Quando os diretores Nick Bruno e Troy Quane estrearam em 2018 com "Um Espião Animal", minha principal crítica foi a de faltar uma escolha mais definida de público-alvo, e aqui eles resolveram em definitivo que essa era mais uma animação para adultos do que para a garotada, embora tenha uma ou outra pegada graciosa e colorida para pegar os menorzinhos, mas a grande ideia, o roteiro em si e as desenvolturas são todas bem mais colocadas para o público jovem-adulto, e assim sendo puderam colocar violência sem limites, sacadas com teores mais discutíveis e claro muita irreverência para seus personagens, além claro de um traço mais forte, e assim sendo o resultado acaba sendo cativante e diferenciado dentro da proposta, que acaba funcionando bastante na tela, e que claro agradou muitos que conferiram ele. Ou seja, é daquelas animações que você sente a presença da direção e do roteiro e que acaba querendo até mais na tela, e assim sendo como costumo dizer, se acertar o público alvo numa animação você faz sucesso, e o resultado veio agora com a indicação.
Quanto dos personagens, diria que o protagonista Ballister foi desenvolvido meio que rapidamente durante a apresentação inicial e depois tem toda sua desenvoltura trabalhada nas fugas e nas tentativas de se mostrar inocente, então daria para ter uma pegada mais dramática para que não ficasse tão bobão na tela, porém ele tem um certo charme carismático para convencer os espectadores e assim acaba agradando bastante. Já Nimona sem dúvida é o carisma em forma de qualquer coisa, pois sendo uma transmorfa fica na forma humana em vários atos diferentes, fica na forma de diversos animais, e consegue entregar tanta desenvoltura que se personifica na tela em cada ato melhor que o outro, ou seja, não basta apenas levar o nome do filme, é o filme, e agrada demais. Ambrosius teve alguns atos para chamar mais atenção, mas ficou muito em segundo plano, de modo que acaba não fluindo como deveria para ir mais além, mas não atrapalha, e assim alguns podem acabar gostando dele. Agora sem dúvida alguma dava para ter desenvolvido um pouco mais da personalidade da Diretora, pois não temos uma grande entrega para que ela virasse uma vilã chamativa para os atos finais, sendo daqueles personagens que se perdem um pouco na tela, mas que certamente possuem uma síntese mais chamativa no roteiro que acabou não sendo usado.
Visualmente é um longa que facilmente muitos colocariam como um anime oriental pelos traços, cores e estilos, e souberam brincar bem com toda essa ideologia na tela, de forma que temos coisas futuristas misturadas com elementos medievais, toda uma explosão cheia de dinâmicas entre personagens e cenários, e claro muitos tiros e mudanças de ambientes, que acabam funcionando bastante dentro da perspectiva toda, ou seja, como falei no começo tendo a pegada mais voltada para os jovens adultos o resultado vai agradar bastante, afinal não segurou a classificação e botou tudo para jogo na tela.
Enfim, é uma animação bem diferente do usual e funciona bastante por ser assim, pois se seguisse uma linha mais tradicionalista acabaria apagado e esquecido, e sendo assim vale bastante o play para todos que não possuem preconceitos e gostam de algo divertido e cheio de nuances, então fica a dica. Não acredito que ganhe o Oscar, justamente por ser diferente demais, mas entrou com chances e vai brigar pelos votos com certeza! E é isso meus amigos, fico por aqui hoje, mas volto amanhã com mais dicas, então abraços e até logo mais.
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