O longa fala sobre o caso que ocorreu em 1972, quando o voo 571 da Força Aérea Uruguaia, fretado para levar uma equipe de rugby ao Chile, cai em uma geleira no coração dos Andes. Apenas 29 de seus 45 passageiros sobrevivem ao acidente. Presos em um dos ambientes mais inacessíveis e hostis no planeta, eles são obrigados a recorrer a medidas extremas para se manterem vivos.
Já falei até que bastante do diretor e roteirista J.A. Bayona no parágrafo inicial, mas ainda tenho que dizer que ele soube ser criativo em uma baseada em fatos reais, e que ainda por cima tem base em cima do livro homônimo de Pablo Verci, ou seja, já tendo tudo pronto ele pegou para si toda a ideia e desenvolveu com tanta nuance expressiva que mesmo que alguns atos possam ter acontecido da forma mostrada, muito de ficcional foi criado para dar as devidas explosões cênicas, e assim sendo vemos algo tão bem trabalhado que claramente não tiveram dúvidas de colocar o longa como escolhido para representar a Espanha nas premiações mundo afora (Oscar, Globo de Ouro, etc), e só não apostaria todas minhas fichas nele por não ter visto muitos os outros candidatos, mas se ganhar com toda certeza irei fazer muita festa tanto pelo longa, quanto pelo diretor, pois como já disse no começo ele tem o dom para esse estilo, então roteiristas que tiverem outros longas com personagens sofrendo ao máximo podem chamar que vai virar sucesso.
O mais interessante é que mesmo não sendo um filme aonde os atores tem uma voz maior, se destacando ou chamando a responsabilidade para si, e sim os atos e expressões que fazem no conjunto, diria que tivemos muitas virtudes marcantes em cada um desde Enzo Vogrincic com seu Numa mais centrado, religioso e preocupado, passando por Agustín Pardella com seu Nando Parrado disposto a tudo para conseguir sair dali, enfrentando tudo e todos, tendo ainda o jovem Matías Recalt com seu Roberto Canessa bem imponente, com uma pegada direta e bem colocada, ou até mesmo com Andy Pruss com seu Roy Harley consertando os rádios para desespero e felicidade em diferentes atos, e claro temos de colocar o corajoso Rafael Federman com seu Eduardo Strauch que acabou alimentando os sobreviventes de um modo inusitado, entre muitos outros que trazem as devidas nuances, mas como disse, sem ter algum destaque maior expressivo, mostrando que todos estavam bem dispostos a dar o máximo no conjunto sem querer chamar atenção.
Quanto do quesito visual quem conhece o diretor sabe que até mesmo num filme de dinossauros ele optou por filmar dentro de florestas para usar o mínimo de computação cênica possível, então aqui diria que ele só fez computação mesmo nas cenas do desastre, afinal são fortíssimas e recriar aquilo de modo prático não deve ter sido algo muito legal, mas foi tão bem feito que estou arrepiando aqui escrevendo depois de passado um bom tempo que vi o longa, ou seja, marque a cena nos 14 minutos, que vai ser tenso. Fora isso, ele levou todo o elenco para os Andes, na Argentina, e fez todo mundo passar bastante frio, colocou a equipe de arte para criar réplicas bem trabalhadas do avião destruído, de malas, de corpos bem realistas para que os personagens comessem a carne dali, botou a equipe de maquiagem para judiar ao máximo dos atores, e muitos perderam bastante peso para as cenas finais, ou seja, um trabalho de primeiro nível artístico, que mesmo sendo triste acaba sendo belíssimo de ver na tela.
Enfim, é daqueles filmes que você se prende, passa mal, fica se mexendo o tempo inteiro na poltrona incomodado com tudo, que até dava para talvez ser um pouco menor para envolver mais rapidamente, mas como falei antes acredito que foi bem proposital do diretor "alongar" a trama para deixar o público incomodado da mesma forma que os sobreviventes ficaram quase 3 meses esperando serem resgatados, e assim sendo dê o play e se prepare, pois a trama tem atos bem chocantes. E é isso pessoal, fico por aqui hoje, mas volto amanhã com mais dicas, então abraços e até logo mais.
1 comentários:
ÓTIMO
Postar um comentário
Obrigado por comentar em meu site... desde já agradeço por ler minhas críticas...