duas regras a seguir: não pode vender a mansão e precisa seguir à risca as instruções deixadas pela avó em uma carta. O problema é que, antes mesmo de abrir esta carta, Heather é surpreendida por outro parente que também sobreviveu ao massacre de décadas atrás.

Mesmo o filme não tendo toda a sanguinolência das outras refilmagens, dá para acreditar mais nessa versão como uma boa continuação do original que as demais feitas e não é só pela grandiosa recuperação de imagens e recriação de um contexto bacana para o final do filme de 74, mas por todo desenrolar que a trama tem, dando uma sustentação e um embasamento para tudo que ocorre no longa. Embora tenha muitas cenas que soam ridículas, como em todo filme de terror: tipo você atropela um louco na rodovia e dá carona pra ele, acha uma escada escura e desce, e por aí vai, o filme segue bons momentos de tensão e até prega uns dois sustos maiores, conseguindo passar como um terror interessante. Agora o que o diretor poderia ter evitado sem dúvida alguma é finalizar ele com tantos erros em uma única cena, deixando aparente que não foi ele que montou o filme, pois qualquer diretor teria visto os três maiores absurdos da Terra tudo junto de uma vez só. Com isso algo que vinha bem, que teria um gran-finale, precisou colocar uma ceninha extra antes mesmo dos créditos, praticamente nula que apenas diz: "Olha se der lucro, vamos fazer uma continuação, ok?".

As atuações estão dentro do padrão básico de filmes de terror, que como disse já algumas vezes, não pode nem ser considerado grande coisa, mas no geral não fazem feio na tela. Alexandra Daddario faz uma protagonista interessante que sabe correr, gritar, posar de gatinha e em alguns momentos até sabe ser um pouco vilã, tendo como forte em quadro seus olhares que parecem sair da tela com boas nuances técnicas. Trey Songz e Scott Eastwood têm papéis bem pequenos e acabam nem dando tanto seu para o filme, mas nos poucos momentos que aparecem fazem bem suas cenas. Tania Raymonde é a tradicional gostosa, nem é tudo isso, que tem de aparecer com pouca roupa para ser pega por alguém, poderia ter um pouco de história para a coitada pelo menos. Shaun Sipos já deve ser meio traumatizado pela quantidade de filme de terror que entra para morrer, mas até que faz de forma bacana seu personagem nas cenas iniciais, claro que tem algumas baboseiras também, mas como é um filme de terror é de praxe. Dan Yeager praticamente não tem muito que atuar, é só pegar sua motosserra ou seu martelão e sair atacando, e isto ele faz bem, poderia ser menos boba sua cena final, mas é o que conseguiram pra tentar melhorar o abuso da anterior. Os demais personagens também possuem poucas cenas para fazer jus a ter de comentar algo sobre eles, mas apenas quero saber que final teve Keram Malicki-Sanchéz, quem souber pode me falar. Ah, e já estava me esquecendo de que alguns personagens do original além de aparecerem na cena remasterizada, fazem uma pequena continuação depois, além de aparecerem em outras cenas, seja por foto ou imagem, são eles: Gunnar Hansen, Marilyn Burns e John Dugan

Temos boas cenas visuais, com elementos muito bem encaixados e que demonstram até uma certa preocupação com todas as explicações do filme, tudo está bem colocadinho sempre para que a protagonista caia muito, tenha algo para pular e coisas do tipo, afinal é o de praxe em filmes de terror, mas embora aconteça muitas gafes em filmes do gênero com objetos cênicos descontinuados ou de outras épocas, aqui tudo cabe bem sem errar. A fotografia não economizou em filtros para dar tonalidades diferentes a cada cena, sempre puxando bem para os tons escuros e avermelhados nas cenas de matança para claro criar tensão. Outro grande problema está em vender o longa como 3D, temos pouquíssimas cenas em que a tecnologia é usada, claro que a motosserra fica linda saindo da tela vindo na direção do espectador, mas usar isso em 3 momentos apenas de um longa de 92 minutos é abusar para render bilheteria.

Enfim, é um filme bacana que com certeza estaria vibrando se não tivesse acabado de forma tão mal feita, continuistas são pessoas geralmente bem pagas em filmes para observar erros de roteiro, erros de filmagem, e tudo mais que convenha, mas aqui preferiram deixar jogado e acabou estragando algo que vinha de forma bacana, o que é uma pena. Espero que se forem fazer uma continuação para que Leatherface pique os que restaram de sua vingança se preocupem também com isso, pois sairia mais agradado da sala. No geral recomendo àqueles que não viram o clássico de 74 que assistam, pois embora bem trash, é um ótimo exemplar do terror das antigas e que se estiverem dispostos a pagar pelo 3D, visto que as cópias 2D são pouquíssimas no Brasil, assistam também esse, claro que tentando relevar o máximo que der dos erros de continuidade. Encerro minha semana cinematográfica aqui, já esperando a sexta-feira torcendo para que venham muitas estreias para poder compartilhar minha opinião com vocês. Desejo a todos um ótimo resto de semana, bons filmes para todos, abraços e até sexta.


