Netflix - Clonaram Tyrone (They Cloned Tyrone)

7/23/2023 07:01:00 PM |

Alguns filmes costumam se verter para algo mais fechado de estilo, querendo chamar atenção para determinado grupo, só que por vezes funciona bem, e em outros casos acaba ficando apenas um passatempo meio diferenciado, e colocaria o longa da Netflix, "Clonaram Tyrone", nesse segundo grupo que talvez viram todo o sucesso de "Meu Nome é Dolomite", e quiseram fazer uma segunda época do blaxploitation, agora usando uma referência mais puxada para a ficção científica que por vezes tenta puxar uma ou outra cena mais cômica, mas com uma base até que chamativa para o estilo, porém nem tudo funciona bem seguindo o mesmo formato, e aqui a trama acaba meio que cansando com os excessos dos protagonistas, tendo um ato ou outro com um certo gingado que diverte, outras cenas tentando puxar um lado mais misterioso de suspense, mas sem grandes chamarizes. Ou seja, é daqueles filmes que até entregam boas sacadas, mas que no final você fica esperando um algo a mais que não acontece, não sendo ruim de ver, mas que talvez amanhã eu já nem lembre que eu tenha visto ele.

A trama acompanha uma série de eventos aleatórios e coincidências super sinistras que, por obra do acaso, acabam colocando um trio improvável - formado por Fontaine, Yo-Yo e Slick Charles - diretamente no rastro de uma conspiração nefasta organizada pelo governo norte-americano. Nessa aventura cada vez mais misteriosa, os três serão forçados a se unir para solucionar a situação - que é bem maior do que eles poderiam imaginar - e tentar sair ilesos.

Diria que faltou um pouco de experiência para o diretor e roteirista Juel Taylor para que conseguisse entregar algo com mais desenvoltura, pois se analisarmos separado cada estilo do filme vemos muitos problemas, pois acabou não sendo um filme de ficção científica bem colocado como deveria ser, não vemos uma trama cômica que fizesse rir realmente, e também não temos uma pegada de filmes negros como tentou se passar, misturando tudo de maneira bem grosseira que acabamos até seguindo bem toda a densidade entregue, com um filme que entrega atos interessantes e uma certa coesão, porém sem ir além do que vemos durante a exibição, o que é ruim, afinal dava para trabalhar um pouco mais tudo e criar algo com uma pegada bem tensa sobre clones e o uso de produtos químicos, sonoros e tudo mais para "domesticar" uma população.

Sobre as atuações, posso estar bem errado, mas talvez se invertido os protagonistas o resultado seria muito melhor, pois John Boyega ficou meio que seco demais para com seu Fontaine, não tendo nem a desenvoltura séria de um traficante, nem alguém com uma presença maior para comandar o grupo na investigação, e isso pesou um pouco no ritmo da trama. Já Jamie Foxx pegou seu Slick Charles com propriedade, fazendo seus trejeitos clássicos como um bom cafetão deve fazer, e se desenvolveu bem nas cenas mais cômicas, o que acabou dando ritmo junto da parceria que fez com Yo-Yo, ou seja, seguraram bem a onda da trama e não deixaram que o filme caísse num lado mais depressivo. E falando na parceira de Foxx, Teyonah Parris foi bem dinâmica e cheia de estilo com sua Yo-Yo, brincando com as sacadas dos dois protagonistas, desenvolvendo o ritmo da personagem sem que ficasse forçada, e assim chamou a responsabilidade para si em diversos momentos, ou seja, deu show. Quanto aos demais, a maioria apenas teve uma ou duas cenas para aparecer e tentar se desenvolver, não sendo nada que marcasse muito ou chamasse atenção, tendo leves destaques para Kiefer Sutherland com seu Nixon, Leon Lamar com seu Frog e J. Alphonse Nicholson com seu Isaac.

Visualmente a trama se passa nos anos atuais, porém tem uma granulação e uma ambientação meio que dos anos 80, parecendo que a equipe quis desenhar um bairro mais estilo gângster de época e não tanto moderno, mas o subsolo recheado de elementos de pesquisa, laboratórios de teste e tudo mais que se possa imaginar, mostrando que usavam por lá e funcionava era levado para a superfície como produtos para cabelo, frangos fritos viciantes com drogas que geravam um humor a mais, suco que soltava os os mais quietos da comunidade na igreja e por aí afora, sendo algo que dava para ter sido mais usado, ao invés de se prender tanto nos protagonistas.

Enfim, não é um filme ruim, mas também passa bem longe de ser algo muito bom, valendo ver como um passatempo bem moldado com atores que fizeram bem seus papeis, mas com certeza daqui a alguns dias nem vou lembrar de ter visto ele, ainda bem que posso recorrer aqui para saber se vi. E é isso meus amigos, fico por aqui agora, mas vou tentar salvar o domingo com algum outro filme, então abraços e até logo mais.


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