Amazon Prime Video - Rei do Ringue: A História de Jem Belcher (Prizefighter: The Life of Jem Belcher)

7/08/2023 04:43:00 PM |

Costumo dizer que ver filmes de lutas é mais do que apenas ver homens se socando, mas sim ver lições de superação ou desabamento moral de jovens que acabam crescendo os olhos conforme vão ganhando lutas e ascensão social, de tal forma que se o diretor souber trabalhar bem toda a intensidade dos atos acaba emocionando ainda mais com tudo o que tem para mostrar. E com "Rei do Ringue: A História de Jem Belcher", que entrou em cartaz na Amazon Prime Video, vemos bem toda essa intensidade do boxe, vemos homens humildes virando reis com suas lutas, e claro que bebedeira nem sempre leva uma pessoa para algo melhor, e a trama acaba sendo bem marcada por altos e baixos de um jovem pobre que acaba desandando com as festas da burguesia inglesa, praticamente perdendo a visão e ainda assim querendo voltar a sonhar grande. O filme é daqueles grandiosos que empolgam do começo ao fim, mas que no miolo deu uma leve desandada no ritmo, e isso acabou pecando com um resultado um pouco frouxo demais, porém como costumo falar também, longas biográficos de alguém que não conhecemos acaba sendo muito interessante de ver na tela, e aqui isso funciona bem demais, superando até os problemas de ritmo. 

O longa mostra que Jem Belcher nasceu na pobreza, criado por seu avô, um ex-boxeador que agora luta contra o vício. Desesperado para ganhar a vida e honrar o legado de seu avô, ele busca a orientação de um renomado treinador, que nutre seu talento natural e o treina para ser o maior lutador do mundo. Jem é o campeão da Inglaterra e o melhor do mundo antes que um acidente o deixe parcialmente cego, provocando uma queda destrutiva. Jem deve provar seu valor mais uma vez e lutar contra o último campeão em uma disputa brutal para recuperar seu título de uma vez por todas.

Diria que o diretor Daniel Graham trabalhou muito bem toda a intensidade da trama escrita pelo protagonista do filme Matt Hookings, de modo que o filme acaba bem representativo visualmente pelos ambientes dos anos 1800, mostra como o boxe que hoje é um grande e expressivo esporte era tratado apenas como jovens moribundos se socando quase como rinhas de galos, e mais do que isso mostra todo o sofrimento e treinamento para se alçar grandes superações, de tal forma que soube conduzir bem tanto as cenas de luta quanto as de festanças e as dinâmicas entrepostas durante toda a exibição, só faltou mesmo um pouco mais de ritmo para que o filme superasse também as dificuldades e fosse mais além, porém ainda assim é um filmão de época que merece ser conferido para conhecer mais do personagem, e assim quem sabe não ser apenas uma grandiosa luta esquecida do boxe, mas sim algo que foi violentíssimo, e chamativo na vida de todos.

Sobre as atuações, diria que Matt Hookings entregou muita personalidade para seu Jem, soube trabalhar o galanteio do jovem durante o período entre as lutas, e desempenhou bem movimentos do boxe, olhares, e claro todo o treinamento, sendo imponente e estiloso, além de chamar para si muita responsabilidade de vários atos, o que acaba dando mais força ainda para ele, ou seja, foi bem no que era preciso e agradou. Agora sem dúvida alguma quem chamou muita atenção foi Ray Winstone com seu Bill Waar, trazendo todo o ar inspirador que grandes treinadores passam para seus atletas, dando lições, botando banca e com trejeitos fortes sendo intenso no que tinha de fazer, o que acabou agradando até mais do que o protagonista. Ainda tivemos atos bem marcantes de Marton Csokas com seu Lorde Rushworth, mostrando toda a desenvoltura dos ricos da época, fazendo festas e apostas de tudo quanto é forma, e claro levando o jovem para o mal caminho, e o ator criou todo esse envolvimento em cima de quase um vilão, o que acabou chamando atenção. Quanto aos demais, vale claro destacar Jodhi May como a mãe do protagonista, com um semblante bem deprimido por ver o filho indo para o mesmo caminho do avô, mas sendo bem centrada nos conselhos e rezas, e também tenho de pontuar Russell Crowe como o avô do garoto, um pugilista de renome que caiu para o lado das bebidas, e o ator soube trabalhar bem essa personalidade.

Visualmente a trama é bem forte, com cores bem puxadas para o marrom e o vermelho, dando bem as nuances do sangue que os protagonistas perdem durante as lutas, representando bem todo a Inglaterra do final dos anos 1700 e começo dos 1800, tendo bons figurinos e elementos cênicos para representar desde o lado mais pobre que o jovem vivenciou não tendo quase nada para comer, até o luxo das festas da burguesia comendo lagostas e tomando champanhe sem parar, isso claro sem ofuscar todos os ringues abertos, as pessoas gritando nas torcidas e apostas, e o treinamento no campo bem imponente com barro e tudo mais, ou seja, algo que conseguiu chamar bem a atenção do começo ao fim.

Enfim, a trama tinha potencial para ir mais além e ser daqueles filmes que certamente veríamos concorrendo à diversas premiações, mas faltou mais atitude no miolo para ser algo realmente motivador e chamativo, e com isso acabou sendo somente um ótimo filme para ver e se envolver, que facilmente ainda irei dar uma ótima nota, pois tem todo o estilo, mas confesso que ao ver ele num primeiro momento esperava ser daqueles que estaria eufórico no final. Sendo assim recomendo ele para todos que gostam de filmes de lutas e também para aqueles que gostam de algo histórico e biográfico, e recomendo que assistam sem esperar algo a mais, que aí tenho a certeza de que vão gostar até mais do que eu. E é isso pessoal, fico por aqui agora, mas vou ainda conferir uma pré-estreia grandiosa hoje, e volto depois para falar dela, então abraços e até logo mais.


0 comentários:

Postar um comentário

Obrigado por comentar em meu site... desde já agradeço por ler minhas críticas...