Duna - Parte Dois em Imax (Dune: Part Two)

3/03/2024 01:21:00 AM |

Antes de mais nada, esse é a continuação exata do primeiro filme, ou seja, é obrigatório ter conferido o longa "Duna" de 2021, já coloquei isso porque sei que vai ter aqueles que vão nesse sem ter visto e ficarão falando que não entenderam nada, então já tá dito. E costumo dizer que longas épicos são feitos para marcar opiniões, aonde alguns vão se envolver com grandiosas cenas de batalhas e outros vão ser conhecidos por trabalharem mais as histórias e os personagens, e quando um diretor resolve desenvolver ambas as partes ele necessita de tempo para que tudo seja bem colocado na tela, e se tem um diretor que gosta de ir fundo nesse estilo é Denis Villeneuve, que já nos entregou filmes brilhantes cheios de nuances, batalhas e tudo mais, e agora chegou com a conclusão do primeiro de seis livros, que dividiu em dois filmes de quase três horas, "Duna - Parte Dois". E o que posso dizer logo de cara é que a trama é grandiosa, cheia de atos bem trabalhados, contando bem as histórias e desenvolvimentos dos personagens, e se eu tinha gostado bastante da primeira parte, apenas ficado bravo por algumas coisas não terem acontecido, aqui eu diria que o diretor quis colocar tudo e mais um pouco na tela, alongando até um pouco demais toda a desenvoltura da trama, mas como comecei falando, para entregar as duas coisas (batalhas + histórias épicas) é preciso de tempo, e ele optou por não matar a narrativa, entregando algo que não chega a confundir ninguém, não é necessário pegar livros e livros para entender o que está sendo mostrado, e mais do que isso, fez com que seu filme tivesse nuances religiosas e políticas sem precisar colocar o mundo real em jogo, afinal na ficção tudo pode acontecer. Ou seja, é daqueles filmes que conseguem entregar o prometido na tela e chamar toda a atenção para tudo, que até pode cansar um pouco, mas é necessário para funcionar por completo.

A sinopse nos conta que Paul Atreides se une a Chani e aos Fremen enquanto busca vingança contra os conspiradores que destruíram sua família. Uma jornada espiritual, mística e marcial se inicia. Para se tornar Muad'Dib, enquanto tenta prevenir o futuro horrível, mas inevitável que ele testemunhou, Paul Atreides vê uma Guerra Santa em seu nome, espalhando-se por todo o universo conhecido. Enfrentando uma escolha entre o amor de sua vida e o destino do universo, Paul deve evitar um futuro terrível que só ele pode prever. Se tudo sair como planejado, ele poderá guiar a humanidade para um futuro promissor.

Como o diretor e roteirista Denis Villeneuve já é bem conhecido, posso dizer que vou conferir seus filmes sabendo o que esperar, e mesmo que eu tenha falado no começo que para mostrar tudo é necessário tempo, uma coisa que já vem acontecendo há algum tempo com a maioria dos diretores é a falta de poder de concisão na edição, pois acabam filmando coisas gigantes e bem trabalhadas e depois acabam ficando com dó de cortar do longa, de forma que o resultado acaba cansando em alguns atos. Claro que volto a frisar que amei o longa inteiro, gostei muito de conhecer detalhes e mais detalhes de cada personagem, de cada tribo, seus meios e tudo mais, mas dava para reduzir facilmente alguns exageros cênicos para dar mais foco em algumas batalhas, ou então reduzir mesmo o tamanho do longa de dois filmes que somados dão quase 6 horas para quem sabe um só de 3 horas e meia bem condensado e direto, mas é inegável que a grandiosidade aqui é emocionante e o resultado na sala Imax chacoalhando tudo as poltronas funciona ainda mais.

Quanto das atuações, posso dizer facilmente que Timothée Chalamet tem o estilo necessário para muitos filmes que precisem de um ator para chamar a responsabilidade para si, pois ele consegue fazer com que seu Paul se destaque em todo o ambiente, consegue envolver o público para que torça por ele, e combina trejeitos que aparentemente soam fáceis, mas que chegam com muita imposição, ou seja, não deixa que o filme fique frouxo, sem alguém para marcar o território, o que costumamos falar que o protagonista some no meio dos demais, e olha que aqui tinha um elenco monstro para roubar a cena dele, e não conseguiram, o que foi ótimo. Se no primeiro filme o papel de Zendaya foi mero enfeite cênico, aqui a atriz mostrou muita luta e desenvoltura com sua Chani, sendo importante em vários atos e trabalhando bem a personalidade forte para não ser apenas alguém vago na trama. Agora quem deu show novamente foi Javier Barden com seu Stilgar cheio de trejeitos, de frases marcantes e servindo quase como um interlocutor para que o público compre quem é Paul, e ele é muito bom quando pega papeis leves e soltos. Ainda tivemos bons momentos com Austin Butler completamente diferente dos seus papeis anteriores, agora totalmente careca para viver o lutador sanguinário Feyd-Rautha, tivemos Rebecca Ferguson mais maluca ainda que no primeiro filme com sua Jessica e ainda a volta de Josh Brolin com seu Gurney bem imponente, além de Dave Bautista com seu Rabban todo bravão, mas sem grandes ações, Christopher Walken com seu Imperador bem cheio de nuances expressivas e Stellan Skarsgård bem esquisitão como um Barão Harkonnen quase como um balão voador, de tal forma que só achei falta de trabalharem um pouco mais os papeis de Florence Pugh com sua Princesa Irulan e Léa Seydoux com sua Lady Margot, mas isso acho que será melhor trabalhado no terceiro filme.

Visualmente o longa é um luxo puro, contando com muita areia representando um planeta desértico imenso de dunas de areias, vemos muito da vida da tribo em cavernas e barracas, tivemos todo o misticismo das mães reverendas, naves e máquinas gigantescas, muitas armas e facas de tudo quanto é estilo, uma arena gigante no melhor estilo coliseu de ser com centenas de figurantes e/ou computações representando torcedores (cena toda em preto e branco meio que sem vida), além de toda uma preparação para uma batalha épica que foi bem rápida, mas cheia de guerreiros, naves e tudo mais, isso sem falar nos vermes gigantes e suas versões filhotes pequeninas de onde é extraído um veneno azul. Ou seja, tecnicamente é daqueles filmes para você apreciar cada detalhe, que facilmente levaria muitos prêmios nesse ano se não tivessem mudado a data de lançamento, pois além de um belo visual, o longa conta com uma mixagem de som junto de uma trilha sonora de primeiríssimo nível, que dentro da sala Imax faz tudo chacoalhar ao máximo.

Enfim, falei que foi um erro a mudança de data no quesito das premiações, afinal até o fim do ano já devem ter esquecido dele para os prêmios técnicos, mas no quesito bilheteria meus amigos, a sacada da Warner foi genial, afinal não tem praticamente nenhum concorrendo no mundo inteiro para brigar com ele, então quase todas as salas de todos os cinemas estão lotando para ver o longa, e assim vão encher bem o bolso para liberar logo as gravações do terceiro filme. Então recomendo que compre seu ingresso com antecedência para pegar um bom lugar, e vá conferir na maior sala possível, pois não é um filme para se ver na TV daqui algum tempo, e o som vai impactar muito no resultado final. E é isso pessoal, fico por aqui hoje, mas volto amanhã com mais dicas, então abraços e até logo mais.

PS: Mesmo ainda achando tudo incrível, como disse, o começo demorou um pouco demais para engrenar, então não vale a nota máxima.


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