Uma Segunda Chance Para Amar (Last Christmas)

12/02/2019 01:21:00 AM |

Sabe aqueles filmes gostosinhos de curtir, que passa voando com boas sacadas, que te envolve com uma história bem colocada, e que ainda por cima consegue surpreender com algo que você até esperava acontecer, mas que vem de uma forma de impacto ainda maior? Pois bem, se você fez um checklist dos filmes para tentar lembrar de alguns, em breve você irá colocar também "Uma Segunda Chance Para Amar" entre eles, pois o filme é tudo isso, com um tom tão bem feito, que mostra não só a boa dinâmica dos atores para saber encontrar estilo em suas cenas, como uma precisão incrível do diretor em cima de um roteiro bem leve e gostoso de trabalhar, de forma que acabamos nos envolvendo tanto com tudo que quase ao final já estamos cantando George Michael sem pensar nas consequências. Ou seja, o longa passa bem longe de ser daqueles filmes que vamos colocar entre os nossos top filmes, mas ele é tão gostoso de ver, que certamente ao passar na TV, numa zapeada pelos canais, você irá parar para ver ou rever ele.

O longa nos mostra que Kate mora em Londres, insatisfeita por uma série de más decisões acompanhadas pelo som de sinos de Natal de seus sapatos, outra consequência irritante de seu trabalho como uma elfa em uma loja de produtos de Natal que funciona o ano todo. Tom parece bom demais para ser verdade quando ele entra em sua vida e começa a ver além das tantas barreiras de Kate. Como Londres se transforma na época mais maravilhosa do ano, nada deveria dar certo para esses dois. Mas às vezes você tem que deixar a neve cair onde for, você tem que ouvir seu coração ... e você tem que ter fé.

O estilo de comédia do diretor Paul Feig costuma ser mais cru, direto e muitas vezes exagerado, aonde geralmente acabamos reclamando de seus feitos por apelar demais, mas aqui ele praticamente fez algo incomum, de deixar as sacadas cômicas livres no ar, fazendo acontecer a protagonista, para que ela sim divertisse com suas atitudes, e isso caiu como uma luva para que a produção natalina deslanchasse, de tal maneira que certamente a responsabilidade disso ter ocorrido foi o ótimo roteiro da atriz Emma Thompson, que cheio de levezas e diretivas consegue envolver do começo ao fim, mostrando sim algumas bizarrices, mas que apenas encaixam para dar graça na completa desgraça que é a vida da protagonista. Claro que o filme tem uma pegada bem mais romantizada do que cômica, mas souberam equilibrar bem os gêneros para que o filme soasse bem encaixado, e que principalmente deixassem os protagonistas bem livres para criar, de modo que tenho certeza que muitas situações do longa ocorreram ao acaso e resolveram deixar na trama, pois o acerto leve dá essa liberdade, e sendo assim tanto Feig quanto Thompson puderam olhar o resultado final, se emocionarem, e gostarem do trabalho conjunto que fizeram, pois é daqueles filmes para acreditar nas atitudes, e gostar de cada momento pela ótima leveza de espírito.

Sobre as atuações, Emilia Clarke entregou uma personagem tão graciosa, cheia de virtudes, que facilmente acabamos encantados por ela mesmo com algumas atitudes não tão boas de sua Kate, de modo que acabamos vendo ela se desenvolver tanto durante a produção inteira, que ao final já estamos envolvidos e cantando junto com ela, ou seja, capturou a essência da personagem e focou tanto que dificilmente enxergamos outra atriz no papel, e isso é um acerto incrível quando acontece. Henry Golding também foi muito bem encaixado na personalidade de Tom, de modo que acabamos enxergando ele com outros olhos durante todo o filme, e ao final somos jogados de lado por tudo o que ocorre, de modo que o jovem foi muito coeso nos atos, trabalhou um sorriso bem gostoso de ver, parecendo estar completamente confortável com seu personagem, o que é algo muito bom de ocorrer. Quanto aos demais, foi bacana ver a personalidade simples, mas bem marcante da roteirista, aqui como mãe da protagonista Petra, que Emma Thompson conseguiu entregar, tivemos bons momentos também com Michelle Yeoh como a patroa da protagonista Santa, extremamente bem encaixada, e tivemos atitudes marcantes de todos ali do lar de sem-tetos que se doaram para cada um dos momentos bem dinâmicos que o filme propôs, de modo que podemos dizer facilmente que todos estavam empolgados com seus atos para com o filme.

No conceito visual o filme também é uma delícia, afinal a época natalina é cheia de luzes, de enfeites, de um espírito bacana no ar, que acabamos passeando por uma Londres completamente diferente da casual que vemos na maioria dos filmes, mostrando uma loja de artigos natalinos bem cheia de peças, vemos pessoas estranhas no caminho da protagonista, vemos um abrigo de sem-tetos com muitas nuances, vemos casas simples e outra nem tanto, vemos uma pista de patinação indoor lindíssima, e principalmente vemos a famosa xenofobia impregnada em alguns atos, que funcionaram visualmente, mas encaixaram também muito dentro do conceito da trama de se abrir, ou seja, a equipe de arte brincou muito com o clima natalino, fazendo com que a iluminação favorecesse bem o ambiente, e trouxesse ainda muito mais para o longa.

A trama trouxe um ritmo gostoso de fluidez, que além de entregar de uma forma dinâmica bem cheia de sintonias todo o resultado de cada um dos atos ainda nos presenteou com diversas canções de George Michael, transmitindo claro o clima natalino no nível máximo para todos. E claro que deixo aqui o link para todos curtirem ao máximo a trilha gostosa que o filme nos presenteou.

Enfim, se você teve um dia cansativo, um fim de semana pesado, ou apenas quer curtir um longa bem gostoso de conferir, com boas mensagens e atitudes, que vai mesmo sendo bem singelo conquistar você, essa é a dica que deixo como recomendação, pois volto a frisar que não é nenhuma obra de arte daquelas para emoldurar, mas que faz você sair feliz da sessão com o que viu, e sendo assim, funcionou dentro da essência que bons longas natalinos costumam entregar. Bem é isso pessoal, fico por aqui hoje, mas volto em breve com mais textos, então abraços e até logo mais.

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