Três Amigas (Trois Amies) (Three Friends)

11/16/2024 09:26:00 PM |

Costumo dizer que gosto mais dos dramas cômicos franceses do que das comédias dramáticas deles, pois acabam enrolando tanto com conflitos e desencontros que mais irrita do que agrada, e hoje o longa do Festival Varilux de Cinema Francês, "Três Amigas" ficaram bagunçando tanto entre as mulheres e os homens da trama que seria mais fácil todos confessarem ter interesse nos parceiros dos outros e rolar uma festa conjunta logo de cara, pois é uma troca de chifres tão grandiosa que acaba sendo até chato, e o pior é que ninguém desconfia de ninguém, ou seja, o caos reinando no meio da alegoria!

A sinopse nos conta que Joan não está mais apaixonada por Victor e sofre por se sentir desonesta com ele. Alice, sua melhor amiga, a tranquiliza: ela mesma não sente paixão por Eric, mas o relacionamento deles está indo maravilhosamente bem! Ela não sabe que ele está tendo um caso com Rebecca, sua amiga em comum. Quando Joan finalmente decide deixar Victor e que ele desaparece, a vida das três amigas e suas histórias viram de cabeça para baixo.

Diria que o diretor e roteirista Emmanuel Mouret até trabalhou bem, mas é o famoso filme de traições e confissões que facilmente seria melhor ter virado uma minissérie ou alguma esquete de vários capítulos, do que propriamente um filme, pois ao mesmo tempo que vemos na tela o lado bonito só começo e do fim de amores, também vemos a síntese de algo falso que entre amigas, e isso não funciona bem na vida, muito menos na tela, de tal forma que não engrena aonde o diretor precisava mostrar. Talvez se focasse só na Joan e no fantasma do marido o longa iria mais além, mas com todos os conflitos não funcionou.

Quanto das atuações, India Hair fez a famosa mulher confusa do que deseja na vida, não se entregando para o amor nem fugindo dele, de modo que sua Joan acaba sendo meio apática demais para sentirmos alguma pena dela, mas se o outro rapaz tivesse se matado também, seria incrível para o roteiro. Camille Cottin fez sua Alice de um modo solto demais, sem muitas desenvolturas expressivas e até se perdendo no interesse da trama, de forma que não convence na paixão nem com o marido, muito menos com o caso de final de semana, de modo que até optaram por não mostrar eles juntos, ou seja, falhou nesse sentido. Sara Forestier tinha tudo para que sua Rebecca fosse a quebra cênica do longa, mas não se entrega para a personagem, apenas parecendo a famosa fura-olho das amigas. Damien Bonnard trabalhou também de um modo bem apático, tanto que seu Thomas acabou dando match com a Joan, e seria um belo casal morno. Grégoire Ludig até teve algumas boas sacadas com seu Eric, mas como não é o protagonista principal do longa acabou ficando em segundo plano demais. Agora quem dava para ter mais sacadas cômicas e agradaria bastante pelo pouco que fez nos seus atos foi Vincent Macaigne com seu Victor, de modo que como fantasma e narrador chamou muito mais atenção do que os que continuaram vivos.

Visualmente a trama se passa em Lyon, tendo bons apartamentos, casas de campo, e até uma escola bem colocadas aonde as mulheres trabalham, tendo alguns atos com pinturas aonde outros personagens vivem, e tudo bem alocado para apenas representar os devidos momentos, mas sem grandes anseios expressivos, já que os diálogos falaram bem mais do o visual na tela.

Enfim, é um longa simples que até poderia ter ido mais além, mas que focou pouco na estrutura e assim o resultado acaba não impressionando como foi entregue. E é isso meus amigos, vou para mais uma sessão hoje para ver se salva o dia, pois diferente de ontem que só tive bons filmes, hoje todos estão bem medianos. Então deixo vocês com meus abraços e volto logo mais com outros textos.


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