Diria que o diretor taiwanês/brasileiro Hsu Chien Hsin anda pecando pelo excesso, pois tem feito na média de três longas por ano, e na maioria das vezes ele exagera na dose e no estilo, tendo como sua marca emocionar o público com alguma pegada no meio do caminho ou no final, mas falhando no conceito completo da entrega, o que é algo bem ruim de acontecer. Ou seja, ele anda fazendo tantos filmes no automático que nem anda se preocupando com o resultado em si, mas sim com o entregar, o que muitas vezes soa interessante para os produtores para ter material para vender, porém costumo dizer que nem tudo que é vendido é consumido no Brasil. O fato é que algumas de suas obras tiveram acertos por contar com grandes atores, como foi o caso com "Desapega!" que vendeu muito para os fãs de Maísa e Glória Pires, mas outros casos nem sobreviveram na segunda semana, ou seja, ele precisa ligar o alerta senão daqui a pouco fica conhecido por falhar mais do que acertar, o que acabou ocorrendo aqui, o que é uma pena, pois dava para um filme só de histórias de motorista ficar bem chamativo e divertido.
Sobre as atuações, diria que Estevam Nabote foi esforçado para que seu Pedro Paulo fosse ao menos carismático, e com isso ele conseguiu cativar os demais personagens, sendo até interessante ver seus atos, mas diria que talvez se usasse mais comicidade daria uma vertente ainda mais interessante para o papel, ou quem sabe algum outro humorista, mesmo que caricato. Os atos de Nanny People foram bem trabalhados e chamaram a atenção pelo estilo da humorista, que costuma puxar alguns exageros, mas aqui combinou ao menos com sua personagem Dona Nilda, e assim sua desenvoltura acaba chamando a atenção e agrada sem forçar tanto a barra. Aline Campos e Carol Nakamura até tentaram ser engraçadas com suas Manuela e Odete, mas apenas causaram bagunças visuais em suas cenas, inclusive quebrando o fluxo do filme que deveria focar mais no motorista do que nos demais. E voltando para o lado dos passageiros do carro, vale alguns destaques para o lado romântico/emocionado de Ed Gama com seu Sebastian, e Danielle Winits fazendo barraco com sua Betina, mas nada que fosse muito expressivo para o resultado da trama.
Visualmente, o opala foi bem marcante nas cenas, conseguindo dar o estilão meio que de road-movie para a trama, mas o protagonista desce demais do carro, e isso quebrou um pouco as nuances que o filme poderia desenvolver melhor, tendo algumas corridas em estacionamentos durante uma perseguição policial, toda a conexão com a moça do guincho, uma confeitaria argentina, o shopping aonde a esposa trabalha, a casa caindo o teto para fazer propaganda da marca patrocinadora indo comprar material de construção, uma cena de barraco dentro de um hotel, e claro o spa aonde a mãe vai sofrer nas mãos de massagens bem exóticas, ou seja, criaram bons ambientes para desenvolver tudo de modo que a equipe de arte trabalhou bastante.
Enfim, fui conferir o longa esperando bem pouco dele, porém esperava rir ao menos um pouco, o que não aconteceu nem comigo, nem com nenhum dos demais expectadores da sala (sendo até mais divertido ver as cenas erradas nos créditos, o que sempre é engraçado), mas ao menos tem um tom emotivo no final que agrada de certa forma, não sendo algo tão ruim de ver, porém não tenho como recomendar o longa para ninguém, o que é uma pena dentro da cadeia de filmes nacionais. E é isso meus amigos, fico por aqui hoje, mas volto em breve com mais textos, então abraços e até logo mais.
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