Shang-Chi e a Lenda dos Dez Anéis (Shang-Chi and the Legend of the Ten Rings)

9/04/2021 02:38:00 AM |

Hoje entrei na sala do cinema nem esperando ver personagens conhecidos, pois embora muitos amigos já estejam completamente envolvidos com as séries da Marvel no Disney+, para esse Coelho que vos escreve a 4ª fase do Universo Marvel começou realmente agora, pois mesmo "Viúva Negra" tendo sido colocado como parte dele, lá tivemos algo meio que de homenagem, enquanto com "Shang-Chi e a Lenda dos Dez Anéis" entramos em um mundo completamente novo com novos personagens imponentes, muitas lutas fortes com poderes completamente insanos, bichões imensos, cenografias mitológicas e claro muita história para ser desenvolvida nos próximos filmes da companhia, que claro já deram jeito de interligar com alguns personagens bem conhecidos. Ou seja, o filme tem 132 minutos, porém confesso que saí da sessão um pouco cansado parecendo que vi algo de umas 4 a 5 horas, pois é tanta informação, tantos elementos para serem notados, tantos momentos, que nem quando fomos introduzidos no Universo lá no começo tanto foi mostrado (acredito que por lá terem sido personagens que já estávamos um pouco acostumados com os desenhos animados e HQs, enquanto aqui vemos algo que para quem não for um devorador da Marvel nunca sequer pensou nesses personagens), entretanto mesmo cansado saí bem feliz com o resultado completo, pois agora já quero ver logo "Eternos" para aí sim o nó explodir de vez.

A sinopse é até simples demais para tudo o que o filme conta, e ela fala apenas que o jovem chinês Shang-Chi foi criado em reclusão por seu pai, sendo treinado em artes marciais. Quando ele tem a chance de entrar em contato com o resto do mundo, logo percebe que seu pai não é o humanitário que dizia ser e se vê obrigado a se rebelar.

O diretor e roteirista Destin Daniel Cretton já tinha mostrado muito estilo no seu longa anterior "Luta Por Justiça", e no texto que escrevi falei que ele tinha tudo para explodir de vez aqui, e foi o que aconteceu, pois ele trabalhou tantas dinâmicas, criou um mundo completamente novo tanto no real pós-blip como na vila em um lugar meio que místico aonde vivem pessoas milenares junto de animais bem diferentes e bonitos, fazendo com que seu filme tivesse consistência para trabalhar as novidades, mas também se mantivesse dentro de algo conhecido, aplicando nuances intensas e bem criativas, e principalmente mostrou que não tem medo de cenas de ação desenfreadas, tanto que as diversas cenas de batalhas são de tirar o fôlego e lembrar os grandes clássicos do cinema chinês que impressionam tanto pelas coisas absurdas como pelas boas lutas. Ou seja, vemos um trabalho bem abrangente que até poderia ser menor tirando alguns atos cômicos, mas aí não seria um filme da Marvel, pois esses respiros foram tão gostosos, interessantes e divertidos que acabam nos colocando ainda mais dentro de tudo. Sendo assim, acredito até que o diretor volte a ser chamado para outros longas da companhia, afinal acertou bastante tanto na trama quanto na condução dela.

