Halloween Kills - O Terror Continua (Halloween Kills)

10/15/2021 12:28:00 AM |

Tem filmes que realmente são feitos para os fãs, e se muitos reclamavam do que andava rolando nas continuações e invenções que fizeram no passado, em 2018 voltaram com toda a intensidade da franquia original "Halloween" no aniversário de 40 anos do primeiro filme, e muitos achavam que ali dariam um jeito de finalizar tudo, mas quem conferiu ouviu no pós-crédito um som que deu uma intenção de continuação, e claro que logo em seguida o diretor já falou que entregaria uma nova trilogia, então agora com "Halloween Kills - O Terror Continua", o subtítulo nacional já diz tudo, pois não apenas o terror continua como a violência veio com uma imponência de nível máximo, sendo acho que o filme mais brutal do personagem, com cenas explícitas de fazer o sangue escorrer pela telona e impactar bem quem não for um real fã do estilo. Ou seja, se você curte sangue à beça, matança gratuita, e claro viu o filme anterior de 2018 (senão não vai entender nada, se é que dá para entender alguma coisa em filmes de matanças gratuitas) pode ir tranquilamente para a sala dos cinemas que é garantido muito impacto visual, bons momentos tensos e insanidades das mais improváveis, valendo demais tudo o que é entregue, agora caso o contrário, fuja que a chance de odiar é mais alta ainda.

A sinopse nos conta que depois de quatro décadas se preparando para enfrentar Michael Myers, Laurie Strode acredita que enfim venceu. Minutos depois de deixar o assassino queimando, Laurie vai direto para o hospital com ferimentos graves de vida ou morte. Mas quando Michael consegue escapar da armadilha de Laurie, sua vingança e desejo por um banho de sangue continua. Enquanto Laurie luta contra a dor, ela tem que se preparar mais uma vez para se defender de Michael e consegue fazer toda a cidade de Haddonfield se juntar para lutar contra o monstro. Mulheres se juntam e formam um grupo de vigilantes que vão atrás de Michael e acabá-lo de uma vez por todas, garantindo o retorno de um Halloween tranquilo e paz na cidade.

Costumo dizer que filmes de meio de trilogia são os que menos história tem para contar, pois é só enrolação para juntar o que foi mostrado no começo, e preparar tudo para um grande fechamento, e facilmente caberia em dois bons filmes o que o diretor David Gordon Green nos entregou aqui e provavelmente vai aprontar no outro que dizem ser lançado em 2022 ou 2023, pois já está filmado, ou seja, não posso dizer que o que vi hoje seja algo ruim, muito pelo contrário é daqueles filmes violentos que tanto gostamos de ver na tela, que chega a ser até assustador pelo impacto causado, mostrando pedaços cortados, arrancados, cabeças sendo trucidadas, corpos estatelando pelo chão, e claro muitas facadas, afinal essa é a marca registrada do assassino, e sendo assim acaba servindo de agrado para os fãs, mas a história mesmo só fica pelo surto coletivo das pessoas que sobreviveram ao assassino e acabam criando o caos no hospital, mas nada além disso, e mesmo que tentem matar o personagem não conseguem, afinal o terror continua nesse e no próximo filme.

Sobre as atuações, temos tantos bons atores em cena, mas praticamente nenhum entregando interpretações realmente, afinal já disse que a ideologia da trama é ver as pessoas sendo esfaqueadas ou picotadas da melhor forma possível que o protagonista as encontre, e se no anterior Jamie Lee Curtis foi muito usada com sua Laurie Strode, aqui ela praticamente ficou só no hospital fazendo reflexões no quarto, afinal foi inteira costurada após os atos do filme anterior, e não foi muito além na trama, deixando aqui o cargo para sua filha vivida por Judy Greer e sua neta vivida por Andi Matichak, que até fizeram bons trejeitos, tentaram brigar bem com o vilão e claro sofreram algumas consequências, ao ponto que o resultado funciona pelo menos. Dentre os demais, tivemos ainda bons destaques para um Anthony Michael Hall completamente ensandecido querendo a morte do vilão a qualquer custo com seu Tommy, fazendo alguns atos intensos no hospital, tivemos uma boa expressividade de Thomas Mann fazendo o policial Hawkins nos anos 70 num determinado momento que mostra o começo de tudo na trama (aliás nem lembro bem das cenas do primeiro filme para ver se teve algo que usaram aqui de forma bem feita), e ainda tivemos muitos outros que foram bem mortos.

Visualmente o longa é muito bom, pois não perdeu tempo em criar muitos ambientes, tendo um bar aonde está rolando algumas apresentações de Halloween, com algumas pessoas que sobreviveram ao assassino (e claro para isso usaram de flashbacks de outros filmes mostrando os personagens sendo crianças), tivemos uma cena inteira criada numa perseguição na casa de Myers para tentar mostrar aonde o personagem errou em não dar fim no mal logo no começo, e claro a casa de Myers que agora é morada de um casal homossexual (meio que desnecessário tentar causar com o tema, mas ao menos os personagens entraram bem no clima de Halloween com as travessuras das crianças), além claro de muitas cenas nas ruas, em parques e num hospital que virou quase um shopping com tanta gente maluca correndo e gritando, e também a continuidade da cena que encerrou o filme anterior com os bombeiros tentando apagar o fogo da casa de Laurie, mas não dando muito certo. Ou seja, os ambientes até foram bem elaborados pela equipe de arte, mas tudo ao redor é usado como arma para o protagonista desde facas que ele mais gosta, até lâmpadas, pedaços de vidro, e porque não um corrimão de uma escada, tudo com muito sangue, muitos manequins para ter as devidas esfaqueadas, e claro dando um trabalhão imenso para a equipe de maquiagem, pois as mortes foram bem mostradas e bem fortes.

Enfim, é um filme bem interessante pelo conteúdo visual bem violento que certamente agradará quem gosta do estilo, mas que faltou um pouco mais de história realmente para ficar perfeito, ou seja, volto a cair naquela proposta de ser um filme de meio de trilogia, aonde nada praticamente ocorre para a história em si, mas que de forma explosiva causa bastante pela intensidade de tudo, então agora é esperar finalizarem bem a pós-produção do último filme e ver como (se é que vão conseguir) matam o protagonista. E sendo assim recomendo o longa novamente mais para os fãs do estilo, e principalmente para quem viu o primeiro, pois os demais irão apenas ver um filme de matança completamente sem sentido. Bem é isso meus amigos, fico por aqui hoje, mas volto amanhã com mais textos, então abraços e até logo mais.


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Netflix - Entre Frestas (Hiacynt) (Operation Hyacinth)

10/14/2021 12:44:00 AM |

O gênero policial quando embasado em casos reais costuma trabalhar temas que casualmente geram controversas e duras ideias pela forma de condução na época, e isso é algo bem bacana de ver quando um diretor se propõe a discutir quem estava certo, se a política da época funcionava de uma forma correta, e/ou até mesmo denunciar e mostrar que coisas erradas que aconteciam no passado ainda se refletem de forma casual no mundo atual. E com o lançamento de hoje da Netflix, o longa polonês "Entre Frestas", vemos o caso de um assassinato na comunidade LGBT numa Polônia comunista dos anos 80, aonde a polícia encerra o caso sem provas ou sem um culpado realmente, enquanto está catalogando todos os homens gays da época fichando criminalmente apenas por serem gays, mas quando o caso cai para um jovem sargento, ele não segue a linha e vai até o fim para tentar encontrar o mandante de tudo. Claro que podemos juntar muitas peças, pensar em muitas situações, e até ir contra toda a ideologia da trama, mas é notável a intensidade do roteiro, a formatação de tudo, e principalmente o estilo de condução da investigação, aonde vamos entrando cada vez mais no clima e o resultado é bem trabalhado pelos atores, e claro, para onde vai o filme. Não diria ser algo que vai explodir de audiência e que muitos irão se impressionar com o que é mostrado (tirando as cenas mais intensas!), mas é um filme-denúncia muito bem feito e que vale ver pela reflexão completa, e também pelo estilo diferente das produções usuais que tanto vemos.

O longa nos mostra um pouco da Operação Jacinto que aconteceu nos anos 80 na Polônia comunista para catalogar homens gays da época, e segue Robert, um jovem policial insatisfeito com a conclusão de uma busca por um serial killer que mata, especificamente, membros da comunidade LGBTQIAP+ na cidade de Varsóvia. Por conta disso, Robert começa a investigar sozinho, até que ele conhece Arek e usa o usa apenas como informante. Mas mal sabe ele que sua relação com o homem pode não só afetar seu trabalho como policial, mas também sua vida pessoal.

O diretor Piotr Domalewski foi bem coerente no clima de sua trama, pois daria fácil para o filme ser mais ágil e intenso de ações, porém cairia nos trejeitos clássicos de tramas investigativas e não pesaria tanto a situação, ao ponto que indo pelos cantos, criando possibilidades (mesmo que não as conclua) e desenvolvendo cada ato com muita personalidade, o resultado passa a ser bem marcado e envolvente, e claro que usou bem as cenas de nudez sem precisar ser jogado, e com isso todo o filme flui sem apelos, o que é algo muito bom, pois em alguns países certamente colocariam muito mais apelo no cunho sexual e o filme desandaria. Ou seja, a obra literária certamente foi mais densa de detalhes, provavelmente acusou mais nomes fortes do país, mas o diretor conseguiu passar bem quem era quem, e como tudo foi desenvolvido, ao menos do modo fictício, e com isso criou algo que pode até causar problemas para ele, mas que ousou e acertou no estilo com o que fez.