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Giovanni Improtta

5/19/2013 11:00:00 PM |

Uma coisa que o cinema brasileiro precisa parar fazer é pegar histórias requentadas e tentar botar no micro-ondas para ver se dá algum resultado. Tudo bem que o personagem já é antigo de um livro de Aguinaldo Silva, mas fez sucesso na novela, ok, parabéns, encerrou, agora fazer um filme do personagem "Giovanni Improtta", teoricamente classificado como comédia e a sala lotada não soltar uma risada que seja mesmo irônica é demais para que eu possa considerar algo sobre ele. Um ponto positivo que consigo observar apenas é que José Wilker conseguiu fazer algo sem ter a cara de novela, pois aí estaria muito mais revoltado.

O filme nos mostra que Giovanni Improtta é um contraventor que sonha com a ascensão social. Ao saber que a lei dos cassinos está sendo negociada nos bastidores, ele resolve entrar para o ramo. Para limpar sua imagem recorre ao vereador evangélico Franklin, seu velho amigo, que lhe consegue o título de cidadão honorário do Rio de Janeiro. Apesar de ser casado com Marilene, Giovanni mantém um caso tórrido com Patrícia, filha de um figurão. Como o pai dela não gosta do romance, Giovanni decide agradá-lo comprando um rim, já que sofre de problemas renais. Porém, o que ele não esperava era ser acusado de tráfico de órgãos e, para piorar, que o promotor do caso fosse assassinado. Giovanni logo se torna o suspeito número um do crime e agora precisa encontrar um meio de provar sua inocência.

A sinopse sozinha já revela o filme todo, quem quiser ler apenas o parágrafo acima e ficar em casa já economizou um bom dinheiro e garanto que não irá perder nada, pois a história é bem simples, e não tem nada que agrade o espectador. Wilker em sua estreia na direção de longas cai bem, e faz a história, mesmo que simples, ser bem montada e não ficar com o ar novelesco que tramas desse estilo costumam ficar, e por isso ganhou até uns pontos com uma produção bem colocada em diversos cenários e figurinos, mas só, pois esqueceu de pedir que sua filha, a responsável pelo roteiro, colocasse mais humor na trama, para que o longa não ficasse somente nos bordões do personagem para tentar tirar alguma graça dele, e com isso o resultado final ficou bem abaixo da média.

As atuações estão no geral não tão ruins, mas nenhuma me fez pelo menos divertir. José Wilker conhece o personagem como se fosse já ele próprio, pois o interpretou por quase 1 ano na novela "Senhora do Destino", e o que faz no filme é perfeito, usando todos os bordões conhecidos além de criar outros novos, com um português felomenal de ruim, a única coisa que valeu mesmo foi a tirada dele para o promotor parar de falar tantas expressões em inglês, no geral acredito que se ele tivesse apenas atuado talvez tivesse desempenhado um melhor papel, além do que fez. Andrea Beltrão está exagerada, fazendo trejeitos e gritando além do que poderia fazer, sua cena final não convenceu de forma alguma. Othon Bastos, Hugo Carvana e Milton Gonçalves mesmo aparecendo pouco conseguiram fazer grandes micos, onde você olha e fala que inacreditavelmente eles já foram os melhores atores do Brasil, e estão aqui sendo meras caricaturas animalescas. André Mattos já vem fazendo o mesmo papel desde "Tropa de Elite" e já vi que não tem jeito, vai sempre fazer as mesmas gracinhas e bobagens, até faz rir com algumas besteiras em cena, mas não convence nunca. Gregório Duvivier faz uma pequena aparição que é uma pena, pois o rapaz que só vem crescendo no cinema nacional poderia ter feito melhor do que apenas duas cenas. Thelmo Fernandes poderia fazer muito bem um pastor no antigo "Casseta e Planeta", pois cairia melhor a ideia e não seria tão pejorativo quanto faz no filme. Acho que já viram

Como disse a salvação do filme é que foi muito bem produzido, com cenários bem construídos e escolhidos para dar um ar colorido para a trama, de forma que o trabalho da direção de arte pode ser considerado impecável e de um bom gosto exemplar para filmes brasileiros. A fotografia também soube trabalhar bem, utilizando filtros para dar vida a alguns ambientes. O destaque nesse quesito está tanto na mansão de Giovanni quanto da cela que fizeram para o protagonista.

