Mate ou Morra (Boss Level)

9/18/2021 02:27:00 AM |

Posso dizer facilmente que hoje vi um dos filmes mais geniais e divertidos dos últimos tempos, pois "Mate ou Morra" entrega toda a essência dos jogos de videogame das antigas com uma dinâmica interativa incrível daquelas que íamos aprendendo com o personagem principal morrendo diversas vezes nos mesmos lugares para como passar daquele desafio, e a cada vez que voltávamos ali já sabíamos como passar aquela fase ou momento, e que no filme vai rolando da mesma forma para até chegarmos no nível final, ou como é a tradução literal do nome original Nível do Chefão, e assim toda a proposta acaba sendo deliciosa pela formatação escolhida, com um protagonista muito bom, todo um design perfeito que a distribuidora nacional teve todo o capricho de converter para o nosso idioma (ou seja, vejam nos cinemas pois vale a pena ver cada detalhe escrito na nossa língua), e que certamente tinha tudo para que eu assinasse já o nome dele como o melhor filme do ano até acontecer a cena final mais idiota e ruim dos últimos tempos, ao ponto da maioria permanecer na sala até os últimos créditos esperando aparecer algo que fosse para pelo menos sairmos sorridentes da sessão, mas não o filme simplesmente acaba. Ou seja, costumo dizer que não dá para estragar um filme ótimo com um final ruim, mas dá, e como dá, pois é algo que alguns até vão achar algo para justificar, mas faltou o gran-finale, aquele que impactaria demais, o grande resultado de um todo, afinal assim como no videogame quando tudo se cumpre algo bacana acontece, e aqui apenas acaba, o que é uma tristeza imensa. Sendo assim, ainda vou indicar o filme para todos, mas preparem-se para uma brochada imensa no final, mas antes vibre muito com cada detalhe, pois é incrível.

A sinopse nos conta que Roy Pulver é um ex-agente das forças especiais que se vê forçado a reviver o dia de sua morte inúmeras vezes. Ele acorda sendo perseguido por assassinos e, de uma forma ou de outra, acaba sempre morrendo no final. Enquanto luta para chegar ao fim do dia com vida, Roy descobre uma mensagem de sua ex-esposa revelando o envolvimento do cientista Ventor nesse ciclo mortal e percebe que a sua família também corre perigo.

O mais engraçado de tudo é que vi o trailer tantas vezes no cinema que fui conferir o longa até irritado com ele, pois até trailer com comentários "engraçados" colocaram durante várias semanas, e assim ao chegar na sessão esperava sim um filme explosivo, mas não algo tão bom, e só quem já jogou muitos jogos de videogame de missões vai sentir a nostalgia completa que a trama entrega, inclusive tendo cenas num evento de videogames oitentistas, ou seja, o diretor e roteirista Joe Carnahan simplesmente botou tudo o que fez nos anos 80/90 numa ideia insana de filme de ação e conseguiu com isso prender o espectador até o final num aprendizado muito coerente com cada ato, brincando praticamente com tudo, acertando na forma violenta das mortes, nas lutas corporais intensas, e claro nas explosões e tiros para todos os lados, pois essa era a essência dos jogos de missões, e aqui esse leque de estilo, de não saber exatamente aonde devemos ir, o que fazer, e ir aprendendo com as mortes e com as interações é algo muito perfeito de ver. Ou seja, posso até estar sendo injusto em reclamar tanto do final, afinal ouvimos a fala da personagem secundária (ou no caso a mocinha indefesa que estamos tentando salvar) dizendo o que deve ser feito, mas é inaceitável, pois desanima demais conseguir chegar tão longe para isso, e assim sendo poderiam ter feito um final alegórico mais agradável, porém tirando esse detalhe do encerramento tenho de tirar o chapéu para o diretor, pois ele entregou a perfeição que quem gosta do estilo desejava ver nos cinemas, e dou destaque também para a distribuidora nacional que fez os escritos todos na nossa língua como uma atualização mesmo de jogo que chega aqui completa sem precisarmos de dicionários para conferir/jogar.

Sobre as atuações, um fato é que acertaram demais na escolha de Frank Grillo para o protagonista Roy, pois o ator tem bons trejeitos, sabe se divertir em cena, e principalmente tem uma estrutura corporal clássica de personagens de jogos, ao ponto que vemos ele fazendo todas as suas cenas de ação com uma desenvoltura tão gostosa que faria certamente escolhermos ele para jogar se estivéssemos com o joystick escolhendo um personagem, e assim seus trejeitos foram certeiros, suas atitudes, e tudo mais, agradando do começo ao fim. Mel Gibson e Will Sasso até tentam ser grandiosos vilões, com frases marcantes, e até atitudes fortes, mas seus Ventor e Brett acabam sendo mais objetos imponentes do que atores que chamassem atenção, e assim sendo faltou um pouco mais de cenas para que eles realmente envolvessem, mas ao menos não atrapalharam. Já Naomi Watts é quase um objeto cênico que buscamos encontrar, pois sua Jemma até tem algumas cenas clássicas da famosa princesa de objetivo final de jogo, mas a atriz não foi marcante o suficiente, enquanto o filho verdadeiro de Frank, Rio Grillo trouxe um ar tão gostoso para o seu Joe, que as cenas deles juntos jogando certamente foram muito gostosas de filmar, e mostrou uma conexão maior ainda para tudo, além do garotinho ser bem esperto e expressivo. E quanto dos vilões secundários, já não estava mais aguentando ouvir Selina Lo falando o seu nome Guan Yin, e a cena de sua morte foi algo que ri demais pelo que o protagonista faz, sendo perfeito demais, mas todos foram mais usados do que trabalhados nas expressões, sendo representativos para os momentos, com um explosivo, outro caipira com ganchos, aqueles de facões, de muitas armas, até chegarmos em uma com uma arma que foi de Hitler, ou seja, algo até profundo demais. Já os amigos de bar do protagonista vividos por Ken Jeong e Sheaun McKinney com seus Jake e Dave foram bem colocados e divertem nas suas cenas, principalmente na remoção do rastreador.

Visualmente a trama também traz todas as dinâmicas de jogos, muitos elementos cênicos usáveis ao redor para o protagonista ver e ir descobrindo mais do que deve fazer e acontecer, mostrando que a equipe de arte trabalhou em cada detalhe, em cada simbologia dentro do mito de Íris e Osíris, criando um gerador de fluxo bem imponente, mas que pareceu mais um túnel de luzes, e todo um ambiente recheado de ação, com muitas cenas de perseguições de carros, helicópteros, armas e símbolos, que certamente fazem valer a pena ver até mais que uma vez o filme só para reparar em tudo (porém ao lembrar do final, a vontade vai embora!).

Como todo bom jogo tem boas canções embalando as cenas de ação, aqui não foi diferente, ao ponto que todas as escolhas deram ritmo e envolvimento para cada ato, valendo entrar completamente no clima e ouvir depois todas pelo link que deixo aqui.

Enfim, volto a frisar que é um dos piores finais para um dos filmes mais geniais que vi, mas que ainda assim faz valer totalmente a conferida, e que certamente quem já jogou muitos jogos de missões irá entrar completamente na essência da trama, irá vibrar com alguns atos, e sairá feliz da sessão, mas quem sabe resolvam dar uma continuação para o filme, e possam melhorar o último ato, pois vale a pena. Bem é isso pessoal, fico por aqui hoje, mas volto em breve com mais textos, então abraços e até logo mais.

PS: Confesso que se não fosse o final daria 10 para o filme, mas a decepção foi tamanha que vou tirar dois pontos só por esse motivo.


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