A sinopse nos conta que em 1928, nos vibrantes “anos loucos” de Paris, a dançarina Ida Rubinstein encomenda a Maurice Ravel a música para seu próximo balé. Enfrentando uma crise de inspiração, o compositor revisita os capítulos de sua vida – os desafios de seus primeiros anos, as marcas da Grande Guerra, o amor impossível por sua musa Misia Sert… e finalmente decide se dedicar à criação de uma obra-prima universal, o Bolero.
Diria que a diretora e roteirista Anne Fontaine teve uma ideia bem clara do que desejava entregar, que era a repetição dos fatos assim como a canção se desenvolve, e dessa forma seu filme acaba sendo meio preso demais, não que isso seja algo ruim, mas ficou faltando trabalhar mais dinâmicas e desenvolturas, afinal os anos 20-30 foram regados a festas loucas e tudo mais, porém ela ficou tanto em algo mais fechado que acabou não fluindo como poderia e deveria, deixando Ravel mais seco do que seu amor pela sua musa.
Quanto das atuações, diria que Raphaël Personnaz foi bem preciso na entrega que fez para seu Maurice Ravel, de modo que trabalhou movimentos e dinâmicas imponentes como maestro e bem sérias como pessoa,não ponto de não vermos uma explosão que fosse, mas se o personagem era assim, fez muito bem. Doria Tillier foi muito graciosa e bela com sua Misia, de forma que acabou sendo até mais chamativa do que apenas musa para o maestro, mas sim para todos que conferirem, pois ela entrega demais na tela. E falando em anos malucos, Jeanne Balibar entregou muita desenvoltura para que sua Ida Rubinstein fosse bem maluca, cheia de presença com sua dança, e claro deixando o protagonista maluco com a entrega da composição. Ainda tivemos boas cenas comoventes e emocionantes de presença simbólica para o personagem com a Marguerite de Emmanuelle Devos, e a Madame Revelot de Sophie Guillemin, que fluem de uma forma gostosa de ver e Valéria até mais desenvolvimento com elas.
Visualmente a trama tem uma boa entrega cênica, mostrando bem os concertos, peças e óperas, tudo com um figurino bem imponente e clássico, dando um bom destaque para os sapatos envernizados que o maestro nem aparecia se estivesse sem, vemos festas interessantes, e também conseguiram dar boas presenças em ambientes mais diferenciados como uma fábrica para conseguir arranjos, e descansos a beira mar, de modo que a equipe de arte teve um bom orçamento, e fez bom uso dele.
Nem vou colocar o link da música, pois como é mostrado ao final do longa a cada 15 minutos no mundo alguém escuta, canta ou toca o Bolero de Ravel, então apenas cantarolem, senão vão ficar com ela na cabeça
Enfim, é um excelente filme que poderia ser melhor se não fosse tão repetitivo como a música, mas ainda assim a imponência da canção e também a entrega do protagonista fazem valer a conferida, então fica a dica. E é isso meus amigos, fico por aqui agora, mas já vou para mais uma sessão do Festival Varilux, e volto depois com mais textos, então abraços e até logo mais.
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