Oppenheimer

7/23/2023 12:07:00 AM |

Diria que essa semana está bombástica nos cinemas! Não só literalmente por mostrar a história do "pai" da bomba atômica, como também sendo realmente a volta das pessoas aos cinemas pós-pandemia, aonde praticamente todas as salas estão ficando com ingressos esgotados seja para "Barbie" ou "Oppenheimer", o que deixará nossos amigos dos cinemas exaustos, mas felizes com o movimento! Mas como já falei muito do mundo rosa, vamos agora concentrar tudo em cima de "Oppenheimer" que é um tremendo filmaço com estilo, imponência e importância histórica muito bem desenvolvido, porém com a quantidade de personagens históricos importantes e um tema tão forte, as longas três horas de exibição acabam sendo poucas na verdade, parecendo ser até acelerado o tanto de informação que cada um passa na trama, e  um bom detalhe que alguns podem achar até estranho é que a trama tem momentos coloridos e outros em preto e branco, e podemos ver como sendo quase que dois filmes, o colorido de J. Robert Oppenheimer e o preto e branco como de Lewis Strauss, que não darei spoilers, mas é bem importante olhar para esse personagem que num primeiro momento parece meio inútil, mas que vai ser intenso no final. Ou seja, é um filme que dava para ir muito além, e ser maior ainda, mas que também cansa com o excesso de diálogos, nem parecendo ser um filme de Nolan que tanto se desenvolve mais com ações, e isso pode ser bom por um lado, mas ruim por outro, vai depender de como cada um analisar tudo.

Ambientado na Segunda Guerra Mundial, o longa acompanha a vida de J. Robert Oppenheimer, físico teórico da Universidade da Califórnia e diretor do Laboratório de Los Alamos durante o Projeto Manhattan - que tinha a missão de projetar e construir as primeiras bombas atômicas. A trama acompanha o físico e um grupo formado por outros cientistas ao longo do processo de desenvolvimento da arma nuclear que foi responsável pelas tragédias nas cidades de Hiroshima e Nagasaki, no Japão, em 1945.

Gosto muito de todos os filmes do diretor Christopher Nolan, e mesmo sendo exagerado em alguns momentos de suas tramas, o resultado acaba sendo sempre grandioso e interessante de ver dentro da proposta, e aqui não foi diferente, pois mesmo levantando diversas polêmicas como o não querer usar computação para fazer a explosão do filme, acabou construindo muita tecnologia física, e assim sendo o resultado chamou bastante atenção, porém o maior problema aqui não foi a grandiosidade da proposta como muitos esperavam que acontecesse, mas sim pegar o livro ganhador do Pulitzer, "Prometeu Americano: O Triunfo e a Tragédia de J. Robert Oppenheimer" que contém muita história e muitos personagens importantes da História, e não condensar isso de forma que virasse um filme, mas sim colocar tudo na tela, o que acabou lotado de personagens com atores tão bons, que a trama se ampliou para um tamanho impossível de ser cortado, e aí optaram por acelerar todos os processos, e diálogos e mais diálogos acelerados acabam cansando em demasia o público. Ou seja, a direção e o roteiro de Nolan ficaram tão gigantes que o melhor a se fazer seria entregar uma série de uns 4 a 5 capítulos de uma hora cada que resultaria em algo muito mais eloquente e bonito de se ver, pois a história toda é incrível, ver as duas vertentes acontecendo é brilhante, e a cena pós destruição do Japão é algo que não tem como não se emocionar vendo o povo vibrando e aplaudindo o cientista, enquanto o ele parece sentir o que fez, sendo algo perfeito demais de se ver, de tal maneira que tudo merecia algo a mais. Agora quanto da sacada de fazer dois filmes juntos, um em preto e branco e outro colorido para dar ênfase nos dois personagens foi brilhante, e pega bem a intensão de ambos protagonistas.

Sobre as atuações é fato que Cillian Murphy tem um estilo tão próprio que chega a ser difícil não gostar de algo que faça em cena com seu Oppenheimer, chamando sempre a responsabilidade cênica para si, criando desenvolturas próprias e marcantes, e principalmente tendo um tom de voz calmo e bem preparado para comandar realmente uma equipe de cientistas para fazer aquilo que foi o começo do fim do planeta, e o ator soube fazer alguns trejeitos tão fortes em alguns atos que acaba até emocionando com o resultado final, ou seja, foi perfeito no que precisava fazer, e certamente deu seu nome para a produção. Robert Downey Jr. também foi muito bem encaixado como Lewis Strauss, colocando nuances iniciais que pareciam ser simples, tendo uma desenvoltura de um diretor comum, mas que depois vira tudo com atitudes tão marcantes com imposições diretas e tão boas que mostram como ele é muito mais do que vimos por vários anos. Emily Blunt trabalhou trejeitos tão fortes com sua Kitty, que conseguiu passar a mensagem completa de suas falas só com olhares, mas ainda trouxe perspectivas marcantes e cheias de estilo para que entregasse tudo em suas cenas, o que acabou agradando bastante. Outro que foi muito bem em cena foi Matt Damon com seu Leslie Groves, fazendo bem toda a imponência de um soldado em meio a uma guerra, e que mesmo sendo colocado mais para o lado burocrático da guerra trabalhou com tensão e frieza no olhar, agradando bastante. Agora embora apareça apenas em três cenas, Tom Conti ficou incrível como Albert Einstein, de tal forma que se algum diretor está pensando em fazer qualquer filme sobre o cientista, já pode colocar o nome dele como primeira opção, pois foi perfeito em seus atos. Como disse no começo são muitos bons atores e bons personagens, então se for ficar falando aqui vou passar o resto da noite escrevendo, então vale apenas a citação de Jason Clarke com seu Roger Robb, Kenneth Branagh com seu Niels Borh, Tony Goldwyn com seu Gordon Gray, Gary Oldman como o presidente Truman, e claro o grande destaque sensual vai para Florence Pugh com sua Jean Tatlock, com a cena do depoimento sendo algo de um impacto tremendo visual.

Visualmente o longa foi muito imponente também, mostrando desde as reuniões nas faculdades que o protagonista trabalhou, algumas reuniões dos partidos comunistas, e claro toda a construção da cidade de Los Alamos aonde aconteceu todo o projeto Manhatan com o desenvolvimento da bomba em detalhes, sua detonação e claro todo o "julgamento" do protagonista bem como suas reuniões pós ataque ao Japão, sendo algo que o diretor fez de forma tão grandiosa, sem uso de computação (segundo ele) que chega realmente a impressionar pela magnitude de tudo. Vale também destacar o visual dos personagens em várias fases, tendo um trabalho tanto de figurino quanto de maquiagem para envelhecer todos, e claro ficarem bem parecidos com cada personagem real, ou seja, algo muito chamativo e bem trabalhado.

Enfim, é uma tremenda produção, que com todo o som e o impacto da sala Imax, as poltronas viraram quase que um daqueles brinquedos de parque que ficaram chacoalhando, sendo algo muito sensorial, porém o longa acaba sendo um pouco cansativo pelo excesso de diálogos e personagens, de tal forma que alguns acabarão nem se envolvendo tanto, mas é brilhante como obra e certamente vai impactar em muitos toda a ideia de algumas bombas que se realmente aparecerem podem acabar com o mundo como é hoje, então vale com certeza a conferida. E é isso meus amigos, fico por aqui hoje, mas volto amanhã com mais textos, então abraços e até logo mais.


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