Sobre as atuações, cada ator trabalhou suas nuances de formas bem fechadas, alguns puxando mais para o lado policial, outros mais para o drama em si, e claro que o foco ficou bem mais em Tomasz Zietek com seu Robert bem cheio de nuances, com ações dimensionadas, e principalmente demonstrando sempre indignação por não irem a fundo nas investigações, mas nesse entremeio conhecendo um pouco mais do mundo que estava analisando, e claro recaindo para algo inesperado, ou seja, foi bem nos atos e se entregou completamente para envolver com personalidade e agradar bastante. Hubert Milkowski fez um Arek mais jovial, meio sem impacto, mas colocou bons olhares nos seus atos, conseguiu ser efetivo nas intenções que o longa precisava, e foi bem direto nas emoções, acertando com estilo. A jovem Adrianna Chlebicka fez sua Halincka com boas dinâmicas, também se soltou bem para os atos mais intensos da trama colocando o corpo para jogo, e quando precisou entregar olhares para o protagonista, sejam eles românticos ou desapontados, não economizou e saiu-se muito bem em tudo. Quanto dos demais vale o destaque para Marek Kalita como o pai do protagonista, que fez nuances fortes e bem marcadas, mas como todo homem de nível alto, em filmes desse estilo, é só procurar bem que acha sujeira embaixo do tapete.

Visualmente o longa trabalhou bem duas estéticas, primeiro o clima noir mais escuro de filmes policiais investigativos, cheio de nuances em delegacias, salas de interrogatórios, arquivos, montagem de quadro de suspeitos, lugares frequentados por grupos rebeldes e tudo mais, e também um estilo mais antigo, marcado por uma granulação bem interessante na imagem, tons e cores mais amareladas, muitos elementos de época como VHS e câmeras polaroides, carros da época e tudo muito bem simbolizado, mostrando que a equipe de arte pesquisou bastante, e que junto da direção de fotografia implementou técnicas interessantes para dar as nuances que o diretor desejava.

Enfim, é um filme que até poderia ter ido mais além, pois contou com uma temática bem potente, com nuances e estilos bem feitos e intrigantes, mas que acabou faltando um pouco mais de intensidade nas situações para empolgar realmente, valendo claro pela denúncia em si, pela boa síntese proposta, e assim sendo o resultado completo faz ser a indicação algo que muitos que curtem esse estilo entrem completamente na ideia e saiam felizes após o término dele. E é isso meus amigos, eu fico por aqui hoje, mas volto amanhã com mais textos, então abraços e até logo mais.


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Fátima - A História de um Milagre (Fatima)

10/13/2021 12:58:00 AM |

Já faz algum tempo que as representações religiosas viraram praticamente um gênero do cinema, e independente de qual religião seja abordada no cinema, o principal mote que sempre nos é passado é da fé das pessoas, da crença real em algo maior e claro em milagres, curas e afins, e geralmente usando entrevistas ou bases de pesquisas os diretores acabam indo buscar temas cada vez maiores para se discutir e gerar claro alguma representatividade emocional, o que não é diferente do longa "Fátima - A História de um Milagre", que embora se passe em Portugal, é dirigido por um italiano e é uma produção norte-americana que foi gravada em inglês, mas que assim como todo longa religioso só veio para os cinemas em cópias dubladas (e que nem a brasileira Sonia Braga que faz parte teve sua voz real na trama!). Dito isso, posso falar que é algo envolvente o que nos foi mostrado na tela, pois vemos um professor e escritor que está para publicar um livro sobre profetas e ao enviar para a irmã Lucia uma cópia para análise, vai até ela no convento aonde vive para entrevistá-la e entender como foram suas visões aos 10 anos de idade, como pode a virgem ter escolhido ela, e tudo o que sofreu para que a comunidade local e até mesmo a Igreja acreditasse nela, e com isso vamos conhecendo um pouco de sua história, da história de sua família e todos os perrengues da comunidade em que vivia durante a guerra até chegar no famoso milagre do sol de 1917 aonde passaram a crer na garota e nos seus amigos. E claro ao final como todo longa embasado em fatos, é falado o que aconteceu com ela, com os amigos, sobre as devidas canonizações e tudo mais, sendo algo que muitos podem ver para refletir a sua fé, e claro conhecer um pouco mais da história religiosa.

O longa nos apresenta um drama poderoso e edificante sobre o poder da fé, contando a história de uma pastora de 10 anos e seus dois jovens primos em Fátima, Portugal, que relatam ter tido visões da Virgem Maria. Suas revelações inspiram os crentes, mas enfurecem os funcionários da Igreja e do governo secular, que tentam forçá-los a retratar sua história. À medida que a notícia de sua profecia se espalha, dezenas de milhares de peregrinos religiosos acorrem ao local na esperança de testemunhar um milagre. O que eles experimentam mudará suas vidas para sempre.

Por ter trabalhado em diversos longas como cinegrafista e diretor de fotografia, um dos pontos mais bonitos que o diretor e roteirista português Marco Pontecorvo trabalhou em seu longa foi a iluminação cênica, pois vemos ambientes bem planejados, toda a cor dos atos juntos da santa e claro em todos os momentos para criar as devidas tensões e intenções da trama, ao ponto que sua história pode até parecer um pouco aberta, já que o livro do pesquisador acaba sendo algo meio que jogado, a entrevista em si não parece ser tão impactante, mas sim todo o desenvolvimento dos atos das crianças e de comunidade que acabam sendo mais fluidas, porém são dois grandes atores que levam público para o cinema, então a intensidade foi necessária, porém ele conseguiu desenvolver bem todos os demais atos para serem emocionantes e funcionais e que no conjunto completo acabam envolvendo e agradando bastante. Só diria que poderia ter sido mais impositivo em alguns momentos para emocionar realmente o público da sala, mas aí sairia um pouco do realismo que quis colocar no longa, e assim sendo valeu sua intenção.

Sobre as atuações, diria que as crianças foram bem graciosas em seus trejeitos, conseguindo transpassar a emoção dos atos, ter a serenidade do momento para não ficar como sendo algo falso de ver, e claro fazendo o principal que é ser criança em cena, não parecendo algo forçado em seus atos, e sendo assim é bem bacana ver a segurança de Stephanie Gil com sua Lucia bem serena, porém preocupada com tudo o que acaba acontecendo, a desenvoltura da graciosa Alejandra Howard com sua Jacinta meiga e carismática, e o singelo porém astuto Jorge Lamelas com seu Francisco bem marcado em cena. Além deles, tivemos ainda as imponentes cenas de Goran Visnjic como o prefeito Arturo cético no último e preocupado com a bagunça que a cidade estava se tornando com romeiros, a belíssima e serena Joana Ribeiro entregando uma Virgem Maria simples porém direta de olhares para as crianças, e claro os pais de Lucia bem vividos por Iris Cayatte e Marco D'Almeida fazendo bem opostos quanto a acreditar ou não na filha e em tudo o que está acontecendo ali, ou seja, na trama toda tivemos boas marcações cênicas bem expressivas de cada um, mostrando claro também a desenvoltura da fé em cada um, e isso ficou ainda mais marcado pelo semblante passado pelos padres da Igreja tentando a todo custo fazer com que as crianças falassem que estavam inventando tudo, feitos muito bem por João D'Avilla como o Monsenhor e Joaquim de Almeida como o Padre. E claro ainda tivemos a participação da brasileira Sonia Braga fazendo Lucia já adulta no convento sendo entrevistada por Harvey Keitel como um professor, mas ambos não fizeram nada chamativo e assim apenas participaram realmente com expressões diretas bem feitas pelo menos.

Visualmente o longa foi bem trabalhado para representar as casas simples de 1917 em Portugal, com os toques de tambor na praça para anunciar os mortos da cidade na guerra, com familiares se desesperando pelas notícias, temos também toda a romaria em torno de onde foram as aparições da santa com gente vindo de todos os cantos do país para o campo, fazendo ficar algo até bem bonito de ver, ou seja, tivemos todo o trabalho de figurinos, todo a ambientação bem preparada para ser representativa, todas as imagens de guerra, toda a simbologia de um fim de mundo no inferno e muita abrangência para ser o mais real e menos fantasioso possível em cima das aparições e dos milagres, mostrando que a equipe de arte trabalhou bem, e claro a fotografia em cima de sombras, de luzes e tudo mais que o diretor certamente inspecionou bem.

Enfim, é um filme que passa longe de ser perfeito, mas que é bem simbólico e interessante de ver, e claro conhecer um pouco mais do âmbito milagroso representado, que claro para uns irá emocionar mais, para outros ficará simples demais, e que quem já viu outros filmes da temática irá gostar do resultado final, e sendo assim recomendo ele para todos. Bem é isso pessoal, fico por aqui hoje, mas volto em breve com mais textos, então abraços e até logo mais.


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Amazon Prime Video - A Mansão (The Manor)

10/11/2021 11:53:00 PM |

Já falei algumas vezes que o gênero terror pode abranger tantas situações que até dá para pensar em múltiplas possibilidades dentro de uma trama única, e confesso que quando vi o trailer do filme "A Mansão", que foi mais um dos encomendados pela plataforma Amazon Prime Video para a produtora de filmes de terror BlumHouse, fiquei pensativo se era uma trama de loucura, de espíritos ou até mesmo uma daquelas complexas e envolventes situações que nada sai da tela e a reflexão fica no ar, porém fui  bem surpreendido quando próximo do final nos é entregue que não era nada disso que tinha pensado no início, mas sim um outro tipo de trama de terror, e que sabiamente a diretora poderia acabar com tudo ali de uma maneira casual e clichê que irritaria muitos e agradaria outros, mas não ela entra no clima completo e aceita que a melhor opção era seguir com tudo. Ou seja, é um filme que intriga, que tem várias cenas de sustos gratuitos, e que surpreende mesmo sendo bizarro pela essência em si, e que claro vai chover reclamações em cima do estilo, mas que de certa forma vale a conferida, e pensando pelos que vi nos outros 5 filmes do projeto "Welcome to BlumHouse", esse sexto foi o melhor de todos, mas ainda verei os outros dois, então ainda não posso afirmar ser o melhor na totalidade.

