Kung Fu Panda 4 em 3D (Kung Fu Panda 4)

3/21/2024 01:25:00 AM |

2008, 2011, 2016 e 2024! Não é uma progressão aritmética nem nada do tipo, mas sim que ficamos velhos, pois fazem 16 anos desde que um panda gorducho entrou na nossa vida lutando kung-fu e passamos a curtir essa animação divertida da Dreamworks, porém se os primeiros foram bem divertidos, com uma ideia bacana de treinamentos e metas para se alcançar, os últimos já foram meras enrolações para pegar o rico dinheirinho dos pais que vão ter de comprar coisas do filme para os filhos, pois não entregam muitas emoções e envolvimentos, e isso é o que falei há 8 anos atrás, ou seja, fui conferir hoje "Kung Fu Panda 4" sem esperar absolutamente nada, e me foi entregue menos ainda, apenas algo nostálgico de rever o Po e seus vilões com as mesmas dublagens felizmente, numa história de mensagens bagunçadas, e algumas lutas, mas nada que empolgue realmente, pelo contrário, no miolo me segurei para não dormir. Ou seja, faltou toda a ideia que funcionava mesmo de superação, de objetivos, de lutas, e menos conversinhas moles que não levam nada a lugar algum.

Depois de três aventuras arriscando sua própria vida para derrotar os mais poderosos vilões, Po, o Grande Dragão Guerreiro é escolhido para se tornar o Líder Espiritual do Vale da Paz. A escolha em si já problemática ao colocar o mestre de kung fu mais improvável do mundo em um cargo como esse e além disso, ele precisa encontrar e treinar um novo Dragão Guerreiro antes de assumir a honrada posição e a pessoa certa parece ser Zhen (Awkwafina) uma raposa com muitas habilidades, mas que não gosta muito da ideia de ser treinada. Como se os desafios já não fossem o bastante, a Camaleoa (Viola Davis), uma feiticeira perversa, tenta trazer de volta todos os vilões derrotados por Po do reino espiritual.

Vamos lá, quem me conhece já sabe exatamente o que eu vou falar agora que foi o primeiro e principal erro da produção: trocar os diretores originais, e se a franquia já tinha essa mania desde o segundo filme, mantendo apenas os roteiristas, aqui acabaram escolhendo uma dupla que não aparentou ter uma grande química com Mike Mitchell e Stephanie Stine, pois enquanto o primeiro já dirigiu grandes obras da Dreamworks, a segunda está estreando aqui seu primeiro longa, e não foi muito além de algo simples e sem grandes desenvolturas. Claro que a história até entrega algo interessante da busca por um novo Dragão Guerreiro, e isso deveria ser o grande mote, que se encaixado com a sacada da vilã em segundo plano funcionaria muito mais e teria toda a síntese dos demais, de superação de crescimento e por aí vai, mas tudo é muito rápido e jogado, parecendo que queriam apenas fazer um filme do personagem sem motivo algum para trabalhar melhor. Ou seja, ficou tudo muito subliminar, tudo muito devagar, e a emoção ficou em segundo ou terceiro plano.

Quanto dos personagens e das dublagens, pelo menos ouvimos novamente as vozes de Lucio Mauro Filho com seu Po, cheio de dinâmicas, atrapalhado como sempre, e bem disposto a encontrar a vilã, mas sem tantas lutas e objetivações como nos outros filmes, então chega a ser cansativo em alguns atos, e Leonardo Camilo com seu Shifu, aparece tão pouco que nem vemos sua essência em cena. Enquanto a raposinha no original é dublada por Awkwafina, na nossa versão seguimos com uma de olhinhos puxados com Danny Suzuki, e ela não incomoda, sendo bem dinâmica, astuta e com boa pegada, de modo que valeria ter trabalhado um pouco mais seu passado, mas não sobraria tempo para a enrolação. E a vilã Camaleoa entregou atos interessantes de vilania, mas é bem pequenina, com o mesmo processo de no original ser dublada por Viola Davis e na versão nacional com Taís Araújo, mas que precisou dos poderes dos demais vilões antigos para ser mais imponente, ou seja, talvez com a magia chamasse melhor a atenção sem precisar lutar.

Visualmente a trama também trabalhou pouco toda a magia que já vimos em outros longas, tendo os personagens passando bem correndo por uma cidade incrível que valeria ter trabalhado mais, o ambiente da vilã foi até bem grandioso com a aparição dos vários outros lutadores, com jaulas fortes e com um certo impacto, e já na vila da paz tudo foi bem simples e sem grandes chamarizes, tendo apenas o lançamento da lanchonete pra fazer um gracejo, e uma cena bem rápida de roubo no templo, ou seja, sem grandes nuances, mostrando uma certa preguiça da equipe de arte. E falando em preguiça, o 3D é algo totalmente inútil, ou melhor, se tivemos duas cenas no longa todo que teve qualquer imersão foi muito, de modo que nem borrões quase temos se ficar sem os óculos, ou seja, quem for conferir vá nas salas normais que é bem mais negócio.

Enfim, era melhor ter deixado o pobre panda descansando com algo incrível que foi o segundo filme, do que ter feito um terceiro meia-boca e um quarto filme fraquíssimo, pois pode até ser que quem não tenha conferido os demais curta um pouco a ideia, mas a maioria vai achar legal num primeiro momento ver o saudosismo na tela, mas depois acaba virando algo cansativo que não atinge grandes ápices, e acaba fechando sem muito impacto, o que acaba sendo ruim de ver. Ou seja, erraram na data de lançamento, já que não é uma época de férias para lotar de crianças, e fizeram algo simples demais para um filme da companhia, e assim sendo não vale a recomendação. E é isso pessoal, fico por aqui hoje, mas volto amanhã com mais dicas, então abraços e até logo mais.


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