Se no primeiro filme eu reclamei de um dublê/diretor de dublês assumir a direção de algo tão imponente como primeiro filme, nos demais eu disse que o diretor Chad Stahelski assumiu algo que é completamente a sua cara, pois ele dominou tudo, deu sua cara e basicamente quando algum diretor decide ter cenas de ação desenfreadas com coreografias gigantescas de lutas e dublês aos montes vão até ele para se consultar, e o melhor, ele manteve esse estilo como a sua assinatura, pois os quatro filmes você não consegue ver sendo de outro diretor. Ou seja, ele foi se aperfeiçoando tanto que as cenas que entregou agora no último capítulo da franquia, acaba sendo de um nível inimaginável, com tantos personagens em cena lutando, ambientes enormes que você vê que não são computacionais, com vidros quebrando no meio da pancadaria, carros passando entre os personagens e atropelando e trombando num balé gigantesco, e ao entrar numa casa abandonada ele teve o apoio do diretor de fotografia Dan Laustsen para fazer um plano sequência tão genial por cima do ambiente, mostrando tudo acontecendo no melhor estilo de videogame que pode não ser que ganhe prêmios, mas nas nossas mentes jamais será esquecido!
Sobre as atuações, não tem nem como falar sobre outro ator, afinal Keanu Reeves entrega tudo e muito mais em cena, fazendo muitas das principais lutas, e claro usando seu dublê para outras digamos mais perigosas, mas como a base é muito pegada, e é necessário grandes expressões no meio de tudo, o veterano ator se tornou um grande especialista em artes marciais e se joga por completo no personagem, fazendo com que seu John Wick tivesse carisma, impressionasse bastante em cada cena e marcasse uma época, então espero que pare a franquia aqui, podendo fazer um ou outro spin-off derivado, mas que não inventem moda. Diria que a inserção de Bill Skarsgård como o grande vilão Marquês de Garmont foi muito bem trabalhada, pois ele já sabe fazer vilões, tem cara de psicopata e conseguiu mesmo sem lutar chamar a atenção para si, o que é raro numa franquia do estilo, mas soube usar claro seus vários vilões e impostar trejeitos para marcar suas cenas. Ainda tivemos bons usos dos personagens de Ian McShane com seu Winston, Laurence Fishburn com seu Bowery King, Donnie Yen com seu Caine, e até uma forma de homenagem (mesmo sem saber que morreria realmente na semana passada, não dando tempo para refilmagens ou até mesmo para colocar nos créditos algo) para Lance Reddick com seu Charon, mas sem dúvida quem acabou chamando muita atenção entre os secundários foi Shamier Anderson com seu rastreador Ningúem e sua cachorra violentíssima que acompanharam a trama do começo ao fim com cenas bem marcantes e envolventes.
Visualmente o longa é luxuosíssimo, tendo quase portais de teletransporte por todos os cantos do mundo, afinal o personagem está em Nova York, na cena seguinte em Osaka, logo depois na Rússia, pula para Paris e claro passando por diversos pontos conhecidos e outros muito bem montados, tendo vitrais em uma exposição incrível no Japão com tudo sendo estilhaçado durante lutas imensas e tiroteios para todos os lados, na Rússia vemos uma rave completamente insana com vários figurantes dançando sem parar e os personagens lutando que nem malucos no meio de cascatas de água, em Paris vemos os atos principais na rotatória do Arco do Triunfo com um balé incrível de carros, motos e atores, uma escadaria imensa com muitas lutas e tiros também, e uma casa abandonada cheia de elementos cênicos que foi inteiramente montada para gravação aérea incrível, isso tudo com armas imponentes, ternos de kevlar à prova de balas, armas brancas e tudo mais que se possa imaginar sendo usado em cena, ou seja, uma produção gigantesca que a equipe de arte não economizou uma moeda que seja.
A questão sonora é algo para se tirar o chapéu também, sendo uma das melhores mixagens já feitas, e sem dúvida já podemos esperar que estará nas premiações do ano que vem, além de uma trilha sonora incrível que dita o ritmo do começo ao fim, sendo que nas cenas em Paris passam a fazer parte com uma rádio de DJs montando o setlist para a caçada ao protagonista, fora os sons impressionantes fortes e com muito impacto na sala Imax que vibra até a cadeira, ou seja, bom demais.
Enfim, é um tremendo filmaço, que fecha muito bem a franquia (volto a falar que por enquanto só se sabe que teremos uma série na Prime Video sobre o Hotel Continental sem os protagonistas dos filmes e o spin-off "A Bailarina" que já está filmado contando com muitos dos personagens originais e deve ser lançado em breve, então não espero que voltem com mais sequências) e que vale completamente os 169 minutos de projeção para quem gosta de ações frenéticas do começo ao fim, então vá na maior sala possível e que conte com o melhor som de sua cidade, e curta bastante, pois recomendo demais a trama para todos. E é isso pessoal, até talvez daria para dar um 9,5 ou 9,8, mas como não trabalho com notas quebradas, vamos com a nota máxima, e fico por aqui hoje, mas volto em breve com mais textos, então abraços e até logo mais.
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