Enfim, é algo que não recomendo de forma alguma para ninguém, estando no cinema outras opções bem melhores para todos que quiserem ter pelo menos uma noite de diversão na sala escura. Poderia ter tido outra pegada bem mais interessante que agradaria mais, o duro é que ainda esse ano vem mais um requentamento de marmita novelesca, esperemos por algo melhor. Fico por aqui hoje, mas ainda temos mais uma estreia para conferir nessa semana, então abraços e até breve pessoal.


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Finalmente 18

5/19/2013 12:53:00 AM |

Quando digo que me revolta ver um filme dublado, muitos falam que sou hipócrita, que não sigo uma maioria e tudo mais, mas daí a distribuidora manda somente duas cópias dubladas e nenhuma legendada para a cidade, o que fazemos, vamos lá tentar a sorte e ver "Finalmente 18". Pois bem, antes eu esperasse sair em DVD ou algo do tipo, pois ver o protagonista gritar "Vai Corinthians!" numa determinada cena e ouvir meio cinema rir falando que é certeza que ele não falou isso, foi querer abusar demais da minha capacidade. Tirando isso e de mais outros fatos abusivos da dublagem, me concentrei nas situações que ocorrem para não ficar sendo também o chato que reclama de tudo, e até que o filme cumpre com seu papel de divertir, embora deva concordar que os diretores deveriam ter ficado apenas escrevendo para "Se Beber Não Case".

A sinopse nos mostra que na noite anterior a uma importante prova na faculdade de medicina, Jeff Chang sai para celebrar seu aniversário de 21 anos com seus dois melhores amigos. O que era para ser uma comemoração rápida, torna-se uma noite sem precedentes.

Sim, você não leu errado, ele sai para comemorar seus 21 anos e não 18 como passam no cartaz e na dublagem do filme, mas isso é devido que no Brasil com 18 já se pode beber álcool a vontade enquanto nos EUA só é permitido aos 21, então não se assuste com isso. Tirando esse fato maluco, a estreia dos dois roteiristas da trilogia "Se Beber Não Case" Jon Lucas e Scott Moore na direção e claro como roteiristas também do longa, é até "inteligente", pois usam dos mesmos artifícios que os fizeram famosos no bando de loucos, colocando situações inusitadas onde cada vez tudo quando parece melhorar só vai piorando, e com isso acaba divertindo o espectador que for apenas assistir algo que lhe divirta sem que precise pensar muito. O problema é que até quando será que isso vai funcionar? Pois a fórmula já vem desgastando desde o primeiro longa da trilogia, passada pelo adolescente "Projeto X" que não é deles, e agora fazem algo intermediário que funciona no quesito fazer rir, mas é altamente cheio de absurdos técnicos que qualquer um que vá achando que verá uma comédia inteligente, se é que exista alguém que vá assistir esse longa com esse pensamento, sairá extremamente decepcionado, pois todas as piadas e cenas sempre vão para o tino pejorativo ou escatológico para forçar o riso, mas diferente de alguns outros filmes funciona, pois mesmo dublado eu ri de alguns atos.

As atuações vou analisar as ações que fizeram, pois a entonação da dublagem vou preferir me abster, já que depois do "Vai Corinthians!" é melhor nem falar as outras besteiras que saíram das bocas dos dubladores, fico imaginando que tipo de roteiro essas pessoas seguem quando vão dublar um filme! Miles Teller praticamente faz o mesmo papel que em "Projeto X", e continua chato pacas, aprontando todas, mas mostrando que tem talento para câmeras, pois sempre está enquadrado de forma que sua ação seja vista completamente, pode ser que mais pra frente vire um ator bacana. Skylar Astin também agrada e aparenta fazer sempre da mesma forma seus papéis, aqui, por exemplo, tenta ser galanteador da mesma forma que em "A Escolha Perfeita", mas não passa de alguém bem atrapalhado e metido a mauricinho, também tem boa participação de tela e pode crescer com papéis melhores. Agora o grande nome do filme é Justin Chon que de coadjuvante na série "Crepúsculo", pula para um papel muito pirado e mesmo estando completamente maluco e embebedado consegue fazer as melhores cenas possíveis, a do banheiro embora nojenta pacas é sensacional, além claro da do ursinho que já está no trailer, estarei esperando algum filme sério dele para ver se sair melhor ainda, mas promete. Os demais personagens como possuem apenas participações, é melhor nem falarmos muito sobre eles, visto que com a dublagem acabaram ficando com vozes horríveis e falando cara vez mais besteira.

O visual do campus escolhido para ambientar a trama é bem bacana, tendo praticamente todos os elementos das tradicionais universidades americanas que aparecem em filmes, como festas malucas (ainda quero saber que tipo de culto o povo estava fazendo numa mega fogueira com búfalos), fraternidades satanistas e pessoas andando completamente malucas por todo lado. É altamente cliché, mas a produção até que trabalhou bem com a direção de arte para deixar tudo nos conformes, deixando apenas que a fotografia trabalhasse as luzes de forma bem coerente para deixar o filme com mais cara possível de farra e bebedeira.

