Mufasa: O Rei Leão em Imax 3D (Mufasa: The Lion King)

12/19/2024 12:35:00 AM |

Quando foram lançar o live-action de "O Rei Leão" lá em 2019 o meu maior medo era de como iriam estragar a magia do desenho, afinal a animação foi meu primeiro filme nos cinemas e aonde começou toda minha paixão por esse mundo dos filmes e não queria que ficasse ruim, mas fiz as ressalvas na época e tudo bem, porém agora com "Mufasa - O Rei Leão" estava com expectativas quase nulas de tudo, afinal é algo que não havia sido contado ainda, sendo uma história completamente nova, com uma pegada ainda mais lúdica que o original, mas que mostraria como Mufasa e Scar (que ainda não tinha conquistado esse nome) se conheceram e viveram sua jornada pelo ciclo da vida, e dessa forma acabei gostando do que vi na tela, pois o visual ficou incrível, numa computação gráfica bem melhorada, efeitos tridimensionais muito bem utilizados na tela tanto para coisas saírem quanto para dar uma profundidade de campo maravilhosa, porém já adianto é lotado de canções do começo ao fim, e como é uma história que está sendo contada durante o tempo de uma tempestade para a leoazinha filha de Simba por Rafiki, a trama é bem alongada, ao ponto de mesmo não cansando parecer ter facilmente mais de 3 horas, quando realmente tem apenas 118 minutos. Ou seja, se você gosta do estilo Disney musicais, pode ir conferir que vai gostar bastante, mas se esse não é algo que te agrade, não será com esse filme que irá se apaixonar pelo estilo, então é aguardar pelas bilheterias, e ver se vão insistir em mais histórias dos leões, ou se vão parar por aqui.

A trama tem a ajuda de Rafiki, Timão e Pumba, que juntos contam a lenda de Mufasa à jovem filhote de leão Kiara, filha de Simba e Nala. Narrado através de flashbacks, a história apresenta Mufasa como um filhote órfão, perdido e sozinho até que ele conhece um simpático leão chamado Taka – o herdeiro de uma linhagem real. O encontro ao acaso dá início a uma grande jornada de um grupo extraordinário de deslocados em busca de seu destino, além de revelar a ascensão de um dos maiores reis das Terras do Orgulho.

O estilo do diretor Barry Jenkins é meio seco demais, e já vimos isso em várias de suas obras que não se abrem facilmente na tela, e isso acabou pesando um pouco aqui, pois diferente de uma animação que se vertesse para a criançada, o resultado na tela ficou bem mais adulto do que o natural, e isso não é ruim, só que vai acabar pegando alguns pais meio que desprevenidos para explicar algumas situações mais densas dentro da trama, claro que não é nada pesado, mas não tem a leveza que Jon Favreau deu para o longa antecessor, e assim o resultado na tela ficou seguro demais, e com canções digamos "preguiçosas", e digo de cara o motivo disso, pois estamos acostumados que em musicais as canções fiquem ecoando na cabeça pela sonoridade e simbologia, e não por repetições para dar rimas, e aqui ocorre isso a todo momento, mas que mesmo bonitas pelas letras, amanhã não lembrarei de mais nenhuma delas, ou seja, faltou trabalhar um pouco mais o envolvimento para que o filme ficasse melhor encaixado. 

Já disse que animações não ligo de ver dublado, afinal sei que a voz de um leão não da forma entregue por qualquer um que colocasse ali, então pelo melhor horário optei em ver na nossa língua, e felizmente o sincronismo movimento de bocas e vozes ficou muito bom, dito isso, ver todos os bichos correndo na tela não soaram falsos em momento algum, pelo contrário, em alguns momentos até parece que estamos vendo algum desses documentários da National Geographic, mas com uma boa pegada e claro falação e canções. Dito tudo isso, os personagens principais Mufasa e Taka quando pequeninos foram bem dinâmicos, tendo um envolvimento bem colocado e muita explosão característica de leõezinhos jovens, com vozes mais estridentes, mas bem colocadas de Lorenzo Tarantelli e Cauê Enzo, depois quando já adultos os tons foram mais fechados e densos com Pedro Caetano e Hipólyto, mas entregando na tela muita personalidade e desenvoltura. Ainda tivemos boas entregas da leoa Sarabi que Luci Salutes conseguiu brincar bastante com facetas mais sérias, mostrando uma personagem bem determinada e forte de estilo, e o jovem Rafiki muito bem colocado como um ser diferenciado desde pequeno que Eduardo Silva soube segurar com boas dinâmicas, além de um Zazu interessante e completamente cheio de traquejos bem marcados. Fora que não posso deixar de lados os vários leões brancos que liderados pelo Kiros na voz de Fábio Azevedo acabou combinando e sendo bem imponente.

Visualmente a trama é belíssima tanto nos atos iniciais mostrando um lugar árido e bem seco, para depois termos uma savana tradicional, passando por montanhas cheias de neve até chegar no paraíso tão sonhado e imaginado como lenda pelos personagens, tendo muitas texturas, cenas com água, pássaros, borboletas e tudo mais para ter nuances nas cantorias e desenvolturas cênicas, de modo que volto a frisar o quão realista ficou tudo para parecer um desses programas com animais na tela, e já puxando para o lado do 3D, felizmente tudo praticamente sai da tela, tudo tem profundidade de campo, e tudo tem detalhes de sombras e dimensões, ou seja, um pacote completo para quem gosta de ver longas na tecnologia e claro não ser apenas um ingresso mais caro.

Enfim, como disse conferi o longa dublado, e talvez veja ele legendado para ver se as canções melhoram na versão original (e não soem tão esquecíveis), mas como não é algo que incomode quem gosta de musicais, principalmente pelo resultado visual e uma história bacana (essa sim que iremos lembrar pelas boas conexões e dinâmicas que ligam bem ao original), posso dizer que gostei do que vi (não amei), e assim sendo posso dizer que recomendo a trama para todos, com a ressalva que talvez a criançada não pegue tanto a ideia, mas ainda gostarão dos leõezinhos. E é isso meus amigos, fico por aqui hoje, mas volto em breve com mais textos, então abraços e até logo mais.


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