Diria que o diretor e roteirista Sérgio de Carvalho teve uma grande ideia que precisaria ter sido melhor lapidada para impactar ainda mais, mas que para um primeiro trabalho no formato de longa metragem o acerto até que foi bem trabalhado, teve estilo próprio sem precisar ficar copiando outros filmes, e o resultado acabou sendo algo até que bem interessante de ser conferido, mas que volto a frisar dois pontos que esse resultado acaba sendo negativo também, o primeiro é que ser extremamente diferente dos demais acaba não tendo tanto público que entenda completamente a ideia, e a segunda que talvez um pouco mais de dinâmicas diretas daria um ideal formatado direto na tela para não precisar explicar para os poucos que entenderam tudo, mas isso é apenas uma opinião, então acredito que possa chamar atenção quando estrear oficialmente.
Quanto das atuações, o elenco principal é praticamente todo de jovens atores que não tem uma bagagem expressiva para segurar um filme com uma proposta totalmente nova como foi o caso aqui, e com o isso o filme até tem muita explosão e poucos diálogos que fluam melhor, sobrando apenas para Chico Díaz segurar a bronca com seu Alê, que é sem dúvida o melhor em cena dando ritmo e muita desenvoltura para um personagem que valeria até explorar mais, ou seja, dominou tudo e fez a vez. Mas para dar destaque para os mais jovens, diria que Gabriel Knoxx soube trabalhar bem o envolvimento de seu Rivelino, sendo bem direto na entrega e passando bem a mensagem com seus olhares, Adanilo Reis trabalhou um ar indígena misto com o lado noiado das drogas desenvolvendo desespero por mais drogas no corpo e alucinações junto de tudo, e até a ex-campeã do BBB Gleici Damasceno conseguiu trabalhar o ritmo de sua Sandra em cena, mas sem grandes chamarizes.
Visualmente a trama teve um misto entre floresta, casas com ruas de madeira sobre o rio e esgoto, vemos bem os agrupamentos de jovens com suas disputas de rimas e claro vemos os despachos de devedores do crime pelos grupos rivais, vemos os bares dominados por facções e também o quanto a droga faz dinheiro para os traficantes com carrões, ou seja, acaba sendo um sonho para os jovens querer chegar naquilo também, e isso a equipe de arte conseguiu desenvolver bem.
Enfim, é um filme que diria bem interessante, principalmente por ser diferente de tudo o que já fizeram, mas que poderia ter sido melhorado em alguns sentidos para sair do eixo de festivais e ser um pouco mais comercial, porém essa escolha é muito difícil de ser feita logo no roteiro, e resolver tudo na edição é mais difícil ainda. Então fica a dica para quem gosta de algo mais artístico ver a partir do dia 30/03 nos cinemas, pois foi muito bem feito e com um ponto a mais por ser algo que não vimos por aqui ainda. E é isso meus amigos, fico por aqui hoje, mas volto em breve com mais textos, então abraços e até logo mais.
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