O longa nos mostra que o detetive de Boston, Frank Shaw, retorna ao trabalho depois que uma lesão que alterou sua carreira o deixa com perda auditiva permanente. Com a tarefa de interpretar para Ava Fremont, uma testemunha surda de um assassinato brutal de gangue, eles se encontram encurralados em um prédio de apartamentos prestes a ser condenado quando os assassinos retornam para eliminá-la. Isolados do mundo exterior, esses dois estranhos devem se apoiar um no outro para enganar assassinos que não conseguem ouvir chegando, em sua única esperança de sair vivos.
Diria que faltou para o diretor Brad Anderson fazer aqui o que ele entregou na trama "Fratura" ou em "Chamada de Emergência", que é o dinamismo sem exageros, pois em ambos os casos você acaba se conectando com os personagens principais, sentindo a pressão de tudo o que está acontecendo e com todo o envolvimento ao redor, pois aqui temos até um pouco de tensão, mas que não tem algum diferencial, e mesmo toda a situação sendo marcante, o estilo pedia alguma novidade para que o filme fluísse melhor. Ou seja, o diretor quis ser seguro na tela, e com isso acabou entregando algo que já vimos tantas vezes que já sabemos exatamente o que vai acontecer, tanto que quando o amigo chega já dava até para saber tudo.
Quanto das atuações, gosto que Joel Kinnaman sempre se entrega para seus personagens, de modo que aqui seu Frank tem uma pegada bem certinha e procura trabalhar os trejeitos com estilo, porém teve muitas falhas para alguém que não estava escutando nada sem o aparelho, que claro podemos usar a desculpa de já ter prática com lutas e um "sexto sentido", mas dava para dar uma trabalhada melhor para parecer realmente surdo. Sandra Mae Frank entregou também boas dinâmicas junto com o protagonista, fazendo com que sua Ava soubesse usar bem a linguagem de sinais, afinal é realmente surda, e conseguindo dinamizar seus atos foi segura no que entregou na tela. Ainda tivemos alguns bons momentos com Mekhi Phifer com seu Lynch imponente e cheio de desenvolturas, e Mark Strong bem colocado com seu Doug Slater, mas sem grandes brilhantismos para chamar tanta atenção.
Visualmente podemos dizer que a equipe de arte precisou de duas locações bem básicas, no começo um porto cheio de containers, e depois um prédio aparentemente desocupado, aonde as cenas se deram nas escadas, no apartamento da jovem surda e entrando em alguns outros como o da velhinha e do rapaz que trabalha com músicas, não tendo nada que fosse muito além ou impactasse realmente na tela, ou seja, o básico do estilo, com uma iluminação bem acinzentada para dar um tom de suspense, mas que não foi muito além.
Enfim, é um filme que não é ruim, mas que traz coisas tão corriqueiras de outros longas que acabou nem fazendo os atores brilhar, nem o diretor que já fez outros suspenses policiais de primeira linha, então acaba sendo um passatempo razoável que até entretém, mas que não leva nada a lugar algum. Sendo assim fica a recomendação como algo mediano apenas. E é isso meus amigos, fico por aqui hoje, mas volto amanhã com o último texto do ano, antes claro da retrospectiva, então abraços e até logo mais.
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