007 - Sem Tempo Para Morrer (007 - No Time To Die)

10/01/2021 01:47:00 AM |

Se em 2015 muito se falou sobre ser o último 007 de Daniel Craig em "Spectre", e ele retornou para fazer mais um, agora em "Sem Tempo Para Morrer" realmente não terá um bom cheque na porta de sua casa que o faça voltar e está 100% decidido, e agora no 25° longa do famoso espião tivemos um pouco de tudo, retorno de histórias passadas, muita interação, espionagem de primeiro nível, e se no passado o povo todo tinha medo do desenvolvimento da Guerra Fria nas telonas, agora temos toda a possibilidade da guerra tecnológica viral, aonde a contaminação se dá por DNA das pessoas, ou seja, algo completamente insano de se pensar, mas que é tão assustador quanto uma guerra de armas de fogo. Ou seja, ainda temos muitas explosões, muitos tiros, carros correndo em perseguições incríveis, temos os bons personagens anteriores da MI6, e juntamos um novo vilão, muitas conversas bem pontuadas, e até uma nova agente 007 (que não acredito que seguirá o legado! Não pela atriz, mas sim por os britânicos serem certinhos demais e desejarem um homem alto de olhos azuis!), ao ponto que tudo é empolgante no mesmo nível de seu anterior, e que mesmo não sendo o mesmo diretor a intensidade funciona bem e quase nem sentimos as 3 horas de duração passarem. Ou seja, é daqueles longas intensos, que sim dependem de você ter visto o anterior para se conectar bem com todas as histórias que aparecem (não que você não irá curtir o longa, mas ficará um pouco perdido em alguns detalhes!), e que dá um bom fechamento ao menos para esse ciclo, e veremos o que os roteiristas irão aprontar daqui pra frente, pois vai ser tenso começar tudo de novo.

A sinopse nos conta que Bond deixou o serviço ativo da MI6 e está desfrutando de uma vida tranquila na Jamaica. Sua paz durou pouco quando seu velho amigo Felix Leiter, da CIA, apareceu pedindo ajuda. Porém a missão de resgatar um cientista sequestrado acaba sendo muito mais traiçoeira do que o esperado, levando Bond na trilha de um vilão misterioso armado com uma nova tecnologia perigosa.

Tudo bem que o diretor Cary Joji Fukunaga foi aclamado com "Beasts of no Nation", ganhou um Emmy com "True Detective", mas ser o primeiro americano a dirigir um longa do 007, substituindo Sam Mendes que fez dois brilhantes trabalhos, e ainda Danny Boyle que começou a produção desse e desistiu por divergências criativas, acabou sendo algo muito intenso de se pensar, porém ele soube dosar um pouco de tudo, soube criar bem todas as dinâmicas necessárias para vermos realmente um filme de James Bond, e principalmente soube entregar um filme com boas pegadas de ação, uma boa comicidade sem virar um filme só de piadinhas, e claro colocar um vilão que fosse maluco o suficiente para dar medo e não pena. Ou seja, lhe foi entregue uma bomba relógio já bem armada, pois o protagonista Daniel Craig já havia dito que não voltaria para reprisar o papel e depois voltou atrás para resolveu ter um fechamento mais imponente, e ele soube cuidar dela com cada fio bem retirado da bomba para entregar algo explosivo e certeiro, que acaba agradando a todos pelo conjunto completo, mostrando que tem estilo próprio e certamente irá pegar ainda longas aclamados para dirigir.

