Os Aventureiros - A Origem

Confesso que fui ao cinema hoje com muito receio do que iria ver, primeiro por não saber nem quem é Luccas Neto tirando o bonequinho de plástico que meus priminhos têm, segundo pois o trailer tinha toda a cara de ser algo tão bobo que iria sair reclamando de tudo na tela, e terceiro que ainda usando de fonte o trailer, os efeitos pareciam ser bem fracos, porém o resultado final de "Os Aventureiros - A Origem" foi até que interessante, pois mesmo sendo bobinho, tem o estilo que o público alvo (que são os fãs do rapaz) gostam de ver, de tal maneira que as crianças na sala ficaram ultra felizes com tudo o que ocorria e na hora que eles se transformam então, achei que fossem enfartar de tanto gritar, ou seja, é algo modelado para eles, e quanto para minha sessão, foi algo até que bacana, pois lembrou um pouco os filmes da época dos Trapalhões e da Xuxa, aonde os efeitos eram toscos, os personagens faziam piadas jogadas ao vento, e a desenvoltura de tudo acaba sendo leve e até que "divertida", ou seja, serve como um passatempo para quem no caso vai acompanhar a criança, que não incomoda, mas adianto para não ir esperando nada além do básico, que aí o filme flui.

A sinopse nos conta que quando Luccas decide invadir o laboratório do recém-desaparecido cientista Honório Flacksman, o grupo de amigos é sugado para um portal que os leva para outra dimensão: a Cidade da Alegria. Lá, eles são abordados por Catarina, chefe dos Guardiões, protetores da Cidade. Ela os interroga, suspeitando que estejam envolvidos no recente sumiço do mapa das Pedras do Poder. Eles encontram o cientista, mas precisam das pedras para voltar. Nessa aventura, repleta de charadas e armadilhas, a coragem do grupo é desafiada e os amigos entendem que a união é o que os torna mais fortes.

Claro que analisando agora longe de algo feito apenas para os fãs, mas sim como filme de cinema, a trama tem problemas e exageros que davam para ser minimizados, e o principal é que o diretor André Pellenz mesmo sabendo fazer grandes sucessos de humor, aqui ficou preso no protagonista que não tem graça, já que seus atos soam mais bobos do que cômicos, e assim sendo a história precisou ir até mais além do que já iria para conseguir convencer e funcionar. Outro problema gravíssimo é que se você vai para uma cidade da alegria, o mínimo que a palavra cidade exige são moradores, e a trama nos mostra quase uma vila de 10 pessoas, ou seja, ficou parecendo apenas uma praça e nada mais, então dava para se pensar melhor no roteiro, ou então em um desenvolvimento maior. Ou seja, citei apenas dois problemas simples que o diretor conseguiria resolver em suas mãos, mas existem alguns outros, que se for julgar apenas isso ficaria aqui falando um monte, então vou priorizar falando que é um filme feito para crianças, felizmente sem abusar de linguagens jogadas, e assim sendo o resultado até soa fantasioso o suficiente para envolver, e isso já faz valer ao menos como disse um passatempo de algumas horinhas no cinema ou em casa.

Sobre as atuações, diria que o grupo entregou uma química bacana na telona, de forma que não sei se os vídeos que entregam são com esses mesmos personagens, mas que ao menos durante o filme se conectaram bem, com Luccas Neto sempre procurando se destacar e puxar alguma comicidade em cima de seus atos, e claro ousando algumas sacadas meio que absurdas para inverter situações, ou seja, ficando sempre como o bobo da turma, mas também sendo o líder, o que acaba sendo confuso na tela, mas que acredito ser a base do humor dele. Já Juliana Didone inicialmente parecia mais animada com sua Megan como uma cientista bem colocada, mas depois que recai para o lado do mal ficou meio sem jeito, com trejeitos estranhos e até sofrendo para apanhar, o que acabou parecendo uma certa falha de direção de atores, pois sabemos que ela é uma boa atriz, mas faltou melhora um pouco para soar mais convincente. Quanto aos demais é melhor nem falar muito, pois se encaixaram aonde podiam na trama, mas sem grandes chamarizes expressivos, então vou ficar apenas com o protagonista e a vilã, e está tudo certo.

Visualmente a trama é simples, mas contou com bons apetrechos e uma criatividade até que boa para as missões do filme, claro que na base de um orçamento bem baixo, tendo efeitos estranhos, muitas luzes e uma cidade como disse bem simples, aonde só é mostrado a praça, uma floresta imensa, a casa do cientista, uma mina e uma loja de doces, contando com algumas armas meio que simples, mas que dentro do que o filme se propunha até funcionou, ou seja, como já disse temos de ir esperando o pior para enxergar algo melhor, e assim o resultado da equipe de arte foi o básico para não errar.

Enfim, é um filme com a proposta única para os fãs do Luccas Neto, que diverte de uma forma meio boba e exagerada, mas que acredito ser assim o estilo de seus vídeos, ou seja, as salas vão ter muitas crianças fãs, e claro os pais que vão levar, então apenas não espere muito que o resultado ao menos não decepciona. E é isso pessoal, fico por aqui hoje, mas volto amanhã com mais textos, então abraços e até logo mais.