A Matriarca (Juniper)

3/23/2024 11:52:00 PM |

Outro dia numa conversa com um amigo comentando sobre um filme que emocionou bastante, mas que já sabíamos que iria emocionar naquele momento chegamos à conclusão que muito em breve não vamos poder nem ver mais trailers que andam dando spoilers por lá, e com o longa que conferi hoje já posso dizer que foi bem assim, pois nem trailer, nem saber da existência do filme eu estava, e assim o resultado acabou sendo bem interessante. Estou falando do longa "A Matriarca", que estreia no próximo dia 28/03 nos cinemas do país, e traz uma trama que muitos podem achar até de certa forma introspectiva, mas que não chega a ser algo fechado e depressivo como muitas vezes vemos longas sobre os últimos dias de vida de uma pessoa, mas sim algo de conexão familiar, de um jovem meio que problemático que vive isolado em um internato após a morte da mãe, todo rebelde, mas que quando a avó vem morar na sua antiga casa acaba tendo uma dificuldade de aproximação, mas que muita bebida e conversa acabam fazendo com que se conectem melhor e passem a se entender. Diria que o filme tem uma pegada meio que retraída por ambos os personagens não serem pessoas muito sociáveis nos momentos que estão vivendo, mas que vamos entendendo suas perspectivas, e o resultado final acaba sendo bem bonito de acompanhar.

A sinopse nos conta que Ruth é uma ex-correspondente de guerra, agora entediada na aposentadoria com um problema com bebida e uma perna recentemente fraturada. Sam é seu neto rebelde, recentemente expulso do internato e sofrendo com a morte de sua mãe. Quando os dois são reunidos sob o mesmo teto, eles formam um vínculo inesperado.

Diria que para um estreante em longas, o diretor e roteirista Matthew J. Saville foi muito bem na condução de sua obra, que provavelmente usou de experiências pessoais para conseguir criar algo tão bem encaixado e cheio de personalidade. Claro que ele fez algo que chamo de alongamento de trama, pois o filme tem apenas 94 minutos, mas parece que convivemos com os protagonistas por pelo menos umas três horas de projeção, e o melhor é que não são horas cansativas, pois facilmente veríamos muito mais deles, fazendo com que tenhamos conexões emocionais junto dos personagens, e até torcendo para que o clima entre eles vá muito mais além. Ou seja, mesmo não sendo experiente na direção, ele conseguiu assimilar toda a ideia que desejava e não deixou que seu filme saísse de sua mão, de tal forma que não vemos atos muitos explosivos entre os personagens, mas sim duas mentes explosivas que juntas se conectam e acabam indo além.

Quanto das atuações, é inegável a facilidade que Charlotte Rampling consegue entregar para a frieza da personagem Ruth nos atos iniciais e depois vai envolvendo com tudo e vai criando as intensidades certas ao ponto de que nos conectamos com ela e já achamos ela uma senhora bem bacana, algo que num primeiro olhar acaba sendo até difícil, mas que depois se encaixa tão bem que funciona demais, mostrando claro que ela é incrível e sempre pronta para tudo. Diria que o jovem George Ferrier tem um estilo fechado, porém bem expressivo de desenvolvimento, de tal forma que ele consegue soar explosivo em seus atos, mas também passa uma sinceridade no olhar que nos convence da sua conexão com a senhora, e isso é algo que poucos conseguem transmitir com olhares sem precisar se expressar com a voz, ou seja, foi bem no que fez. Ainda tivemos Marton Csokas como o filho de Ruth que não tem tantas conexões com a mãe, e nem fica tão perto para não se conflitar, e claro a jovem enfermeira Sara que Edith Poor entrega bons atos, mas que fiquei esperando ter um leve caso com o protagonista para haver uma certa quebra no conflito da casa, o que não acontece, além dos vários amigos que só apareceram mesmo em cena, mas não dão quase que nenhuma conexão para a trama ir além.

Visualmente o longa mostra uma Nova Zelândia diferente da usual, com bichos diferentes, praias, e toda uma movimentação, recaindo mais para um lado de montanhas e campos, com uma casa simples, oscilando bem pouco entre o quarto da senhora e a cozinha, com alguns poucos momentos do lado de fora como uma festa e uma tarde de tiros na montanha, além de alguns nasceres do sol, além claro de muito gin, ou seja, a equipe de arte não precisou ir muito além, fazendo algo simples, porém efetivo para o funcionamento da trama.

Enfim, é um filme que se olharmos a fundo é bem simples, porém dá para tirar boas reflexões e se envolver bastante com o que ele nos entrega, não sendo algo que vai trazer emoções fortes como o estilo pede, mas que tem sua graciosidade e agrada bastante, valendo a recomendação para todos conferirem nos cinemas a partir do dia 28/03. E é isso pessoal, eu fico por aqui hoje claro agradecendo o pessoal da Pandora Filmes e da Sinny que tem me enviado essas ótimas cabines de imprensa, e também deixando meus abraços para todos meus amigos leitores do site, então até amanhã com mais dicas.


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