Enfim, se estivesse na locadora daqui uns meses na dúvida entre escolher esse ou "Projeto X", com certeza optaria pelo segundo, já que mesmo ambos sendo completamente insanos, "Projeto X" é mais original com a questão de câmeras "amadoras" e aqui tudo se torna piegas demais com a finalização escolhida. Como no cinema é o que temos pra hoje, e a sala onde fui estava completamente lotada, algo que eu não esperava, pela forma de conseguir divertir o espectador até que vai valer a pena. Mas se tiver outras opções, deixe esse por último. Fico por aqui hoje, mas ainda faltam 2 filmes que estreiaram para conferir, então abraços e até breve pessoal.


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Terapia de Risco

5/18/2013 04:20:00 PM |

Sabe quando você é pego de surpresa por um filme que nem trailer viu nos cinemas e de repente ele estreia, e você vai porque confere todos, e sai da sala falando porque diabos um longa tão bom não teve uma divulgação em massa? É essa a principal sensação que tive em "Terapia de Risco", que é daqueles filmes com uma tonelada de reviravoltas que a cada ação dos protagonistas somos pegos de calças arriadas sem saber o que pensar. E isso é ótimo numa trama policial, principalmente envolvendo milhões de remédios. Como nunca confiei em todos esses psi da vida (psicólogos, psiquiatras, etc.), o longa me deixou mais satisfeito ainda. Então sem que eu ponha mais spoilers aqui, apenas vou dizer uma coisa: vá ver e se deleitar com um filme não muito fácil de entendimentos, mas que possui uma narrativa densa e bem acabada.

O filme nos mostra que Emily e Martin formam um bem-sucedido casal de Nova York, cuja vida sofre um revés quando ele é preso por revelar informações privilegiadas da companhia onde trabalha. Quando está prestes a sair da cadeia, quatro anos depois, Emily é acometida por uma crise de ansiedade e é tratada pelo psiquiatra Jonathan Banks, sob supervisão da Dra. Victoria Siebert, com um novo medicamento, chamado Ablixa. Durante o tratamento, uma morte acontece e a situação sai de controle.

A sinopse em si, já diz até spoilers demais, então se você gosta de um bom filme policial cheio de surpresas já irá sabendo até coisas demais ao ler isso, eu como fui completamente sem saber nada fiquei bem chocado com muitas coisas e isso é o que me agrada muito na filmografia de Soderbergh, pois ele se renova a cada ato que põe suas mãos fazendo recortes bem rápidos que instigam o espectador a não desgrudar os olhos da tela nem por um segundo. O diretor orquestra com maestria cada segundo do filme, nos deixando a cada reviravolta mais confuso e com mais vontade de querer saber como vai terminar tudo. E esse fechamento completo todo só é feito realmente aos 100 minutos da duração total de 106 que o longa possui, para que não tivesse nada a ser enrolado ou enchido linguiça como muitos diretores fazem por ai. Ou seja, mais um exemplar único na filmografia do diretor para que vejamos muitas vezes e sempre sermos surpreendidos com tudo o que foi escrito nesse roteiro denso e bem feito por Scott Z. Burns que repete a dobradinha que deu certo com o diretor em "Contágio".

As atuações é algo que nem precisaria falar, pois poderia apenas citar o elenco de peso que está presente que já teria falado até demais, mas vamos detalhar um pouquinho o que cada um fez de bom. Rooney Mara está tão diferente que se não visse seu nome nos créditos iniciais não acreditaria que novamente essa mulher conseguiu detonar tanto num filme, ela vai num crescente durante toda a história que fica difícil escolher sua melhor cena, pois está perfeita em tudo. Jude Law saiu muito melhor que a encomenda, pois teoricamente é um psiquiatra apenas, mas termina tão bem com toda a investigação que faz que vemos que suas aulas com Sherlock Holmes estão funcionando muito bem. Channing Tatum, eu diria que é mais um coadjuvante de luxo para o filme, pois suas interpretações até estão bacanas, mas como é visto muito pouco em cena acaba sendo "dispensável" para quase tudo. Catherine Zeta-Jones poderia ser chamada para fazer "X-Men", pois é a atriz mais mutante que vejo em Hollywood, consegue fazer papéis tão diferentes e cada um tendo sua própria personalidade, seus trejeitos, que realmente nos impressiona, aqui não seria diferente, embora tenha alguns momentos iniciais que não conseguia achar motivos para o que estava fazendo até chegar ao final e ligar tudo, realmente mesmo aparecendo também bem pouco na trama, ela faz um excelente papel.

