Garota da Moto

9/24/2021 09:45:00 PM |

Costumo dizer que não gosto de falar muito mal de longas nacionais, mas hoje não vai ter jeito, pois "Garota da Moto" não consegue entregar nada que envolva o espectador, e mesmo as boas cenas de luta você acaba vendo as coreografias, parecendo até treinos de academia, e quem ainda esperar alguma história empolgante pelo menos vai sair mais desapontado ainda, pois parece aquelas novelas juvenis que o vilão meio que fala vou te pegar e a pessoa dá um gritinho e corre. Ou seja, é daqueles filmes que até tentamos aproveitar algo, mas fazem questão de não entregar nada, sendo praticamente um alongamento da série/novela do SBT que anos atrás fez até algum sucesso, e que não vai nenhum pouco além de uma mulher que se acha o Batman saindo na mão com quem quer que possa estar maltratando alguém, então piora se sequestram seu filho.

O longa conta a história de Joana, uma jovem mãe que trabalha como motogirl, descobre acidentalmente uma fábrica em que mulheres refugiadas são exploradas como escravas. Ela enfrenta os bandidos e liberta as mulheres, mas atrai para si um novo problema. O chefe do esquema de segurança que controlava o esquema de exploração precisa provar sua eficiência depois desse fracasso. Para isso, ele decide que irá matar Joana e quem mais estiver com ela, para que sirva de exemplo. Uma emboscada é armada para quando Joana e seu filho, Nico, estarão participando de um mutirão na escola do menino. Joana, que é uma exímia lutadora, terá que defender não só o filho e a si mesma, mas todos na escola de um bando de criminosos fortemente armados e com ordem de exterminar quem estiver pela frente.

O pior de tudo é que o diretor Luis Pinheiro tinha começado muito bem no cinema quando fez o ótimo "Mulheres Alteradas", mas aqui acabou caindo em uma fria imensa ao pegar esse roteiro que é baseado/continuado na série/novela do SBT exibida em 2016, e que até tem uma pegada de filme de ação com intensidade bem trabalhada, mas tudo acaba soando tão falso e orquestrado que não dá para acreditar em nenhuma situação que nos é entregue, e assim tudo flui para rumos até risíveis, aonde nada parece estar preparado para chamar atenção ou querer ir além. Ou seja, pode ser até que os fãs da série/novela que forem conferir o longa se empolguem com alguns momentos de ação que o diretor proporcionou, mas quem for conferir esperando ver algo mais próximo de um filme realmente acabará bem desapontado e reclamando demais de tudo o que o diretor tentou passar, pois volto a frisar que as outras foram muito coreografadas soando artificiais demais, e os vilões com armas apontadas para a mocinha (que já sabem que é mestre das artes marciais pela surra que deu em seus amigos) resolvem deixar de lado a arma e ir pra mão com ela, ou seja, bizarro de ver.

Sobre as atuações, diria que Maria Casadeval até foi bem chamativa com sua Joana, e substituindo Christiana Ubach que fez o papel na novela, trabalhou trejeitos de impacto, se movimentou bem em cena, e até trabalhou alguns estilos que pudessem parecer estar sentindo ódio, dor e outros sentimentos, mas nada que a fizesse ficar marcada como a personagem. Felipe Montanari até tentou chamar a atenção com seu Marley em duas cenas, mas é mero enfeite da trama. Kevin Vechiatto trabalhou bem seu Nico, mas acaba sendo apenas o filho briguento, porem indefeso da protagonista, e faltou demonstrar um pouco de medo do perigo (mas com vilões tão fracos até entendo o garoto ficar de boa). Duda Nagle faz o policial corrupto Peixoto que até tenta aparecer um pouco com alguma interpretação, mas na cena final quando resolve lutar chega a ser desanimador ver tudo. Já Roberto Birindeli fez seu Guimarães parecer aqueles vilões de desenhos animados que mais ríamos do que fazia do que tudo, e assim nenhuma cena sua vai muito além. Naruna Costa até trabalhou bem sua policial Cláudia, parecendo em alguns momentos até que tem um leve caso com a protagonista, mas não indo muito além em nada, e até fez algumas caras e bocas para o papel, porém sem grandes desenvolturas. Quanto aos demais ninguém tentou ir além, tendo Murilo Grossi com seu Reinaldo e Gilda Nomacce com sua Liege apenas como complementos dos que vieram da TV.

Quanto do visual temos roupas clássicas de motoqueiros da pesada tudo com muito couro, a casa da protagonista parecendo uma caverna, o esconderijo dos vilões um barracão abandonado bem ornamentado de câmeras, com tudo bem disposto para a luta final e para o pega-pega do vilão com o garotinho (chega a ser ridícula a cena), uma escola aonde as pessoas se escondem atrás de prateleiras vazadas(!!!), e uma fábrica com mulheres escravas até que bem paramentada, mas nada muito chamativo, além claro de muitas motos numa empresa de entregas e claro um chefe ensinando a mexer num aplicativo, ou seja, apenas enfeite de tempo.

Enfim, é daqueles filmes que não tenho como indicar de forma alguma, e digo mais até recomendo que fujam, pois é muito ruim. Bem é isso pessoal, fico por aqui agora, mas vou conferir outro filme para ver se salvo a noite, então abraços e até logo mais.


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