Netflix - Em Ruínas (황야) (Hwang-ya) (Badland Hunters)

1/28/2024 04:49:00 PM |

Algumas vezes disse que sábio é o diretor, roteirista e produtor que consegue usar um cenário pronto para criar muitas coisas em cima dele, e se já estavam filmando o drama apocalíptico "Sobreviventes - Depois do Terremoto", porque não utilizar tudo o que já estava preparado para criar uma ação de pancadaria usando o mesmo ambiente, tema, e até mesmo a ideia? Pois bem, o longa da Netflix, "Em Ruínas" é classificado como uma continuação do longa que estreou nos cinemas por aqui na semana passada, mas quem não conferiu não se preocupe, pois apenas a ideia do terremoto, e claro o único prédio que ficou de pé na cidade, que se lá viviam apenas os moradores do condomínio, aqui virou um reduto de experimentos para sobreviverem sem comida e água, dominado pelos soldados e por um médico maluco. Ou seja, temos o mesmo ambiente, o mesmo plot de desenvolvimento, mas como temos um resgate tudo é mais voltado para a pancadaria e tiros para todos os lados, de modo que funciona também para quem gosta do estilo, e mesmo sendo bem estranho os personagens, afinal usam da base de répteis para viver em lugares secos e se regenerar, e claro tendo a famosa base de mil tiros não acertam os protagonistas, mas um só deles derruba dez soldados rivais, o resultado acaba sendo bem bacana servindo como um bom passatempo que não dá para esperar muito dele, então curta e quem sabe logo venha um terceiro longa para finalizar uma trilogia.

A sinopse nos conta que anos após Seul se transformar em uma terra sem lei, depois de um terremoto que destruiu a cidade, um experiente caçador decide resgatar uma adolescente sequestrada por um médico que realiza experimentos em humanos.

Diria que o diretor Heo Myeong Haeng soube trazer para sua estreia por trás das câmeras o que mais sabe fazer que são acrobacias de dublês, afinal já são anos trabalhando profissionalmente como um desses malucos que saltam, lutam e tudo mais para que um filme de ação fique crível e intenso, e com isso ele foi muito esperto em utilizar bem toda a cenografia já pronta de outro longa para desenvolver sua história e dar as dimensões de um resgate bem dramatizado na tela, de forma que o filme acaba funcionando mais pelas boas cenas de tiros e pancadaria do que pela história em si, afinal vemos bem rapidamente como tudo está sendo feito pelo médico, vemos como são feitas as negociações, o tratamento da água para chegar nos jovens preparando a glândula, mas nada mais do que isso, e depois é tiro, porrada e bomba como costumamos falar, e assim ele entregou o que prometeu e agradou como um bom passatempo do estilo.

Quanto das atuações, já nos acostumamos tanto com o lado brucutu bem humorado de Ma Dong-seok que sabemos que filme com ele dificilmente são ruins pelas suas sacadas e claro por botar todos os vilões no chão sejam com balas, facões ou até mesmo na mão, e aqui seu Nam é bem trabalhado, tem a comicidade tradicional em alguns atos, mas a grande base é seu estilo seco de lutar que agrada e funciona demais, então não temos que esperar nada mais dele, e só se divertir com tudo na tela. A jovem No Jeong-ee trabalhou um olhar tão dócil para sua Su-na que chega a ser até bobinha demais na tela, e sempre fazendo a pergunta "cadê minha avó?" acaba até irritando os vilões, mas trabalhou bem com cenas nas espreitas e não sendo apenas mais uma cobaia para o médico maluco. A soldado que Ahn Ji-hye entrega tem personalidade forte e entregou também boas lutas e interações, de forma que acaba chamando atenção nos seus atos. Ainda tivemos muitos outros personagens, mas que não foram listados aonde pego os nomes, e nos créditos não dá para resolver já que são apenas caracteres coreanos subindo, então vale bem destacar o médico Gi-su completamente maluco e desesperado para a cura de um pedaço de sua filha que sobrou após o terremoto, e a professora que até achei que fosse a síndica do prédio do outro filme, mas são bem diferentes e a jovem daqui tem trejeitos menos diretos que a outra, e claro o jovem Lee Joon-young que fez o parceiro de caça do protagonista Ji-wan sendo bem dinâmico, mas força um pouco demais a barra.

Visualmente ainda sigo com a ideia de que usaram muita computação para criar todo o ambiente destruído, mas como já foram dois filmes usando o mesmo local, estou quase fadado a acreditar que construíram um bom pedaço de tudo destruído pelo chão para fazer mais cenas externas sem precisar de tanto chromakey, e acaba sendo bem chamativo tudo ali, além claro que tivemos várias cenas no interior do prédio, mostrando o porão aonde é feito o tratamento da água, a escola meio que estranha e também o laboratório do médico maluco, tudo com um ar bem montado, mas sem grandes elementos cênicos para serem usados, tendo claro muitas armas (algumas com um poderio violentíssimo que praticamente explode as pessoas com um único tiro), facões, arcos e bombas, e do lado médico uma máquina meio estranha que suga líquido das glândulas dos jovens, muitos animais em potes e tudo que represente bem um laboratório.

Enfim, está bem longe de ser uma trama perfeita, aonde a desenvoltura do roteiro pudesse chamar mais atenção e ser criativa com nuances mais explicativas talvez de tudo, mas como a proposta era um filme de pancadaria com muita ação o resultado acaba sendo bem convincente e agrada bastante na tela, então é ver sem esperar muito dele, bem como um grande passatempo, e esperar se irão fazer um terceiro filme, de quem sabe a reconstrução da cidade e os problemas que acontecerão, mas isso só o tempo dirá, então aguardaremos. E é isso pessoal, fico por aqui hoje, mas volto em breve com mais textos, afinal hoje ainda vou ver mais um longa, então abraços e até logo mais.


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