Star+ - Um Motivo Para Lutar (Une Zone à Défendre) (A Place to Fight For)

7/09/2023 11:57:00 PM |

Todo mundo fala que um filho muda completamente a pessoa, então o que se pensar quando se é um policial/espião explosivo que entra num grupo de rebeldes que vivem em locais que estão para ser desapropriados tentando criar provas para julgamentos e expulsões maiores, e se apaixona por uma das mulheres, fazendo um filho nela? Essa vai ser a indagação que você verá na mente do protagonista do filme "Um Motivo Para Lutar" durante praticante toda a duração dele, e que podendo ser conferido na Star+, entrega algo que traz vários sentimentos também na mente de quem assiste, sendo uma trama bem densa misturando dois gêneros que não costumam se dar tão bem, que é o drama/suspense policial com o drama romântico, mas que mais uma vez os franceses conseguem mostrar que dá para funcionar, pois a trama tem algo a mais que dá uma síntese gostosa, envolvente e até reflexiva para quem for conferir, e principalmente contando com dois protagonistas que já fizeram outros filmes juntos, o resultado acaba sendo bem interessante de ver na tela.

A sinopse nos conta que Greg, um oficial da Agência de Segurança Interna, é enviado para se infiltrar em um ZAD usando uma identidade falsa. Lá ele conhece Myriam, uma ativista ambiental. Dezoito meses depois, Greg retorna ao ZAD a negócios oficiais, encontra Myriam e descobre que ela tem um bebê. Dividido entre sua ambição profissional e o amor crescente, Greg deve fazer uma escolha que pode mudar tudo. O tempo está se esgotando e logo tudo desaparecerá.

Diria que o diretor e roteirista Romain Cogitore foi bem embasado na ideia original que aconteceu em 2011 na Inglaterra, e soube transmitir todas as emoções de uma pessoa preparada para algo quando  uma quebra não planejada muda sua visão de mundo, pois é notável o estilo das situações da trama, vemos as possíveis reviravoltas, e ele optou por uma que o personagem até conta em determinado momento, de tal forma que o filme até poderia ter ido mais além, mas ao segurar toda a essência na mudança de vida, no entender as pessoas e seus motivos para lutar por um bem maior, o resultado pode ser diferenciado. Ou seja, é um filme que tem uma base expressiva até que marcante, mostra uma visão de um pessoal que muitos criticam por estarem "atrapalhando" alguma mudança no mundo, mas que se olharmos a fundo pode ser que a visão de mundo dessas pessoas sejam diferentes da nossa, e saber respeitar cada um e ter algo a mais para conhecer, traz um vértice interessante para a proposta que o diretor quis ir além, só faltou trabalhar um pouco mais toda a ideia, pois focou tanto no romance que o ZAD quase ficou em segundo plano por total.

Quanto das atuações, já falei no começo que a química entre os protagonistas foi muito bem trabalhada, pois como ambos tinham acabado de filmar "Os Três Mosqueteiros" fazendo par romântico inclusive, aqui eles se entregaram bem e passaram muitas sensações pelos olhares, o que deu um charme a mais para o filme, de tal forma que já falei outras vezes que gosto muito do estilo de atuação de François Civil, sendo daqueles jovens que temos de ficar de olho que ainda vão surpreender muito, e aqui o seu Greg transparece todos os sentimentos de alguém que tem vontade de crescer na profissão, gosta de ser um espião, mas também tem os devidos sentimentos paternos e de amor pela família que começou a criar, sendo algo muito interessante e forte de ver seus atos junto do garotinho, que chama muita atenção. Da mesma forma Lyna Khoudri trabalhou tão bem sua Myriam, aparentando até ser bem mais jovem do que é com o visual escolhido, trabalhando todo o ar de uma ativista sem fronteiras, disposta a tudo para seguir, e também disposta a mudar antes de saber a real verdade do seu par, fazendo trejeitos marcantes, e também passando muito envolvimento do começo ao fim, ou seja, agradou bastante com tudo o que fez. Tivemos muitos outros personagens ativistas interessantes, mas a maioria se entregou apenas em atos espalhados, não indo muito além, valendo claro o destaque apenas para Chantal Trichet com sua Suzanne, e já do outro lado policial a chefe do protagonista Severine vivida por Nathalie Richard foi bem incisiva no estilo chamando muito a responsabilidade de alguns atos fortes para si.

Visualmente a trama ficou bem fechada dentro de uma zona de proteção aonde desejavam fazer uma hidrelétrica e os ambientalistas criaram a ZAD transformando o lugar com casas e construções para virar parte de uma cidade, vemos muitos atos em florestas, em casas simples, construções de barro, vemos muitas máquinas de corte de árvores, e claro muitos confrontos com a polícia de choque, tivemos atos em estacionamentos, e também mostrando um pouco alguns ambientes de reuniões da polícia que o protagonista trabalhava, sendo algo simples, mas bem feito pela equipe de arte.

Enfim, é um filme com um contexto interessante, bem interpretado pelos protagonistas, que tem um envolvimento bem trabalhado e que funciona no que se propõe, valendo o play por vários motivos funcionais que agradam demais no final. Claro que não se pode esperar algo impressionante pela essência mais simples e direta da trama, mas é algo que vai chamar a atenção de muitos para o tema, e certamente vai envolver quem gosta de bons filmes franceses, então fica a dica. E é isso pessoal, fico por aqui hoje, mas volto amanhã com mais dicas, então abraços e até logo mais.


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