O longa nos conta que quando um leve derrame diminui sua capacidade de cuidar de si mesma, Judith Albright muda-se para a Golden Sun Manor, uma casa de repouso com excelente reputação. Mas, apesar dos melhores esforços da equipe e de uma amizade crescente com o colega idoso Roland, ocorrências estranhas e visões de pesadelos convencem Judith de que uma presença sinistra está assombrando a enorme propriedade.

É até engraçado ver atores que migram de posição para a direção fazendo longas de terror, pois a maioria recai para dramas e comédias, mas Axelle Carolyn optou por esse estilo e caiu bem na ideia, fazendo alguns episódios de séries famosas, e claro alguns filmes bem encaixados, e agora com essa produção certamente deve explodir mais por ser mais distribuída dentro da plataforma, e diria que foi um grande acerto seu estilo demonstrado aqui, pois o filme tem uma pegada tensa, afinal a única coisa que sabemos sobre o futuro é que vamos ficar velhos com problemas na cabeça e morrer, mas claro que para cada um isso vai ser de forma e em datas diferentes, e juntou a isso a dinâmica da senilidade jogada para lares/casas de repouso aonde a maioria não é bem tratada, os pesadelos passam a ser frequentes, tudo passa a ficar mais longe, não se vê mais tanto a família seja por eles não darem mais atenção ou até mesmo por compromissos, aliando tudo isso a algo diferente, que foi bem intensificado no segundo ato, e aí a sacada entrou bem colocada, pois mudando todo o vértice casual que estávamos esperando vem a ideia de um subgênero do terror que vemos mais em filmes infantis, e que aqui teve uma boa valia. Ou seja, não vou falar para não dar spoiler do final, mas a diretora e roteirista soube brincar com algo a mais, e ainda ir além, fazendo com que o filme de apenas reflexivo ficasse comercial e interessante, e assim o resultado agradou até mais do que pensado.

Sobre as atuações, não diria que tenham trabalhado bem nenhum dos personagens, pois todos pareceram estar apenas colocados ali para fazer seus atos e não expressar nada além de uma forma, e assim diria que esse é o ponto que a diretora mais precisa melhorar que é a direção de atores, mas dito isso, Barbara Hershey até trouxe uma Judith bem esperta, cheia de desesperos quando tudo começa a ficar estranho na casa, e com nuances simples e olhares bem marcados, mas certamente poderia ter ido além em alguns traquejos para ficarmos mais conectados nela. O jovem Nicholas Alexander ficou muito jogado com seu Josh, ao ponto que em um minuto é o neto mais atencioso, não quer sair de perto da avó de forma alguma, rejeita a ideia da mãe de internar a velha, mas logo em seguida faz olhares tão sem noção, e depois volta a acreditar, mas faz ainda trejeitos piores e estranhos, ou seja, faltou muita empatia e carisma para ser quase que a conexão total do filme. Bruce Davidson até entregou um Roland carismático e bem vivido dentro das possibilidades, mas seu personagem poderia ter ainda mais desenvoltura em alguns atos para chamar mais atenção e da mesma forma Jill Larson e Fran Bennett entregaram boas Trish e Ruth, mas também não indo muito além. Quanto aos demais personagens, vale uma rápida menção para a filha vivida por Katie Amanda Keane que só fez expressões de estou nem aí para nada, e para a enfermeira Liesel vivida por Ciera Payton, mas sem muito o que fluir, além claro dos demais velhinhos desesperados da casa, que até fizeram bons trejeitos de tensão, mas não foram muito usados, com destaque claro para Nancy Lineham Chaves com sua Annette e Cissy Wellman com sua Imogen.

Visualmente o longa claro tem toda a intensidade lúdica dos filmes do estilo, com uma mansão bem ampla, mas que só conhecemos o quarto da protagonista (que é dividido com o da outra senhora já no fim de seus dias), uma sala de refeições bem apertada e que quando não está recebendo a alimentação vira uma sala de convivência/carteado, e depois ainda conhecemos mais dois quartos o das duas velhinhas repleto de ambientes, todo requintado com ervas e tudo mais em algo bem trabalhado pela equipe de arte, e um mais antigão mais ainda bonito do outro senhor, além do escritório da administração casual como qualquer outro filme, e uma sala médica que nem tem nada demais, fora de lá vemos um restaurante também muito simples, e claro a floresta aonde tudo ocorre, e assim os ambientes foram trabalhados, além disso tivemos o gatinho que indica quem é o próximo que vai morrer, e um bicho-árvore estranho que viajaram um pouco na ideia, mas que depois acaba tendo todo um significado, mas tudo foi muito bem desenhado para dar as nuances que o filme precisava, principalmente no ambiente da floresta, então preste muita atenção aqui, pois a explicação mesmo sendo dita é bom conectar ao que a equipe de arte preparou.

Enfim, é um filme bem interessante que causa tensão e bons sustos gratuitos com claro todos os ruídos e sons bem posicionados para pegar o público, mas que além disso conseguiu ter um fechamento bem interessante na proposta e ir por um rumo que não era muito esperado, ou seja, quem curtir o estilo de filme de terror sem sangue e sem todo o ar de espíritos vai acabar ficando feliz com o resultado, mas claro que está bem longe de ser daqueles que fará alguém não conseguir dormir depois de ver, então fica a dica. E é isso meus amigos, fico por aqui hoje, mas volto amanhã com mais textos, então abraços e até logo mais.


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Netflix - Dano Colateral (Kin) (Grudge)

10/11/2021 01:14:00 AM |

Se antigamente quase ninguém falava do cinema turco, sendo apenas visto em pouquíssimos exemplares em festivais, agora com a popularização dos streamings quase sempre vemos alguma coisa nova deles pipocando na telinha, e o melhor é que melhoraram muito em técnicas, em tramas, e principalmente no estilo que passou a ser mais interessante de ver, e claro chamar mais público para suas produções. Dito isso, o lançamento dessa semana na Netflix, "Dano Colateral", tem uma pegada interessante, uma trama com boas reviravoltas investigativas, e até uma ação bem marcada, porém o estilo com muitos personagens secundários e vários closes desnecessários acabou fazendo com que o filme tivesse um ar meio que de novela mexicana, mas felizmente isso não atrapalha o desenrolar, e assim sendo o resultado final acaba sendo bacana de conferir, e certamente muitos irão procurar até mais coisas turcas nas plataformas.

A sinopse nos conta que o Inspetor Chefe Harun recebe o prêmio de sua vida e sai para comemorar ao achar que ele seria promovido após saberem de seu prêmio. Porém, ele acaba matando o motorista de táxi ao se defender do ataque dele. No dia seguinte o assassinato chega a delegacia e Harun é quem procura o responsável mesmo ele sendo ele quem matou o homem. Enquanto tem que lidar em ser tanto o procurado quanto o responsável pelo crime, a cada pista que acha ele acaba descobrindo ainda mais da pessoa que o atacou.

Diria que o diretor Turkan Derya conseguiu criar algo bem intenso em cima da história escrita pelo protagonista da trama Yilmaz Erdogan, pois todas as dinâmicas acabaram sendo bem desenvolvidas, toda a essência nos é entregue com estilo, e tudo ficou tão bem feitinho que mesmo tendo um ar novelesco demais resulta em algo que nos empolga bastante e conecta bem com tudo para conferirmos sem reclamar dos excessos. Ou seja, não é um filme que vai marcar tanto ao ponto de lembrarmos deles daqui algum tempo, mas dá para se divertir bastante com o entretenimento entregue e que ao encaixar bem o estilo investigativo trabalhado resulta em algo simples e efetivo totalmente dentro da proposta.

Quanto das atuações, o roteirista Yilmaz Erdogan entregou um Harun sério demais, que até mesmo antes do acontecimento dentro das suas comemorações acaba sendo até estranho de ver seu estilo, mas depois de tudo o resultado foi bem encaixado com a preocupação por ser descoberto, com toda a dinâmica de tentar entender como a pessoa que ele matou foi ser pendurada em frente da sua delegacia, e tudo mais, fazendo olhares tão profundos que dá para entrar nele, ou seja, foi bem, mas talvez um pouco mais de carisma para um protagonista cairia melhor. O filme fica tão preso no protagonista que quase esquecemos os demais personagens, mas Ruzgar Aksoy trabalhou bem o investigador Yadigar indo bem direto ao ponto nas suas cenas, Ahmet Mümtaz Taylan deu olhares incisivos como o chefe Cevat, o jovem Cem Yigit Uzümoglu trabalhou um Tuncay bem enigmático e até jogado demais nas cenas que ficamos pensando o longa inteiro o motivo quando nos é revelado algo, e a jovem que surge no miolo como algo mais marcante vivida por Duygu Sarisin foi bem colocada e interessante de ver, mas talvez pudesse ir um pouco mais além com algo diferente.

Visualmente o longa tem poucos elementos para serem explorados, com a casa de uma família simples no começo mostrando um homem sendo preso, muitos anos depois já estamos com uma premiação policial, dali vamos para uma delegacia que mais parece um escritório administrativo, que é onde a maior parte do filme se passa, ainda tivemos algumas cenas em matagais, parques, e mostrando alguns lugares abandonados aonde temos algumas perseguições policiais, e claro muitas lutas corporais, porque nesse estilo de filme ninguém atira, ou seja, a equipe de arte trabalhou até que bem, pois como é algo investigativo sempre que o protagonista entra nas casas vai procurando pequenos elementos para tentar entender tudo, e assim vamos junto com ele.

