Uma Vida - A História de Nicholas Winton (One Life)

3/16/2024 02:45:00 AM |

Desde que vi o trailer do longa "Uma Vida - A História de Nicholas Winton" já tinha a certeza absoluta que a cena mostrada lá faria a galera do cinema lavar a sala de tanto chorar, e foi dito e feito, que mesmo sabendo aonde iria acontecer, a sensação é muito forte e não tem como não se emocionar, afinal o cara salvou quase 700 crianças que provavelmente teriam morrido pelas mãos dos soldados nazistas, em um momento de pura compaixão e força de vontade, pois ele não foi para lá com essa missão, mas ao ver os pequeninos tchecos sofrendo nas ruas, não pensou duas vezes e se juntou com um grupo de britânicos que já estavam por lá e mudou o foco para o futuro de uma nação, e a trama sendo contado com um olhar mais fechado com dois excelentes atores acaba fluindo de uma maneira tão bem alocada que não tem como não entrar na onda. E digo mais fizeram um filme em um tamanho preciso, sem excessos de tal forma que parece ser ainda menor pela maneira dinâmica que montaram tudo, ou seja, é daqueles tão perfeitos que você acaba achando falhas por reparar demais, mas que sem um olhar mais técnico é paixão na primeira conferida, e por incrível que pareça nem foi muito lembrado pelas premiações, veremos então como vai seguir no ano, pois na maioria dos países tem chegado tudo em 2024, mesmo sendo um longa de 2023.

O filme mostra Nicholas Winton em 1938, quando ele visita Praga e se depara com famílias vivendo em condições extremamente precárias e sob a constante ameaça de uma invasão nazista. Em uma corrida contra o tempo, Winton e um improvável grupo de apoio trabalham incansavelmente para resgatar o maior número de crianças possível antes do fechamento das fronteiras. Cinquenta anos depois, em 1988, Winton vive assombrado pelo destino das crianças que não conseguiu levar em segurança para a Inglaterra. Somente após um reencontro surpreendente com algumas dessas pessoas resgatadas, ele finalmente começa a se reconciliar com a culpa e o sofrimento que carregou por cinco décadas.

Ao dar uma pesquisada sobre o diretor James Hawes, vi que esse não é o estilo tradicional de produtos que faz, já que faz mais séries e filmes para TV de terror, suspense e ação, então pegar um roteiro dramático baseado no livro da filha do protagonista, Barbara Winton, é algo que tem que ter muita coragem, e o melhor é que conseguiu captar bem a ideia para que seu filme tivesse estilo, mostrasse tudo, e principalmente sem ficar enrolando, colocando diretamente tudo o que era necessário mostrar sobre o personagem nas suas duas fases, e deixando que a dinâmica em si falasse sozinha, e assim sendo o resultado acaba soando bonito e sem ficar forçado, já que dava para ser ainda mais emotivo, dava para ser uma trama mais seca, mas escolheram o melhor ponto para tudo e acabou agradando bastante. Claro que gostaria de saber mais sobre o personagem principal, sua vida e tudo mais, mas acabaria enrolando muito, então melhor aceitar esse formato e ficar feliz.

Quanto das atuações, um ponto que ficou muito bom na tela foi a escolha dos dois protagonistas, pois Johnny Flynn e Anthony Hopkins não são tão parecidos no mundo real, mas seus olhares são bem densos e chamativos, de tal forma que com a caracterização vemos em Flynn uma versão jovial aceitável de Hopkins, e isso deu muito certo, claro que os milhões de anos de atuação de Anthony Hopkins é algo que ninguém consegue lhe tirar, e daqui 19 anos já irá conseguir alcançar a idade do verdadeiro Nicholas Winton, e mostrar que também é um homem que precisa ficar entre nós, pois sabe demais de como segurar a trama para si, e com bem pouco cativar na tela, já Johnny Flynn precisou trabalhar bem mais, correr para diversos lugares, conversar com diversos nomes para conseguir os pais adotivos, as listas, passaportes e dinheiro para trazer as crianças, sendo bem expressivo e agradando bastante na tela. Ainda tivemos grandes cenas com Helena Bonham Carter não sendo esquisita como costuma ser, mas tendo alguns estilos diferenciados para sua Babette imponente e cheia de personalidade, tivemos Lena Olin bem encaixada como a esposa do protagonista dando um bom suporte para ele, entre muitos outros que deram o tom e chamaram a responsabilidade em suas cenas, mesmo sendo apenas apoio para tudo.

Visualmente a trama é bem intensa, mostrando vários ambientes em 1938 com os refugiados em Praga, com um tom bem escuro e sujo, mostrando pessoas na rua, com o inverno apenas começando em barracas, com pouca comida e tudo de uma forma bem representativa, tivemos um pouco do escritório aonde os membros voluntários se juntavam na cidade para montar todas as listas e documentos, com muita bagunça "organizada", vemos as plataformas de trens saindo com as crianças da cidade e chegando em Londres numa aglomeração bem trabalhada, vemos alguns atos no Ministério de Imigração com a mãe agindo bem, vemos a casa de família rica do jovem e também do senhor, que seguiu acumulando tudo e tendo muita bagunça em seu escritório, e claro as cenas no auditório já em 1987 de um programa de TV com plateia e tudo mais do estilo, sendo algo bem cheio de detalhes que funcionaram bem para agradar e chamar atenção.

Enfim, é um filme que funcionou demais no formato desenvolvido, ambas as épocas não ficaram jogadas nem corridas, sem enrolação alguma, mas que tiveram o tempo exato para conseguir emocionar bastante e agradar a todos que forem conferir, que só não darei a nota máxima por desejar conhecer mais do personagem em si, que valeria uns 10 minutinhos a mais, mas não é nada que atrapalhe a experiência. Então fica a indicação perfeita para todos, e fico por aqui hoje, voltando amanhã com mais dicas, então abraços e até logo mais.


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