Sabe quando você ama diversas partes de um filme, mas que ao juntar no todo você fica na dúvida se realmente apenas gostou do que viu ou se simplesmente o resultado não foi entregue como esperado? Essa certamente é a minha dúvida hoje ao acabar o longa "A Vida de Chuck", pois já começou de uma forma ao meu ver totalmente errônea de trás para frente para criar um mistério interessante que depois vamos praticamente colocando como algo meio puxado para um Alzheimer ou algo do tipo, pois os personagens desconhecem quem é Chuck, porém conviveram com ele na sua juventude e adolescência, ou seja, apenas estão perdidos com todo o fim iminente, depois o excessivo uso da narração para tudo, que até dá um certo charme para a trama, mas é irritante em alguns momentos como se falasse: "Coelho está digitando agora!" enquanto estou vendo o que está rolando, mas por vezes acaba com um tom bem contado que agrada, e por fim as belas cenas de expressividade do protagonista são tão belas e cheias de nuances que em contraponto com a ideia minimalista e ao mesmo tempo gigante com o calendário de Carl Sagan, e comparando arte com Matemática acaba tudo bagunçado demais dentro de um contexto todo. Ou seja, é daqueles filmes que vamos ver citações aos montes nas redes sociais, veremos as cenas inteligentes e bem alocadas, mas se um dia perguntarem o que achamos do longa é capaz de nem lembrarmos direito o que vimos, pois ao mesmo tempo que é reflexivo, também não agrega muito em nossa vasta caixa separada pelas orelhas, e assim sendo é uma pena, pois dava para ir bem mais além com tudo o que tinham tanto em história quanto em elenco.
O longa apresenta a extraordinária história de um homem comum. A jornada de Charles "Chuck" Krantz é contada de forma única e emocionante, misturando gêneros para explorar os altos e baixos da existência humana. Ao longo de sua vida, Chuck vive o encanto do amor, a dor da perda e descobre as muitas facetas que existem dentro de cada um de nós.
O mais engraçado é pensar que o longa poderia ter ido muito mais além com o elenco que tinha, afinal contando com o protagonista Chuck sendo interpretado por um Tom Hidlestone dançando como nunca, mostrando um carisma sério, porém cheio de grandes facetas, o jovem Benjamin Pajak dançando melhor ainda, e tendo conversas cheias de nuances na tela com todos os demais personagens, parecendo ser até adulto demais com tudo o que aconteceu, mas tendo um sentido artístico perfeito, e Jacob Tremblay que sabemos o quanto é maravilhoso, porém pegando o momento da juventude do personagem aonde está mudando sua forma de tudo, e assim apenas deu as devidas entregas expressivas para os momentos mais fechados do papel, não tinha como ter falhas, afinal o trio encantou. Ainda tivemos The Pocket Queen como a baterista Taylor numa entrega rítmica tão marcante e chamativa que imprimiu uma cena grandiosa fazendo o que mais sabe fazer. E falando nessa cena, parecia que Annalise Basso entregaria uma Janice totalmente depressiva, mas se jogou por completo na dança com o protagonista e agradou demais com a desenvoltura. Os papeis de Chiwetel Ejiofor com seu Marty Anderson, Karen Gillan com sua Felicia Gordon e Carl Lumbly com seu Sam Yarborough no terceiro ato (que é o primeiro a ser mostrado) tiveram uma pegada de fim do mundo tão intensa, que chegamos a entrar no clima com eles e ao sermos transportados acabamos envolvidos no que desejavam passar, não recaindo para traquejos fáceis, mas também não se doando nos diálogos e sim na forma marcante do desespero pelo fim, fora não reconhecerem o rapaz que conheciam do passado. E por fim claro que temos de falar das poucas, mas belas cenas de Mia Sara com sua Sarah Krantz e Mark Hamill com seu Albie Krantz que trabalharam doçura nelas, sendo bem marcantes tanto para a vida futura do garoto na dança, na contabilidade e na vida.
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O longa apresenta a extraordinária história de um homem comum. A jornada de Charles "Chuck" Krantz é contada de forma única e emocionante, misturando gêneros para explorar os altos e baixos da existência humana. Ao longo de sua vida, Chuck vive o encanto do amor, a dor da perda e descobre as muitas facetas que existem dentro de cada um de nós.
