Amazon Prime Video - Quando Hitler Roubou o Coelho Cor-De-Rosa (Als Hitler Das Rosa Kaninchen Stahl) (When Hitler Stole Pink Rabbit)

7/27/2023 12:40:00 AM |

Costumamos ver muitos filmes do período da Segunda Guerra mostrando a parte mais caótica de tudo, já com os campos em pleno funcionamento, fugas e tudo o que foi feito com os judeus, mas são poucos os que trabalham contando a história dos judeus alemães que viram que o leite ia azedar antes da eleição majoritária do partido de Hitler em 1933, e com a trama baseada no livro semi-biográfico de Judith Kerr, "Quando Hitler Roubou o Coelho Cor-de-Rosa", que pode ser conferido na Amazon Prime Video, vemos bem todo esse dilema sob o olhar de uma garotinha judia que precisa ficar mudando de países junto com a família para fugir do nazismo e também para ir aonde o pai conseguisse emprego, e vemos bem o sentimento de pessoas vivendo asilo em lugares que não conhece, tendo de aprender a língua, sobrevivendo com muito pouco dinheiro e comida, e quando acha que terá um lar ou voltará para sua origem, eis que vai para algum lugar ainda mais longe. Ou seja, é uma trama bem arquitetada, simples, porém bonita e bem densa, aonde conseguimos ver o olhar da jovem e também um pouco dos países por onde passaram como eram tratados os judeus fugitivos de Hitler. Diria que talvez desse para pegar um pouco mais pesado na trama, para emocionar mais, mas ainda assim o resultado acaba sendo bem trabalhado na tela.

O longa nos conta que na Berlim de 1933, Anna tinha apenas nove anos quando sua vida mudou por completo. Para escapar dos nazistas, seu pai Arthur Kemper, um conhecido jornalista judeu, teve que fugir para Zurique. Sua família - Anna, seu irmão de 12 anos, Max, e sua mãe Dorothea - o seguem logo depois. Anna deve deixar tudo para trás, incluindo seu amado coelho rosa, e enfrentar uma nova vida cheia de desafios e privações no exterior.

Com toda certeza a diretora e roteirista Caroline Link devorou o livro de Judith Kerr, pois conseguir passar toda a síntese de um período dificílimo para os judeus e ainda colocar a voz e olhar da trama todo pela ótica de uma garotinha é algo para se envolver e ficar querendo conhecer outros trabalhos dela, afinal isso é algo que não costuma funcionar com muita facilidade, e o estilo entregue conseguiu ser bem leve, mesmo trabalhando cenas bem duras e tristes, parecendo que a jovem tinha esperanças demais para causar qualquer trabalho para seus pais, e com isso seu filme acaba tendo uma doçura bem marcante que flui e envolve bastante. Ou seja, é algo que podemos dizer bem novo nesse estilo, pois a proposta até poderia ser dramática de um nível altíssimo, mas como o livro mesmo é algo bem desenhado e com uma proposta quase que lúdica, o resultado do filme também fluiu para algo mais de aventura familiar de mudanças do que um drama pesado sobre o período do nazismo.

Sobre as atuações posso dizer sem dúvida alguma que a garotinha Riva Krymalowski entregou tudo com olhares simples e bem expressivos com sua Anna, de tal forma que mesmo tendo alguns atos com uma certa timidez, acaba se desenvolvendo facilmente no ambiente e chamando toda a atenção para si, ou seja, mostrou personalidade e certamente pode ir muito longe com seu estilo. O jovem Marinus Hohmann também foi bem direto na desenvoltura de seu Max, passando aquele ar de irmão mais velho, que entende um pouco mais de tudo o que está acontecendo, mas que também ainda é uma criança com apenas 12 anos, e deu bons tons nos seus atos junto de Riva, brincando praticamente com o ambiente e com a seriedade que precisou passar. Oliver Masucci fez bem toda a imponência que seu Arthur precisava passar, sendo um jornalista e crítico de arte passou envolvimento, classe e também muito orgulho para com suas atitudes, o que acabou chamando muita atenção no segundo ato, que acabou sendo até meio que rude, mas correto para o que o papel pedia. Do elenco todo conhecemos bem mais Carla Juri, que entregou claro uma mãe bem conectada aos filhos com sua Dorothea, mas que segue sempre o marido nos desafios até onde dá, de modo que vemos suas atitudes bem colocadas, mudando completamente seu estilo de vida e agradando com os trejeitos passados nessa mudança. Quanto aos demais, vale claro mencionar Justus von Dohnányi como seu Julius bem conectado à garotinha e claro a empregada da família Heimpi bem feita por Ursula Werner, de tal forma que ambos trouxeram um envolvimento bem doce para a jovem garota.

Visualmente a trama mostra bem a casa rica da família em Berlim, o estilo de vida deles com muitas obras literárias, piano, roupas chiques e tudo mais, depois vão para um hotel ainda bem classe alta em Zurique, depois vão mais para o interior da Suíça numa pousada bem simples, com uma escola simples também, aonde vemos maiores conexões das crianças, até a mudança por completo para Paris, aonde vemos claro uma escola completamente diferente, um apartamento bem pobre quase que escondido de tudo, a dificuldade com comida, e o contraponto com os ricos da cidade, e para finalizar ainda temos uma boa cena no topo da Torre Eiffel junto com mais uma viagem de barco, ou seja, a equipe foi simples e representativa, usando ambientes menores para não necessitar talvez mostrar coisas que já mudaram com o passar dos anos, mas principalmente não precisou mostrar o nazismo e a guerra em si, sendo algo mais fechado na família mesmo.

Enfim, é um filme bonito e envolvente, que não chega a pesar nem emocionar tanto quanto poderia com bem poucas mudanças, mas que consegue ser agradável e passar bem a mensagem de como alguns conseguiram sobreviver nessas fugas todas, que claro por terem um pouco mais de dinheiro e contatos tudo fluiu, mas que muitos não tiveram essa mesma sorte e ideia antes da explosão que ocorreu com Hitler assumindo o poder. Então fica a dica para uma boa sessão diferente dentro desse tema, e eu fico por aqui hoje, então abraços e até breve com mais dicas.


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