Enfim, é um filme bacana e bem trabalhado, que só incomoda demais nos excessos de lutas corporais muito toscas, que parecem ser até armadas pelas coreografias escolhidas, mas que tirando esses detalhes dá para curtir tudo e se envolver com a trama contada, e sendo assim vale a indicação. Bem é isso meus amigos, fico por aqui hoje, mas volto em breve com mais textos, então abraços e até logo mais.


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Netflix - Tem Alguém Na Sua Casa (There's Someone Inside Your House)

10/08/2021 12:26:00 AM |

Parece que está voltando a onda de terrores adolescentes ou eu que não percebi isso acontecer em outros anos? Digo isso pois tenho visto tantas tramas do estilo, algumas bem ruins e outras bem interessantes, que até parece que voltamos para os anos 80/90 quando virou uma febre esse formato, o que não é ruim, pois mesmo não sendo algo assustador, o resultado são tramas violentas bem colocadas que até impactam na tela, e que como o mundo anda meio maluco acabamos vendo um pouco do reflexo disso sendo exibido. Ou seja, é daqueles longas que acabamos nos envolvendo e ficando tensos em alguns atos, mas ao mesmo tempo acabamos curtindo toda a desenvoltura entregue, ao ponto que o lançamento da Netflix, "Tem Alguém Na Sua Casa", até é bem trabalhado, tem momentos de boa intensidade, e mesmo não criando situações marcantes acaba fluindo bem, só diria que o vilão ao final poderia ter algo mais impactante de motivo para tudo, pois sua ênfase até é algo válido, mas não vai além e isso acaba sendo um pouco fraco de intensidade (em outras palavras acaba sendo brochante!).

O longa acompanha Makani Young, uma adolescente que se mudou para a pacata cidade de Nebraska para morar com sua avó e terminar o ensino médio. Entretanto, quando a contagem regressiva para a formatura começa, seus colegas passam a ser perseguidos por um assassino com a intenção de expor seus segredos mais sombrios para toda a cidade. Com um passado misterioso próprio, Makani e seus amigos devem descobrir a identidade do assassino antes de se tornarem vítimas.

Podemos dizer que a essência da trama permeia ideias tanto de "Pânico" como as que já vimos em "Eu Sei o Que Vocês Fizeram no Verão Passado", e assim o diretor Patrick Brice soube brincar bem com toda a síntese, conseguiu criar atos icônicos e ao trabalhar o livro de Stephanie Perkins criou algo bem propício ao gênero sem precisar abusar muito de gritarias e ambientes tensos, ao ponto que uma pessoa mascarada já consegue criar um clima tenso e causar o medo nas pessoas, mas quando a pessoa já possui algo oculto tudo fica ainda pior para a pessoa. Ou seja, o longa é de certa forma simples, porém entretém bem, tem boas dinâmicas e até ousa nos enganar com as personificações do assassino, ao ponto que acabamos apostando as fichas em alguns nomes, e o pior é que (eu ao menos) erramos bem quem é a pessoa por trás das máscaras, e assim a brincadeira fica bacana de ver, mesmo que a dinâmica toda seja bem juvenil. Sendo assim, é bacana que veja o filme sem esperar muito dele, pois a chance de se divertir é maior ainda, e claro que talvez ainda seja pego de surpresa em alguns momentos para levar uns sustinhos.

Sobre as atuações, por ser um longa com muitos jovens acabou faltando um pouco mais de expressividades fortes, ao ponto que em alguns atos os protagonistas até parecem meio que desanimados de atuar, mas nada que atrapalhe o filme, pois fizeram trejeitos assustados na hora da morte, e isso é o que importa. A protagonista Sydney Park não se jogou tanto no papel de sua Makani como poderia, de forma que não faz o público desejar que ela solucione o problema todo (aliás torci prela morrer logo no começo!), e assim vemos ela até fazendo suas nuances, mas suas dúvidas e receios são tão enigmáticos que não vão além e ainda amarram o restante, ou seja, ficou muito em cima do muro. O jovem Théodore Pellerin tem estilo, e já vimos isso em outros filmes seus, mas também fica tão retraído na trama toda com seu Ollie que até dá para desconfiar dele, e assim seus atos não chamam toda atenção que poderia também. Os demais atores até tentaram trabalhar seus atos, mas se os protagonistas já não foram muito além, os secundários então ficaram muito para trás em tudo, com Jesse LaTourette trabalhando sua Darby com uma personalidade estranha daqueles jovens nerds que toda escola tem, Burkely Duffield faz o jogador de futebol gay que anda na moda e acaba perdendo os amigos quando mais precisa, Dale Whibley trabalhou seu Zack filho do dono de tudo da cidade que tem proteção para tudo, mas é o rebelde que vive das drogas, Asjha Cooper trabalha sua Alex como a revoltadinha da turma, e Diego Josef faz o Rodrigo que parece não servir para nada no grupo, e com isso acaba sendo o que vai ser pego primeiro do grupinho. Ou seja, faltou uma direção de elenco mais efetiva para chamar a atenção realmente.

Visualmente o longa tem bons atos, mas é até engraçado como as casas em filmes de terror são totalmente isoladas, sem nenhum vizinho por perto, de forma que os protagonistas ficam quase que sem ninguém nos atos mais tensos, e claro que acabam morrendo, mas aqui o assassino é ousado e até em uma festa lotada vemos ele atacando com seu facão, temos uma casa aonde é montada até uma fogueira para representar o passado obscuro da protagonista, vemos na festa a mostra do arsenal de coisas do nazismo que o fazendeiro rico possui, e claro vemos uma festa do milho que acaba ficando bem quente, além das cenas na escola com jogos tradicionais de futebol americano e corredores bem longos para altas correrias. Ou seja, cheio de clichês, mas também bem representativo com muitas fotos e claro as máscaras com rostos dos futuros mortos, aonde eu destacaria a cena da igreja, que foi bem tensa de ver tudo acontecendo.

Enfim, é um longa simples do gênero, mas que funciona bem dentro da proposta, e que mesmo não sendo assustador, tem um ar violento interessante de acompanhar, e sendo assim até vale a indicação, só diria para não ir esperando muito do vilão final, pois é a maior decepção do longa suas justificativas, mas fica a dica para quem gosta do estilo. Bem é isso meus amigos, fico por aqui hoje, mas volto em breve com mais textos, então abraços e até logo mais.


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Venom - Tempo de Carnificina (Venom: Let There Be Carnage)

10/07/2021 01:35:00 AM |

Uma coisa fácil de falar sobre "Venom - Tempo de Carnificina" é que conseguiram melhorar o primeiro filme, pois não sendo mais uma trama de apresentação de protagonista, acabaram dando mais liberdade para o ator se entregar mais (claro que agora o roteiro sendo dele facilitou também), mas ainda assim poderiam ter ido mais além, pois temos a introdução de alguns personagens que não foram desenvolvidos como deveriam, acabando entregando até bons atos, mas pareceram meio que jogados no filme e sejam felizes, o que não é legal de ocorrer, e que certamente com nem 20 minutinhos a mais e todo um trabalho de desenvoltura o resultado seria muito melhor e mais chamativo. Ou seja, é daquelas obras que quem é fã dos personagens vai ver, vai curtir e vai sair comemorando com as introduções e colocações, mas quem for mais leigo nesse universo em que a trama se passa, acabará assistindo, se divertindo com tudo, mas sairá da sessão precisando pesquisar quem é quem que apareceu, e isso faz com que o filme não se feche apenas na sala do cinema, o que confesso não ser algo bom, porém volto a frisar que é uma trama bacana e que agrada de certa forma, valendo a diversão e a violência que o personagem pedia para exibir, e assim sendo vale a conferida.

A sinopse nos conta que Eddie Brock luta para se ajustar à sua nova vida como o hospedeiro do simbionte alienígena Venom, que lhe concede habilidades sobre-humanas para ser um vigilante letal. Brock tenta reacender sua carreira entrevistando o serial killer Cletus Kasady, que se torna o hospedeiro do simbionte Carnificina e escapa da prisão após uma execução fracassada.

Diria que gosto mais de Andy Serkis atuando do que dirigindo, pois é daqueles que sabe dominar bem a arte de entregar trejeitos sem aparecer pessoalmente no filme, criando desenvolturas únicas, e não comandando tanto a obra em si, e aqui ele soube ir além do que foi mostrado no longa de 2018, porém pegou um roteiro que o protagonista Tom Hardy escreveu para se mostrar mais, para dar as nuances que seu personagem poderia fazer, e com a comicidade e violência prática que faltou ser mostrada no primeiro filme, e isso é muito bom de ser visto, então qual seria o motivo principal do diretor não ter tido um grande êxito? E a resposta é bem fácil, ele esqueceu que havia mais personagens no longa que não foram introduzidos, e que necessitavam ser apresentados propriamente e não apenas com uma ceninha rápida no começo e um cartão postal no miolo, mas sim com todo um trabalho de quem foi Cletus Kasady, quem foi Frances Barrison, o que eles podem entregar para o Universo Marvel e tudo mais, e assim sendo os vilões entraram para o filme quase como as galinhas da sala do protagonista, estando ali jogadas, e tendo de se virar para aparecer. Ou seja, não digo que o diretor tenha entregue algo ruim, muito pelo contrário, me diverti bastante com o longa, só acho que 97 minutos foi pouco para tudo o que o longa tinha para entregar, e 20 minutos a mais nem faria diferença no ritmo e traria um envolvimento muito maior.

