Diria que a diretora e roteirista Chloe Okuno foi muito precisa nos movimentos de sua trama para deixar o público com a mesma dúvida da protagonista, se prendendo por completo na tensão e até se assustando com elementos bobos que não acontecem nada, e isso é saber fazer o suspense durar, pois facilmente a trama dava para cortar uns 20 a 30 minutos que não perderia muita coisa, mas não criaria a tensão, a raiva e tudo mais que acaba acontecendo conosco conforme parece estar chegando ao final e nada rolou. Ou seja, é um filme que muitos vão reclamar horrores de tudo, mas o resultado simples e bem eficiente funciona demais, criando uma síntese maior para tudo, e não impactando ou assustando apenas por fazer, mas sim pela forma funcional de tensão criada que é fechada com classe, e assim sendo mostra que a diretora entrou de cabeça em seu primeiro longa, e se seguir assim tende a ser um nome para ficarmos de olho.
Sobre as atuações, Maika Monroe conseguiu ser bem intensa de expressividade para com sua Julia, de forma que ficamos até com um pouco de raiva de sua paranoia, quase falando "vai trabalhar minha filha, fazer algo pra limpar a cabeça!", mas também ficamos tensos com a possibilidade de ser realmente um assassino que está atrás dela, e seus olhares, atos e toda a desenvoltura acaba ficando bem marcante do começo ao fim, acertando bastante com o que faz. Karl Glusman entregou um Francis meio que jogado demais como marido, pois não leva a sério o que a esposa conta, faz trejeitos de dúvida em todos os atos e não dá o devido apoio, e isso é muito bom, pois é exatamente o que o papel pedia, ou seja, chega a ser irritante as conversinhas em outra língua quando está com amigos, deixando ela de lado, e esse estilo desleixado marcou presença para a ideia completa, ou seja, fez o que lhe pediram e acertou também. Burn Gorman faz seu papel de observador misterioso com trejeitos bem estranhos, trabalhando um ar fechado, sendo até esquisito de ver sua personalidade, e assim como fez o outro homem da produção, acertou dentro do que o papel pedia, ou seja, chega a dar medo mesmo. Dentre os demais, a maioria teve poucas conexões com a trama, não importando tanto, e o mais bacana é que falando em romeno, nem colocaram legendas, de forma a ficarmos igual a protagonista sem entender o que está rolando mesmo, valendo então apenas dar um destaque para a conexão que Madalina Anea consegue passar com sua Irina, chamando a atenção em algumas cenas, e agradando dentro da proposta.
Visualmente a trama é bem simples, porém interessante, com um apartamento bem decorado, que a primeira coisa que vem à mente é por cortinas, aí colocando as cortinas a protagonista continua a olhar para ver se o homem está lá, depois vamos num "road-movie" a pé com a personagem seguindo o homem, vemos algumas festas, o apartamento bagunçado da vizinha, e claro a cena no metrô vazio que é intensa por não ter nada, só os personagens, e assim sendo diria que foi uma produção de arte fácil demais de entregar, mas sem erros.
Enfim, procurei falar o mínimo para não entregar nenhum spoiler, e assim sendo apenas digo que é um filme bem tenso e bem trabalhado, aonde não esperem se assustar com nada, e também não espere acontecer muita coisa, pois não ocorre, e é justamente isso o que causa a sensação da trama, mas aviso o final compensa, então veja. E é isso pessoal, fico por aqui hoje, mas volto em breve com mais textos, então abraços e até logo mais.
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