Star Wars - A Ascensão Skywalker em Imax 3D (Star Wars: The Rise of Skywalker)

12/21/2019 03:30:00 PM |

Sabe quando você precisa vender algo, mas tem de abrir um tremendo leque para outras possibilidades serem vendidas depois? Ou melhor ainda, quando você vai a algum lugar com muitas outras intenções além de apenas ir lá? Pois bem, essa é a sensação que "Star Wars - A Ascensão Skywalker" me passou, pois é sim um tremendo filme de fechamento, com elementos de todos os demais filmes da saga, mas que funciona somente nos 15-20 minutos finais, que são realmente empolgantes, pois do resto, a maioria abre possibilidades para séries e filmes derivados que a Disney já prometeu aos montes em seu streaming, e com isso enrola demais para tudo o que desejávamos ver realmente, de modo que o filme praticamente se arrasta no miolo com seus 142 minutos, e não apenas isso, a trama tem muita história para ser contada, ou seja, quem não for extremamente fã da saga, até irá gostar de alguns personagens, mas se cansará completamente quando tudo se acalmar no miolo, e isso é ruim de ver, pois a saga sempre passou bons atos, e aqui o diretor é conhecido por ser deveras criativo, e ele coloca tantas coisas em cena que no final nem sabemos o que vimos, ou melhor, estou escrevendo quase as 3 da manhã com medo de deixar para escrever amanhã e não lembrar mais o que vi na telona, pois tirando as grandes cenas finais, nada acaba sendo marcante realmente.

O longa nos conta que com o retorno do Imperador Palpatine, todos voltam a temer seu poder e, com isso, a Resistência toma a frente da batalha que ditará os rumos da galáxia. Treinando para ser uma completa Jedi, Rey ainda se encontra em conflito com seu passado e futuro, mas teme pelas respostas que pode conseguir a partir de sua complexa ligação com Kylo Ren, que também se encontra em conflito pela Força.

Sabemos muito bem a qualidade técnica do diretor J.J. Abrams, pois ele sempre sabe encontrar estilo e fazer com que seus filmes tenham uma pegada grandiosa ao redor da trama principal sem precisar virar algo novelesco exagerado, porém aqui acredito que lhe convenceram demais a criar mais conteúdo, e ir abrindo todas as possibilidades para os demais subprodutos que a Disney pretende vender nos demais anos que virão, e isso é algo que costuma não agradar (principalmente quem não for extremamente fã), pois o filme acaba sendo arrastado demais com uma imensidão de histórias extras, personagens novos e velhos aparecendo para dar alguma jogada, situações rapidamente aparecendo do nada sem serem explicadas (apenas deixando para que alguém venha depois e crie uma nova história a partir dali). Ou seja, diria que o diretor até fez um filme bem interessante de ser conferido, principalmente pelos 20 minutos finais aonde tudo ocorre com grande imponência e nos envolve de uma forma incrível, provocando emoções e grandes surpresas, mas é um filme de 2 horas e 22 minutos, então precisamos de uma enrolação gigante de quase duas horas, aonde sim vemos muita história extra, que sim é bacana, mas que quem não for ver depois as diversas séries da Disney, os vários derivados lançados também por lá, acabará esquecendo até mesmo que viu isso um dia, e isso é uma falha imensa como cinema, pois todos os demais foram emocionantes por esse motivo, de entregar tudo ali, e funcionar bem ali também.