Sobre as atuações, Tom Hardy está muito mais solto com o papel, e praticamente se apossou completamente da essência Brock/Venom, ao ponto que seus diálogos são bem conectados, sua interação tem uma pegada gostosa de ver, e claro até seus atos mais deprimidos são bem expressivos, e isso é algo que normalmente não vemos o ator fazendo bem, e aqui caiu como uma luva, o motivo já falei acima que ele escreveu para ele mesmo interpretar, e assim fica um pouco mais fácil. Woody Harrelson é daqueles atores amplos que gostam de pegar papeis desafiadores e tentar dar algo a mais para eles, e aqui infelizmente seu Cletus apenas foi jogado em cena, e ele ainda deu nuances de olhares nos atos atrás das grades, fez alguns momentos de intensidade junto da amada, e conseguiu ainda chamar atenção, ou seja, se tivessem lhe dado oportunidade daria um show no filme, pois é um tremendo ator. Naomie Harris e Stephen Graham ainda estão se perguntando se conseguiram passar quem são no filme, pois a Frances/Shriek de Naomie ainda tem alguns atos para gritar, tem uma leve introdução para mostrar seu lado mutante, mas o detetive Mulligan de Stephen acaba aparecendo em cenas tão marcadas que até achei que tinha aparecido no primeiro filme, mas não, foi jogado do nada, e ainda teve um final marcante para ser usado talvez no terceiro filme, ou seja, faltou aproveitar dois bons atores de uma forma melhor. Agora quanto aos que já tinham aparecido, Michelle Williams trouxe alguns atos rápidos de sua Anne, Peggy Lu fez alguns gracejos com sua Sra. Chen e Reid Scott apareceu também com alguns bons trejeitos para seu Dan, mas nada que fosse muito marcante.

Quanto do visual tivemos um filme denso, afinal a maior parte das cenas se passa a noite, mas com boas nuances técnicas, mostrando um apartamento completamente bagunçado do protagonista, mostrando bem a prisão aonde o vilão vive, introduzindo o hospício Ravencroft que sabemos que aparece mais vezes no mundo dos vilões, e claro tendo boas lutas entre os dois simbiontes numa catedral, com grandes impactos, muitos momentos tensos que achava até que poderia rolar algo pior, pedaços voando para todos os lados (talvez quem for ver em 3D aqui o resultado seja bacana de acompanhar!), e claro trabalhando muitas referências em alguns momentos clássicos do gênero. Só diria que por ser um filme bem violento faltou sangue, ao ponto que vemos tudo voando, personagens sendo comidos e estraçalhados, mas o máximo que vemos espirrando é uma cena de catchup num café da manhã, ou seja, sei que a classificação indicativa iria subir bem, mas faltou esse detalhe.

Enfim, é um filme feito para os fãs do personagem, pois como já disse muitas coisas acabam ocorrendo tão rapidamente que nem somos apresentadas a elas, mas que quem for conferir pela diversão acabará curtindo o resultado completo, e claro o detalhe mais esperado dos últimos tempos, a cena pós-crédito coloca o vilão no Universo Marvel, algo que muitos nem acreditavam que aconteceria pelas brigas Marvel versus Sony, e saber se essa conciliação vai resultar em frutos num próximo momento saberemos mais no fim do ano com o longa do mesmo ambiente dos quadrinhos, ou então num terceiro capítulo do anti-herói, então é aguardar para ver, e claro que recomendo o filme, pois é rapidinho e direto ao ponto. Bem é isso pessoal, fico por aqui hoje, mas volto em breve com mais textos, então abraços e até logo mais.


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Amazon Prime Video - O Bingo Macabro (Bingo Hell)

10/05/2021 10:33:00 PM |

Quando a Amazon encomendou oito filmes de terror para a BlumHouse confesso que fiquei bem empolgado e feliz com a proposta de aparecer bons exemplares do estilo já que a produtora sempre pecou por longas intrigantes e instigantes do gênero, mas ao ver os primeiros quatro no Halloween do ano passado que foram bem medianos, e assistir ao primeiro desse ano já não sei se foi uma boa ideia. E não digo por mal, pois a síntese de "O Bingo Macabro" até é interessante ao mostrar que algum tipo de ser (não é bem definido o que ele é) aparece na comunidade para fazer com que os idosos dali que não querem sair do bairro fiquem milionários em seu bingo e morram, para ocorrer o que tanto está em moda de gentrificação de bairros tirando coisas antigas e botando novidades para o povo mais moderno. Ou seja, poderia dar certo se algo mais normal acontecesse e não algo tão bizarro como cenas com uma meleca que parece algo desses slimes que vendem em potinhos e está tanto na moda, se só a loucura e o sangue entrasse através de alguma droga ou tudo mais o resultado seria incrível, mas optaram para o lado mais trash, e assim acabamos vendo algo muito doido do começo ao fim.

A sinopse nos conta que quando um grupo de amigos e idosos vê seu Bingo favorito ser vendido para um misterioso homem, Lupita, uma ativista e líder do grupo, decide unir todo o grupo de idosos em uma missão contra o empresário, mas aos poucos seus vizinhos de longa data começam a aparecer mortos de forma terrível.

Diria que a diretora e roteirista Gigi Saul Guerrero até teve uma boa intenção na criação completa da trama, pois hoje todo mundo é desesperado por dinheiro, e quando é algo fácil ainda fica mais intrigante, mas como bem sabemos nem sempre tudo pode dar certo quando algo vem fácil, ainda mais em um longa de terror, e com isso ela brincou com essa busca por dinheiro, com o desespero das pessoas da comunidade com a mudança das coisas, e principalmente com as mortes acontecendo, ao ponto que a protagonista ao perder seus amigos queridos passa a ficar cada vez mais imponente e com isso indo com tudo para cima do monstro. Ou seja, a diretora tinha nas mãos algo que poderia ser incrível, mas que optou por algo meio fora dos eixos para brincar e o resultado acabou ficando bem estranho, ao ponto que não conseguimos imaginar nada nem algo a mais sobre o personagem do mal, mas sim somente no ambiente de limpeza de um determinado público da cidade, e assim captarmos essa essência dessa forma.

E falando sobre as atuações, Adriana Barraza caiu bem na personificação de sua Lupita, segurando toda a intensidade da personagem e claro da trama, fazendo meio como uma síndica imponente que decide tudo em prol da comunidade e do que acha melhor para todos, e a atriz fez olhares fortes, se jogou completamente, e principalmente foi direta nos atos que necessitavam de sua intensidade, ao ponto que quase leva o filme sozinha nas costas, mas teve ainda algumas ajudas. Já Richard Brake trabalhou seu Mr. Big com uma insanidade fora do comum, ao ponto que não conseguimos identificar bem o que ele é, mas independente disso ele consegue chamar muita atenção e ter uma desenvoltura sem tamanho para seus atos malucos, e assim o resultado de suas cenas são bacanas, mas poderia ser muito melhor. Quanto aos demais velhinhos tivemos alguns atos bem isolados que acabaram chamando a atenção, principalmente nos atos de morte e loucura de alguns, com destaque claro para Grover Coulson com seu Clarence e Clayton Landey com seu Morris, ambos bem fortes e diretos nas nuances que precisaram fazer. E quanto dos mais jovens, ficaram meio que em cima do muro sem saber bem aonde foram colocados, com Joshua Caleb Johnson fazendo de seu Caleb aqueles jovens meio que perdidos no mundo aonde estão e Jonathan Medida trabalhando seu Eric apenas em duas cenas isoladas sem muita exposição, mas apareceram e foram razoavelmente bem no que precisavam.

Quanto do visual trabalharam bem para representar as casas antigas do bairro, toda a simbologia mista entre o grupo de latinos idosos e os jovens hipsters que acabaram de chegar na comunidade, tendo todo o ambiente da mecânica de um dos personagens, do salão de beleza com poucas clientes e claro o bingo decaído que ao passar a ser administrado pelo vilão vira quase um cassino luxuoso, e assim sendo tudo passa a ser bem colorido, com televisores passando os prêmios, muitas máquinas e tudo mais, que ganha nuances mais vivas e o resultado chama atenção, agora quanto do quesito violência tivemos mortes bem intensas, com pessoas arrancando pedaços de seus corpos, todo sangue voando para todos os lados, pessoas bebendo óleo, comendo bolinhas, e tudo mais de muito chocante que funciona bem dentro da proposta toda.
 
Enfim, é um filme bizarro com uma ideia boa, que dentro do mundo do terror mais trash até funciona bem, mas para aqueles que não são acostumados com o estilo certamente irão estranhar bem mais do que gostar do que verão na tela, e sendo assim recomendo ele com mais ressalvas do que indicações que faça valer a conferida, e assim sendo fica a dica para quem for dar o play não assustar. Bem é isso pessoal, fico por aqui hoje, mas volto em breve com mais textos, então abraços e até logo mais.


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Netflix - O Melhor Amigo (Friendzone)

10/04/2021 12:38:00 AM |

Sei bem que comédias românticas tem um público bem definido e que quem não é apaixonado pelo gênero dificilmente encara com facilidade o que elas tem para propor, e vez ou outra arrisco em algumas que parecem ter algum tema que me agrada ou que parecem interessantes, pois sou do tipo que diz que ou um filme faz rir ou faz se apaixonar pela situação, e que são bem raros os diretores que acertam a mão de fazer as duas coisas. Dito isso, resolvi dar o play no lançamento da Netflix, "O Melhor Amigo", pois aparentava ser bacana pela proposta e tinha uma boa nota de outros críticos mundo afora, então imaginei ser bacana e envolvente, ou que pelo menos atacasse o besteirol de vez e agradasse com absurdos, mas infelizmente não é bem assim, primeiro por ser a primeira experiência de um ex-ator como diretor, e segundo que o filme apela em algumas situações que não precisaria apelar, e suaviza aonde precisaria agir, ao ponto que se o final falso fosse o que valeria eu estaria talvez aqui aplaudindo o longa de pé, pois confesso que fiquei extremamente chocado, e seria de uma ousadia a nível de grandes mestres do cinema, mas não foi o que ocorreu, sendo apenas um sonho e na sequência vemos o ar romantizado explodir no nível máximo e irreal que faz muitos e muitas suspirarem. Ou seja, é um filme que não chega a ser ruim, mas é fraco demais em todos os sentidos, não fazendo nem rir, nem se emocionar, e assim sendo não faz valer o tempo de tela.