O visual do longa é um pouco trabalhado na sujeira, não sei se quiseram deixar ele com ares meio paranoicos como sendo parte do transtorno da protagonista ou se quiseram mostrar que Nova York não é apenas a cidade bonita que é passada nos demais filmes. Temos elementos bem interessantes para toda uma trama policial, mas poderia ter sido um pouco mais trabalhado, pois as evidências de cada ato são mostradas de forma extremamente rápida para que não peguemos nada no ar e isso incomoda um pouco, principalmente quem for mais atento e gostar de ver pistas. A fotografia também trabalhou bem nos tons cinza de forma a sujar mais ainda a imagem, não nos dando praticamente nenhuma cena com luz natural bonita de se ver sem ser na cena de flashback explicativo, o que cansaria um pouco se não tivesse ritmo, mas isso o diretor não deixou acontecer de forma alguma.

Enfim, um filme com tudo que poderíamos falar de excelência, que agrada bastante e toma rumos mais intrigantes possíveis. Eu particularmente adoro filmes com muitas reviravoltas, embora acabe sempre saindo um pouco confuso, o que não foi o caso aqui, pois o diretor soube finalizar bem. Recomendo principalmente para quem gosta de tramas investigativas bem pautadas, e repito, evite ler muito sobre ele, afinal você já leu um texto gigante aqui que posso até ter dito coisas que vão te atrapalhar de gostar mais dele. Fico por aqui agora, mas hoje ainda irei conferir mais um, então na madrugada teremos mais um post por aqui. Abraços e até mais tarde pessoal.


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Reino Escondido em 3D

5/17/2013 11:20:00 PM |

Imagina o filme com visual 3D mais perfeito que você possa imaginar? Sempre reclamei do 3D em animações, mas agora após ver "Reino Escondido" é garantido que chegaram a perfeição da tecnologia para o formato animado que somente tínhamos filmes que ou tinham profundidade demais ou objetos voando demais, agora chegaram ao nível de infinitas camadas de forma que é praticamente impossível assistir o longa sem o óculos. Tudo bem que temos um visual excepcional, mas e quanto da história? Diria que é bacana, transmitindo uma mensagem ecológica boa, mas que falha num único ponto que pode ser crucial: esqueceram de colocar algo que cativasse as crianças, ficando mais uma animação para adultos do que realmente para a garotada que costuma ser o maior público desse estilo, tanto que ao invés de estarem sentadas em suas poltronas assistindo, a molecada estava toda correndo pela sala fazendo algazarra, e esse costuma ser meu medidor de se o filme está agradando ou não as crianças. Porém se você for assistir sozinho, a chance de sair maravilhado com tudo que verá na sessão será bem alta.

A sinopse da animação nos mostra que o professor Bomba dedicou boa parte de sua vida às pesquisas por um povo de tamanho diminuto, que vive na floresta e cujos movimentos são rápidos demais para serem registrados pelo olho humano. Apesar de ter encontrado alguns indícios de que estes seres existem, como armas e selas de pássaros, o professor é alvo de piadas no meio científico. Além disto, a dedicação ao trabalho fez com que seu casamento fosse por água abaixo. Agora, após o falecimento de sua ex-esposa, sua filha Maria Catarina, ou MC, como prefere ser chamada, vai morar com ele. A adolescente não gosta nem um pouco de morar perto da floresta e das loucuras do pai e, quando está prestes a ir embora, acaba acidentalmente sendo envolvida no confronto entre os Homens-Folha e os Boggans, os tais seres que seu pai tanto procura. Diminuída de tamanho pela rainha da floresta, ela agora precisa ajudar o valente Ronin  a levar um valioso botão de flor para Nim Galuu.

A história em si é muito bem montada e acredito que deva ser deliciosa de ler no livro de William Joyce, pois temos personagens de todas as formas, características e personalidades diferentes, que conseguiram magicamente adaptar de forma incrível para a telona. O longa tem estrutura exata para servir de exemplo de sucesso visual entre as animações. Mas como disse, possui poucos elementos que agrade as crianças, claro tirando dois personagens divertidíssimos: a lesma Mud e o caracol Grub, que são os únicos pontos onde se via que a molecada parava de correr pela sala para ver. Agora o responsável por essa brilhante adaptação visual é o diretor de animações que não erra a mão, chamado Chris Wedge que dirige esse longa da mesma forma exemplar que fez "A Era do Gelo". É notória a expressividade que conseguiram fazer para o filme, de forma que seus olhos, mesmo que tenha crianças berrando e saltitando por sua sala, não desgrude sequer um momento da tela, que chega a beirar a perfeição de pensarmos que o diretor não fez isso num computador e saiu para filmar no meio de uma floresta mesmo de tão real que consegue passar isso para a história ficar mais maravilhosa ainda.

