A Morte do Demônio

5/06/2013 10:20:00 PM |

Vou iniciar meu texto com a declaração mais sincera que já fiz em anos. Eu adoro filmes de terror, vejo sempre aos montes, mas nenhum mesmo havia me feito sentir tanta ânsia de vômito como "A Morte do Demônio" fez, sendo um filme forte e ao mesmo tempo nojento de tanta mutilação, carnificina, entre outras coisinhas mais que ocorrem durante toda sua duração. Relembrou muito os filmes que tínhamos antigamente que faziam muitas vezes até rirmos ao invés de se assustar. E é bem isso o que esse novo longa faz, não que tenha dado qualquer risada dessa versão, mas também não levei grandes sustos, ficando somente enjoado pela quantidade de mutilações que ele possui. E já que muitos estavam com medo dessa refilmagem, de estragar o original, etc. Vocês podem ficar tranquilos que essa nova versão, diria estar bem equiparada com a original, com várias referências e claro sangue, muito sangue real jogado para todo lado possível e imaginário. Recomendo se você não tem estômago forte que fique bem longe desse filme.

O longa nos mostra que Mia é uma garota viciada em drogas. Ela é levada pelos amigos Olivia e Eric para uma cabana isolada na floresta, no intuito de realizarem uma longa cura de desintoxicação. Para a surpresa de todos, o irmão de Mia, David, rapaz afastado dos amigos e familiares há tempos, também aparece, junto de sua namorada, Natalie. Entretanto, eles são surpreendidos ao descobrirem que a cabana havia sido invadida, e que o porão parece uma espécie de altar grotesco, repleto de animais mortos. Lá eles encontram um livro antigo, trancado. Atraído, Eric resolve abri-lo e lê-lo em voz alta, sem imaginar as consequências de seus atos. Mia começa a manifestar um comportamento estranho, interpretado no início como sintoma da abstinência. No entanto, aos poucos, todos percebem que uma força demoníaca se apoderou de seu corpo.

A história é nada mais do que está escrito na sinopse junto com o tradicional de filmes de terror, que é pessoas indo onde não devem ir e fazendo o que não devem fazer. Até aí tudo bem, mas Fede Alvarez como bom discípulo do produtor e diretor do original de 1981, Sam Raimi, vai além e resolve fazer tudo como na forma antiga também, botou a pobre atriz Jane Levy para sofrer tudo, colocando ela no meio de melecas, sangue real e tudo mais que você possa imaginar, no melhor estilo Zé do Caixão de ser, e tudo isso é ótimo visto a quantidade de coisas falsas que vemos em filmes de terror ultimamente, mas também chega ao ponto de ser extremamente nojento demais para suportarmos tudo o que estamos vendo. Por ser seu primeiro longa Fede consegue fazer algo revolucionário para uma obra de terror, e se seguir essa linha pode com toda certeza num próximo filme já ganhar um selo de qualidade de psicopatia completa master do cinema.

Das atuações todos estão bem interessantes para filmes de terror, não que isso seja algo que dê muito créditos para todos. Jane Levy entra literalmente tanto no papel de drogada quanto no de demônio que realmente é aterrorizante e quase chega a dar bastante medo se não fosse o tanto de nojo que causa, mas a atriz está muito bem mesmo dando o sangue para o personagem. Jessica Lucas possui algumas cenas estranhas que, mas convence tanto na sua mutilação quanto nos seus ataques. Lou Taylor Pucci, ou melhor, podemos chamar de herói, já que o cara apanha e leva tanta coisa enfiada em si mais que os malucos do Jack-Ass e ainda assim continua vivo, acabando até virando motivo de riso na sua última aparição, mas no geral seus trejeitos agradam bastante. Shiloh Fernandez faz o tradicional bobo que não acredita em nada e vai sempre onde não deve, afinal é um filme de terror, sempre tem de ter um retardado desse estilo, e o cara faz bem viu, já serve para mais papéis do estilo. Elizabeth Blackmore também possui boas interpretações para seus cortes e agrada fazendo cara de sonsa em outros momentos. Ou seja, temos vários atores fazendo o de sempre em filmes de terror, mas agradam nesse quesito.

A locação escolhida para o filme é algo a parte, pois é o típico de terror mesmo, pois onde já se viu alguém ir passar um final de semana num lugar daqueles, nem que me dessem muito dinheiro eu iria pra um canto daquele. E já que estamos falando de filme de terror foi perfeito, pois tudo pode ocorrer com os elementos cênicos que estão sempre jogados num limbo desses, claro tirando o abuso da cena debaixo d'água que o cara voa pra todo lado e ainda acha a seringa que estava na sua mão. Mas tudo está perfeitamente bem colocado de forma  necessária para o  filme, representando bem cada item, claro que possui exageros no melhor estilo dos filmes do Zé do Caixão, pois usar toneladas de sangue real animal foi sacanagem dos produtores junto com o diretor. A fotografia trabalha bem com poucas luzes para criar um ótimo clima de tensão e mesmo nas cenas de sangue voando pra todo lado o clima consegue se manter sem atrapalhar nada, e claro que ainda ajuda no visual mutilador.

Enfim, como todos sabem sou mega-fã de Jogos Mortais e nunca passei mal vendo tudo sendo cortado lá, até pelo contrário, torcia pra cada vez ser pior, mas aqui a forma passada é tão real e verossímil que realmente dá náuseas e vi um caboclo saindo correndo da sala nos momentos finais, ou seja, sabemos bem onde ele foi ficando lá fora esperando os amigos no fim. Recomendo como um ótimo exemplar de filme de terror, mas como disse não recomendo para quem não tiver um bom estômago, pois temos cenas bem fortes e bem filmadas. Felizmente tivemos uma boa refilmagem, já que muitos estavam com medo de ser péssimo, e muito pelo contrário é um ótimo exemplar. Fico por aqui hoje, mas amanhã volto pro modo light dos filmes do Festival Francês. Então abraços e até amanhã pessoal.

PS: A nota só foi baixada por certos absurdos cômicos desnecessários, mas que como estão presentes no original até são válidos, mas poderia ser desconsiderado nessa versão que julgamos mais séria e que queria ir de frente com a realidade.

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Uma Dama em Paris

5/06/2013 04:56:00 PM |

Poucos filmes que fogem dos gêneros tradicionais costumam me agradar, mas não consigo classificar "Uma Dama em Paris", nem como um romance, nem como um drama, e o longa me agradou bastante, tanto pela quantidade de cultura francesa que ele dispõe, principalmente para turistas, como pela forma de ser sutil com uma história agradável, leve mas que não é boba suficiente para acabar jogada num canto. Todos sabemos que lidar com idosos é difícil, por isso tiro o chapéu para pessoas que se propõem a cuidar deles, e aqui o que vemos é uma senhora que teve uma vida complicada, não tendo muito entrosamento com amigos, filhos, parentes nem nada e que acaba dificultando a vida da mulher que vem de outro país sendo contratada para cuidar dela, e o envolvimento nesses casos acaba sendo algo bem difícil, que o longa acabou tratando muito bem com luvas de seda para não ser doloroso demais.

A sinopse nos mostra que a estoniana Anne é contratada para cuidar de uma senhora de idade, a também estoniana Frida, que mora há muitos anos em Paris. Apesar de todo o esforço em trocar o seu país natal pela França, Anne é mal acolhida por Frida, que não quer ser ajudada. A única preocupação desta mulher é conquistar novamente Stephan, seu antigo amante. Juntas, elas descobrem a amizade e o prazer de se sentirem novamente sedutoras.

A história em si é bem simples, mas funciona bem e dos filmes que estão passando no Festival Varilux, para os alunos de francês que estão acompanhando para conhecer mais a cultura, acredito que esse deva ser o melhor de todos para isso, pois mostra muitos locais conhecidos, mostra a dificuldade que alguns imigrantes sofrem e até mesmo coloca o espectador na pele da protagonista ao se ver rejeitada mesmo fazendo um bom serviço. O diretor Ilmar Raag, estoniano também teve como inspiração sua mãe que foi para Paris cuidar também de uma senhora, e com isso ele soube fazer com todo cuidado possível um filme interessantíssimo que pode mostrar uma Paris diferente que não estamos acostumados a ver em filmes, mas claro também se preocupando em não deixar de lado o brilho da cidade. Sua mão foi afinada para que tudo saísse de forma singela e bonita, deixando o longa com a sua cara realmente, pois até hoje não havia visto um filme ser simples e tocante com essa leveza, mesmo se tratando de uma história dura que é a velhice de alguém que possa ter feito sucesso no passado sendo bonita e sedutora.

