Como o diretor Mauricio Eça já teve uma trilogia para chamar de sua (saga Ritchoffen - "A Menina Que Matou Os Pais", "O Menino Que Matou Meus Pais", "A Menina Que Matou Os Pais - A Confissão") acredito que aqui ele quis fazer a mesma coisa, apenas fazendo uma trama meio que inicial aonde tudo vai se conectar melhor futuramente, porém ele realmente precisava desenvolver melhor seus personagens antes de algo, diria que talvez uma mini semana de aulas para que tudo fizesse mais sentido na tela, pois mudaram atores, mudaram nomes, mudaram tudo o que vimos em "Laços" e "Lições", e aí não recaindo tanto para o lado emocional de uma turminha, mas sim para uma pegada mais tensa voltada para o suspense, o diretor acabou correndo com tudo na tela, e a sensação espaço-tempo acabou ficando meio que perdida. Volto a afirmar que não é algo ruim, mas precisava de um algo a mais para que tudo fizesse mais sentido, o que é uma pena, pois diria que esse não é tão um filme voltado para o público infantil, então pegar o público adolescente que não é devorador dos quadrinhos da TMJ vai ser difícil.
Quanto das atuações, diria que todos caíram bem nos seus papeis, mas confesso que ainda sou fã do carisma dos personagens anteriores, de modo que Sophia Valverde trouxe para sua Mônica um lado misto entre o explosivo e o apaixonada, e nem tanto um lado de amizade, pois não cativa o sentimento dessa forma nos atos com os demais, parecendo realmente mais líder de uma turma do que alguém que está pronta para ouvir e desenvolver, sendo que no sentido visual até que agradou sempre com roupas vermelhas, e trabalhou bem para segurar o protagonismo. Xande Valois trabalhou seu Cebola com uma pegada bem jovem e descontraída, tendo bastante estilo, mas confesso que senti falta de seu trocar "R por L" nas falas, o que também não é explicado, mas o jovem entregou personalidade e até foi bem. Bianca Paiva fez de sua Magali uma personagem meio estranha não por pertencer a uma ordem de magia, mas por passar o filme inteiro sem comer um pão que fosse, o que não conecta com a imagem que temos da personagem, fora que a atriz pareceu um pouco triste demais em cena, o que acaba não indo muito bem. Já Theo Salomão transformou seu Cascão num campeão de parkour, pulando de um canto para o outro na tela, algo que é até interessante de ver, além de ter o ar medroso bem encaixado como o personagem que conhecíamos, e assim sendo ele até trabalhou bem seus atos e agradou de certa forma. Ainda tivemos muitos outros atores e personagens bem colocados com destaques na tela para Carol Roberto com sua Milena, Carol Amaral com sua Denise, Yuma Ono com seu DC, e Giovanna Chaves com sua Carmem, mas quem acabou aparecendo mais entre os secundários foi a tia Nena da Magali, que Eliana Fonseca trouxe para a tela, e uma versão do louco que aqui chama Licurgo que Mateus Solano entregou bem pouco do que sabemos que é capaz.
Visualmente a trama foi trabalhada sem muitos desenvolvimentos, parecendo algo meio que acelerado na tela, mostrando um pouco do colégio, um museu, e a casa da Tia Nena, tudo sem grandes detalhes, além disso no conceito de figurino tivemos um vilão meio que icônico que é o cabeça de balde, e os personagens com suas roupas e cores tradicionais, isso no mundo normal, dentro do espelho tivemos um labirinto bem marcante cheio de reflexos bem colocados, mas a gosma na perna computacional ficou muito estranha, o que não condiz com um filme desse porte.
Enfim, talvez como uma nova franquia se não cair para o rumo das séries como fizeram com os menores, a chance de um segundo filme melhorar tudo é alta, mas do contrário diria que a chance de perder ainda mais público com continuações é alta, então minha sugestão é quem for conferir tentar não pensar tanto nos demais que já conhecemos, e criar um novo pensamento em cima da turminha, que aí a chance de gostar é maior. E é isso pessoal, fico por aqui hoje, mas volto em breve com mais textos, então abraços e até logo mais.
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