Sobre as atuações, lembro como se fosse hoje todo o rebuliço que foi em 2005 quando se estava produzindo "Cassino Royale" e Daniel Craig tinha sido escolhido como o novo Bond, pois não era alto o suficiente, não tinha o estilo dos anteriores e tudo mais, e agora em seu fechamento vemos que o ator não só se doou por completo para o papel, quanto será bem difícil imaginarmos outro bom ator fazendo James Bond, pois ele se joga por completo, vai lá e faz toda um trabalho de exercícios e alimentação para estar com 53 anos com um corpo perfeito para ainda ser galanteador, trabalhou olhares e dinâmicas com muita personalidade, e aqui em seu último filme no papel ainda colocou um algo a mais que foi o lado familiar, ou seja, completou bem cada momento seu e fechou com chave de ouro em uma cena extremamente imponente e emocionante, mostrando que quem vier na sequência terá trabalho para igualar seu feitio. E é claro todo bom mocinho tem de ter um vilão à altura para representar e funcionar todos os conflitos da trama, e aqui Rami Malek entregou um Safin cheio de personalidade, com trejeitos meio endurecidos porém completamente malucos pela ideia completa, com um tom de voz pausado e intenso, ao ponto que acertou bem no que desejava mostrar e conseguiu chamar a atenção, não indo tão fortemente para a briga com o protagonista, deixando isso mais para os seus capangas, mas fez bons atos e agradou bem. Léa Seydoux também voltou para seu papel de Madeleine, ainda mais sensual, mas com muitas coisas de um passado em jogo, e a atriz que é bem conhecida pelos olhares expressivos e confusos conseguiu dar nuances próprias bem colocadas agradando num contexto geral bom e marcante. Lashana Lynch foi escalada com sua Nomi para ser uma 007 mulher e negra, algo que é a controvérsia em nível máximo do papel, mas a atriz até conseguiu ter um carisma forte, uma personalidade clássica e marcante, e até daria certo para algo inovador, mas que infelizmente não é o caso dessa franquia, então ela pode ficar bem tranquila que no máximo voltará como coadjuvante mesmo fazendo bem seu papel. Falando em coadjuvantes ainda tivemos a boa volta de Ralph Fiennes como M, Ben Wishaw como Q, Christoph Waltz como Blofeld, Naomie Harris como Moneypenny, Rory Kinnear como Tanner e Jeffrey Wright como Felix, todos reprisando bem seus papeis, sendo chamativos e até trabalhando algo a mais, mas sem ir muito além, coisa que ficou a cargo dos novatos Ana de Armas com sua Paloma lindíssima, que só tem melhorado a cada filme que faz, e David Dencik como um cientista russo cheio de nuances engraçadas e malucas.

Sobre o visual da trama tivemos boas cenas na Itália para os ares mais romantizados, uma mansão no meio da neve da Noruega para ter representações do passado, que depois ainda foi usada numa época mais de verão para ter novas nuances, muitas cenas numa ilha repleta de perigos venenosos e químicos, e claro boas perseguições em vários lugares, mas com destaque para os momentos numa floresta com muita névoa, aonde fizeram atos bem intensos, além de alguns momentos em alto mar, festas de gala, todo o ambiente das armas de espionagem incríveis, e carros com muitas armas, isso tudo sem falar das tecnologias robóticas e intensas na fuga logo no começo, isso sem falar da casa de praia do protagonista na Jamaica e de uma grandiosa perseguição numa festa em Cuba. Ou seja, a equipe de arte trabalhou bem, fez muitas explosões, vários momentos filmados em Imax que deram uma amplitude maior de cenografia, e de certa forma o resultado acaba sendo marcante. 

Como de praxe a trama teve uma música tema nova composta e muito bem interpretada agora pela cantora do momento Billie Eilish, que você pode ouvir nesse link, vários atos com a orquestra tema tocando os clássicos do personagem, o que deu um tom gostoso e bem interessante de se envolver, e assim o resultado sonoro foi muito bem mixado com todos os tiros para todos os lados possíveis.

Enfim, é um longa que você nem sente as quase 3 horas de duração, que usa bem o que já veio de outros longas do personagem, e que felizmente é muito melhor que seu antecessor (não sei se o melhor da franquia, pois gosto muito de Skyfall e de Cassino Royale), dando um ar mais completo para tudo que funciona e agrada bastante tanto os fãs (que foram a grande maioria da sala do cinema), quanto quem for novo para a franquia e quiser se envolver com o ar de espionagem bem marcante. Diria que é um filmão literalmente que vai agradar a todos, e eu recomendo. Bem é isso pessoal, fico por aqui hoje, mas volto amanhã com mais textos, então abraços e até logo mais.


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