As atrizes principais dão literalmente um show de leveza e interpretação. Laine Mägi chega a ter momentos em que a câmera fecha um plano médio nela que dá vontade de acolher, de abraçar e ficar triste junto pela forma que é rejeitada pela sua patroa, mas também consegue manter sua postura forte sem chorar, o que aconteceria em qualquer outro filme que necessitasse disso para emocionar os espectadores e mesmo não lavando a tela ela consegue tocar o espectador fundo. Jeanne Moreau é uma lenda viva do cinema francês, tendo diversos filmes imensamente tocantes em seu currículo e consegue aqui colocar todo seu charme aos 84 anos de uma forma impecável, que diria até ser ela interpretando ela mesma, com todos seus grandes amantes no passado, hoje deve estar sofrendo todos os problemas da idade, mas ainda assim consegue dar uma atuação de cair o queixo, perfeita. Patrick Pineau aparece nos momentos certos e faz um trabalho muito bem encaixado para a trama, seu momento nas cenas finais junto de Moreau é algo tão singelo que beira o romântico perfeito, não poderia ter sido uma cena melhor.

O visual do longa foi muito bem pensado para não mostrar uma Paris tradicional que vemos em todos os guias para turistas e em outros filmes, tendo locações bem escolhidas para retratar tanto a visão da protagonista quanto para mostrar que a cidade também pode ser um lugar habitável que não necessite visitar todos os dias os pontos turísticos dela. E com isso o diretor fez ganhar meu respeito por ele, dando esse ar gostoso para a trama com tudo que escolheu. A fotografia soube trabalhar bastante com contraluz para dar um clima pesado em alguns momentos e isso é bem interessante, pois poderia ter sido feito o filme sem problema algum todo bem iluminado, mas não daria a mesma alma que conseguiram elucidar aqui.

Enfim, não é um filme tradicional que vá fazer você sair falando nossa assisti um filme que me fez valer o dia, mas também não é algo que será esquecido facilmente por quem for conferir, pois como disse traz toda essa alma de que ao envelhecer, as pessoas acabam esquecendo de nós justamente quando mais precisamos delas, e devemos também saber manter nossos amigos de forma que tenhamos quem nos amar quando chegarmos no fim. Bom pelo menos pra mim foi essa a lição que o longa conseguiu transmitir e de uma forma bem bacana sem precisar apelar nem um pouco. Fico por aqui hoje no Festival Varilux, já temos vários textos aqui para que você escolha sua próxima sessão, agora irei conferir uma estreia aqui do interior bem atrasada por sinal, mas amanhã a noite estou de volta com mais filmes do Festival. Abraços e até daqui a pouco.


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Pedalando com Molière

5/06/2013 02:09:00 AM |

Muitos não conhecem a preparação que atores fazem tanto para entrar em um palco ou em um filme, mas se estiver a fim de conhecer, um bom exemplo, embora de forma bem cômica, é assistir ao filme "Pedalando com Molière" que o nome original explica até melhor tudo que é feito no longa, ou seja, interpretando Alceste, um dos personagens do texto "O Misantropo" do escritor Molière, em cima de uma bicicleta. O longa para quem não gosta muito de textos praticamente lidos e interpretados, pode até cansar um pouco, mas a forma de interação entre os protagonistas é muito bacana e diverte na medida fazendo com que mesmo eles lendo textos nos divirtam com tudo que fazem. Literalmente um filme de atores, onde pouco importa a história que está se passando que os protagonistas conseguem fazer muito mais pelo filme.

A sinopse nos mostra que cansado da carreira de ator, o respeitado Serge Tanneur decide abandonar os palcos e se aposentar, vivendo isolado na pequena Ilha de Ré. Sua calma é interrompida pela chegada de Gauthier Valence, ator de televisão popular, que o convida a interpretar o papel principal em uma adaptação de "O Misantropo", de Molière. Afinal, a nova condição de Serge combina muito bem com o personagem clássico... Após a recusa inicial, Serge propõe um desafio: ambos devem ensaiar a primeira cena da peça juntos, nos papéis de Philinte e Alceste, e depois de cinco dias treinando, ele dará a resposta sobre sua participação. Começam assim os jogos de poder e manipulação entre os dois homens.

Esse jogo que ambos os atores fazem no filme acaba se tornando a grande diversão do filme e chega a ser impressionante o que ambos fazem num "simples" ensaio, cada um tentando levar vantagem sobre o outro e vice versa, de forma que a condução da história vai indo num crescente tão forte que chegamos ao meio do filme sem saber que proporções o longa poderia tomar, ainda bem que teve uma finalização cabível, senão estaria aqui reclamando demais do que vi. Pelo que li em outros sites, a história saiu da discussão de Philippe Le Guay com o ator Fabrice Luchini durante as gravações de outro filme, e provavelmente deva ter ocorrido bem nesse estilo que nos é mostrado a conversa entre ambos, pois atores sempre tentam levar vantagem em algo e adoram fazer jogos, com isso uma simples discussão acabou dando um filme bem inteligente e bacana de ser assistido.

Os atores fazendo papéis de atores é algo preciso que poucos conseguiriam fazer, e ambos escolhidos destroem em cena como dois monstros, um tentando ser melhor que o outro e agradando demais os espectadores que forem ver essa comédia. Fabrice Luchini, eu tenho impressão de já ter visto diversas vezes no cinema, mas olhando sua filmografia não consigo me lembrar bem quais filmes me marcaram tanto para lembrar dele, mas vamos falar do que faz aqui, pois chega a ser irritante, no sentido bom da palavra, o que faz com seu colega de cena, sua expressividade e trejeitos dão um show a parte para com seus textos de forma a ficar genial sua atuação. Lambert Wilson está diferente já aparentando a velhice dos seus 55 anos, mas ainda cabe bastante no papel de galanteador com uma cabeleira charmosa e a tradicional ótima atuação que já conhecemos e vimos em diversos filmes, e aqui não seria diferente, fazendo um papel que mostra como muitos atores no auge da fama são facilmente levados por papos e acabam se atrapalhando com tudo que fazem, está excelente o que faz. Maya Sansa tem uma participação boa em algumas cenas, tendo uma forte expressividade na sua primeira cena, mas depois acaba ficando bem de coadjuvante mesmo não tendo mais tanta eloquência para com os protagonistas, sumindo um pouco de cena.

O local onde o filme se passa é maravilhoso e como o personagem de Luchini fala em uma cena, não tem como não passear por lá de bicicleta, afinal deve ser uma delicia passear por aquelas praias como paisagem de fundo para uma boa pedalada. Os elementos cênicos que são mostrados acabam retratando bem a vida de Serge e a sua primeira cena pode ser vista quase como uma metáfora do elemento que é mostrado que é a fossa aberta, como um ator que foi literalmente jogado à merda. E a direção de arte trabalha bastante o filme com várias outras metáforas sendo usadas em objetos cênicos, o que é maravilhoso de se ver num longa. A fotografia poderia ter abusado um pouco mais, mas também não faz o básico agradando com o pouco além em algumas cenas na praia, mas como a locação que é o principal acaba sendo nada demais.

Enfim, é um filme bem bacana que agrada mais pelo elenco que devora magistralmente nas atuações do que pela história em si, mas vale a pena ser visto principalmente para que se conheça como atores se preparam para peças, mesmo que precisem pisar um nos outros. Vale também pela diversão que nos é passada como uma comédia bem tradicional sem precisar de apelos, tirando a cena da banheira completamente desnecessária, para nos fazer rir. Bem é isso, encerro aqui minha participação no Festival Varilux de Cinema Francês hoje, faltando apenas 3 filmes para serem vistos, mas que agora durante a semana verei mais espaçado do que essa maratona de 12 filmes que fiz no fim de semana, espero ter deixado bem exposta minhas opiniões dos filmes que estarão também repetindo durante a semana para que todos vejam o que achei e vá ao cinema conferir também e opinar junto aqui no blog. Durante a semana estarei postando esses 3 últimos além claro de outros filmes que não fazem parte do Festival. Abraços e até logo mais.