O longa nos conta que Thibault é um homem romântico e com esperanças de achar uma alma gêmea. Ele acredita que sua sorte pode mudar quando sente que existe uma química entre ele e Rose. Mas será que ele consegue sair de melhor amigo para namorado?

Diria facilmente que o diretor Charles Van Tieghem tem um bom futuro no estilo, pois seu primeiro longa até tem uma formatação que traz um certo carisma para as pessoas, tem o envolvimento do jovem que não pega ninguém e vai ser treinado para isso que já vimos em tantos outros filmes do gênero, colocou uma abrangência grande de estilos de pessoas e de gêneros, e soube embelezar a trama com coisas da moda como influencers e danças que estão em voga, ou seja, pegou de tudo que pudesse ter atenção mesmo que fosse por alguns minutos e jogou na tela, o que faz com que um vasto público assista seu filme. Porém já disse isso outras vezes, e misturar tudo em um filme não faz dele algo que as pessoas se conectem, e é o caso da trama aqui, pois tudo é mostrado ao mesmo tempo que nada entra em nosso interior, e ao final apenas ficamos comovidos com a graciosa cena romântica, ou então como eu desejava com o choque de um final secundário, e assim sendo vemos que técnica o jovem diretor e roteirista tem, afinal como já fez muitos filmes do gênero está acostumado com tudo, mas falta ainda a certeza de como atingir um vasto público com apenas uma ideia bem feita, e assim o resultado irá impressionar mais.

Sobre as atuações, o jovem Mickaël Lumière até tem um carisma gostoso de seguir com seu Thibault, entrega uma personificação bem tradicional de jovens que não são tão explosivos de atitudes com mulheres, e brinca com seus momentos desajeitados, mas faltou um algo a mais nele para ser um protagonista marcante, pois seu estilo até é engraçadinho, mas alguém realmente que divertisse e fosse interessante daria um tom maior para a trama, mas não fez mal seu papel e isso é o que importa. Sobre as garotas que se envolvem com o jovem, Eva Danino fez uma Rose bem direta de sentimentos e com poucas expressões, ao ponto que alguns atos seus ficaram muito em cima do muro, e não fluíram como deveriam, o que soou um pouco estranho, já Eloise Valli fez o completo extremo, sendo exagerada demais, ao ponto que conheço algumas influenciadoras desse estilo com todo o ar de mil selfies e postagens por minuto, todo o lado vegano em prol de sua dieta e aparições e claro toda a loucura sexual, mas poderiam ter colocado algo no meio do caminho nem tão morno nem tão explosivo que chamaria atenção da mesma forma. E quanto das amigas, Manon Azem deu um tom mais imponente para sua Maud direta no ponto com o amigo, Constance Arnoult já jogou um ar mais emotivo com sua Alex docinha e envolvente, enquanto Fadily Camara já botou o amigo para dançar com sua Lulu, e sendo bem carismática conseguiu ter as nuances mais diferentes com o protagonista.

Visualmente o longa brinca com alguns ambientes bem bacanas, como uma festa de despedida de solteira bem agitada em um hotel na praia, aonde temos a primeira interação do protagonista com sua paixão, em uma cena engraçada de nudez e atitudes que poderiam ir para outros rumos, temos depois toda a ambientação de um hospital, toda a sacada da preparação do jovem com danças em alguns estúdios de dança, vários momentos em bares, uma loja de roupas de bebês bem diferentes, a casa da garota bem simples, mas com bons detalhes de seu estilo, a casa do rapaz que é mudada completamente com a entrada da namorada vegana e suas plantas, uma grandiosa festa debaixo de muita fumaça, e alguns outros atos num parque, mas nada que fosse muito chamativo, mostrando que a equipe de arte quis ser bem representativa, mas abrangeu coisas demais e não abrangeu algo que marcasse realmente.

Enfim, é um filme que até serve de passatempo, mas que passa bem longe de emocionar ou fazer rir que é a proposta correta de uma comédia romântica, e sendo assim recomendo ele com ressalvas demais em cima de algo mediano. E é isso meus amigos, fico por aqui hoje, mas volto em breve com mais textos, então abraços e até logo mais.


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Amazon Prime Video - O Espião Inglês (The Courier)

10/03/2021 06:34:00 PM |

A Guerra Fria sempre permeou bons longas de espionagem, afinal foi mais definida nos bastidores do que realmente com armas pelo que bem sabemos, sempre tendo ameaças fortes de ambos os lados, muitos documentos, muita tensão e se os verdadeiros nomes foram bons atores para desempenhar suas falcatruas para conseguir o que precisavam, nas mãos e expressões de verdadeiros grandes atores o resultado acaba sempre impactando com as boas desenvolturas criadas pelos roteiristas. E no lançamento da Amazon Prime Video, "O Espião Inglês", vemos toda essa interação forte, todas as negociações ocultas da época, e mais do que isso vemos um empresário/vendedor que é jogado no meio do conflito ao negociar com um dos principais traidores da URSS, passando diversas informações para os escritórios de espionagem como se estivessem enviando simples papéis de negociações de peças entre os dois, e que claro por serem homens comuns e não espiões realmente acabaram fazendo muita amizade e vivendo também suas vidas durante a produção. Não diria que é daqueles filmes fortes que nos chocam por alguma reviravolta surpreendente, afinal é uma produção baseada em algo real que não pode ser de grandes firulas, mas justamente por esse motivo acaba sendo emocionante ver o desespero e o temperamento de cada um no meio de tudo acontecendo, o que passa a ser um bom filme de época.

O longa nos conta que durante a Guerra Fria, diversos civis atuaram como espiões para impedir o avanço soviético no mundo. Greville Wynne, um engenheiro elétrico britânico, foi um desses homens recrutados pelo Serviço de Inteligência Militar Britânico, O MI6. Através de informações cruciais obtidas por uma de suas fontes, Wynne conseguiu determinar o fim da Crise dos Mísseis de Cuba, em 1962.

Diria que o diretor Dominic Cooke teve uma boa percepção de ambiente para fazer com que seu filme ficasse bem preso à época, retratasse todo o envolvimento dos protagonistas seja nos passeios pelos clássicos e maravilhosos balés ou por noitadas em bares regados à muita bebida, mas principalmente nas devidas trocas de informações sobre os projetos dos mísseis da URSS, e que com uma sagacidade bem marcante vemos seu estilo de segurar cada ato com a intensidade certeira de entonações e momentos, não criando aberturas para elementos surpresas ou reviravoltas marcantes, mas sim desenvolvendo cada momento como algo único e bem pautado no ambiente e nos diálogos ali presentes, ao ponto que o roteiro de Tom O'Connor acaba fluindo de uma maneira bem fácil nas mãos do diretor e no estilo dos protagonistas, pois como bem sabemos filmes de espionagem sempre tem cartas abertas e tramas densas e amarradas, mas aqui ao optarem por algo mais direto a interação fica fácil e o resultado gostoso de ver.

Já que comecei a falar dos protagonistas, mais uma vez Benedict Cumberbatch entrega uma personalidade tão marcante ao ponto que seu Greville pode nem ter sido um empresário/vendedor tão carismático de forma a conquistar as pessoas tão facilmente e estar disposto para uma desenvoltura tão maluca quanto a que acabou se metendo, mas vemos uma boa intensidade cênica, vemos o ator se entregando bem nos atos mais tensos, fazendo trejeitos fortes e bem marcados, e claro se colocando 100% à disposição para a equipe de caracterização, tanto que no final vemos a primeira entrevista do verdadeiro Greville ao voltar para casa, e o ator está idêntico, até na magreza visual, ou seja, se doou ao máximo como sempre faz bem. Merab Ninidze fez um Oleg extremamente sério, com uma personalidade até dura frente aos medos que está sentindo por estar num posto de alto comando na URSS e estar passando informações para os governos inimigos, e o ator soube dominar cada momento desse com expressões marcantes e intensas, ao ponto de conseguir convencer bem e agradar com estilo, ou seja, fez uma atuação digna de envolver mesmo que de uma forma estranha. Rachel Brosnahan e Angus Wright trabalharam muito bem seus Emily e Dickie, pois desenvolveram um ar de influência muito forte para convencer o protagonista do que deveria fazer, entregaram coerências e dinâmicas marcantes, e claro sofreram também com os erros de percurso, ao ponto que facilmente deram atos e olhares tensos mesmo que não passassem isso num primeiro momento para o protagonista, e assim o acerto foi muito bom de ver. E quanto aos demais vale destacar apenas Jessie Buckley, pois fazendo uma esposa totalmente enganada por não saber que o marido está trabalhando com espionagem se vê em dilemas fortíssimos, afinal o marido já deu uma escapadela no passado e isso pode fazer desabar o casamento, e ela conseguiu dosar os olhares decepcionados num primeiro momento, mas ao saber da história toda passa a emoção nata no reencontro, mostrando uma atuação bem certeira.

Quanto do visual, o longa claro passeia por muitos restaurantes para as negociações, diversos atos em ruas vazias que até dão um certo tom de suspense/terror para o filme, tem claro todo o envolvimento em armazéns cheios de caixas de arquivos aonde o personagem vai tirando as fotos e levando para o protagonista entregar em Londres, temos toda a representação intensa de cada momento possível de alguém estar espiando eles conversando, e nessa jogada entre cenas na Inglaterra, nos EUA e na URSS, vemos ainda atos de balé, todo o ambiente das ruas britânicas com seus painéis luminosos, vários atos em ambientes mais fechados e bem representativos, e claro os gulags (as famosas prisões soviéticas) com muita intensidade nos depoimentos e torturas, que chamaram bem o filme em seu fechamento. Ou seja, a equipe de arte teve um trabalho imenso de reconstrução de época e foi muito bem no que fez.