Confesso que é estranho demais ver um diretor tradicional de filmes e séries de terror como Mike Flanagan e um roteirista de tramas densas como Stephen King trabalhando juntos em um drama com pegadas romantizadas, pois é algo quase impossível de se imaginar dando certo, mas de certo modo conseguiu vender muito bem pelo trailer, afinal parecia ser uma história lúdica, emocionante e que nos levaria quase a florear na sala depois de uma alta brisa de cogumelos, porém esqueceram de dizer que quem comeu os cogumelos foi o diretor, e ele nos entrega algo meio que confuso e conflituoso demais para uma trama com filosofias e símbolos, aonde as devidas intensões até chamam atenção, mas que pelos motivos que citei no começo não trazem o sentimento forte para o espectador em si, e assim sendo saímos da sessão esperando aquele algo a mais que não acontece, e por si só já desanima, o que é uma pena, afinal fui esperando sair maravilhado com tudo, e apenas sonhei com as belas cenas que a trama tem (e que não são poucas!).
O mais engraçado é pensar que o longa poderia ter ido muito mais além com o elenco que tinha, afinal contando com o protagonista Chuck sendo interpretado por um Tom Hidlestone dançando como nunca, mostrando um carisma sério, porém cheio de grandes facetas, o jovem Benjamin Pajak dançando melhor ainda, e tendo conversas cheias de nuances na tela com todos os demais personagens, parecendo ser até adulto demais com tudo o que aconteceu, mas tendo um sentido artístico perfeito, e Jacob Tremblay que sabemos o quanto é maravilhoso, porém pegando o momento da juventude do personagem aonde está mudando sua forma de tudo, e assim apenas deu as devidas entregas expressivas para os momentos mais fechados do papel, não tinha como ter falhas, afinal o trio encantou. Ainda tivemos The Pocket Queen como a baterista Taylor numa entrega rítmica tão marcante e chamativa que imprimiu uma cena grandiosa fazendo o que mais sabe fazer. E falando nessa cena, parecia que Annalise Basso entregaria uma Janice totalmente depressiva, mas se jogou por completo na dança com o protagonista e agradou demais com a desenvoltura. Os papeis de Chiwetel Ejiofor com seu Marty Anderson, Karen Gillan com sua Felicia Gordon e Carl Lumbly com seu Sam Yarborough no terceiro ato (que é o primeiro a ser mostrado) tiveram uma pegada de fim do mundo tão intensa, que chegamos a entrar no clima com eles e ao sermos transportados acabamos envolvidos no que desejavam passar, não recaindo para traquejos fáceis, mas também não se doando nos diálogos e sim na forma marcante do desespero pelo fim, fora não reconhecerem o rapaz que conheciam do passado. E por fim claro que temos de falar das poucas, mas belas cenas de Mia Sara com sua Sarah Krantz e Mark Hamill com seu Albie Krantz que trabalharam doçura nelas, sendo bem marcantes tanto para a vida futura do garoto na dança, na contabilidade e na vida.
Visualmente a trama teve uma pegada bem interessante com o terceiro ato mostrando um fim do mundo extremamente depressivo e cheio de nuances, com o apagar das estrelas, da energia, do colapso mundial da natureza, mas ainda assim conectando algumas pessoas e claro com as devidas homenagens estranhas para o tal Chuck, aparecendo nos lugares mais improváveis possíveis até mesmo nas janelas das casas. Já no segundo ato o detalhe ficou para a charmosa rua com a bateria dominando o ambiente e os jovens dançando, depois uma bela fonte, mas tudo sem detalhes minuciosos, apenas um grande público, e o show acontecendo. E no primeiro e último ato, tudo se fecha na escola e na casa vitoriana, com as muitas aulas de dança, o baile tradicional e claro o sótão fechado com toda a história macabra. Ou seja, a equipe de arte teve um trabalho bem mostrado, mas talvez pudesse ter sido mais simbólica nas nuances e acrescentado algo a mais para chamar melhor a atenção do público.
Enfim, é um filme melancólico, que conta com cenas belíssimas, porém que esquece do principal que é fazer o público sentir algo no fechamento, e nem a reflexão completa consegue isso, o que é uma pena, pois o longa valeria ter ido muito mais além. E é isso meus amigos, fico por aqui hoje, mas volto amanhã com mais dicas, então abraços e até logo mais.