Venom - Tempo de Carnificina (Venom: Let There Be Carnage)

10/07/2021 01:35:00 AM |

Uma coisa fácil de falar sobre "Venom - Tempo de Carnificina" é que conseguiram melhorar o primeiro filme, pois não sendo mais uma trama de apresentação de protagonista, acabaram dando mais liberdade para o ator se entregar mais (claro que agora o roteiro sendo dele facilitou também), mas ainda assim poderiam ter ido mais além, pois temos a introdução de alguns personagens que não foram desenvolvidos como deveriam, acabando entregando até bons atos, mas pareceram meio que jogados no filme e sejam felizes, o que não é legal de ocorrer, e que certamente com nem 20 minutinhos a mais e todo um trabalho de desenvoltura o resultado seria muito melhor e mais chamativo. Ou seja, é daquelas obras que quem é fã dos personagens vai ver, vai curtir e vai sair comemorando com as introduções e colocações, mas quem for mais leigo nesse universo em que a trama se passa, acabará assistindo, se divertindo com tudo, mas sairá da sessão precisando pesquisar quem é quem que apareceu, e isso faz com que o filme não se feche apenas na sala do cinema, o que confesso não ser algo bom, porém volto a frisar que é uma trama bacana e que agrada de certa forma, valendo a diversão e a violência que o personagem pedia para exibir, e assim sendo vale a conferida.

A sinopse nos conta que Eddie Brock luta para se ajustar à sua nova vida como o hospedeiro do simbionte alienígena Venom, que lhe concede habilidades sobre-humanas para ser um vigilante letal. Brock tenta reacender sua carreira entrevistando o serial killer Cletus Kasady, que se torna o hospedeiro do simbionte Carnificina e escapa da prisão após uma execução fracassada.

Diria que gosto mais de Andy Serkis atuando do que dirigindo, pois é daqueles que sabe dominar bem a arte de entregar trejeitos sem aparecer pessoalmente no filme, criando desenvolturas únicas, e não comandando tanto a obra em si, e aqui ele soube ir além do que foi mostrado no longa de 2018, porém pegou um roteiro que o protagonista Tom Hardy escreveu para se mostrar mais, para dar as nuances que seu personagem poderia fazer, e com a comicidade e violência prática que faltou ser mostrada no primeiro filme, e isso é muito bom de ser visto, então qual seria o motivo principal do diretor não ter tido um grande êxito? E a resposta é bem fácil, ele esqueceu que havia mais personagens no longa que não foram introduzidos, e que necessitavam ser apresentados propriamente e não apenas com uma ceninha rápida no começo e um cartão postal no miolo, mas sim com todo um trabalho de quem foi Cletus Kasady, quem foi Frances Barrison, o que eles podem entregar para o Universo Marvel e tudo mais, e assim sendo os vilões entraram para o filme quase como as galinhas da sala do protagonista, estando ali jogadas, e tendo de se virar para aparecer. Ou seja, não digo que o diretor tenha entregue algo ruim, muito pelo contrário, me diverti bastante com o longa, só acho que 97 minutos foi pouco para tudo o que o longa tinha para entregar, e 20 minutos a mais nem faria diferença no ritmo e traria um envolvimento muito maior.

Sobre as atuações, Tom Hardy está muito mais solto com o papel, e praticamente se apossou completamente da essência Brock/Venom, ao ponto que seus diálogos são bem conectados, sua interação tem uma pegada gostosa de ver, e claro até seus atos mais deprimidos são bem expressivos, e isso é algo que normalmente não vemos o ator fazendo bem, e aqui caiu como uma luva, o motivo já falei acima que ele escreveu para ele mesmo interpretar, e assim fica um pouco mais fácil. Woody Harrelson é daqueles atores amplos que gostam de pegar papeis desafiadores e tentar dar algo a mais para eles, e aqui infelizmente seu Cletus apenas foi jogado em cena, e ele ainda deu nuances de olhares nos atos atrás das grades, fez alguns momentos de intensidade junto da amada, e conseguiu ainda chamar atenção, ou seja, se tivessem lhe dado oportunidade daria um show no filme, pois é um tremendo ator. Naomie Harris e Stephen Graham ainda estão se perguntando se conseguiram passar quem são no filme, pois a Frances/Shriek de Naomie ainda tem alguns atos para gritar, tem uma leve introdução para mostrar seu lado mutante, mas o detetive Mulligan de Stephen acaba aparecendo em cenas tão marcadas que até achei que tinha aparecido no primeiro filme, mas não, foi jogado do nada, e ainda teve um final marcante para ser usado talvez no terceiro filme, ou seja, faltou aproveitar dois bons atores de uma forma melhor. Agora quanto aos que já tinham aparecido, Michelle Williams trouxe alguns atos rápidos de sua Anne, Peggy Lu fez alguns gracejos com sua Sra. Chen e Reid Scott apareceu também com alguns bons trejeitos para seu Dan, mas nada que fosse muito marcante.

Quanto do visual tivemos um filme denso, afinal a maior parte das cenas se passa a noite, mas com boas nuances técnicas, mostrando um apartamento completamente bagunçado do protagonista, mostrando bem a prisão aonde o vilão vive, introduzindo o hospício Ravencroft que sabemos que aparece mais vezes no mundo dos vilões, e claro tendo boas lutas entre os dois simbiontes numa catedral, com grandes impactos, muitos momentos tensos que achava até que poderia rolar algo pior, pedaços voando para todos os lados (talvez quem for ver em 3D aqui o resultado seja bacana de acompanhar!), e claro trabalhando muitas referências em alguns momentos clássicos do gênero. Só diria que por ser um filme bem violento faltou sangue, ao ponto que vemos tudo voando, personagens sendo comidos e estraçalhados, mas o máximo que vemos espirrando é uma cena de catchup num café da manhã, ou seja, sei que a classificação indicativa iria subir bem, mas faltou esse detalhe.

Enfim, é um filme feito para os fãs do personagem, pois como já disse muitas coisas acabam ocorrendo tão rapidamente que nem somos apresentadas a elas, mas que quem for conferir pela diversão acabará curtindo o resultado completo, e claro o detalhe mais esperado dos últimos tempos, a cena pós-crédito coloca o vilão no Universo Marvel, algo que muitos nem acreditavam que aconteceria pelas brigas Marvel versus Sony, e saber se essa conciliação vai resultar em frutos num próximo momento saberemos mais no fim do ano com o longa do mesmo ambiente dos quadrinhos, ou então num terceiro capítulo do anti-herói, então é aguardar para ver, e claro que recomendo o filme, pois é rapidinho e direto ao ponto. Bem é isso pessoal, fico por aqui hoje, mas volto em breve com mais textos, então abraços e até logo mais.


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