Como muitos sabem, costumo bater mais do que elogiar em diretores estreantes, mas posso dizer que a diretora e roteirista Celine Song soube conduzir muito bem sua obra para algo que fosse fácil de colher frutos, tanto que garantiu indicação ao Oscar de Melhor Roteiro Original, além de vários outros prêmios que vem colecionando, e como disse no começo, a história é bem bonita de ver, mas faltou aquele algo a mais que sempre esperamos acontecer, que impactasse realmente no público, coisa que talvez ela adquira com mais experiência, mas que mostrou sabedoria em pontuar suas dinâmicas, em envolver toda a situação na tela sem precisar de eventos reflexivos, e claro, brincou com a ideia de reencarnações que é algo tão tradicional na cultura oriental, que até poderia ter trabalhado um pouco mais para chamar mais atenção, mas como não rolou, acabou sendo tudo bem básico e bem feito ao menos.
Quanto das atuações, diria que Greta Lee segurou muito bem toda a personalidade e a emoção de sua Nora, de modo que consegue passar bem o que sente por dentro de seu relacionamento com o americano e também o sentimento guardado pelo jovem coreano, sendo bem transmitido em olhares e claro na falta de frases para passar isso na tela, que como muitas vezes falamos o silêncio diz muito mais do que algumas palavras, e assim podemos dizer que a atriz foi muito bem escolhida para o papel. Da mesma forma Teo Yoo passa esse sentimental marcante para seu Hae Sung, de modo que é nítido o brilho no olhar e a emoção de estar revendo sua paixão de infância nos dois momentos, inicialmente pelo computador e depois ao vivo, sendo traçado bem toda a essência e a tensão que o jovem consegue demonstrar, e claro acertar no que precisava fazer. Confesso que chega a dar um misto de dó e pena para o papel de John Magaro, pois seu Arthur vê que a esposa ainda tem a paixão pelo jovem coreano, mas também tem sentimentos por ele, e o mais engraçado é ver que ele entrega tudo tão fácil, sabendo da escolha dela, que ficou até meio bobo em cena, mas de certo modo acertado, ou seja, ficou aquele personagem literalmente de vela na cena do bar.
Visualmente a trama é bem bonita de ver, mostrando basicamente alguns pontos chaves de Nova York como a ponte e o passeio de barco para ver a estátua (o diálogo do marido falando que nunca foi lá com ela é de ficar com muita dó do rapaz!), vemos alguns bares em Seul aonde o protagonista e seus amigos vão, os quartos dos dois conversando através do Skype, e claro o bar aonde o filme começa e praticamente termina, tendo boas nuances de roteiro, aonde a equipe de arte não precisou trabalhar muito, mas conseguiu ser bem simbólica e interessante de ver.
Enfim, não sei se fui esperando muito dele pelas várias indicações, mas senti que faltou um algo a mais para mudar de "bonito de se ver" para "emocionante e impactante" como um bom drama romântico deve ser, mas que mostra que a diretora está no rumo certo para decolar de vez, pois conseguiu todas as atenções agora com esse, e certamente muitos irão apontar suas falhas para que num próximo longa ela entregue algo perfeito. Então fica a dica de conferida, claro para completar a lista dos prêmios, e eu fico por aqui hoje deixando meus abraços com todos e volto amanhã com mais dicas.
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