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Feito Gente Grande

5/06/2013 01:26:00 AM |

Filmes onde crianças são protagonistas nunca me agradaram muito, mas alguns têm seu valor. Em "Feito Gente Grande", o grande trunfo realmente foi a diretora escolher exatamente uma criança que não agisse realmente como uma criança e fosse como muitas vezes ouvimos alguns amigos falarem para filhos de amigos: "Nossa ela nem parece uma criança, ela age feito gente grande!". Com base nessa expressão, o filme é todo em cima disso das ações de pensamentos que a garotinha Raquel tem de forma bem evoluída seja discutindo com sua psicóloga, ou seja, com seus pais e amigos, mas acontecem momentos tão banais que chega até incomodar e se não fosse o gran finale totalmente imprevisível, principalmente se tratando de um longa classificado como comédia, o filme seria o mais fraco de todos do Festival, mas não vou ser inconveniente e como tudo que é diferente das contravenções me agrada bastante, adorei o final.

A sinopse do filme nos conta que aos nove anos de idade, a vida de Raquel não vai muito bem: ela tem poucos amigos e recebe uma educação amorosa, mas muito autoritária por parte de seus pais, em pleno momento de crise matrimonial. Sua rotina muda quando ela conhece Valérie, garota de sua idade, muito mais aberta às experiências da vida.

A história em si é bem simples, não tendo grandes momentos e nem grandes pontos no roteiro que marquem, mas é tão impressionante as coisas que as crianças falam no filme que nos impressiona, fazendo claro rir em diversos momentos, não como o senhor que estava ao meu lado e praticamente gargalhava de tudo, mas na medida do impossível, afinal a comédia francesa se baseia muito no absurdo, o filme tem momentos bem cômicos e interessantes. Porém como já disse o final é tão fora dos padrões que mudou completamente meu conceito do filme, estava realmente nervoso com tudo que estava vendo, pois me incomoda crianças crescidinhas demais ao melhor estilo Maísa(sim, eu falo daquela garota xarope que faz piada com o Silvio Santos) que se acham donas do saber e tem resposta pra tudo, pronto para dar uma nota abaixo da média, quando aos 45 minutos do segundo tempo o filme tem uma reviravolta impressionante que fecha com o que a garotinha está dizendo no começo do filme, e embora seja chocante para uma comédia, isso que a diretora Carine Tardieu fez me agradou demais, elevando a nota do filme e meu conceito sobre ele.

Novamente temos Agnès Jaoui, aqui ainda bem apenas atuando novamente com crianças, o que me diz que deva fazer somente papéis desse estilo, mas está bem melhor como uma mãe em crise conjugal, tendo bons momentos em cena, mas nenhum que julgássemos genial. Denis Podalydès faz um papel tão besta que chega a irritar suas ações, mas alguns momentos até tenta ser um bom ator e querer aparecer um pouco. Isabelle Carré também tem poucos momentos de tela, e nos que aparece não faz nada que impressione, tirando dois momentos que dá uma lição para a personagem de Agnès e na sua cena final, seria mais uma atriz que nem mereceria ser citada. Julliette Gombert faz jus a sua escolha entre mais de 500 crianças anônimas, pois o que faz em tela é impressionante, é praticamente uma atriz com domínio de texto de anos. Anna Lemarchant é outra criança anônima escolhida para o filme que deveria tentar e muito seguir na carreira artística, a garota fala a mil por hora textos muito bem colocados e se sai bem.

O longa possui alguns cenários bacanas e outros que aparecem mais sem nexo que tudo, e colocando janelas para semáforos, e imagens filmadas em outro estilo junto acabou virando uma bagunça tão grande no quesito visual que chega a ficar feio para um filme de grande proporção que é. Agora novamente falando da cena final, a forma escolhida para ilustrar as coisas que ocorrem caiu muito bem de uma forma leve e bacana de ser mostrada, tanto que me agradou muito.

Enfim, não é um longa que eu vá recomendar ver nos cinemas, mas como esse estilo de filme é algo dificílimo de se ver em locadoras por aí, se tiver com um tempinho vá no Festival e assista, mas se prepare que 90% do filme você irá se lembrar do brasileiro "O Diário de Tati", mas como possui um final completamente anverso a sua proposta ele se faz valer a pena. Encerro aqui esse post, mas ainda falta mais um filme para conferir hoje, então até daqui a pouquinho pessoal.


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Ferrugem e Osso

5/06/2013 12:49:00 AM |

Alguns filmes conseguem nos fazer pensar em muitas coisas de nossa vida, sobre superar obstáculos mesmo quando sofremos grandes baques e o que "Ferrugem e Osso" consegue colocar é algo tão forte que é impossível não se ver limpando mesmo que seja apenas algumas lágrimas escorridas, pois quando você imaginar que a parte forte é no início, aguarde que o soco no estômago vem bem mais pra frente num filme que consegue mexer com os espectadores, tendo todo tipo de elementos que agradem mesmo sendo extremamente forte. É um filme para se pensar muito sobre o que é sofrer e como tudo pode ser contornado. Excelente e comovente seriam duas palavras que poderia definir bastante ele.

O filme nos mostra que Alain está desempregado e vive com o filho, de apenas cinco anos. Ele parte para a casa da irmã em busca de ajuda e logo consegue um emprego como segurança de boate. Um dia, ao apartar uma confusão, ele conhece Stéphanie, uma bela treinadora de orcas. Alain a leva em casa e deixa seu cartão com ela, caso precise de algum serviço. O que eles não esperavam era que, pouco tempo depois, Stéphanie sofreria um grave acidente que mudaria sua vida para sempre.

A história como disse no primeiro parágrafo é um soco no estômago para nós que reclamamos de tudo em nossa vida, não a toa ganhou o Cesar de melhor adaptação, visto que é perfeita a construção que conseguiram fazer para o filme colocando a história mais acima de tudo. Não é algo que foi feito para agradar, mas consegue tocar tão forte que as palavras estão até sumindo de minha cabeça para falar muito sobre ele. No acidente que envolve a protagonista, como já havia lido a sinopse achei embora fosse algo duro, não fiquei tão impactado, mas com o andar da história com tudo que vai ocorrendo, com a superação da protagonista, estava começando a achar que seria simples de escrever, mas ao final assim como acontece nas grandes lutas que vemos no UFC, o soco forte ainda estava por vir e veio marcando muito e colocando o longa acima de tudo e todos como um grandioso nome que mereceu todas as 9 indicações possíveis ao Cesar e 2 ao Globo de Ouro. A direção de Jacques Audiard é precisa e contundente, ele não se preocupa em amenizar nada, deixando a história forte na medida de conseguir ser assistida e inteligente para não precisar explica praticamente nada. Simplesmente perfeito é o que posso falar apenas sem dar mais spoilers.

As atuações são todas perfeitas, bem colocadas e mostram que os atores sabem mais do que interpretar, sabem ser fortes e bem colocados quando estão atuando. Marion Cotillard quase me convenceu possuir a deficiência que acaba sofrendo, mas como lembrei outros filmes que fez e inclusive já levou um Oscar, vi que apenas sendo bem simplista o que ela fez foi dar um mega-show de interpretação que lhe garantiu pelo menos a indicação ao Globo de Ouro e ao Cesar, uma pena não ter ganhado nenhum por esse filme, pois merecia, está esplêndida. Matthias Schoenaerts mereceu ganhar o prêmio de melhor ator promissor no Cesar, pois o que faz chega a ser perfeito principalmente no ultimo ato, possui algumas falhas, mas agrada bastante no geral. Armand Verdure tem alguns momentos chatos como qualquer criança, mas faz muito bem seu papel quando precisa. Corinne Masiero é outra atriz que vale a pena ressaltar, pois consegue mesmo que em poucas cenas quase tirar o foco do protagonista estando junto com ele, e isso poucos atores coadjuvantes conseguem fazer.

O visual do filme é interessante com uma direção de arte que impressiona bastante com diversos elementos cênicos prontos para demonstrar cada ato, cada sentimento, além de cenários bem retratados que forçam bem o sentimento dos protagonistas em cada momento que passam. A fotografia desfocada para passar alguns sentimentos é bacana e perfeita para ilustrar as mudanças ocorridas com os personagens, só não digo que é excelente porque como não entendo praticamente nada de francês, a legenda some com o esbranquecimento da tela, então dificultou muito ler algumas coisas.

