Netflix - Noitários de Arrepiar (Nightbooks)

9/16/2021 01:13:00 AM |

Acho que a Netflix tá meia perdida com as datas, pois até onde eu sabia o Dia das Bruxas era mais perto do fim de Outubro, e não no meio de Setembro, afinal costumam lançar longas de terror para adultos, ultimamente também para crianças mais perto da data, e eis que hoje lançaram "Noitários de Arrepiar", que lembra bem o estilo dos filmes "Goosebumps", porém com uma pegada menos estranha, mas ainda mantendo a formatação de terror para os mais jovens, e assim tendo comicidade, diversão, personagens coloridos e claro uma trama menos aterrorizadora, e assim sendo o resultado é algo até que bem bacana de conferir, que empolga com uma boa atuação do garotinho protagonista, e até tem uma proposta simples e eficiente, ao ponto que quem sabe saia mais frutos do que conseguiram fazer com o livro de J.A. White. Ou seja, não é nenhum filme daqueles que você irá sair vibrando com o que viu na tela, mas é gostoso de passar o tempo, tem uma boa pegada, e o resultado do que desejavam passar funciona pelo menos.

O longa acompanha Alex, um garoto obcecado por histórias de terror que se vê aprisionado por uma jovem bruxa malvada em um apartamento em Nova York. Com isso, ele acaba conhecendo Yasmin, que também está presa, e descobre que precisa contar uma nova história assustadora a cada noite para salvar sua vida.

Quando vi o nome do diretor David Yarovesky na tela acreditei que nunca tinha visto nada seu, mas ledo engano meu, pois ele foi o responsável pelo estranho filme do Superman do mal, "Brightburn: Filho das Trevas", que o produtor James Gunn fez explodir e agora novamente ele cai nas mãos de outro grandioso produtor, no caso Sam Raimi, ou seja, ele tem bons "contatinhos", pois não é um diretor imponente, mas sabe bem encaixar todos os atos, sabe envolver com os protagonistas, e aqui principalmente soube causar uma tensão junto com diversão, o que é bem raro de ocorrer, e assim sendo a trama tem uma boa funcionalidade, que claro é proveniente também do livro de J.A. White, e fazendo a dinâmica ocorrer com uma boa desenvoltura acaba agradando bastante com o fechamento feito.

Sobre as atuações, diria que o garotinho Winslow Fegley tem muito futuro pela frente se seguir com esse carisma nas atuações, pois aqui o filme depende demais dele, e ele entrega um Alex cheio de desenvolturas, de trejeitos, e principalmente de estilo, sabendo bem aonde trabalhar seus atos, aonde encaixar as nuances que a trama pedia e assim garantindo o protagonismo completo. Lydia Jewett até fez bem alguns atos de sua Yasmin, trocando bons diálogos com o protagonista, e encaixando momentos expressivos bem colocados durante os atos que o jovem contava suas histórias, e com isso ela deu um bom suporte e caiu bem no papel, porém faltou um algo a mais para ela, que certamente poderia acontecer com algum flashback dela, mas não rolou. E para finalizar, Krysten Ritter foi muito bem colocada com sua Natacha, ao ponto que deu algumas nuances bem diferentes para uma bruxa jovem, e claro que seu momento de reviravolta acabou sendo bem surpreendente e chamativo, mas talvez um pouco mais de trejeitos malvados caíssem bem para ela, o que não atrapalhou o resultado final. Agora quanto aos secundários usados nas histórias chegou a ser deprimente a falta de vontade de todos, que nem atores de primeira semana de curso de teatro fariam expressões tão ruins.

Visualmente o apartamento é muito bem decorado, com detalhes em todos os cantos, contando com uma biblioteca gigantesca maravilhosa, com grandes livros clássicos de terror, com um jardim mágico muito bem trabalhado de elementos, personagens computacionais bem interessantes como o picador e até mesmo a gatinha Lenora (que fiquei na dúvida se é real ou não - tendendo mais para não pelos movimentos de ação), e até mesmo a floresta e a casa de doces foram grandes sacadas muito bem feitas e interessantes para todo o contexto da trama, ao ponto que o final já era esperado, ou seja, o filme por completo funciona muito bem, e mostra que a equipe de arte trabalhou nas entrelinhas do roteiro, agora ainda volto para o problema das histórias contadas pelo garoto que foram bem sacadas de desenvolver meio que num formato diferente, mas poderiam ter trabalhado melhor para servir como algo a mais, não apenas sendo algo jogado quase, mas foi uma boa ideia pelo menos.

Enfim, foi uma grata surpresa a conferida, sendo algo até melhor do que eu esperava ver, pois imaginava ser até mais infantil, mas como o patamar dos terrores infantis está com a barra bem lá embaixo, o resultado aqui agradou, sendo daqueles bons passatempos divertidos e bem encaixados que até vamos lembrar quando alguém perguntar um terror mais levinho para colocar a criançada pra ver, e sendo assim vale a indicação. E é isso meus amigos, eu fico por aqui hoje, mas volto em breve com mais textos, então abraços e até logo mais.


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