Enfim, é um longa bem desenvolvido, que trabalhou bem a história real ao ponto de ser algo interessante de ser visto, e que consegue envolver bastante quem gosta do estilo da trama, sendo que tem defeitos de ritmo e poderia ser mais surpreendente em alguns atos, mas o resultado completo funciona bastante e faz valer a conferida. Bem é isso meus amigos, fico por aqui agora, mas volto em breve com mais textos, então abraços e até logo mais.


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Ainbo - A Guerreira da Amazônia (Ainbo - Spirit of the Amazon)

10/02/2021 06:40:00 PM |

O mais bacana do mundo das animações é que o povo pode inventar o tanto que quiser que não vamos reclamar, pois é algo alegórico cheio de símbolos para marcar e emocionar as pessoas com as histórias contadas, ou seja, basta ser bem colorido e ter uma essência em si que funciona. E se antigamente era muito difícil fazer os longas animados por necessitar de fotogramas e tudo mais, com a tecnologia hoje bastando ter um computador bem potente para renderizar e vários desenhistas bem dispostos para todo o processo, a cada dia vemos novos países surgindo com boas tramas, e eis que hoje fui conferir um longa que até imaginava ser nacional, mas esqueci que a Amazônia cerca vários outros países na América do Sul, e então descobri que "Ainbo - A Guerreira da Amazônia" é uma trama do Peru em conjunto com a Holanda, que trabalhou uma boa desenvoltura, entregou entes de uma cultura que mesmo tão próxima de nós desconhecemos, e que consegue envolver bem, porém mesmo com personagens divertidos acabou faltando trazer um pouco mais de carisma no miolo para divertir a todos, mesmo tendo simbologias representativas semelhantes à outras animações famosas como "Frozen", "Moana" e até "Rei Leão". Ou seja, a criançada pode até se conectar bem com tudo, mas ficou meio truncado e corrido para tentar passar tudo e não chamou tanta atenção.

O longa nos conta a história de uma jovem garota que nasceu e cresceu nas profundezas selva da Amazônia na aldeia de Candamo. Um dia ela descobre que sua terra natal está sendo ameaçada e percebe que há outros humanos além de seu povo no mundo. Usando a ajuda de seus guias espirituais, o tatu magricelo “Dillo” e a anta corpulenta “Tantan”, ela embarca em uma jornada para buscar a ajuda do mais poderoso Espírito Materno da Amazônia, a tartaruga “Motelo Mama”. Enquanto ela luta para salvar seu paraíso contra a ganância e exploração ilegal da mineração de ouro, ela também briga para reverter a destruição e o mal iminente do “Yacaruna”, o demônio mais sombrio que vive na Amazônia. Guiada pelo espírito de sua mãe, Ainbo está determinada a salvar sua terra e seu povo antes que seja tarde demais.

Diria que os diretores Richard Claus e Jose Zelada souberam brincar bem com toda a trama, porém o roteiro foi muito grande para o pouco tempo de tela, ao ponto que em alguns momentos os personagens e as situações precisaram correr, e em outros atos tudo pareceu ser cortado, o que não é gostoso de ver nem em um filme de atores, muito menos em uma trama infantil, pois mesmo curtindo os personagens, o colorido e toda a simbologia gostamos de ver um desenvolvimento coerente e funcional, o que acabou não ocorrendo. Talvez uma solução fosse criar dois filmes para dar tempo de trabalhar toda a simbologia, entendermos mais dos personagens místicos, e até entrar mais a fundo na cultura peruana, mas como não é o caso poderiam talvez trabalhar um pouco menos alguns elementos e assim também agradar por completo, porém também não ocorreu, e assim sendo o resultado até tem um ar agradável, tem um envolvimento bem feito e personagens interessantes (principalmente os animais gigantes!), o que acaba funcionando de certa forma.

E já que falei dos personagens, a indiazinha Ainbo é bem trabalhada, cheia de emoções e atitudes, conseguindo criar carisma para o filme e ainda desenvolver seus atos corridos atrás de tentar salvar sua aldeia, e claro a amizade com a líder da tribo, juntando ainda histórias da família e todo o processo de perda no miolo, ou seja, é daquelas personagens que acabam sendo complexas e chamam atenção. Seus guias espirituais tentaram funcionar o lado engraçado da trama, lembrando até um pouco Timão e Pumba, mas aqui temos Dillo e Tantan vividos por um tatu e uma anta bem engraçados, mas conflituosos por não entregar tudo de mão beijada. Ainda tivemos todo o ar de magia da maldade, a da bondade, tivemos uma gigantesca preguiça que cuida de um vulcão, uma tartaruga que cuida dos rios, tudo passando boas mensagens e chamando a possibilidade da trama para si, ou seja, temos muitos elementos marcantes, mas precisariam de tempo para desenvolver.

Quanto das técnicas visuais, a animação é bem colorida e chamativa, tem uma profundidade de campo simples porém efetiva, e movimentos corporais meio lentos ao ponto que em alguns atos até achei que foi filmado numa velocidade errada, mas acredito que seja o estilo escolhido, e assim sendo o resultado visual até é bem bonito, principalmente nos atos noturnos dentro da floresta, e que conseguiu simbolizar bem o ato da invasão das máquinas de garimpo e serralheria para dentro da floresta, vemos todo o ar dos remédios e curas, e tudo mais em um único longa bem representativo, e assim sendo o resultado é bacana de ver.

Enfim, acredito que tenha faltado um pouco mais de canções para que o filme fluísse mais, mas se o tempo já foi curto para representar tudo o que quiseram mostrar, imagina se colocassem ainda canções. E sendo assim, pode ser que os mais pequenos até curtam tudo, mas para os adultos e os mais grandinhos o resultado pode cansar um pouco demais, mas vale a conferida pela cultura em si. Bem é isso pessoal, fico por aqui hoje, mas volto amanhã com mais textos, então abraços e até logo mais.


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Netflix - O Culpado (The Guilty)

10/02/2021 01:09:00 AM |

E lá vamos nós novamente com uma refilmagem americana de um tremendo filmaço dinamarquês de 2018, "Culpa", e que infelizmente não chegou nem perto da metade da essência que o longa anterior entregou. E não digo isso com nenhum pesar, pois confesso que fui conferir o longa da Netflix, "O Culpado" com as expectativas lá em cima, afinal o diretor é excelente, o ator é incrível e a história em si já era boa, e por incrível que pareça não sabia que era uma refilmagem, ainda mais de um filme que saí dos cinemas dando cambalhotas de tão bom, pois se soubesse então seria ainda pior minha avaliação. E qual é o grande problema da versão americana? A falta de empatia do personagem principal com o público ou a falta de um desespero em cima de tudo? Diria que as duas coisas, pois a ideia em si é bem boa, mas faltou para Jake Gyllenhaal encontrar o desespero em si, e passar isso para o público, de modo que vemos tudo ocorrer quase como alguém que quer se impor no meio dos demais, e não alguém que está desesperado tentando resolver o que está acontecendo, e isso faz toda a diferença entre o original e a cópia, porém ainda assim é um bom filme, e quem não lembrar do original vai até se surpreender com a virada da trama, aliás me deu vontade até de rever o original, e como está tanto no Telecine Play quanto na Amazon Prime já fica a dica para quem quiser comparar.

O longa acompanha o policial Joe Bayler em um dia tedioso na central de chamadas de emergência 911. Bayler foi punido e rebaixado, por isso vive sempre rabugento. Um dia em questão, após ficar atendendo chamadas de emergência enquanto acontece um incêndio florestal que vai se aproximando da cidade de Los Angeles, Califórnia, EUA, ele recebe uma chamada inusitada. A princípio uma mulher parece estar chamando seu filho, mas na verdade está discretamente reportando seu próprio sequestro. Tentando encaixar cada detalhe vago que ela dá, Bayley precisa colocar a cabeça para funcionar para garantir sua segurança, jogando todas as suas habilidades e intuição, mas a partir que o crime começa a se revelar, mostrando sua verdadeira natureza, o psicológico do policial começa a se enfraquecer, mas precisa se forçar para se reconciliar com demônios do passado.

Agora sem dúvida alguma a principal baixa da trama foi a direção de Antoine Fuqua, pois sabemos o tanto que o diretor é imponente em seus filmes, como ele sabe conduzir muito bem todas as dinâmicas, e aqui com uma trama que praticamente não tem um dinamismo explosivo, mas sim só a tensão própria do protagonista, ele não conseguiu fazer com que ficássemos tensos junto dele, que nos envolvêssemos realmente com tudo, e principalmente deixou que tudo fluísse fácil demais, o que acabou sendo ruim de acontecer. Claro que ainda é algo que muitos pensaram nos ares familiares, outros se irritarão junto com o protagonista, mas ficou faltando para a trama completa uma tensão à lá Fuqua, daquelas que vimos em "O Protetor" e "Invasão a Casa Branca", pois aí sim o resultado incorporaria bem mais em tudo e certamente ficaríamos desesperados com a situação que estava ocorrendo do outro lado do telefone, e não tanto a tensão vivida do protagonista.