A trilha sonora premiada e ótima de Alexandre Desplat não poderia estar mais bem colocada tanto nas composições próprias quanto nas escolhas musicais cantadas que ilustram bem tudo que está ocorrendo no filme, dessas cantadas o destaque fica para "Firework" de Katy Perry que encaixou mais que perfeitamente na cena que a protagonista ilustra seus movimentos na varanda.

Bem, é um filme forte, bem feito, com atuações impressionantes, mas que vale muito ser assistido, principalmente para pararmos de reclamar de qualquer dificuldade que temos no nosso dia a dia, pois o longa mostra que mesmo mudanças ruins devem ser superadas e levadas para frente sempre. Recomendo a todos que assistam mesmo, seja no Festival Varilux que está sendo exibido ou seja em um cinema próximo de você já que a Sony Pictures estreou ele nessa sexta-feira(03/05) em diversas cidades. Fico por aqui, mas daqui a pouco tem mais filmes do Festival aqui no blog, então abraços e até já.


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Os Sabores do Palácio

5/06/2013 12:18:00 AM |

Um filme delicioso de assistir e imaginar os sabores de cada prato apresentado. É assim que posso definir “Os Sabores do Palácio”, que conseguiu ilustrar em um longa doce e gostoso tudo que pode se passar com uma chef de cozinha ao cair num regimento duro e difícil de se lidar, onde o machismo predomina e tudo poder atrapalhar os planos de uma pessoa que é a política. O longa poderia tomar outra direção, mas a forma escolhida pode ser considerada a melhor possível, tornando tudo bem leve e agradável, com pitadas cômicas algumas vezes mas sem pesar a mão.

O longa nos mostra que Hortense Laborie é uma respeitada chef que é pega de surpresa ao ser escolhida pelo presidente da França para trabalhar no Palácio de Eliseu. Inicialmente, ela se torna objeto de inveja, sendo mal-vista pelos outros cozinheiros do local. Com o tempo, no entanto, Hortense consegue mudar a situação. Seus pratos conquistam o presidente, mas terá sempre que se manter atenta, afinal os bastidores do poder estarão cheios de armadilhas.

A história não é nem um pouco complicada, e diferentemente dos demais filmes que venho acompanhando no Festival Varilux, esse pode ser o que se mostra mais simples de todos e o que mais consegue deixar visível um filme gostoso e sem preocupações de ter uma consciência cinematográfica. E não vejo isso como algo ruim, mas como algo interessante de poder assistir algo sem precisar ficar se preocupando com firulas que alguns diretores procuram colocar para complicar suas histórias, então teria de parabenizar mesmo Christian Vincent pela forma que conseguiu adaptar um livro tão bem. Realmente é algo comovente e gostoso de ver, até emocionando ao final de tudo.

As atuações estão na medida exata para agradar o público que for assistir. Catherine Frot está maravilhosa como chef de cozinha e possui toda uma interpretação forte e consistente para manter o papel na linha precisa entre ser bem dócil e saber agradar sem que pisem em seu calo, excelente papel realmente que fez com todo charme possível.. Arthur Dupon está bem encaixado como confeiteiro e tem bons momentos cômicos com a protagonista, fazendo de sua interpretação algo bem jovial e bacana. Jean d'Ormesson faz um presidente um pouco fora dos padrões, mas agrada por ser extremamente gentil nas cenas que passa junto da protagonista.

O visual mostrado tanto no palácio quanto na ilha na Antártica é bem interessante, mostrando cozinhas bem distintas que servem para agradar seus cozinheiros. Os elementos cênicos aqui no caso são as comidas e dou graças a Deus que vim para o cinema almoçado senão estaria morrendo de fome com o tanto de comidas gostosas que me foi apresentado na tela do cinema, um deleite visual muito bem feito. A fotografia foi tradicional, mas conseguiu mostrar e iluminar bem todas as comidas que foram bem feitas pela equipe de arte.

Enfim, já disse que é um filme bem leve que me agradou bastante e deve ter sido uma delícia de fazer, afinal todo dia a equipe deve ter comido coisas deliciosas. Recomendo ele para todos que gostam de ver um longa que não precise pensar muito e apenas aproveitar uma boa sessão de um filme bem feito, pois é isso que será mostrado sem nenhuma firula, tendo apenas algumas reviravoltas que nem chegam a incomodar. É algo sem erros praticamente que vai agradar bastante a todos. Fico por aqui agora, mas esse foi apenas o primeiro dos quatro longas do Festival que irei conferir hoje, então abraços e até daqui a pouco.


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Adeus, Minha Rainha

5/05/2013 02:58:00 AM |

Como já disse algumas vezes, um bom longa histórico tem de mostrar o acontecimento para o público que desconhece ele bem, e o que temos aqui em "Adeus, Minha Rainha" é um dos fatos que todos já estudamos na escola, mas de forma bem aberta, e se o diretor tivesse explorado um pouco mais acredito que teria sido perfeito o filme, já que é algo que conhecemos, mas muitos nem se lembram do fato. Porém a opção de focar tanto nas amizades da rainha com sua leitora acaba sendo uma forma leve de mostrar o fato e que em suma não agrada tanto o público que vai assistir, tanto que de suas 10 indicações ao Cesar só levou realmente nos quesitos que geralmente épicos levam: Fotografia, Arte e Figurino.

O filme nos situa em Julho de 1789, alvorecer da Revolução Francesa. A vida no Palácio de Versalhes continua imprudente e descontraída, distante do tumulto que reina em Paris. Quando a notícia da tomada da Bastilha chega à Corte, nobres e servos fogem desesperados, abandonando o Rei Luís XVI e Maria Antonieta. Sidonie Laborde, jovem leitora totalmente devotada à Rainha, não acredita no que ouve e permanece perto de sua adorada, confiante de que nada lhes acontecerá.

A história de amizade da rainha com sua serva e também outras nobres é bacana, mas acaba sendo vista de uma forma comum de uma rainha, nada muito fora dos padrões, daí acaba entediando mostrando os corre-corres do palácio ao descobrir a tomada da Bastilha. Acredito que se o longa seguisse mais a partir do que ocorre no final ao invés de ficar tanto nos fuxicos sociais que envolvem o castelo seria muito melhor, mas o diretor Benoît Jacquot preferiu fazer dessa forma, então o que conseguiu foi apenas retratar bem a história em si de Maria Antonieta interligada com suas servas. E isso sim podemos falar que é muito bem mostrado, não deixando faltar nenhum detalhe sórdido que pudesse ter ocorrido e não passado pela rádio-escrava como chamaria a versão das antigas radio-empreguete de hoje.

As atrizes Diane Kruger e Léa Seydoux souberam dominar bem a tela nos momentos em que aparecem. Sendo responsável por cerca de 80% ou até mais das cenas Léa faz bem seu papel, mas não tem uma expressão forte que a marque como alguém a ser bem lembrado, chegando seu auge de interpretação mesmo somente nas últimas cenas, aí já era tarde demais para explodir. Diane tem alguns momentos em que seu personagem tem um realce magnífico, mas acaba sendo sempre apagada por deixar pontas abertas para que outra pessoa em quadro domine a cena, mas nos momentos que resolve soltar sua forma de grandeza real consegue aparecer bem e agrada bastante. Os demais atores e atrizes acabam nem quase aparecendo muito em tela, fazendo apenas poucas cenas, mas sempre junto das duas protagonistas, o que acaba quase não aparecendo para o espectador em si notar, valendo destacar desses apenas Noémie Lvovsky e Michel Robin que conseguem entonar boas cenas roubando até alguns momentos de cena para se marcarem como fortes.

O visual de época de filmes que envolvem reino costumam sempre ser perfeitos, tanto que raramente perdem as disputas que entram, e aqui não seria diferente, pois temos bem representada a época em que se passa o longa tanto com cenografia quanto com elementos cênicos mostrando um bom trabalho da direção de arte. O quesito figurino está na medida do possível correto, mas poderia ser mais bem elaborado que agradaria até um pouco mais, porém mesmo assim acabou levando também um Cesar. A fotografia é um ponto que me chamou bastante a atenção, pois já fiz dois filmes que utilizaram muito do recurso filmar apenas usando velas e aqui está magicamente bem empregada a técnica, tanto que não se nota falha alguma nos visuais noturnos que são maioria e tudo está bem iluminado e o melhor corretamente, não mostrando o uso de nenhuma outra luz errônea que pudesse estragar o filme, e com isso abocanhou também o Cesar.