Como disse, o filme possui personagens bem diversificados cada um com sua personalidade bem definida. Professor Bomba é divertido com suas trapalhadas, mas a voz de Murilo Benício ficou muito sua, tanto que vemos praticamente ele atuando e não o personagem, o que acaba incomodando um pouco. Maria Catarina é a garota tradicional que agrada por fazer tudo de forma singela e interessante, a voz de Luisa Palomanes ficou também bem encaixada para o personagem representando bem a adolescente que foi modelada perfeitamente para Amanda Seyfried, a qual mesmo sendo dublada aqui no Brasil por outra conseguimos ver seus trejeitos no desenho. Ronin é o famoso herói de guerra, ágil e pronto para brigar com tudo e todos, sempre defendendo os ideais de equipe, e Daniel Boaventura conseguiu impostar uma voz digna de um bom dublador com energia sem precisar que saibamos que é ele dublando, claro que Colin Farrell deve ter mandado muito bem afinal personagens fortes é com ele mesmo. Mandrake é daqueles vilões que acabamos pegando raiva, pois suas maldades são fortes e de um teor visual incrível, a voz de Mauro Ramos é interessante também, mas confesso que gostaria de ver a voz de Christoph Waltz no original. Mud e Grub são os personagens divertidos e caricatos que fazem as palhaçadas de tela, chamando toda a atenção pra si, quando estão enquadrados, agradam bastante todas as idades com certeza, mostrando um bom trabalho de Philippe Maia e Marco Ribeiro, dando uma total simpatia para os bichinhos que normalmente seriam bem nojentos. A rainha Dara é aquele personagem mágico, deslumbrante que deixaria qualquer princesa Disney babando por suas atitudes e Miriam Ficher empresta sua voz numa entonação doce e adequada, confesso que não enxergaria Beyoncé fazendo da mesma forma. Nod é o famoso garoto revoltado que não quer fazer tudo diferente, mas acaba mudando devido a dar trela para a história, Sergio Cantú faz bem também com um tom divertido e engraçado, mas Josh Hutcherson deve ter soado mais jovial talvez. Agora um personagem que é muito divertido visualmente e acredito que deva estar melhor ainda no original é a lagarta profeta Nim Galuu que é dublada por Steven Tyler e é notável seus trejeitos no personagem totalmente porraloka. Enfim, descrevi todos que aparecem mais e como disse ainda quero rever, claro quando sair em Bluray, a versão original para comparar se realmente as vozes estão de acordo no original, não que não tenha gostado dos dubladores brasileiros, mas sempre os personagens acabam levando trejeitos dos dubladores originais e isso é bem bacana de ver.

Falar do visual é ser repetitivo demais, pois temos uma beleza mais do que impressionante e gostaria de citar as cenas em que a rainha está andando sobre as plantas aquáticas para que pairem os olhos e vejam o deslumbre visual que conseguiram criar, além de todas as demais cenas com milhares de camadas surgindo de todos os lados. Confesso que James Cameron ao ver deve ter aplaudido de pé em comparação com o seu "Avatar", pois a precisão é minuciosa até demais para uma animação. A fotografia dá luzes para cada cena de forma individual, sem que possamos achar um defeito que seja para reclamar seja da modelagem ou de qualquer ponto visual. Como falei no início, vale completamente o ingresso pago a mais pelo 3D, pois tudo foi feito de forma minuciosa, interessante e agradável para não cansar a vista e ainda enaltecer toda a bela natureza do filme.

A trilha sonora é outro ponto bem interessante, já ouvi melhores em outras animações, mas agrada mais pela sonoridade não cantada dando um ritmo legal para a trama, e claro o costumeiro que dessa vez não deve nem ter sido uma fortuna, entra a música tema nos créditos, cantada também por Beyoncé.

Enfim, uma animação para ficar nas cabeças um bom tempo, mas que é uma pena não agradar tanto as crianças. Recomendo muito o filme para todos que sempre reclamaram de ver filmes em 3D sem necessidade, finalmente saírem bem contentes da sala, e claro só leve seus filhos se já forem um pouco crescidinhos, senão as chances dele chatear e querer sair da sala são altíssimas. Fico por aqui hoje, mas dessa vez as estreias vieram com tudo para o interior, então nessa semana vocês irão se cansar de ver o Coelho postando tudo por aqui. Abraços e até bem breve.


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Killer Joe: Matador de Aluguel

5/14/2013 11:22:00 PM |

Filmes policiais costumam seguir sempre para a mesma linha, a de matança ou perseguição, alguns seguem linhas diferentes e podem agradar muito, esse é o caso de "Killer Joe: Matador de Aluguel", que consegue fazer jus aos filmes antigos que seguiam uma boa linha de história e claro muita selvageria, não ficando apenas nas bobeiras tradicionais dos últimos filmes do gênero, e utiliza muito bem toda sexologia em um personagem forte e pronto para tudo. Realmente fazia muito tempo que não via um filme tão bem feito, que tivesse ao mesmo tempo boas atuações e uma história simples, porém bem intrigante, embora seja de fácil ligação no fechamento.