Como o filme foca quase que 100% no protagonista vemos um Jake Gyllenhaal bem preparado para seu Joe, conseguindo manter a essência da trama, se desesperar com tudo o que está ocorrendo, e principalmente fazer a tensão da trama seguir em cima dele, e isso embora seja algo bom de ver em alguns filmes, aqui ele precisava abrir essa tensão para o público, pois vemos ele tenso com a situação, porém preso demais em cena, o que não emociona nem envolve, e como bem sabemos ele é um tremendo ator que poderia ter ido mais além, ou seja, não foi algo ruim de ver, mas esperávamos mais dele em cena. Ainda tivemos boas entonações vocais do outro lado da linha com Riley Keough fazendo uma Emily bem interessante e desesperada (para não dizer surtada), Peter Sarsgaard com seu Henry, Ethan Hawke com seu Sargento Miller, Eli Goree com seu Rick, e até Paul Dano fazendo uma participação, além da doçura no tom feito por Christiana Montoya com sua Abby, ou seja, todas as vozes foram bem usadas e tensionadas para o momento, mas sem ir muito além, agora quanto aos colegas de mesa do protagonista foram tão jogados e desnecessários quanto qualquer ator que não tenha sido escalado, ao ponto que Adrian Martinez e Christina Vidal foram meros enfeites com expressões no longa.

A grande sacada do filme original é quase esquecermos o ambiente aonde o protagonista está, pois é um filme muito barato de ser feito, sem necessidade de uma sala muito requintada, e aqui valorizaram incêndios em telas gigantescas, fizeram todo um preparado de tele-atendimento, toda uma desenvoltura tecnológica e muito mais, e se lá as luzinhas vermelhas acendendo faziam nosso coração palpitar, aqui foram apenas meros elementos extras, ou seja, a equipe de arte trabalhou bem para criar algo chamativo, e conseguiu tanto que o ambiente tenso não foi muito usado cenicamente.

Enfim, não vou dizer que é um filme ruim, mas volto a frisar que faltou tensão, e que certamente esperava muito mais do protagonista e do diretor, e se compararmos com o original dinamarquês então, aí sim o filme desanda demais, porém quem não curtir algo mais denso talvez se envolva bem com esse aqui, e assim sendo até dá para recomendar o longa (mas friso para quem tiver as outras plataformas dar play no original). E é isso pessoal, eu fico por aqui agora, mas volto em breve com mais textos, então abraços e até logo mais.


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007 - Sem Tempo Para Morrer (007 - No Time To Die)

10/01/2021 01:47:00 AM |

Se em 2015 muito se falou sobre ser o último 007 de Daniel Craig em "Spectre", e ele retornou para fazer mais um, agora em "Sem Tempo Para Morrer" realmente não terá um bom cheque na porta de sua casa que o faça voltar e está 100% decidido, e agora no 25° longa do famoso espião tivemos um pouco de tudo, retorno de histórias passadas, muita interação, espionagem de primeiro nível, e se no passado o povo todo tinha medo do desenvolvimento da Guerra Fria nas telonas, agora temos toda a possibilidade da guerra tecnológica viral, aonde a contaminação se dá por DNA das pessoas, ou seja, algo completamente insano de se pensar, mas que é tão assustador quanto uma guerra de armas de fogo. Ou seja, ainda temos muitas explosões, muitos tiros, carros correndo em perseguições incríveis, temos os bons personagens anteriores da MI6, e juntamos um novo vilão, muitas conversas bem pontuadas, e até uma nova agente 007 (que não acredito que seguirá o legado! Não pela atriz, mas sim por os britânicos serem certinhos demais e desejarem um homem alto de olhos azuis!), ao ponto que tudo é empolgante no mesmo nível de seu anterior, e que mesmo não sendo o mesmo diretor a intensidade funciona bem e quase nem sentimos as 3 horas de duração passarem. Ou seja, é daqueles longas intensos, que sim dependem de você ter visto o anterior para se conectar bem com todas as histórias que aparecem (não que você não irá curtir o longa, mas ficará um pouco perdido em alguns detalhes!), e que dá um bom fechamento ao menos para esse ciclo, e veremos o que os roteiristas irão aprontar daqui pra frente, pois vai ser tenso começar tudo de novo.

A sinopse nos conta que Bond deixou o serviço ativo da MI6 e está desfrutando de uma vida tranquila na Jamaica. Sua paz durou pouco quando seu velho amigo Felix Leiter, da CIA, apareceu pedindo ajuda. Porém a missão de resgatar um cientista sequestrado acaba sendo muito mais traiçoeira do que o esperado, levando Bond na trilha de um vilão misterioso armado com uma nova tecnologia perigosa.

Tudo bem que o diretor Cary Joji Fukunaga foi aclamado com "Beasts of no Nation", ganhou um Emmy com "True Detective", mas ser o primeiro americano a dirigir um longa do 007, substituindo Sam Mendes que fez dois brilhantes trabalhos, e ainda Danny Boyle que começou a produção desse e desistiu por divergências criativas, acabou sendo algo muito intenso de se pensar, porém ele soube dosar um pouco de tudo, soube criar bem todas as dinâmicas necessárias para vermos realmente um filme de James Bond, e principalmente soube entregar um filme com boas pegadas de ação, uma boa comicidade sem virar um filme só de piadinhas, e claro colocar um vilão que fosse maluco o suficiente para dar medo e não pena. Ou seja, lhe foi entregue uma bomba relógio já bem armada, pois o protagonista Daniel Craig já havia dito que não voltaria para reprisar o papel e depois voltou atrás para resolveu ter um fechamento mais imponente, e ele soube cuidar dela com cada fio bem retirado da bomba para entregar algo explosivo e certeiro, que acaba agradando a todos pelo conjunto completo, mostrando que tem estilo próprio e certamente irá pegar ainda longas aclamados para dirigir.

Sobre as atuações, lembro como se fosse hoje todo o rebuliço que foi em 2005 quando se estava produzindo "Cassino Royale" e Daniel Craig tinha sido escolhido como o novo Bond, pois não era alto o suficiente, não tinha o estilo dos anteriores e tudo mais, e agora em seu fechamento vemos que o ator não só se doou por completo para o papel, quanto será bem difícil imaginarmos outro bom ator fazendo James Bond, pois ele se joga por completo, vai lá e faz toda um trabalho de exercícios e alimentação para estar com 53 anos com um corpo perfeito para ainda ser galanteador, trabalhou olhares e dinâmicas com muita personalidade, e aqui em seu último filme no papel ainda colocou um algo a mais que foi o lado familiar, ou seja, completou bem cada momento seu e fechou com chave de ouro em uma cena extremamente imponente e emocionante, mostrando que quem vier na sequência terá trabalho para igualar seu feitio. E é claro todo bom mocinho tem de ter um vilão à altura para representar e funcionar todos os conflitos da trama, e aqui Rami Malek entregou um Safin cheio de personalidade, com trejeitos meio endurecidos porém completamente malucos pela ideia completa, com um tom de voz pausado e intenso, ao ponto que acertou bem no que desejava mostrar e conseguiu chamar a atenção, não indo tão fortemente para a briga com o protagonista, deixando isso mais para os seus capangas, mas fez bons atos e agradou bem. Léa Seydoux também voltou para seu papel de Madeleine, ainda mais sensual, mas com muitas coisas de um passado em jogo, e a atriz que é bem conhecida pelos olhares expressivos e confusos conseguiu dar nuances próprias bem colocadas agradando num contexto geral bom e marcante. Lashana Lynch foi escalada com sua Nomi para ser uma 007 mulher e negra, algo que é a controvérsia em nível máximo do papel, mas a atriz até conseguiu ter um carisma forte, uma personalidade clássica e marcante, e até daria certo para algo inovador, mas que infelizmente não é o caso dessa franquia, então ela pode ficar bem tranquila que no máximo voltará como coadjuvante mesmo fazendo bem seu papel. Falando em coadjuvantes ainda tivemos a boa volta de Ralph Fiennes como M, Ben Wishaw como Q, Christoph Waltz como Blofeld, Naomie Harris como Moneypenny, Rory Kinnear como Tanner e Jeffrey Wright como Felix, todos reprisando bem seus papeis, sendo chamativos e até trabalhando algo a mais, mas sem ir muito além, coisa que ficou a cargo dos novatos Ana de Armas com sua Paloma lindíssima, que só tem melhorado a cada filme que faz, e David Dencik como um cientista russo cheio de nuances engraçadas e malucas.

Sobre o visual da trama tivemos boas cenas na Itália para os ares mais romantizados, uma mansão no meio da neve da Noruega para ter representações do passado, que depois ainda foi usada numa época mais de verão para ter novas nuances, muitas cenas numa ilha repleta de perigos venenosos e químicos, e claro boas perseguições em vários lugares, mas com destaque para os momentos numa floresta com muita névoa, aonde fizeram atos bem intensos, além de alguns momentos em alto mar, festas de gala, todo o ambiente das armas de espionagem incríveis, e carros com muitas armas, isso tudo sem falar das tecnologias robóticas e intensas na fuga logo no começo, isso sem falar da casa de praia do protagonista na Jamaica e de uma grandiosa perseguição numa festa em Cuba. Ou seja, a equipe de arte trabalhou bem, fez muitas explosões, vários momentos filmados em Imax que deram uma amplitude maior de cenografia, e de certa forma o resultado acaba sendo marcante. 

Como de praxe a trama teve uma música tema nova composta e muito bem interpretada agora pela cantora do momento Billie Eilish, que você pode ouvir nesse link, vários atos com a orquestra tema tocando os clássicos do personagem, o que deu um tom gostoso e bem interessante de se envolver, e assim o resultado sonoro foi muito bem mixado com todos os tiros para todos os lados possíveis.

Enfim, é um longa que você nem sente as quase 3 horas de duração, que usa bem o que já veio de outros longas do personagem, e que felizmente é muito melhor que seu antecessor (não sei se o melhor da franquia, pois gosto muito de Skyfall e de Cassino Royale), dando um ar mais completo para tudo que funciona e agrada bastante tanto os fãs (que foram a grande maioria da sala do cinema), quanto quem for novo para a franquia e quiser se envolver com o ar de espionagem bem marcante. Diria que é um filmão literalmente que vai agradar a todos, e eu recomendo. Bem é isso pessoal, fico por aqui hoje, mas volto amanhã com mais textos, então abraços e até logo mais.


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