Enfim, é um filme bacana que poderia ter sido muito mais bem explorado, mas que foi optado ser simples e acabou pagando o preço por isso, já que poderia ter levado muito mais prêmios. Vai agradar até o público que for assistir, já que lembra bastante a forma novelesca que estamos habituados, mas esperava um pouco mais para que fosse um retrato perfeito da bagunça que a tomada da Bastilha causou aos franceses. Por hoje é só pessoal, mas nesse Domingo ainda tenho 4 longas para assistir e comentar com vocês, não garanto que consiga subir todos aqui pro blog, já que na segunda trabalho cedo e não poderei ficar até tão tarde escrevendo tudo que vi. Fico por aqui desejando uma boa noite e bom resto de fim de semana pra todos, abraços e até mais tarde com muitos novos posts.


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Além do Arco-Íris

5/05/2013 02:16:00 AM |

O filme “Além do Arco-Íris” vai realmente muito além da fantasia dos contos de fada, sendo uma comédia praticamente do absurdo, algo que ficaria entre o drama e a loucura das comédias que víamos como nada a ver. É algo completamente estranho que você até dá boas risadas das coisas surreais que acontecem, mas no geral o choque é maior por não sabermos que rumo as coisas vão tomar, se pode ainda piorar mais. Porém funciona principalmente como forma de criticar realmente todos os contos de fada e as comédias românticas que existem dando tudo certinho demais.

Era uma vez uma garotinha que acreditava no grande amor, nos sinais e no destino; uma mulher que sonhava em ser atriz e faria de tudo para conquistar seu sonho; um rapaz que acreditava em seu talento de compositor, mas não confiava muito nele mesmo. Era uma vez uma garotinha que acreditava em Deus. Era uma vez um homem que não acreditava em nada, até o dia em que uma vidente previu a data de sua morte, e finalmente, ele teve que acreditar.

Embora contenha diversas histórias interligadas e ao mesmo tempo soltas, o filme toma um rumo diretivo ao final que acaba ficando até interessante. Não é nada que possamos falar nossa que genial, mas acaba tendo sentido o fim que a diretora Agnès Jaoui escolhe. Confesso que quando li a sinopse imagine mais uma daquelas comédias ao estilo americano que juntam vários protagonistas e nenhum toma rumo, tendo algumas ligações, mas sempre tudo solto, o que não é o caso aqui, mas mesmo funcionando bem o final ainda assim não é uma comédia que vou lembrar muito daqui a alguns meses, principalmente pela quantidade de pessoas que estão presentes.

As atuações variam muito, tendo praticamente todos os atores momentos bons e ruins. Por exemplo, Agathe Bonitzer é daquelas que oscila em diversos momentos não transpassando realmente o que quer mostrar, acabou ficando de princesa a sapo numa facilidade que impressiona. A própria diretora Agnès Jaoui fazendo uma atriz frustrada que ensaia peças infantis beira o ridículo total. Arthur Dupont mesmo tendo seus momentos de paranoia é o que mais se mantém numa linha contínua fazendo até mesmo um bom papel. Jean-Pierre Bacri também está bacana como um compositor jovem, tendo a diversão nos seus momentos de gagueira, mas não convence muito como compositor. Benjamin Biolay é o famoso galã posto apenas para aparecer, mas a cena que acorda Agathe de um porre é perfeita.

Os cenários que o longa nos mostra é de tudo um pouco e me faz pensar se tocar violoncelo é algo tão comum na França, já que é o segundo filme que possui pessoas que tocam o instrumento e o carregam nas costas com uma naturalidade impressionante. Como temos várias histórias se passando junto, também temos muitos elementos cenográficos junto com os diferentes locais em que se passa o longa, todos estão bem encaixados, mas como é uma zorra só o filme é meio difícil dizer qual elemento é de cada personagem em si, chegando ao ponto de logo no início não sabermos mais quem é o protagonista da história. A fotografia escolhida tem alguns momentos bem esquisitos de forma que existe uma cena na moto que em pleno século 21 fizeram-na como se estivesse nos anos 50 usando um fundo de chroma-key.

Enfim, a ideia principal que quiseram passar com o longa foi bem transmitida, só acho que não necessitaria ter tantas histórias paralelas e absurdas ocorrendo junto para que a construção do filme fosse entendida. No geral a bagunça toda até diverte, mas acaba sendo desnecessária demais. Só recomendo mesmo o longa para aqueles que realmente gostem de filmes com diversas histórias paralelas, no melhor estilo novela das sete possível, senão a chance de decepção é grande, mesmo fazendo rir. Achei mediano apenas, mas quase chegando a ser ruim. E vamos para o último filme de hoje do Festival Varilux, até daqui a pouco pessoal.


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Renoir

5/05/2013 01:43:00 AM |

Imagine uma pintura de Renoir e veja que além de terem tons diversos sempre alegres, somos apresentados a algo que acaba sendo impressionante pela naturalidade que consegue passar. A frase dita no filme “Renoir” diversas vezes: “O cinema não foi feito para os franceses” acaba sendo uma crítica que ao mesmo tempo soa de forma irônica e contraditória com o que é mostrado no próprio filme, pois assim como a obra perfeita do pintor que mesmo sendo diferente dos padrões de uma época, temos excelentes filmes franceses que foram feitos saindo dos padrões.

O longa nos situa em Côte d'Azur, 1915. Pierre-Auguste Renoir é atormentado pela morte da esposa, as dores da artrite e a preocupação com o filho Jean, ferido na guerra. Eis que surge em sua vida Andrée, uma jovem bela e radiante que desperta no pintor uma inesperada energia. Rejuvenescido, Renoir a torna sua musa, mas o paraíso logo será abalado pela volta de Jean, que também se rende aos encantos da misteriosa ruiva.

A história é comovente, bem ditada, com um ritmo interessante, porém seu terceiro ato acaba sendo enrolado demais e chega a cansar um pouco diferentemente dos seus outros dois. E embora seja muito bonito de ser apreciado o longa mostra um retrato interessante e doloroso que não retrata tanto a beleza que se passa por trás das obras do famoso pintor que conhecemos. O que o diretor Gilles Bourdos faz com o filme é algo que poderia ser encarado tanto como uma própria pintura do artista de beleza triunfal, mas também trabalha de forma dura com a película colocando os tons acima da normalidade, assim como o pintor faz em suas telas. Inegavelmente podemos olhar para o longa de duas formas e isso acaba agradando mais do que a própria história em si.

Já havia me apaixonado ontem por Christa Theret em "O Homem Que Ri" e depois do que apresentou hoje fiquei mais fã ainda dela, tanto de sua beleza quando fica nua na maioria do longa quanto da sua forma de atuar que chega a colocar a jovem de apenas 21 anos entre uma das grandes promessas do cinema francês. Michel Bouquet também faz um Renoir que reclama de tudo, mas é singelo com sua dor e problemas que possui, de forma que o ator simplesmente acaba indo na contramão do que poderia fazer e agrada bastante. Vincent Rottiers como o jovem Jean é simples no que faz e objetivo quanto a sua interpretação e com isso acaba sério demais para quem virou depois um grande cineasta. Thomas Doret é um garoto interessante e pode fazer bons papéis, mas aqui não foi tanto aproveitado, tendo em alguns momentos, boas tomadas que esperava que ocorresse algo mais profundo.

O visual do filme é mais do que impecável, é lindo demais, temos locações perfeitas e magnificas de forma que as pinturas não só mostram que era fácil para Renoir ter inspiração para seus quadros como também faz com que o filme fique mais lindo ainda, como já disse mais que uma vez, parecendo que estamos olhando para um quadro e não apenas para um filme. A fotografia nem teve trabalho de ser brilhante afinal com a paisagem cenográfica das locações, só precisaram escolher bem os ângulos para botar as câmeras e se deleitar com o visual e a iluminação natural e fica claro que se quiserem emoldurar cada frame do longa num quadro está perfeito.

Enfim, é um obra biográfica bem interessante que não precisou ficar chata para contar uma história, dando um deleite ficcional bacana e intrigante de forma a entreter o espectador que se deslumbrará com visuais perfeitos e ótimas atuações. Vale com certeza ser conferido tanto no Festival Varilux que está sendo exibido quanto no lançamento nacional no dia 5 de julho pela Europa Filmes. Paro de falar desse filme aqui antes que coloque mais spoilers do que já pus e vamos pra mais uma sessão, ou seja, deixo meu abraço aqui mas daqui a pouco tem mais post aqui no blog.


