Netflix - O Melhor Amigo (Friendzone)

10/04/2021 12:38:00 AM |

Sei bem que comédias românticas tem um público bem definido e que quem não é apaixonado pelo gênero dificilmente encara com facilidade o que elas tem para propor, e vez ou outra arrisco em algumas que parecem ter algum tema que me agrada ou que parecem interessantes, pois sou do tipo que diz que ou um filme faz rir ou faz se apaixonar pela situação, e que são bem raros os diretores que acertam a mão de fazer as duas coisas. Dito isso, resolvi dar o play no lançamento da Netflix, "O Melhor Amigo", pois aparentava ser bacana pela proposta e tinha uma boa nota de outros críticos mundo afora, então imaginei ser bacana e envolvente, ou que pelo menos atacasse o besteirol de vez e agradasse com absurdos, mas infelizmente não é bem assim, primeiro por ser a primeira experiência de um ex-ator como diretor, e segundo que o filme apela em algumas situações que não precisaria apelar, e suaviza aonde precisaria agir, ao ponto que se o final falso fosse o que valeria eu estaria talvez aqui aplaudindo o longa de pé, pois confesso que fiquei extremamente chocado, e seria de uma ousadia a nível de grandes mestres do cinema, mas não foi o que ocorreu, sendo apenas um sonho e na sequência vemos o ar romantizado explodir no nível máximo e irreal que faz muitos e muitas suspirarem. Ou seja, é um filme que não chega a ser ruim, mas é fraco demais em todos os sentidos, não fazendo nem rir, nem se emocionar, e assim sendo não faz valer o tempo de tela.

O longa nos conta que Thibault é um homem romântico e com esperanças de achar uma alma gêmea. Ele acredita que sua sorte pode mudar quando sente que existe uma química entre ele e Rose. Mas será que ele consegue sair de melhor amigo para namorado?

Diria facilmente que o diretor Charles Van Tieghem tem um bom futuro no estilo, pois seu primeiro longa até tem uma formatação que traz um certo carisma para as pessoas, tem o envolvimento do jovem que não pega ninguém e vai ser treinado para isso que já vimos em tantos outros filmes do gênero, colocou uma abrangência grande de estilos de pessoas e de gêneros, e soube embelezar a trama com coisas da moda como influencers e danças que estão em voga, ou seja, pegou de tudo que pudesse ter atenção mesmo que fosse por alguns minutos e jogou na tela, o que faz com que um vasto público assista seu filme. Porém já disse isso outras vezes, e misturar tudo em um filme não faz dele algo que as pessoas se conectem, e é o caso da trama aqui, pois tudo é mostrado ao mesmo tempo que nada entra em nosso interior, e ao final apenas ficamos comovidos com a graciosa cena romântica, ou então como eu desejava com o choque de um final secundário, e assim sendo vemos que técnica o jovem diretor e roteirista tem, afinal como já fez muitos filmes do gênero está acostumado com tudo, mas falta ainda a certeza de como atingir um vasto público com apenas uma ideia bem feita, e assim o resultado irá impressionar mais.

Sobre as atuações, o jovem Mickaël Lumière até tem um carisma gostoso de seguir com seu Thibault, entrega uma personificação bem tradicional de jovens que não são tão explosivos de atitudes com mulheres, e brinca com seus momentos desajeitados, mas faltou um algo a mais nele para ser um protagonista marcante, pois seu estilo até é engraçadinho, mas alguém realmente que divertisse e fosse interessante daria um tom maior para a trama, mas não fez mal seu papel e isso é o que importa. Sobre as garotas que se envolvem com o jovem, Eva Danino fez uma Rose bem direta de sentimentos e com poucas expressões, ao ponto que alguns atos seus ficaram muito em cima do muro, e não fluíram como deveriam, o que soou um pouco estranho, já Eloise Valli fez o completo extremo, sendo exagerada demais, ao ponto que conheço algumas influenciadoras desse estilo com todo o ar de mil selfies e postagens por minuto, todo o lado vegano em prol de sua dieta e aparições e claro toda a loucura sexual, mas poderiam ter colocado algo no meio do caminho nem tão morno nem tão explosivo que chamaria atenção da mesma forma. E quanto das amigas, Manon Azem deu um tom mais imponente para sua Maud direta no ponto com o amigo, Constance Arnoult já jogou um ar mais emotivo com sua Alex docinha e envolvente, enquanto Fadily Camara já botou o amigo para dançar com sua Lulu, e sendo bem carismática conseguiu ter as nuances mais diferentes com o protagonista.

Visualmente o longa brinca com alguns ambientes bem bacanas, como uma festa de despedida de solteira bem agitada em um hotel na praia, aonde temos a primeira interação do protagonista com sua paixão, em uma cena engraçada de nudez e atitudes que poderiam ir para outros rumos, temos depois toda a ambientação de um hospital, toda a sacada da preparação do jovem com danças em alguns estúdios de dança, vários momentos em bares, uma loja de roupas de bebês bem diferentes, a casa da garota bem simples, mas com bons detalhes de seu estilo, a casa do rapaz que é mudada completamente com a entrada da namorada vegana e suas plantas, uma grandiosa festa debaixo de muita fumaça, e alguns outros atos num parque, mas nada que fosse muito chamativo, mostrando que a equipe de arte quis ser bem representativa, mas abrangeu coisas demais e não abrangeu algo que marcasse realmente.

Enfim, é um filme que até serve de passatempo, mas que passa bem longe de emocionar ou fazer rir que é a proposta correta de uma comédia romântica, e sendo assim recomendo ele com ressalvas demais em cima de algo mediano. E é isso meus amigos, fico por aqui hoje, mas volto em breve com mais textos, então abraços e até logo mais.


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