A sinopse nos mostra que em Dallas, Joe é um detetive, mas também um assassino por encomenda. Quando Chris, um traficante de 22 anos, tem seu estoque roubado pela própria mãe, ele deve rapidamente encontrar 6 mil dólares, senão será assassinado. Chris recorre então a "Killer Joe", lembrando que o seguro de vida de sua mãe vale 50 mil dólares. Inicialmente Joe recusa, porque só é pago adiantado, mas ele abre uma exceção contanto que Dottie, a sedutora irmã mais nova de Chris, sirva de "garantia sexual" até o dia do pagamento.

Como disse a história é bem simples, mas William Friedkin, sim o diretor do clássico  "O Exorcista" de 1973, consegue fazer algo impressionante de forma a transformar o protagonista, mesmo sendo um "vilão" matador num personagem tão cativante embora carrancudo que acabamos torcendo para que ele mate todo mundo e mais um pouco, chegando ao ápice revelador de forma tão forte que embora possa chocar algumas pessoas que forem ver, de forma que você vibra com os atos do protagonista. Claro que o diretor não fez tudo sozinho, pois contou com um ator genial, mas os planos escolhidos e a forma de condução da história que ele escolheu para fazer tudo é realmente impressionante.

Pra falar que Matthew McConaughey está excelente, ele precisaria piorar uns 200%, é impressionante a frieza do ator para fazer alguns atos em cena sempre com a mesma expressão sem hesitar em nada, isso poderia ser ruim e dizerem que a inexpressividade atrapalha, mas para o personagem em questão esse detalhe é o que mais conta deixando tudo perfeito. Emile Hirsch consegue convencer bem em algumas cenas, mas faz umas tomadas que você fica se perguntando o porquê dele ser tão bobo, mas que nem diria muitas mensagens subliminares por aí: são as drogas né. Juno Temple não é tão novinha quanto seu personagem no filme, mas consegue convencer muito bem, embora sua voz seja extremamente chata, a veracidade que passa de garota inocente do interior é bem colocada e tudo que faz se encaixa muito bem, uma excelente atuação da garota. Thomas Haden Church consegue lidar muito bem com seu personagem, mesmo que em poucas cenas, e nas últimas cenas faz valer bem seu papel. Gina Gershon aparentava não estar servindo para nada no filme, mas sua ligação final com direito a uma das melhores cenas subliminares, ou não, já feita no cinema. O elenco de apoio poderia ter sido menos bobo, mas como só são utilizados em pouquíssimas cenas nem incomodam tanto.

O visual do longa, embora com muitas cenas inúteis, por exemplo 3 cenas mostrando um cachorro chato que não serve em nada para a história, consegue fazer um Texas mais interiorano do que realmente é, parecendo que o longa se passe quase no século passado nos faroestes da vida, numa cidade atual. Isso é bacana, mas ao mesmo tempo pode pecar um pouco. Como a história pede toda essa simbologia, agrada bastante ver isso, e toda a fotografia empregada acaba ajudando bem para realçar todos os elementos cênicos e marcar o filme.

Enfim, é um filme forte com uma história que não deva agradar a muitos, principalmente por alguns exageros bem machistas que eu achei bem válidos, mas pode pesar para alguns, embora consiga retratar bem do que somos capazes em momentos de fúria. Recomendo bastante o filme que deve estar sendo lançado logo mais em DVD já que foi lançado nos EUA em 2011 e no Brasil no comecinho de Março, só aparecendo por aqui agora, o que é uma pena, pois é um excelente filme do gênero que me lembrou bastante os antigos longas policiais. A história de 102 minutos passa tão rápida que aparenta ter bem menos e quem for fã desse estilo sairá bem feliz com o que verá. Encerro minha semana cinematográfica aqui, mas na sexta estou de volta com muitos filmes que já vi que estrearão pelo Brasil e felizmente também pelo interior. Abraços e até mais pessoal.

 

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Uma Ladra Sem Limites

5/12/2013 01:21:00 AM |

Muitos me perguntam por que com 10 curtas na carreira nunca me arrisquei numa comédia e a resposta é bem simples, porque é dificílimo fazer com que as pessoas riam de algo, e cada dia com a forma tempestuosa que as coisas andam é cada vez mais difícil. Digo isso, pois classificar um road-movie divertido como comédia é quase abusar do espectador que sai de sua casa pronto para rir bastante e apenas vê algo interessante que é "Uma Ladra Sem Limites". Em hipótese alguma vou dizer que não me diverti com a proposta do filme, mas tirando uma ou outra bizarrice que nos faz rir, o longa apenas no mostra uma viagem aonde tudo vai sendo desenrolado para que cada um dos protagonistas aprendam a conviver com o outro, mesmo inicialmente estando de lados opostos, e isso acaba sendo piegas demais.

