A Linha da Extinção (Elevation)

11/23/2024 02:15:00 AM |

Costumo dizer que alguns produtores quando fazem um longa de sucesso acabam pegando aquele mote e querem destroçar ele ao máximo, usando de todas as formas possíveis, de tal maneira que o roteirista olha para ele e fala "Você tem certeza disso?", pois já vimos diversos usos dos bichões de "Um Lugar Silencioso", e agora em "A Linha da Extinção" temos algo muito semelhante, com uma pegada diferente que aqui você não pode nem respirar que o bichão vem pelo gás carbônico, mas incrivelmente não sobe mais do que 2400 metros, e mesmo não gostando de dar spoilers já vou adiantar, que acaba o filme e nem os personagens sabem o real motivo dessa altura! Claro que mesmo tendo bichões, o lance de sobreviver num mundo pós-invasão e aqui necessitar descer para a cidade por motivo de necessidades, a densidade dramática é colocada mais em um estilo de guerra do que de sobrevivência e fuga como aconteceu nos outros filmes dos produtores, e ainda assim o resultado lá foi para outros rumos, enquanto aqui quando descobrem bem o que são os bichões, a coisa fica mais densa e interessante para o que virá para frente. Detalhe, tem uma leve ceninha no meio dos créditos, mas nada que vá impressionar para a continuação.

O longa nos mostra que nas desoladas montanhas rochosas pós-apocalípticas, um pai solteiro e duas mulheres corajosas se veem forçados a deixar a segurança de seus lares. Três anos antes, a Terra foi dizimada por criaturas extraterrestes que, por alguma razão desconhecida, não chegam em altas altitudes, mais especificamente a marca segura de 2400 metros de altura. Precisando se adaptar, os sobreviventes agora vivem em locais elevados e evitam ultrapassar a linha que os separa dos monstros imbatíveis. Unidos por um objetivo comum, Will, Nina e Katie embarcam em uma jornada repleta de perigos, tentando enfrentar os novos predadores que habitam esse mundo hostil. Com o destino de um menino em suas mãos, eles lutam não apenas pela sobrevivência, mas também por redenção, descobrindo a força da amizade e o poder da esperança em meio ao caos. Essa aventura épica revela o que significa ser família em tempos de desespero.

Por incrível que pareça já conferi todos os longas do diretor George Nolfi, e ele é daqueles que não costuma escolher gênero, fazendo desde filmes de viagem temporal, tramas sobre lutas, dramas mais fechados e agora partiu para a ação pós-apocalíptica, aonde a base é simples, e se qualquer diretor souber ousar bem consegue empolgar, e aqui ele segurou bem a dramatização com poucos personagens e muita interação, em atos marcantes aonde a qualquer momento os bichões poderiam surgir do nada nos ambientes dos personagens, e fazer você pular da poltrona (aconteceu comigo em uma que até cheguei a xingar o bicho!), de modo que o estilo do diretor é o da famosa dinâmica acontecer, tudo rolar, e o explicar de menos para que você tire suas conclusões ou entenda como desejar, pois o filme acaba sem explicações maiores do motivo da altura que os bichos não entram, e principalmente por quais motivos só matava humanos enquanto os animais continuaram vivendo normalmente na terra. Ou seja, ficou muita coisa para o segundo filme contar, e a semelhança tão grande com o filme silencioso acabou deixando as coisas meio que sem empolgar como deveria.

Quanto das atuações, o longa teve um time até que bem interessante e coeso, sem precisar de muitos personagens para se desenvolver, com Anthony Mackie trabalhando de forma bem tradicional, no estilo que sempre vemos em todos os seus papeis, com uma calma bem redondinha, fazendo atos diretos sem explosões, e conseguindo convencer muitas pessoas nas loucuras que se mete, de modo que seu Will é um bom pai e quer seguir uma linha de vida para o garoto, não importando que isso lhe mate no caminho, de forma que funciona na proposta, sem fazer uma vírgula fora do que o papel precisava. A brasileira Morena Baccarin trabalhou uma Nina bem fechada, seca de expressões e só perto dos atos finais entendemos bem o que ela e o diretor quiseram passar com esse estilo, de modo que estamos acostumados a ver ela mais solta em cena, ficou pronta para guerra e doida para fritar uns bichões. A jovem Maddie Hasson já vemos de cara o que vai rolar com sua Katie, de modo que a garota até entrega atos bem trabalhados, e passa um certo carisma logo de cara, mas é o típico personagem que só ficamos esperando o ato para errar e atrapalhar todo mundo. Quanto aos demais, praticamente não fizeram nada que chamasse muito a atenção, tendo Rachel Nicks aparecendo em algumas lembranças com sua Tara, e o garotinho Danny Boyd Jr. com falta de ar a cada duas cenas, ou seja, a corrida que ele fez na cena inicial nem por reza ficou verossímil com a ideia de alguém que tem problema nos pulmões. 

Visualmente as cenas foram filmadas em montanhas, mas sem grandes escaladas, tudo meio que num ambiente mais alto, com muitas florestas, alguns atos num teleférico, muitos atos claustrofóbicos numa mina abandonada, e também em um hospital destruído, além claro das pequenas vilas bem isoladas nos topos acima da linha, tendo como base muitas armas para tentar atirar nos bichões, falando neles foram bem feios, com alguns tentáculos estranhos com luzes, e que mais ao final descobrimos seu recheio, então tudo bem trabalhado pela equipe de arte para convencer na tela.

Enfim, é um filme simples, que parece um derivado de outro que já vimos nos cinemas, mas que funciona dentro da proposta colocada na tela, que prende, é rápido e curto indo direto ao ponto, então quem tiver com disposição pode ir conferir que vai curtir. E é isso meus amigos, fico por aqui hoje, mas volto amanhã com mais dicas, então abraços e até logo mais.


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