Sobre as interpretações, é fato que o elenco principal soube conduzir boas expressões nos seus devidos atos, chamando atenção para que o filme tivesse a interação coerente dentro das cenas, e isso mostra não só o crescimento da maioria nesses três filmes da série, como o crescimento deles também como artistas, então vemos uma Daisy Ridley bem imponente com sua Rey, trabalhando os diversos atos de dúvida da personagem, sua força de luta, seus atos como um misto de Jedi pelo treinamento e de .... afinal não vamos dar spoilers, e vendo ela fazer tudo vemos que a artista está cada vez mais completa, que agrada bastante nas cenas em que precisaram dela, e ainda mais sabendo não fazer apenas uma cara marcante, mas sim demonstrar todos os sentimentos possíveis, e assim sendo, vamos torcer muito para dar certo em outros filmes seus também. Confesso que não gostava muito do estilo de Adam Driver, mas 2019 foi um ano tão bom para ele em todos os filmes que fez, que até aqui ele conseguiu entregar um Kylon Ren bem coerente, com a Força dominando, sendo quase um fantasma em diversos atos, e principalmente chamando tudo no filme para si, o que agrada bastante de ver, e mostra que ainda vai crescer mais no cinema, pois ele é bom e tem estilo. John Boyega e Oscar Isaac brincaram bastante com a expressividade de seus Finn e Poe, de modo que no começo dessa trilogia nem botávamos tanta confiança neles, mas souberam dominar seus atos e aqui marcam tudo com ótimos momentos para entregar e acabamos ao final até torcendo para eles. Dentre os demais, tivemos bons personagens surgindo e velhos conhecidos dando show, assim tivemos um Chewbacca bem imponente e marcante nas diversas cenas, tivemos a volta do Imperador Palpatine, muito bem feito por Ian McDiarmid, que mesmo sem explicar como ele voltou fez boas cenas, tivemos os pequenos robozinhos bem dinâmicos e colocados, que sem entendermos nada do que falam, passam boas interações, e claro tivemos Billy Dee Williams chamando muita atenção com a volta de seu Lando, ou seja, muitos bons momentos e recordações.

Claro que ver todo o mundo criativo que a saga nos entrega, com imponentes cenários gigantescos, planetas cheios de detalhes e personagens diferentes magicamente criados pela computação mista com uma maquiagem diferenciada, o que acaba agradando bastante, e mostra que a equipe de arte nem mais sofre, afinal já tem suas bases, suas referências, e claro que aqui voltando a usar muito do que já vimos nos demais 8 filmes da série, como naves, semiplanetas, e outros detalhamentos, o resultado acaba chamando muita atenção e envolvendo a todos para tentar lembrar de onde já viu cada momento. A fotografia brincou muito com tons, afinal cada planeta necessita ter sua própria interação, e como o filme tem mistos de felicidade, dor, sofrimento, luta, ódio e outros muitos sentimentos, acabamos vendo desde a escuridão total até quase uma rave colorida com fogos, pipas e cores de toda maneira, porém sem dúvida a melhor cena é algo quase igual a que vimos no ápice de "Vingadores: Ultimato" com os portais, que aqui vem com naves no lugar, e isso só valeu o filme todo. Quanto do 3D da trama, mesmo vendo na Imax que já entrega algo muito melhor que as demais salas, não temos quase nada que surpreenda, sendo bem mediano em alguns atos com naves para fora, mas que não vai surpreender em nada quem gosta da tecnologia, mas ainda assim, com a grandiosidade de muitos personagens, muitos elementos, vale a pena ver numa tela imensa, e a tecnologia ao menos faz com que tudo não saia de foco.

Nem temos como falar da trilha sonora clássica de John Williams que já ouvimos há diversos anos, mudando um ou outro acorde, mas que nos emociona da mesma forma, e que nem precisamos chegar na sala para ouvir e saber que está passando Star Wars, ou seja, sua marca é perfeita, e isso ninguém irá lhe tirar dessa criatividade perfeita que teve lá em 77, e se manteve intacta durante nesses quase 50 anos, aliás tenho até medo do que farão na comemoração de 50 anos em 2027.

Enfim, é um filme alongado demais, que me fez sentir quase que vendo uma maratona de 10 horas de filmes, já achando que estaria amanhecendo quando acabasse a sessão, mas que possui bons momentos que reparam os ruins. Claro que como todo filme de sagas, eles são feitos para fãs, e esses sairão bem satisfeitos com a maioria das cenas, mas para o público comum que desejar apenas ver um bom filme, e claro o fechamento dos outros 8 que já conferiram, o resultado passa bem simplório e arrastado, ou seja, vale a conferida por tudo o que sabemos da saga, mas vá num horário mais cedo possível, pois com os trailers são praticamente 3 horas na sala, e garanto que cansa muito a forma de condução até chegar nas cenas brilhantes e ágeis do final. Bem é isso pessoal, fico por aqui hoje, mas volto em breve com mais textos, então abraços e até logo mais.

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