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Camille Claudel 1915

5/05/2013 01:10:00 AM |

Depressivo, essa é a palavra que representa “Camille Claudel 1915”, um filme que nos coloca praticamente junto da protagonista internado no hospício, ouvindo os mesmos sons apenas de vento, ou gritos e gemidos dos demais pacientes e isso chega a ser um transtorno, para não dizer entediante. Ainda bem que assisti esse longa agora a tarde, pois se fosse de noite com toda certeza iria dormir, não pela maravilhosa atuação dos protagonistas e coadjuvantes, mas pela falta de ritmo e sonoridade qualquer do longa que desse um ritmo mais adequado para ele.

A sinopse é bem simples, pois o longa nos situa no Inverno de 1915 e mostra a vida reclusa da escultora Camille Claudel. Internada pela família num manicômio no sul da França, ela aguarda a visita do irmão, Paul.

A história poderia ter sido menos sofrível se tivéssemos algum tipo de movimentação maior, mas assim como o diretor Bruno Dumont quis transmitir a mesma sensação da protagonista para os espectadores, o filme chega a cansar demais, embora tenha conseguido até belas tomadas para passar todo esse sentimento de reclusão de uma escultora famosa num hospício abandonada pela família. Outro ponto que temos a reclamar é que o momento inicial de leitura textual, explicando melhor os motivos que levaram ela para os hospícios, sua história e tudo mais é praticamente uma metralhadora de informações numa velocidade quase impossível de ser lida, espero que a Califórnia Filmes ao lança-lo comercialmente de um jeito nisso, pois senão é o mesmo que não colocar nada para ser lido ali, nos textos finais já não ocorre isso sendo perfeita a explicação.

A atuação de Juliette Binoche pode ser perfeita até fazendo apenas um jantar, pois a atriz é impressionante em qualquer papel que pegue dando sua alma para que o espectador acredite realmente no que está sendo passado, aqui o filme seria imensamente pior se não contasse com ela. Jean-Luc Vincent aparece somente ao final para dar um texto forte sobre sua inspiração ao dom de querer ser padre ou algo do tipo, no melhor estilo teatral, que na minha opinião não chegou a ser útil para a história, mas acabou que foi bem feito e num palco seria altamente aplaudido. Os atores coadjuvantes até irei pesquisar mais se realmente são loucos ou fizeram essa interpretação perfeita para o filme, pois o que fazem incomodam muito de forma a ser quase perfeita sua loucura, de tal forma que talvez até tenha pesadelos depois com a personagem Lucas.

O local onde se passa o filme é muito bonito e consegue retratar perfeitamente aonde estamos, de tal forma ao barulho dos ventos incomodar demais, tanto que os microfonistas devem ter quase ficado surdos ao fazer o filme. Os elementos cênicos são mostrados a todo o momento para representar bem quase como parte atuante do filme, dando a sensação próxima da loucura mesmo colocando eles como objetos para a protagonista ver e se emocionar com cada coisa.

Enfim é um filme duríssimo que poderia até ser mais ameno e assim tornar degustável, pois quem não estiver preparado para se tornar um preso de hospício, praticamente se sentirá bem mal ou dormirá com as demoradas pausas entre um diálogo e outro, se tornando cansativo demais para qualquer pessoa. Como disse vale ver somente pela Binoche que ficaria bem até dando receita de sopa no programa da Ana Maria. Encerro aqui esse texto, mas ainda temos muitos outros hoje ainda no blog. Abraços pessoal!


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O Menino da Floresta

5/05/2013 12:29:00 AM |

Após ficar quase meio filme sem entender o porque uma criança conversava com pessoas de cabeças de animais, o resultado de um longa de animação de história bem complexa acaba sendo mais satisfatório do que eu poderia imaginar. “O Menino da Floresta” embora seja um pouco difícil e de nuances mais puxadas para um mangá do que para um desenho comumente visto pelos pais e por crianças de todo mundo, o filme 2D com traços estranhos agrada pela temática imaginária e emocional que projeta nos seus minutos finais.

A família Courge vive isolada na floresta. Enquanto o pai, tirânico impede o filho de sair do local, o pequeno  cresce como um selvagem, sem saber da existência de um mundo exterior. As únicas amizades do garoto são os fantasmas da natureza, até o dia em que um evento inesperado o força a sair da floresta. Lá fora, ele descobre a existência de um vilarejo e de uma garotinha chamada Manon.

A história em si é bacana, mas as vozes que escolheram para dublar acabam incomodando um pouco, tendo um resultado um pouco abaixo da média, pois não sendo de fácil assimilação o motivo de tudo ocorrer, acabamos ficando mais concentrados na história do que realmente no agradar do desenho que nos é proposto. Não digo que foi algo ruim, mas poderiam ter dado mais sentido aos animais logo no começo, para que pudéssemos apreciar mais o visual que quiseram nos mostrar da floresta onde o garoto vivia. O último ato faz valer praticamente o filme inteiro, mas você sai da sessão querendo ver novamente com outros olhos após entender tudo, acredito que para crianças o longa deva cansar um pouco. O diretor Jean-Christophe Dessant embora seja experiente em roteiros para animações, aqui faz sua estreia na direção de uma de forma bem satisfatória, como disse, agradando bem os adultos com uma boa história que embora pareça bobinha, tem muito para ser mostrada.

Os personagens em si agradam por suas histórias individuais mais do que tudo, pois como disse os traços não são os habituais que estamos acostumados e com isso chega a ficar difícil de assimilarmos ou gostarmos particularmente de algum. Os animais com corpo de gente chegam a ser bem estranhos, mas com o final da história, eles passam a impressionar mais ainda e acabam agradando bastante pelo contexto que passam.

O visual criado para ambientar a floresta é muito bonito e mesmo sendo em 2D, temos excelentes perspectivas que acabam agradando muito no visual, a cena onde o garoto descobre toda sua história não poderia ter sido melhor criada, agradando tanto pelas cores, quanto pela animação criada para ilustrar a volta no tempo em um flashback, literalmente perfeito quanto a isso.

Enfim, é uma boa animação, mas acaba sendo mais voltada para adultos pela história complexa que possui do que realmente para crianças. Como disse, poderia ter sido mais bem explicada logo no começo para ser mais agradável, mas no geral com a finalização ficou bem bacana de ser vista. Fico por aqui agora, mas daqui a pouco tem muito mais filmes aqui no blog hoje. Abraços e até daqui a pouco.


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O Homem Que Ri

5/04/2013 03:03:00 AM |

Esse é o filme dramático francês que estava esperando ver no Festival, simplesmente uma obra daquelas para se degustar inúmeras vezes como sempre fosse a primeira vez, pois é maravilhosa, e aqui divinamente interpretada e colocada diante de uma fotografia impressionantemente linda não tem como não sair da sessão feliz com o que assistiu, mesmo sendo completamente trágica. Em "O Homem Que Ri", ao mesmo tempo em que temos uma singela história temos uma visão política histórica da época que o filme se passa que acabamos ficando felizes e mais nervosos ainda com a forma política que sempre fomos tratados através de pão e circo, e ele nos deixa ainda mais a mensagem de que preferem rir da desgraça alheia a olhar para seu próprio eu.

Esta adaptação do romance de Victor Hugo traz a história de dois órfãos, Gwynplaine, um garoto cuja cicatriz no rosto dá a impressão de que ele está sempre sorrindo, e Déa, uma garota cega. Em pleno inverno, eles são acolhidos pelo grande Ursus e passam a viver com ele. Para ganharem dinheiro, os dois jovens decidem fazer um espetáculo pelas estradas, onde o sorriso de Gwynplaine desperta a curiosidade de todos que passam. Aos poucos, o garoto adquire fama e dinheiro, distanciando-o das únicas duas pessoas que sempre gostaram dele: Déa e Ursus.

A história em si é simplesmente perfeita, claro que já a vimos adaptadas por outros diretores e alguns até conhecem a história por livros que também o citam em alguns trechos, mas a forma que Jean-Pierre Améris dirige esta versão é quase um musical teatralizado de forma brilhante, alguns vão dizer até que podem ter visto uma visão de "Os Miseráveis" pela notória semelhança visual que o filme nos apresenta, mas aqui por não termos tanto a festa musical, acaba sendo bem mais forte e impactante a história de pobreza dos protagonistas e como ela nos é mostrada comparada com os ricos. A história sozinha já é muito boa e a forma que foi transmitida nessa versão conseguiu ser melhor ainda.