A história nos mostra que Sandy Patterson é um paizão, trabalhador e anda louco por uma promoção para melhorar a saúde financeira da família que vai crescer ainda mais, já que sua esposa está grávida. Quando ele estava prestes a dar um salto profissional significativo, descobre que seu nome está sendo usado indevidamente por alguém em outro estado. Com a polícia de mãos atadas para resolver o seu caso, ele resolve viajar para convencer a pilantra a se entregar. Só que a missão fica ainda mais complicada na medida que outras pessoas, entre eles um caçador de recompensas, também querem a cabeça dela.

O roteiro em si é bacana, mas acaba se tornando bem fraco com o andamento completo da história, além de que o diretor Seth Gordon se tivesse mantido pelo menos um pouco do que fez em "Quero Matar Meu Chefe", com certeza teria tido melhores resultados com o longa, não deixando apenas no quesito mediano de diversão, mas chegando ao primor de uma comédia agradável e divertida aliada a boas histórias que poderiam se encaixar com o road-movie. Agora se esquecermos de que fomos ver uma comédia, é bem capaz que ele nos agrade bem mais com tudo que se passa nessa maluca história de uma ladra que só quer se humanizar e de um "mané" que deseja ser alguém, e assim é onde o foco tomado pelo diretor pode ser valorizado como algo interessante de ser assistido e assim até soltarmos algumas risadas em alguns momentos. Enfim, é uma história boa, mas que fugiu da proposta que era ser uma comédia inteligente, ficando apenas como algo que poderia ir bem além.

Se eu falar que gosto das atuações de Melissa McCarthy estaria sendo completamente contraditório com todos os outros filmes que vi dela e que nunca me convenceram de mostrar ela como uma ótima comediante, claro que faz bons trejeitos cômicos e diverte, mas está muito longe de ser alguém que eu vá rir apenas pelo que faz, e aqui não é diferente, pois começa bem com piadas até interessantes, trejeitos divertidos, mas vai decaindo de forma a ficar tão boba no final que já começa até incomodar. Jason Bateman que trabalhou tão bem com o diretor em "Quero Matar Meu Chefe", aqui está irreconhecível no quesito de fazer bons trejeitos, até se perdendo em diversos momentos de câmera. Para não parecer que sou reclamão demais, vou citar a melhor e única cena do longa que é a da cobra e o que ocorre logo na sequência, onde realmente eu ri bastante, pois nos demais momentos apenas saiu alguns sorrisinhos de canto de boca. Dos personagens secundários, quem vale realmente a pena ser citado pelos bons momentos cômicos que proporcionam são Robert Patrick, que talvez se tivesse sido melhor incorporado à história agradaria bastante e Eric Stonestreet que mesmo fazendo algumas tolices na tela, seus momentos são engraçados.

Por ser um road-movie, temos diversas locações bem interessantes para a trama, pois passam desde uma floresta, até uma estação rodo-ferroviária deserta, rodovias de todos os portes e até escritórios bem montados(até demais) que agradam por conseguir mostrar exatamente onde os personagens estão e o que acontecerá em cada lugar, isso é típico do estilo, mas sempre podemos ter alguma surpresa, e até que os diretores de arte conseguiram fazer esses locais se tornarem mais do que simples clichés desse gênero. Claro que como disse temos alguns exageros, por exemplo, a quantidade de coisas na casa de Diana e o escritório mega pomposo que acabaram de montar funcionários que acabaram de pedir demissão em outra empresa para montar a sua própria. A fotografia não sai do tradicional em momento algum e embora faça de forma correta, poderia ter abusado um pouco mais nas cenas de ação pelo menos para que desse mais emoção ao filme, mas no contexto geral, diríamos que foi inteligente da parte dos diretores de não exagerar nisso, deixando o longa mais tradicional possível.

Enfim, é aquele filme tradicional que passará umas 200 vezes na Tela Quente e conseguirá um público para rir dele, mas que no cinema conseguiu apenas algumas risadas esparsas de uma sala praticamente lotada, e isso é bem triste, pois esperava muito mais do diretor. Fico por aqui, com essa última estreia do interior, mas ainda tenho um atrasado para conferir que trombou com os horários do Festival que cobri semana passada, então terça fecho essa semana torcendo para que ao menos um me agrade mais. Então abraços e até breve pessoal, lembrando que podem comentar a vontade que sempre respondo tudo.


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