Duas Coroas (Dwie Korony)

12/01/2019 05:39:00 PM |

Um dos gêneros que posso dizer friamente que não funciona é misturar drama e documentário na mesma trama, pois a maioria das vezes soa bem falso o resultado final de ambas as partes, seja os pequenos momentos interpretados, seja nos atos contados pelos entrevistados. E aqui em "Duas Coroas" acabamos conhecendo um pouco mais de como foi a vida do frei franciscano Maximiliano Kolbe de uma maneira até que bem pautada, contando coisas que vivenciou, e até tendo relatos de outros que conviveram com ele, de uma maneira bem bacana de funcionamento dentro de algo documental, que se ficasse só nisso e fosse melhor dublado, ou os cinemas passassem legendado funcionária incrivelmente bem, mas simplesmente destruíram as vozes originais sobrepondo elas, ou seja, ouvimos as originais ao fundo junto com a dublagem nacional, num misto bem feio e estranho durante as entrevistas, e nas partes atuadas, os jovens atores fizeram cenas fracas, meio que jogadas, em que as vozes nacionais parecem estar dentro de uma cabine telefônica, ou seja, estranho também. Ou seja, um filme de conteúdo bacana para os religiosos, mas que teve tantas falhas técnicas que não tem como curtir, além de dar sono pelo ritmo horrendo.

O longa nos conta que no dia 14 agosto de 1941, em Auschwitz, na Polônia, o sacerdote Maximiliano Kolbe fez uma difícil escolha: dar a sua vida para salvar um pai de família que mal conhecia. Sem ter ideia do grande legado que deixaria para as gerações futuras, Kolbe dedicou sua jornada à compaixão e solidariedade, e anos depois de sua morte foi proclamado santo pelo Papa São João Paulo II.

O documentário polonês marca a estreia do diretor Michal Kondrat, e podemos dizer que sua pesquisa foi bem trabalhada, conseguiu entrevistas e visitas bem pautadas para que sua história fosse interessante de ver, e brincou b com a câmera no andamento completo da trama, sabendo onde entrar com cada ponto, resultando em algo que até foi bem além, porém, ele acreditou pouco nessa pesquisa e resolveu criar atos simples interpretados por atores para representar alguns momentos que os entrevistados citaram, e isso se não for muito bem feito acaba resultando em uma repetição besta, que não agrada, nem serve para nada, o que é muito ruim de ver, e foi exatamente o que aconteceu aqui, de modo que vemos o ator Adam Woronowicz como Maximiliano Kolbe fazendo boas caras, tentando passar uma serenidade e paz bem característica dos padres franciscanos, mas cada cena mostrada ficava falsa demais de ver pelas atuações simples demais, e assim sendo era melhor ter eliminado isso do filme.

Ou seja, de um modo geral até vemos entrevistas bem coerentes mostrando como o padre tinha algo a mais, como visões imponentes que foram bem importantes como no caso de Nagasaki, mostra suas ideias de viagens espaciais bem antes de fazerem isso, e muito mais, e se fossem bem montadas usando todos esses documentos e histórias somente relatadas, acabaríamos tendo um documentário bem envolvente e íntegro, porém não souberam pegar mais tanta coisa e inventaram isso de reproduzir os atos contados de maneira simples demais, que resultaram em algo fraco e jogado apenas, que mesmo tendo cenografia bem colocadas para uma representação coerente, os atos em si acabaram não funcionando.

Enfim, é uma mistura digamos ruim, que acabou estragando uma boa história, que ainda por cima conseguiram piorar com uma dublagem péssima em um ritmo extremamente cansativo, ou seja, um resultado que não recomendo nem para o meu pior inimigo. Sendo assim fico por aqui agora, e vou para outra sessão, pois preciso de algo para me recuperar dessa bomba, então abraços e até logo mais.

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