O trio principal de atores é algo que não me cansaria de ficar falando, pois são esplêndidos com tudo que fazem em todos os atos do longa. Marc-André Grondin conseguiu me surpreender de tal forma já quero assistir sem dúvida alguma todos seus filmes anteriores, principalmente porque vi que já ganhou muitos prêmios por outro filme, e se aqui foi perfeito e nem sequer levou alguma indicação imagino onde ele foi indicado, suas cenas aqui chegam a ter um peso imenso mesmo quando está fazendo algo cômico. Christa Theret chega a nos passar a sensação de que realmente é cega em diversos momentos, e assim sendo sofremos muito com tudo que ocorre com ela, acabando que observamos ela assim como o protagonista, sendo uma alma pura e perfeita. Gérard Depardieu é o ator francês que mais estamos acostumados a ver e ele raramente nos decepciona, aqui mostra que está bem velho e gordo, mas ainda assim perfeito em suas cenas interpretando seu texto magnanimamente.

Já falei um pouco no começo, mas vou reforçar bem agora sobre o visual do filme. Que coisa impecável, assim como falei ao sair da sala com a moça que estava trabalhando na porta do Festival, eu não consegui notar se a cenografia foi digital de tão perfeita e bela que conseguiram fazer, é algo ao mesmo tempo irreal e surreal, surpreendendo em cada elemento cênico que é destacado pela maravilhosa fotografia. Temos embora fictício quase a sensação de que podemos tocar em tudo até mesmo nas nuvens que estão passando ao fundo. Se você não ficar deslumbrado com o que irá ver esqueça tudo que já viu no cinema, pois é ao mesmo tempo forte, bem construído e belo.

Enfim, já falei muito e acabarei me repetindo demais elogiando tudo que vi na tela. Mais do que tudo recomendo demais esse filme, pois é muito bom mesmo. Ainda não tem data para estrear no Brasil, então corra para o site do Festival Varilux de Cinema Francês e veja qual o próximo horário em sua cidade para conferir o quanto antes, pois vale a pena ver em qualquer horário que seja. Fico por aqui hoje, afinal já assisti filmes demais, mas nesse sábado ainda teremos mais 4 ou 5 filmes do Festival. Então aguardem muitos novos posts por aqui. Abraços pessoal!



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Somos Tão Jovens

5/04/2013 02:24:00 AM |

Quando uma história de um mito é contada num filme, tudo que sabemos sobre ele acabam sendo apenas fatos, pois quando querem nos mostrar algo maior que ele pode ter sido e foi, um ser humano surpreendente, o que vemos é esse resultado. Falar de “Somos Tão Jovens” poderia até ser mais fácil se fosse um mega fã do cantor, mas apenas curtia suas músicas que sempre foram exemplares e excelentes de escutar e curtir, mas daí a querer ver como ele era um garoto alegre e ao mesmo tempo revoltado, já é outra história. Não digo que a história em si do longa seja primorosa e também não posso falar que tenha adorado o que vi, mas o que vi numa entrevista pedido pela mãe de Renato foi exatamente o que o diretor conseguiu transmitir, um longa sobre um ser humano que desejou mais do que ser apenas um mito que se tornou, claro que esperava conhecer um outro Renato, muito diferente desse que vi no filme.

O longa nos coloca em Brasília, 1973. Renato acabou de se mudar com a família para a cidade, vindo do Rio de Janeiro. Na época ele sofria de uma doença óssea rara, a epifisiólise, que o deixou numa cadeira de rodas após passar por uma cirurgia. Obrigado a permanecer em casa, aos poucos ele passou a se interessar por música. Fã do punk rock, Renato começa a se envolver com o cenário musical de Brasília após melhorar dos problemas de saúde. É quando ajuda a fundar a banda Aborto Elétrico e, posteriormente, a Legião Urbana.

Como disse na introdução do texto, o que vemos é algo bem construído usando as músicas do cantor e orquestrado divinamente pelo roteiro de Marcos Barnstein, que conseguiu fazer do cantor não apenas um músico, mas sim um garoto que desejava algo a mais para um Brasil, alguém que fosse digno de ter sua história contada de uma forma diferente, e o roteirista que já fez grandes histórias para o cinema consegue mais uma vez colocar bem sua eloquência nas mãos de um bom diretor, no caso aqui Antonio Carlos da Fontoura que soube dosar bem as músicas para que o filme não ficasse apenas um musical nem ficasse biográfico demais, mas sim um bom divertimento. Como falei também não é a melhor história que já vi e tenha gostado num filme sobre algum personagem marcante, mas no geral o que fizeram é algo muito bem construído e passado para o público.

Ainda irei pesquisar mais se realmente Thiago Mendonça cantou tudo, pois se fez isso passará a ser mais que um ator para se tornar um mito também com a imposição vocal que conseguiu passar de tal forma que achássemos que realmente quem estava cantando era Renato Russo e não um playback por trás. Laila Zaid faz uma Aninha singela e bem interessante de tal forma que a vemos não como uma atriz coadjuvante, mas quase como a protagonista da história pela condução que conseguiu passar. Bruno Torres consegue passar exatamente o Fê Lemos que já vimos em diversas entrevistas, sendo além de um bom baterista um egocêntrico máximo, ficou realmente muito bom o que o ator conseguiu fazer. Daniel Passi quase me convenceu ser gay, tanto pelo visual e pelas atitudes, mas acabou conseguindo fechar de forma a não sair do armário para com Renato. Na tela possuímos muitas outras bandas e cantores desse berço musical que foi Brasília nos anos 70-80, mas ficar falando de cada um individualmente seria um exagero e passaria horas aqui falando, então apenas comento que Ibsen Perucci como Dinho Ouro Preto ficou muito bom.

O visual do longa é outro fato que ficou muito bacana de ser observado, pois retratou uma Brasília interessante dos anos 70 com carros típicos e vários elementos cênicos que retratassem bem a época, poderiam ter aproveitado mais, mas preferiram focar muito mais nos atores, então não aproveitaram tanto algo que seria mais interessante talvez em explorar o que acontecia na época. Agora uma coisa inegável é a fotografia bem colocada para a trama, e nos momentos que temos preto e branco então ficou lindo demais, vale a pena conferir na tela grande somente por isso.

Bom, estamos falando de um cantor que as músicas são tocadas, regravadas e ouvidas praticamente todo dia até os dias de hoje, então falar que a trilha não é perfeita seria uma hipocrisia gigantesca. Praticamente todas as músicas que conheço e até algumas que nunca tinha ouvido na voz de Renato Russo estão presentes no longa, e tirando o rock punk que nunca curti, e já me incomodava no trailer, acabou tocou mais de uma vez chegando a incomodar mais ainda pois fica a música quase inteira na cena, o restante está mais do que perfeito

Enfim, é uma biografia musical interessante que vale mais pela trilha e visual do que para conhecer esse Renato que muitos nem imaginava existir, o retrato que prefiro ter em minha mente continuará sendo outro desse cantor e assim sendo irei preferir esquecer o que assisti aqui. Quem for muito fã do cantor recomendo esperar por "Faroeste Caboclo" que deve retratar melhor pelo menos musicalmente a ideologia que tivemos desse mito. Fico por aqui, mas daqui a pouco tem mais crítica do Festival Varilux de Cinema Francês que estou acompanhando.


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Aconteceu em Saint-Tropez

5/04/2013 02:07:00 AM |

Cada dia mais eu vejo que o cinema francês vem se assemelhando mais com o cinema americano, tudo bem que no francês temos mais absurdos improváveis de acontecer numa vida real, mas que está ficando muito semelhante isso sem dúvida alguma. Falo isso porque em "Aconteceu em Saint-Tropez", temos quase uma história bem americanizada de encontros e desencontros familiares e amorosos que acabam culminando em uma história única. O filme em si é bem bacana, bonito de se ver, cheio de confusões e reviravoltas, mas acaba sendo previsível em alguns momentos, tendo um desfecho satisfatório, principalmente para aqueles que gostarem de um bom romance cheio de trapalhadas e acontecimentos.

No filme nos é apresentado os irmãos Roni e Zef que se detestam. Muitas brigas já aconteceram entre os dois, por causa do trabalho, das mulheres, da maneira como vivem a religião judaica...A situação piora quando Roni decide casar a sua filha no mesmo dia em que Zef enterra sua esposa. A partir deste momento, uma série de eventos caóticos vão tirar a família dos eixos, mas eventos inesperados podem acabar gerando uma história de amor... ou mesmo duas.

