HBO Max - Frio Nos Ossos (Little Bone Lodge)

7/06/2023 12:36:00 AM |

Muitas vezes me perguntam qual meu gênero favorito e a resposta vem muito fácil para o suspense, pois as reviravoltas de um bom filme sempre surpreendem e o resultado por mais que já conheçamos bem o estilo sempre dão algum jeitinho de ir mais além. Aí nessa semana ouvi tanto falarem de "Frio Nos Ossos", que estreou na HBO Max e resolvi dar o play, e o mais engraçado de tudo é que a trama já começa de forma meio desesperadora, sem dar quase tempo algum para que o público se envolva com os personagens, e conforme tudo vai se desenvolvendo vamos mudando de opinião de cada personagem, com situações que só pioram, e no final vem algo bem promissor para um fechamento perfeito dentro da ideia toda. Ou seja, podem dar play tranquilamente, pois não tem envolvimentos com espíritos que muitos costumam fugir, sendo sim algo violento e de intensidade, mas que funciona mais dentro da ideia de tensão e personagens perigosos que o resultado acaba sendo até light para quem gosta do estilo, de tal forma que alguns pode ser que peguem toda a ideia de cara, outros vão pegar na cena do policial, mas o plot de fechamento foi muito bem sacado, e faz valer toda a exibição curta de 93 minutos.

A sinopse é bem simples e nos conta que durante uma tempestade muito cruel, dois irmãos criminosos em fuga buscam refúgio em uma casa de fazenda desolada. Levando a família residente em cativeiro, eles descobrem que a casa guarda seus próprios segredos obscuros.

Diria que o diretor Matthias Hoene foi bem direto na ideia da trama, usando alguns artifícios de outros filmes que já vimos por aí, mas usando de boas sacadas nas reviravoltas conseguiu ir trabalhando o texto com intensidade sem perder o brilho e a tensão em momento algum, o que é difícil de acontecer na maioria dos filmes, e o grande diferencial foi brincar com as reviravoltas sem deixar o filme leve, pois de cara se nota que a protagonista não é muito bem uma pessoa do "bem", e conforme tudo vai se desenvolvendo o diretor foi apresentando mais detalhes e situações para que o público não perdesse o foco. Fora o melhor de tudo, que é um filme curto que se resolve fácil, não precisando enrolar, criar momentos filosóficos e pensantes, mas sim o bom e velho estilo de suspense com crimes, aonde tudo funciona e agrada, ou seja, simples e eficiente no que precisava fazer que é deixar o público tenso.

Sobre as atuações, Joely Richardson soube segurar bem o protagonismo com sua Mamãe, dando dinâmicas bem pretensiosas em alguns momentos, mas direta e com estilo na maior parte do tempo, mantendo a personalidade forte sem ser dura demais, e principalmente não entregando logo de cara o que tem escondido, ou seja, foi centrada e bem colocada em todos os atos. A garota Sadie Soverall fez uma Maisy daquelas que temos vontade de socar, pois mesmo vendo coisas erradas, segue fazendo o que lhe pedem, e isso é a base de um bom filme de suspense, mas irrita, e a atriz foi muito bem em cena mostrando seu interesse e desenvoltura, o que chama atenção. Neil Linpow acabou exagerando um pouco com seu Jack, estourando rapidamente a personalidade forte, e partindo para cima de tudo com muita rapidez, de forma que se molda durante o restante do tempo, mas dava para passar mais uns minutos com a calma inicial bem colocada, fora que com a ferida semi-aberta acabou pulando demais, e isso nem em filme ficaria tão bem suturado. Ja Harry Cadby trabalhou os surtos de seu Matty meio que desenfreado demais, de tal modo que realmente pareceu louco sem segurança alguma, o que ficou interessante de ver na tela, mas meio que sem muitos motivos, ou seja, talvez um pouco mais de base antes de tudo seria mais interessante, mas foi bem no que foi proposto. Quanto os demais, é melhor cada um assistir, pois são personagens de conexão com boa importância na trama, e fizeram bem, então apenas confira.

Visualmente a casa é bem interessante, com ambientes bem montados e preparados para serem apresentados aos poucos, começando pela sala aonde está rolando a festa de aniversário, o presente inusitado, um hall pequeno, mas aonde ocorrerão a maioria das interações, um quarto simples embaixo, o quarto da garota todo decorado e lúdico, um estúdio fechado que vemos depois nas cenas finais o que tem lá, um porão bagunçado, mas com muitos elementos para serem usados, um celeiro, além de algumas cenas no acidente de carro, com tudo sendo mostrado rapidamente, e ainda tendo espaço para detalhes, ou seja, a equipe de arte equilibrou bem as cenas para o diretor nem querer ficar esperando o público ver tudo, nem sair jogando ao vento o que fizeram.

Enfim, dava para surpreender ainda mais colocando um pouco mais de cenas violentas, mas sairia do suspense para o terror realmente, e aí o filme não se venderia tão fácil, além de alguns atos menos óbvios para quem já viu tantos filmes do gênero, mas ainda assim é algo que vale sem dúvida o play, e fica assim a recomendação. E é isso meus amigos, fico por aqui hoje, mas volto em breve com mais textos, então abraços e até logo mais.


0 comentários:

Postar um comentário

Obrigado por comentar em meu site... desde já agradeço por ler minhas críticas...