Sobre as atuações costumo dizer que se querem que um novo personagem funcione, coloque alguém desconhecido, e aqui Simu Liu foi praticamente perfeito para o papel de Shang-Chi, pois soube trabalhar bem as nuances tanto de seu personagem como uma pessoa comum quanto de um grande lutador, usando um estilo carismático, brincando nos atos possíveis e se envolvendo bastante nas cenas que precisou dele, só poderia ter trabalhado um pouco mais a expressividade do personagem, pois ficou muito seco em alguns atos, mas nada que mais uns dois filmes já não faça ele virar alguém bem marcante para todos dentro da Marvel. Sinceramente achei que Awkwafina fosse apenas aparecer como elo cômico no começo da trama e depois já era pelo que via nos trailers, mas não sua Katy foi usada do começo ao fim praticamente sendo encaixada como uma heroína bem parceira do personagem, e isso é bom para trazer dinamismo e claro dar o tom que a Marvel gosta mais engraçadinho, e a atriz é perfeita nesse sentido, porém em alguns atos acabou sobrando em cena, mas nada que a sagaz atriz não conseguisse resolver, e no final acaba sendo bem agradável tudo o que acaba fazendo. Tony Chiu-Way Leung entregou para seu Xu Wenwu um personagem bem imponente, cheio de dinâmicas, com lutas perfeitas com seus anéis, e principalmente uma seriedade expressiva bem marcante que acaba chamando muita atenção, ou seja, conseguiu agradar em cheio com um misto entre vilão e anti-herói bem preciso e que funcionou muito. Meng'er Zhang também conseguiu ser marcante com sua Xialing, e certamente ainda iremos ouvir muito de sua personagem, pois aqui apresentada com nuances claras de trapaceira, aparentou um ar meio emotivo no miolo, mas fechou na cena pós-crédito com todo o ar de quem ainda vai aprontar muito, e foi bem no que fez, pois a atriz tem atitude. Ainda tivemos muitos outros bons personagens, mas claro destacando Ben Kingsley com seu Trevor, agora desmascarado como um primoroso ator após se passar como o Mandarim em "Homem de Ferro 3", mas aqui tendo nuances divertidas e sacadas tão gostosas com seu bichinho de estimação quase que encaixou demais, e claro para o homem com uma grandiosa espada no lugar de uma mão, Florian Munteanu que sempre entrega personagens fortes, e aqui foi bem impactante, além da participação de Benedict Wang com seu carismático Wong que já vimos muito nos demais filmes dos heróis e que cada vez cai melhor em cena, entre outros.

Sobre a parte visual, o longa é recheadíssimo de grandiosos efeitos nas batalhas, tendo inicialmente uma perseguição incrível com muita luta dentro de um ônibus desenfreado no meio da cidade, depois tendo todo um grandioso evento num clube de luta clandestino imponentíssimo em Macau, com muita tecnologia e diversos figurantes bem encaixados, depois vamos para o clã dos Dez Anéis com muita simbologia e mostrando ali tanto o ambiente de treinamentos dos homens presentes, como como foi a vida das crianças no passado, além claro da vila mítica maravilhosa, com tons e cenografias perfeitas, animais diferentes bem bonitos, e muitas cenas de ação ocorrendo ali também, ou seja, algo que deu um tom marcante para essa nova época mostrando que não foi apenas a batalha de "Ultimato" que vai ficar marcada, pois entrando dragões no meio e muito envolvimento com os anéis, o resultado aqui acabou chamando muita atenção. E mesmo não indo conferir numa sala 3D é notável o tanto de efeitos de coisas saindo para fora da tela que o longa contém, então certamente os aficionados pela tecnologia irão vibrar bastante com tudo.

Enfim, é um filme incrível de introdução, que volto a frisar ser longuíssimo tanto de tamanho quanto de conteúdo (sendo recomendado ver sem estar cansado depois de uma semana de trabalho), e que certamente ainda veremos muitas coisas ligadas dele nos demais eventos do Universo Marvel, pois o filme funcionou como introdução da nova fase, e tem todo o estilo clássico que estamos acostumados, e sendo assim uma grata conferida nos cinemas (pois ver todas essas lutas na TV é algo quase criminoso). Bem é isso pessoal, fico por aqui hoje, mas volto em breve com mais textos, então abraços e até logo mais.


2 comentários:

Enzo disse...

O 3D deste filme é SENSACIONAL.Vale muito o preço do ingresso se vc tiver oportunidade

Fernando Coelho disse...

Olá Enzo... deu para perceber mesmo sem assistir em 3D a quantidade de cenas com a tecnologia... que bom que não jogaram a toa!!

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