Sabe aqueles filmes dinâmicos cheios de boas perseguições, tiros, drogas, policiais corruptos, investigações em movimento, e tudo mais, mas que não entrega nada, absolutamente nada de novo dentro da proposta? Se você conseguiu pensar em pelo menos uns 5 filmes desse estilo bem rapidamente você está bem, mas garanto que tem muito mais, e "Crime Sem Saída" se junta ao grupo com uma história simples, bem feita, e que mostra o de sempre, agora com atores mais da moda, e que vai pegar alguns novos fãs para o estilo com isso, mas que quem já é velho de guerra e já viu todos os possíveis do estilo, acabará saindo da sessão reclamando de que em outros filmes tiveram ao menos um algo a mais, e aqui talvez o algo a mais seja a cena final bem trabalhada, mas nada que seja muito surpreendente. Ou seja, um filme fácil, com personagens bem coesos, mostrando que Chadwick corre bastante (já havíamos visto isso em "Pantera Negra" e "Vingadores - Guerra Infinita"), e que sempre teremos os bandidos burros e policiais do mesmo tipo, que nada levam em seus filmes, mas que ao menos serve de passatempo.
O longa nos conta que ao ser encarregado de encontrar uma dupla de assassinos de policiais, um polêmico detetive de Nova Iorque descobre uma grande e inesperada conspiração. Com apenas algumas horas para capturar os assassinos antes que consigam desaparecer, medidas extremas são tomadas, como o bloqueio das 21 pontes que dão acesso à ilha. Mas à medida que a noite avança, ele não sabe mais se está caçando ou sendo caçado.
O diretor Brian Kirk passeou muito pelo mundo das séries, e aqui ao arriscar com um filme policial, cheio de dinâmicas, tiros e algo com um tempo contado bem moldado até mostrou que sabe fazer bem o estilo, porém o roteiro não lhe permitiu ir muito além, entregando algo comum demais que já vimos tantas vezes que até parece funcionar num primeiro momento pela pegada estilosa, pelo elenco que tenta fluir para um lado diferenciado de mistério, mas que ao cair no comum desanda bastante. Claro que passa também bem longe de ser uma bomba, pois ele soube encontrar com propriedade força no protagonista, que ultimamente vem se destacando com olhares, corridas, e muitas sacadas bem pontuadas, e dessa forma o filme vai bem dinâmico e o resultado ao menos serve para aqueles momentos que queremos um filme bacana sem ter de pensar em nada, e assim sendo, quem sabe se o diretor seguir essa linha, e encontrar um roteiro melhor, a pegada funcione mais.
É engraçado ver que Chadwick Boseman já tinha feito tantas séries antes de lançarem ele como Pantera Negra, mas nem notávamos tanto seu talento, e o mais cômico ainda é que já fez diversos papeis de investigador/policial, então aqui seu Andre tem personalidade, tem estilo, e principalmente tem muito fôlego, afinal faz uma cena de perseguição tão de impacto que chega a dar canseira só de olhar, e ele se sai muito bem em todo o filme, só é uma pena que seu ar investigativo seja usado bem pouco, pois se a trama tivesse um pouco mais de mistério no ar, certamente ele daria um show. J.K. Simmons é daqueles atores que mesmo fazendo pouco no filme sabemos que vai impactar, e aqui seu Capitão McKenna logo de cara passa toda a síntese do filme, só não esperávamos ver um final bem marcado com ele, e talvez se o ator tivesse sido mais usado até desse algo a mais na trama, mas não aconteceu. Sienna Miller ainda deve estar se perguntando como foi jogada nessa trama, pois a atriz correu, fez caras e bocas, mas sua Burns parece estar sempre fora do eixo, e isso não é algo bacana de ver, ou seja, falhou muito mais do que acertou, e somente mais próximo do fim que fez um pouco mais. Stephan James e Taylor Kitsch até entregaram uma certa personalidade para seus Michael e Ray, mas o filme não desejava tanto trabalhar seus atos, de modo que os dois fazem um assalto bem armado, brigam com traficantes, mas quando estão no modo simples acabam falhando, e isso não é legal de ver, ao menos a sacada do disfarce foi bem feita por James. Agora quanto aos demais, enfeites totais, que fizeram carões e só serviram de base, pois ninguém irá lembrar deles.
Visualmente o longa teve uma dinâmica bem interessante na cidade de Nova York, brincando com o fato de Manhattan ser uma ilha que poderia ser fechada de fuga pela polícia (algo meio complexo, pois são 21 pontes - que dá o nome original em inglês, diversos trens, metrôs, e outros meios, mas que aparentemente conseguiram), e trabalharam bem o poderio de fogo tanto dos ladrões, quanto dos policiais, tendo tiro para todo lado, além de bons locais como um açougue, um prédio, entre outros, ou seja, funcionou para o que propuseram, mas nada muito imponente. Agora um fato da fotografia, trabalhar o tom mais escuro em cenas noturnas é errado demais, de modo que temos cenas que não vemos praticamente nada na tela, e isso é uma falha gravíssima.
Enfim, como disse é daqueles filmes que não vamos sair recomendando para todo mundo, mas que não chega a ser um tempo perdido ao ficar numa sessão, ou em uma sentada no sofá conferindo ele numa tarde de domingo, e dessa forma o resultado acaba sendo ao menos razoável, valendo ver sem esperar muito, porém como disse também, é mais do mesmo, e assim quem for querendo ver alguma novidade no estilo policial sairá bem decepcionado. Sendo assim, vá se divertir, e boa sessão, eu fico por aqui hoje, mas volto em breve com mais textos, então abraços e até logo mais.
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