A história em si como vocês podem notar pela sinopse é bem simples e a diretora Daniéle Thompson acaba nem se preocupando muito em complicar a história para termos algo bem divertido e conciso com o que é mostrado. Embora vejamos o entrelace de todos, tudo fica bem simples de ser entendido e agradável de se ver, finalizando de forma bem bacana com os três protagonistas. Poderia ser até um pouco mais difícil se fosse mais francês, mas o que temos é o comum de um filme americano.

A atuação que é mostrada pelos protagonistas agrada bastante e o que vemos é um Kad Merad sendo mais tradicional que em seus outros filmes, agradando na media e até sendo chato demais cantando toda hora a mesma música.  Eric Elmosnino até inquietante para não dizer tradicional, mas faz bem seu papel judaico. Clara Ponsot sabe ser linda e faz bem seu papel de garota mimada, agradando na medida certa para o papel. Monica Bellucci está um espetáculo de beleza e seu papel não poderia ser outra, casada por interesse e fazendo o comum de seus papéis. Lou de Laâge acaba parecendo quase uma Amanda Seyfried e faz de seu papel o comum de comédias românticas, mas claro possui muito mais expressão que a americana, e assim agrada bastante. Não vou enrolar muito para falar das atuações, mas o que vemos é o tradicional dos atores de comédias românticas se saindo bem, mas não sendo nada demais, claro tirando Ivry Gitlis que fazia tempo que um senhor de idade não me divertia tanto.

O filme nos mostra a França tradicional e bela de sempre, retratando uma família rica e tradicional também de costumes judaicos e alguns não seguindo o que deveria da religião para contrastar bem, então o que vemos é o comum sem ser chamativo demais nem apelativo demais, retratando sempre as belezas que a França e a Europa pode nos mostrar, claro com uma fotografia impressionantemente boa. Agradando em todos os sentidos e como disse no início fazendo o filme ficar mais ainda com a cara de um longa americano.

Enfim, é uma boa comédia romântica com todas as características que conhecemos sem mudar em nada, tendo alguns conflitos bem bacanas de serem vistos e deve agradar bem a todos que forem assistir. Recomendo apenas para os que realmente gostarem desse estilo um pouco açucarado e cheio de reviravoltas cômicas, senão acabarão reclamando mais do que agradando. Eu gostei, mas esperava um pouco mais de uma boa comédia romântica francesa ao invés de algo tão americano. Fico por aqui, mas daqui a pouco tem mais do Festival Varilux de Cinema Francês. Abraços e até daqui a pouco.



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A Datilógrafa

5/03/2013 12:27:00 AM |

Antes do que vou escrever aqui, não sou tão velho assim ok! Bem na época que comecei a querer trabalhar, ou melhor, quando comecei a fazer o colegial, ter uma caligrafia excelente ou datilografar perfeitamente ou quanto mais rápido melhor era um pré-requisito para ter sucesso. E esse praticamente foi meu trauma de juventude, já que não tinha nenhuma das duas coisas. Pois bem, assistir "A Datilógrafa" com tantos tec-tec, ou melhor, como aparece na música que grudará em suas mentes no filme cha-cha-cha, foi quase uma sessão de terapia de choque pra mim das melhores possíveis, pois o filme é sensacional mesmo, valendo qualquer esforço que você puder, assim que estiver passando em sua cidade daqui a alguns meses, ou se estiver passando o Festival Varilux por aí, vá assistir com toda certeza que é garantido muitos risos em uma agradável sessão no melhor estilo competitivo que um longa poderia ter com uma máquina de datilografar.

O longa nos mostra que aos 21 anos de idade, Rose Pamphyle mora com seu pai e estar prestes a casar com o pacífico filho de um garagista. Ela poderia virar uma dona de casa, mas a jovem tem planos mais ambiciosos. Ela sai de sua cidade e tenta um emprego de datilógrafa no escritório de seguros de Louis. Mesmo se suas habilidades como secretária são fraquíssimas, o homem fica impressionado com a velocidade com a qual Rose consegue digitar. Logo o espírito competidor de Louis se desperta: ele decide aceitar Rose como sua secretária, contanto que ela treine para participar da competição de datilógrafa mais rápida do país.

A história em si é bem simples e embora seja um longa francês, está cheia de clichés bem americanos, não que isso venha atrapalhar algo, mas assista já sabendo disso. Porém ela é tão bem contada de forma tão leve e divertida que não tem como não se apaixonar pelo que estamos assistindo. Tudo se encaixa tão facilmente que você acaba impressionado, como pode haver um campeonato de datilografia, como algo assim pode dar uma história boa, como um filme de época pode marcar tanto. Pois bem, você conseguirá ver tudo isso e muito mais romance nesse ótimo longa com a direção de Régis Roinsard que simplesmente só tenho de tirar o chapéu para tudo que fez aqui. É algo que escreveria horas falando coisas excelentes sobre o filme, mas vou apenas ficar dizendo, vá ao cinema ver o quanto antes puder.

Falar da atuação de Romain Duris é a coisa mais simples, afinal ele já me conquistou facilmente pela detonação que fez em "Como Arrasar um Coração", que é praticamente meu filme favorito e indico para todos que me pedir uma boa comédia romântica, agora já tenho mais um para indicar e pra variar com esse excelente ator, simplesmente excelente. Déborah François é sublime, interessante, bonita, leve, graciosa e porque não falar um monstro na datilografia, a garota coloca todo seu poder de atuação de forma brilhante e agrada por demais, sinceramente vou ter de procurar mais filmes dela depois para ver se é sempre assim, pois está demais. Bérénice Bejo consegue ser mais bonita ainda colorida depois de "O Artista", e aqui mesmo fazendo uma coadjuvante, quando tem seu grande momento mostra que mais do que bonita é uma excelente atriz e interpreta seu texto de forma impressionante. Enfim, falaria muito mais sobre todos os demais atores, mas o que posso falar é que mesmo os mais simples figurantes se saem muito bem nos seus devidos momentos sem que estraguem qualquer cena, ou seja, nesse quesito o filme é ainda melhor.

Um bom longa de época é aquele que consegue transmitir seu momento para o espectador, e isso é um pequeno defeito do filme, pois somente na última cena somos datados de 1959, pois conseguimos retratar que se passa nos anos pós-guerra pelo tanto que o protagonista fala disso, mas não sabemos precisar. Porém isso é apenas um mero detalhe que me chamou a atenção, pois tudo cenograficamente está muito bem encaixado e agrada bem visualmente de forma tão boa que não divirja do restante do filme, ótimo trabalho com certeza da equipe de arte. Outro ponto excelente é a fotografia que chama bem atenção de época, usando de certas ranhuras na película e nos dando a iluminação necessária para termos um gostoso filme de romance sem perder todo o tino cômico que o longa pode nos transmitir.

A trilha sonora é um ponto a parte que nem iria falar tanto, mas conseguiram fazer inclusive uma música para o barulho da máquina de datilografar, então não poderia de enumerar como ponto forte da trama, além disso, temos ótimas escolhas musicais para retratar todo o romance que a França pode trazer e agrada demais, tanto que tinha um senhor sentado ao meu lado que murmurava cantarolando toda a trilha sonora por trás de cada cena. Realmente um deslumbre de escolhas e reforço que a música do cha-cha-cha não sairá da sua cabeça tão cedo.

Enfim, não poderia começar melhor o Festival Varilux de Cinema Francês com um excelentíssimo longa, que até possui alguns defeitos, mas são tão pequenos comparados a excelência do filme que nem valem a pena serem ressaltados. Recomendo demais ele para todas as idades e gostos, garantindo que não tem como não se divertir com o que é apresentado. E fico por aqui hoje, mas amanhã a tarde já estarei a postos para conferir os outros filmes desse excelente Festival que trará muitos filmes que só estrearão no Brasil daqui a muitos meses, e se duvidar aqui pelo interior nem devem aparecer, portanto quem puder e quiser assistir, aproveite muito o Festival. Conforme for escrevendo vou publicando e falando mais pessoal. Abraços e até breve.

PS1: Esse texto foi escrito com 185 caracteres por minuto, muito longe do que a protagonista faz no filme!
PS2: Como são filmes inéditos no Brasil, não arrumei trailers legendados para por nas críticas, então vai os franceses mesmo!


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