Uma Noite de Crime: A Fronteira (The Forever Purge)

9/05/2021 02:23:00 AM |

Muitos disseram que a franquia "Uma Noite de Crime" tinha morrido com o terceiro filme, pois ao começarem com histórias paralelas de como foi o início, a falação em cima de uma série e tudo mais, porém no que depender do roteirista e criador da saga James DeMonaco teremos quantos filmes desejarem que sua mente crie, pois até algumas semanas atrás "A Fronteira" seria o último filme, mas já deu uma entrevista que teve uma boa ideia para um 6° filme, ou seja, tudo pode continuar, e no que depender de como esse novo terminou, agora teriam de ir para fora dos EUA, pois aqui a intensidade do expurgo completo fora do dia anual ficou bem marcante, com um grupo de rebeldes atacando sem parar todos que não fossem realmente "americanos" como em algo de puritanismo tão impactante e marcante, que vemos facilmente essa ideologia ser espalhada cada vez mais mundo afora em relação aos imigrantes e refugiados, e que junto da sacada final foi algo bem marcado para se pensar. Ou seja, o filme está bem longe de ser daqueles que ficamos tensos com tudo o que ocorre como rolou no segundo e no terceiro filme, porém está anos-luz melhor que o quarto, e trabalha muito mais algo realista do que algo ideológico apenas, usando claro bases políticas e muito envolvimento entre os personagens, colocando tudo em cheque para refletirmos durante e depois da conferida.

A sinopse nos conta que quando membros de um movimento underground, não mais satisfeitos com uma noite anual de anarquia e assassinato, decidem dominar a América por meio de uma campanha interminável de caos e massacre. Ninguém está seguro. Adela e seu marido Juan vivem no Texas, onde Juan trabalha como ajudante de fazenda para a rica família Tucker. Juan impressiona o patriarca de Tucker, Caleb, mas isso alimenta a raiva e o ciúmes do filho de Caleb, Dylan. Na manhã seguinte ao expurgo, uma gangue mascarada de assassinos ataca a família Tucker, incluindo a esposa de Dylan e sua irmã, forçando as duas famílias a se unirem e lutarem enquanto o país se transforma em caos e os Estados Unidos começam a se desintegrar em torno deles.

O mais interessante da franquia é que depois que o criador e roteirista de todos os filmes James DeMonaco entregou sua obra nas mãos de outros diretores, acabamos tendo filmes completamente diferentes de síntese, e se em "A Primeira Noite de Crime" tivemos algo mais simbólico e de impacto nas mãos de Gerard McMurray, aqui com Everardo Gout a trama acabou sendo mais de história e força, ao ponto que o filme passa a ser bem mais reflexivo e quase que um documentário sobre o que como alguns malucos estão transformando alguns países com suas ideias nacionalistas e de linhagem, ou seja, o fluxo acaba sendo até mais pesado se pararmos para pensar em tudo que a trama traz, mas além disso é claro que ele ainda manteve toda a essência violenta de mortes e ataques mascarados que a franquia sempre trabalhou tão bem, e assim a intensidade acaba funcionando e envolvendo de formas tão imponentes que acabam assustando com cenas rápidas e marcantes. Ou seja, é daqueles filmes que funcionam tão bem com tudo que até ficamos querendo mais, e assim sendo o criador já disse que tem bala na agulha para um sexto filme, veremos nas mãos de quem irá cair, para aí sim vermos o que vai virar.

Sobre as atuações, vemos um elenco bem conciso de estilos, e todos dispostos a se entregar completamente para tudo que as cenas necessitavam, e claro que a destemida Ana de la Reguera foi muito precisa nas dinâmicas de sua Adela, incorporando uma mulher forte e bem trabalhada no estilo, disposta a tudo para se salvar. Vemos também um Josh Lucas com trejeitos caipiras marcantes, mas cheio de nuances expressivas bem marcadas com seu Dylan, ao ponto de inicialmente não curtirmos ele e torcermos para morrer rápido, mas vamos nos afeiçoando e seus diálogos acabam sendo bem marcantes. Tenoch Huerta também foi bem direcionado nos atos de seu Juan, numa mistura bem homogênea de força com personalidade, ao ponto de ser meio duro de trejeitos em algumas cenas, mas não desapontando de uma forma geral. Ainda tivemos bons momentos de Leven Rambin e Cassidy Freeman como a irmã e esposa de Dylan com arcos não muito desenvolvidos, mas segurando bem as dinâmicas com a primeira atirando bem, e a segunda segurando uma gravidez no final bem no meio de todo o conflito, ao ponto que ficou meio forçado seus atos. 

Visualmente a trama é bem recheada de armas de todos os estilos, armadilhas, explosões, carros gigantes e claro muito caos, aonde vemos destruições, pessoas mascaradas com estilos bem diferentes, novamente temos coelhos malvados (somos bonzinhos gente, que sina é essa nos últimos filmes vermos coelhos do mal!!), tivemos ainda todo o ar country do Texas, e claro com isso uma desenvoltura marcada por motos gigantes, caminhões, e nas cenas finais até tanques tivemos em cena, além de um cinema de terror, ou seja, a equipe de arte caprichou bem na formatação e o ar caótico funcionou muito bem em todas as cenas.

Enfim, ainda friso que de toda a saga meu preferido é o segundo pelo ar aterrorizador, mas esse é o que mais me deu medo por estarmos bem próximos da realidade vivida na trama, e assim sendo recomendo muito para que todos vejam e reflitam sobre questões como armas, patriotismo exagerado, xenofobia e tudo mais, pois quem assistir e ver apenas um filme de terror caótico não assistiu a trama direito. Bem é isso pessoal, fico por aqui hoje, mas volto em breve com mais textos, então abraços e até logo mais.


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